Mesmo com apenas pouco mais de um terço da população goiana, a Região Metropolitana de Goiânia ainda concentra a maioria dos estabelecimentos de saúde e leitos de Goiás, incluindo os hospitais estaduais e leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). As informações são do Anuário Goiás, do POPULAR. A Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) aponta que a pandemia da Covid-19 forçou um movimento de regionalização da Saúde nos últimos três anos, tendência que terá seguimento a fim de sanar vazios assistenciais.

Segundo o Censo 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as dez cidades mais populosas de Goiás estão distribuídas em quatro regiões: Região Metropolitana de Goiânia (Goiânia, Aparecida de Goiânia, Senador Canedo e Trindade), Entorno do Distrito Federal (Águas Lindas, Valparaíso, Formosa e Luziânia), Centro (Anápolis) e Sul (Rio Verde). Essas também são as regiões com a maior quantidade de estabelecimentos de saúde e leitos no estado.

Entretanto, a proporção é maior na Região Metropolitana de Goiânia, que engloba 20 cidades e tem 2.600.560 habitantes, o que representa 36,86% da população do estado. Ao mesmo tempo, essa mesma região concentra 40% dos estabelecimentos de saúde e 48,62% dos leitos. A região também concentra 52,38% dos hospitais estaduais, com 60% dos leitos de UTI e 62,28% dos leitos de enfermaria.

Pelo Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil (CNES), os estabelecimentos de saúde englobam hospitais, consultórios, postos de saúde, centros de imunização, dentre outros. Entretanto, a maioria é consultórios isolados e clínicas/centros de especialidades. Em Goiânia, por exemplo, do total de 3,7 mil estabelecimentos de saúde, 2 mil (53,25%) são consultórios isolados e 828 (21,98%) clínicas/centros de especialidades.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/obra-de-nossa-senhora-da-saude-sera-figura-central-de-missa-na-cidade-de-goias-1.3063948">Obra de Nossa Senhora da Saúde será figura central de missa na cidade de Goiás</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/justica-determina-internac-o-de-idosa-apos-bombeiros-retirarem-oito-caminh-es-de-lixo-da-casa-dela-1.3063764">Justiça determina internação de idosa após bombeiros retirarem oito caminhões de lixo da casa dela</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/censo-ira-medir-uso-de-crack-e-trabalho-infantil-em-goiania-1.3063420" target="_blank">Censo irá medir uso de crack e trabalho infantil em Goiânia</a></div>

Em relação especificamente aos hospitais, Goiás possui 269 unidades, com 3.693 leitos, sendo 3.098 do Sistema Único de Saúde (SUS). Eles estão distribuídos em 182 cidades diferentes. Entretanto, apenas Goiânia possui 46 hospitais gerais e 70 especializados. Em seguida, as duas cidades com maior número de hospitais são Aparecida de Goiânia e Rio Verde, com somente sete unidades em cada município.

Regionalização

Antes da pandemia da Covid-19, iniciada em março de 2020, a rede estadual possuía leitos de UTI apenas em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Anápolis. Atualmente, unidades como o Hospital Estadual do Centro-Norte Goiano (HCN), em Uruaçu, e os hospitais estaduais de Formosa, no Entorno do Distrito Federal, e de Jataí, no Sul, possuem leitos do tipo. “A pandemia forçou esse movimento de regionalização da Saúde. Hoje, temos toda essa rede que permite o manejo desses pacientes de forma mais adequada”, explica o secretário estadual de Saúde, Sérgio Vencio.

Segundo ele, além das unidades de alta complexidade, que compõem a Atenção Terciária, a rede estadual ainda conta com seis policlínicas, que fazem parte da Atenção Secundária e voltadas para a realização de exames e consultas com especialistas. “Elas servem para tentar evitar que (os pacientes) sejam encaminhados aos hospitais estaduais, deixando as vagas para pacientes mais graves”, destaca.

Vencio aponta ainda que apesar da atuação da Atenção Secundária e Terciária, é importante que os municípios, responsáveis pela Atenção Primária, também façam investimentos. “Em Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e hospitais municipais, quando couber”, frisa. Atualmente, os municípios recebem repasses do Ministério da Saúde e da SES-GO para investir na Atenção Primária. “O estado gasta 12% do orçamento, em termos de custeio, com os municípios”, enfatiza o secretário.

Futuro

As seis policlínicas estão todas no interior: Posse, Goianésia, Quirinópolis, Formosa, Goiás e São Luís de Montes Belos. “Elas desempenham um papel fundamental nesses vazios assistenciais. Serão construídas mais três”, destaca Vencio. Além das policlínicas que serão construídas, o Hospital Estadual de Águas Lindas de Goiás, no Entorno do Distrito Federal, deverá ser entregue em janeiro de 2024. A unidade contará com 161 leitos. “(Ele) vai trazer um reforço no atendimento materno-infantil e em UTI neonatal e pediátrica”, ressalta o secretário estadual de Saúde.

O Entorno do Distrito Federal é uma das regiões mais populosas do estado. Apesar de contar com 1.347.056 habitantes, o que representa 19% da população do estado, ela ainda é apenas a quarta no que diz respeito a quantidade de estabelecimentos de saúde e leitos, possuindo somente três hospitais estaduais.

Para o secretário estadual de Saúde, a regionalização vai se fortalecer à medida que o estado criar polos de desenvolvimento como os existentes em Anápolis, Aparecida e Rio Verde. “Todo Norte e Nordeste serão beneficiados pela rede de trens, porto seco e fortalecimento da indústria. Tudo isso vai trazer uma movimentação econômica que possibilita que a classe médica, enfermeiros, psicólogos e odontólogos possam se basear nesses locais e promover uma regionalização de todo o sistema, já que quando falamos de SUS, nos referimos ao sistema público, mas também ao sistema privado complementar”, finaliza Vencio.

Região Metropolitana de Goiânia concentra metade dos leitos

Cidades

Cidades - título

Assine - Offers Target - 2

Matéria - Cidades

Saúde

Luzes coloridas piscam ao ritmo de batidas intensas que reverberam por toda sala. O som alto cria uma energia envolvente, transformando o ambiente em algo mais próximo de uma boate do que de uma academia. Em suas bicicletas ergométricas, alunos pedalam e suam intensamente ao som da batida intercalado pelas frases de efeito faladas no microfone pelo professor. O clima é quase de seita com fiéis que crescem a cada dia em busca das aulas de spinning.

A modalidade, criada pelo ciclista sul-africano Jonathan Goldberg na década de 1980, não é nova. No Brasil, começou a ganhar força nos anos 1990. Mas, ao contrário de outras tendências fitness, como o step e aeróbica, que acabaram caindo no ostracismo, o spinning manteve a popularidade. Atualmente, há até academias especializadas exclusivamente na prática que simula subidas, descidas e mudanças de velocidade em bicicletas ergométricas.

Entusiasta do spinning, a estudante Vitória Cristina Cardoso Faria, de 22 anos, destaca a energia única das aulas. Para ela, o exercício intenso, além de oferecer o desafio de superar limites pessoais, também traz uma sensação constante de evolução. “A cada aula, sinto que estou melhorando, e esse progresso é extremamente gratificante”, afirma. Ela faz questão de não perder nenhuma aula na academia que frequenta. “Eu acho que o spinning pode ser considerado um vício saudável, me apaixonei pela modalidade porque é uma combinação de exercícios intensos, música animada e sensação de comunidade, um incentivando o outro”, explica.

A modalidade oferece uma série de benefícios: melhora o condicionamento cardiovascular, aumenta a capacidade pulmonar, fortalece pernas e glúteos e, talvez o mais importante, promove a liberação de endorfina, o que contribui para a melhora do humor e alívio do estresse. “As aulas em grupo criam um ambiente de apoio, incentivo e energias positivas, onde as pessoas se sentem encorajadas a se esforçar e dar o seu máximo nas aulas, o que traz cada vez mais resultados visíveis”, explica Beatriz Kaylla Sousa Matos, professora de spinning na Allp Fit Goiânia.

A professora explica que a popularidade da modalidade tem a ver com a experiência dinâmica e social que o spinning proporciona. “As aulas energéticas e motivadoras atraem aqueles que preferem se exercitar em grupo, tornando o treino mais estimulante do que as atividades solitárias”, afirma. Além disso, Beatriz destaca que o spinning oferece uma queima significativa de calorias em pouco tempo, além de melhorar a saúde cardiovascular e aumentar a resistência física, o que ajuda na disposição para outras atividades cotidianas.

Outro ponto ressaltado pela professora é o impacto emocional positivo do spinning, tanto no aspecto mental quanto físico. “Os alunos relatam uma redução significativa do estresse, alívio emocional e aumento da autoestima”, conta. Além disso, a música desempenha um papel essencial nas aulas, como explica Beatriz: “A música cria um ambiente vibrante, influenciando diretamente o humor e a energia da aula, tornando-a mais divertida e motivadora.” Ela escolhe cuidadosamente as músicas, alinhando-as com o ritmo do treino, o que ajuda a otimizar a performance e os resultados dos alunos.

Engajamento &nbsp;dos participantes

&nbsp;

O professor de spinning Rodrigo Mangela aponta a gamificação como um dos principais fatores para o sucesso crescente da modalidade nos últimos anos. “Além de aulas motivantes, a entrega de dados como ranking, calorias queimadas, número de aulas realizadas e até mesmo um nível de progressão faz com que o engajamento dos participantes aumente consideravelmente”, explica. Para ele, esses elementos ajudam a criar um vínculo mais forte com os alunos, incentivando a assiduidade e tornando a prática mais envolvente e interativa.

Outro ponto destacado por Rodrigo é a importância do professor na retenção dos alunos. Embora a promessa de queimar calorias rapidamente – cerca de 450 calorias em uma aula de 45 minutos – atraia as pessoas para o spinning, é a forma como o instrutor conduz a aula que realmente mantém os participantes. “O que faz o aluno ficar de verdade é o professor, como ele monta as aulas, as músicas e cria um ambiente de interação com os alunos”, afirma. Essa habilidade do professor em conectar-se com os alunos é crucial para transformar uma simples atividade física em uma experiência mais envolvente e prazerosa.

Rodrigo enfatiza que o ciclismo estacionário melhora a autoestima e promove a saúde ao liberar endorfina e serotonina, essenciais para o bem-estar físico e mental. “Esses benefícios vão além do corpo, proporcionando uma sensação de bem-estar que é fundamental para a saúde geral”, afirma. No entanto, ele ressalta a importância de cuidados durante a prática. “É fundamental fazer um exame de aptidão física antes de iniciar qualquer exercício”, alerta. Ele também sugere o uso de tênis com solado rígido, garrafinha de água e toalha para lidar com o suor. “Não há contraindicação para a prática, desde que a bicicleta esteja bem ajustada e o aluno respeite seus próprios limites”, conclui.

&nbsp;

Para pedalar 
Confira cinco benefícios do spinning&nbsp;

 
Melhora o condicionamento cardiovascular 
O spinning aumenta a capacidade do coração e dos pulmões, promovendo uma saúde cardiovascular mais robusta.

Queima de calorias rápida 
Em uma aula, é possível queimar até 450 calorias em 45 minutos, ajudando no controle de peso e na redução de gordura corporal.

Aumenta a resistência física 
A prática regular fortalece os músculos das pernas e glúteos, além de melhorar a resistência geral do corpo.

Redução do estresse e da ansiedade 
A liberação de endorfina durante a atividade promove sensação de bem-estar, ajudando a aliviar o estresse e melhorar o humor.

Melhora a coordenação motora 
A sincronização dos movimentos com a música e o ritmo do treino melhora a coordenação e o equilíbrio do corpo.

&nbsp;

Entenda por que o spinning voltou ao topo entre as modalidades fitness

Magazine

Magazine - título

Matéria - Magazine

Endorfinados no selim

O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) vai intermediar uma reunião entre a Prefeitura de Goiânia e a Celk Sistemas, empresa responsável pelo sistema de informação da rede pública de saúde da capital, na tarde desta sexta-feira (4). A intenção é resolver o imbróglio envolvendo a interrupção das atividades do sistema que atende a Saúde de Goiânia e tem causado problemas nos atendimentos prestados aos usuários.Segundo o documento ao qual O POPULAR teve acesso, a Celk teria créditos, desde outubro de 2024, no valor de mais de R$ 5,9 milhões, sendo R$ 4,5 milhões referentes a contratos vigentes e R$ 1,4 milhão ao período pós-vigência, quando a empresa manteve a operação sem contraprestação financeira e sem cobertura contratual.O POPULAR também teve acesso a um outro documento, um ofício enviado pelo secretário municipal de Saúde, Luiz Pellizzer, à Celk no dia 24 de março deste ano. No documento, Pellizzer propõe o pagamento de R$ 4,4 milhões da dívida em seis parcelas, além da apuração do período em que a empresa prestou serviços sem cobertura contratual e autuado processo para pagamento indenizatório, com prazo de conclusão do processo de 90 dias. O ofício ainda continha uma proposta de celebração de novo contrato por inexigibilidade de licitação, com duração de 90 dias, mantendo o mesmo escopo dos contratos anteriores. O valor proposto era de R$ 450 mil. Do outro lado, a Celk alega que tentou negociar com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), mas não obteve garantias para a continuidade da prestação dos serviços. Diante da manutenção do impasse, a Celk decidiu interromper os serviços de forma escalonada. Em nota, a empresa informou que não deseja a interrupção do serviço, mas “não consegue mais suportar os custos gerados pela prestação dos serviços sem receber”. Sobre a reunião desta sexta, a Celk afirmou que “acredita e espera sinceramente que o Município se comprometa ao pagamento e regularize a ausência de contrato”.A SMS comunicou que “renegociava há três meses com a empresa o pagamento de passivo de aproximadamente R$ 5 milhões, no entanto, os representantes da Celk exigiam que o montante fosse pago em apenas três parcelas, o que a secretaria não tem condições de atender”. A pasta ainda reiterou que “possui licença de uso perpétua do software de gestão integrada CELK e que a empresa era contratada para o gerenciamento e hospedagem de banco de dados do sistema”.O procurador-geral do Município, Wandir Allan de Oliveira, afirma que caso a reunião com a Celk não seja frutífera, a Prefeitura irá judicializar a questão. “Estamos falando de saúde pública. O sistema viabiliza ações essenciais para a Saúde. Eles não podem usar esse tipo de ameaça para atingir finalidade econômica. Eles têm outros meios para isso. Caso não ajam com razoabilidade, retomando o sistema e permitindo que façamos uma transição gradual dos dados, iremos procurar medidas judiciais”, finaliza Oliveira.

MP-GO mediará reunião entre Prefeitura e empresa que fornece sistema da Saúde em Goiânia

Crise

A Celk Sistemas, empresa responsável pela operação do sistema de informação da rede pública de saúde na capital, comunicou à Prefeitura de Goiânia que iniciará a interrupção dos serviços prestados devido à inadimplência contratual. O ofício foi enviado nesta quarta-feira (2) ao prefeito Sandro Mabel (UB) detalhando os valores devidos e o cronograma de desligamento dos serviços.

<a href="https://www.whatsapp.com/channel/0029Va9rbSgCHDyl4gQj7A1C" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; outline: 0px; outline-offset: -2px; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; background-color: rgb(238, 238, 238);">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a>

Segundo o documento, ao qual O POPULAR teve acesso, a Celk teria créditos, desde outubro de 2024, no valor de mais de R$ 5,9 milhões, sendo R$ 4,5 milhões referentes a contratos vigentes e R$ 1,4 milhão ao período pós-vigência, quando a empresa manteve a operação sem contraprestação financeira e sem cobertura contratual. A empresa alega que tentou negociar com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), mas não obteve garantias para a continuidade da prestação dos serviços.

“A Secretaria Municipal de Saúde manteve postura inflexível, limitando-se a repetir condições que, como já amplamente debatido, não oferecem à empresa a segurança e a previsibilidade mínimas para a continuidade da operação”, afirma o documento da empresa.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/ipasgo-tera-cobranca-retroativa-de-coparticipac-o-1.3248276" target="_blank">Ipasgo terá cobrança retroativa de coparticipação</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/servico-de-saude-mental-em-goiania-segue-com-estrutura-e-atendimento-precarios-1.3247064" target="_blank">Serviço de saúde mental em Goiânia segue com estrutura e atendimento precários</a></div>

Em resposta, em nota enviada ao POPULAR, a SMS aponta que renegociava há três meses com a empresa o pagamento de um passivo de aproximadamente R$ 5 milhões. “No entanto, os representantes da Celk exigiam que o montante fosse pago em apenas três parcelas, o que a secretaria não tem condições de atender”, informa o texto.

Diante da manutenção do impasse, a Celk decidiu interromper os serviços de forma escalonada. O POPULAR obteve relatos de servidores que já na tarde desta quarta não conseguiam acessar o sistema. Segundo as informações deles, “não há como pedir exames, nem acessar ou evoluir prontuários, nem acesso aos dados de pacientes”.

O cronograma de interrupção já previa a suspensão do suporte técnico e a redução da capacidade da infraestrutura em nuvem nesta quarta; para esta quinta-feira (3), a expectativa é que ocorra o desligamento dos módulos de atendimento ambulatorial e da Central de Regulação do Samu; na sexta (4), deve ser feito o desligamento dos demais módulos do sistema.

A empresa informou também que notificará o Ministério Público de Goiás (MP-GO) e outros órgãos de controle sobre a situação. O objetivo é garantir transparência na decisão e evitar impactos ainda maiores no atendimento à população.

<h2>Reavaliação</h2>

A SMS informa que possui a licença de uso vitalício do software de gestão integrada Celk e que a empresa era contratada para o gerenciamento e hospedagem do banco de dados do sistema. A secretaria aponta ainda que realiza, desde o início da atual gestão, “ampla reavaliação dos contratos e convênios da pasta e a renegociação de dívidas deixadas pela gestão anterior, tendo em vista o atual estado de calamidade da saúde pública municipal”.

A secretaria destaca no texto enviado que diversas áreas fizeram solicitações de otimização do uso das informações e adequações das funcionalidades do sistema de acordo com as necessidades da pasta, “mas não houve entregas efetivas da Celk para solucionar as demandas apresentadas”. E complementa: “O Ministério Público de Goiás (MP-GO) recomendou ao município a não renovação do contrato com a empresa.”

Presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde de Goiás (Sindsaúde-GO), Néia Vieira afirma ao POPULAR que a classe se reuniu com o secretário de Saúde, Luiz Pellizzer, no último dia 25 de março e ele teria informado que o sistema seria suspenso por falta de pagamento.

“A falta desse sistema pode prejudicar o atendimento de forma geral em Goiânia. Ele é responsável pela dispensação de medicamentos, controle de estoques, solicitação de exames, encaminhamentos para outras unidades. É o cérebro da secretaria em relação aos fluxos e atendimentos. Haverá inclusive uma dificuldade dos pacientes de agendamento de consultas e exames”, diz Néia.

Em nota, a Celk informa ao POPULAR que enviou à SMS mais de 15 ofícios sobre o assunto, além de realizar diversas reuniões com a gestão anterior e agora na administração de Mabel propondo parcelamento das dívidas e redução dos valores para um novo contrato.

“Até o momento a Prefeitura não formalizou um novo contrato, não regularizou os pagamentos pendentes e tampouco apresentou uma previsão concreta de quando pretende resolver a questão”, afirma a empresa.

<h3>Contingência</h3>

A SMS informou que recebeu, na última segunda-feira (31), ofício da empresa solicitando reunião com o MP-GO para definição dos termos da transferência do banco de dados da Celk para banco de dados externo, mas que a empresa interrompeu o serviço de hospedagem de dados antes. “A SMS ressalta que já iniciou o plano de contingência e a transferência do banco de dados para nova hospedagem.”

Também procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Administração (Semad) informou que as compras e licitações da pasta “são compradas e geridas pela Saúde”. “A Semad não foi acionada sobre esse assunto, porque está atrelada à Saúde”, disse o titular da pasta, Celso Dellalibera.

Empresa interrompe sistemas na Saúde por falta de pagamento

Política

Política - título

Matéria - Política

Prefeitura de Goiânia

Ninguém constrói um sistema de saúde forte sozinho. O SUS é sustentado pela cooperação entre os entes federativos, pela gestão compartilhada e pelo compromisso coletivo de garantir acesso universal, equitativo e eficiente aos serviços de saúde. Nesse contexto, descentralização e regionalização não são apenas diretrizes, mas estratégias essenciais para organizar a rede assistencial de acordo com as realidades socioeconômicas, demográficas e epidemiológicas de cada território.

Em Goiás, essa visão tem sido colocada em prática. O estado foi estruturado em cinco macrorregiões de saúde, permitindo um planejamento mais eficiente dos serviços. Como parte dessa estratégia, em março de 2024, aprovamos a Política Estadual de Urgência e Emergência, que estabeleceu diretrizes fundamentais, como a padronização do atendimento a traumas, AVC, infarto e sepse, a definição de tipologias hospitalares e a adoção de uma linguagem unificada no sistema de saúde.

Um dos avanços mais relevantes dessa política foi a decisão de gerenciar o SAMU por consórcios intermunicipais de abrangência macrorregional. Em janeiro deste ano, demos um passo histórico com a criação do primeiro Consórcio Intermunicipal de Gerenciamento do SAMU na macrorregião Centro-Norte de Goiás. Esse modelo viabiliza uma gestão mais eficiente do serviço pré-hospitalar, garantindo melhor uso dos recursos, maior capilaridade e respostas mais rápidas às emergências.

A adesão inicial dos prefeitos de Campo Limpo de Goiás, Jaraguá, Mara Rosa, Nova América e Porangatu já representa um marco. No entanto, essa iniciativa está aberta a todos os demais 55 municípios da macrorregião, beneficiando mais de 1,1 milhão de habitantes. O impacto será significativo: com a centralização da regulação do SAMU e a ampliação da frota de ambulâncias, garantiremos tempos de resposta de até 25 minutos e acesso hospitalar em até 60 minutos para toda a população da região.

Os consórcios intermunicipais são uma ferramenta poderosa para superar desafios históricos da saúde pública. Eles promovem economia de escala, redução de custos, otimização de processos e maior articulação entre gestores. Mais do que isso, colocam os prefeitos no centro das decisões e facilitam a captação de recursos federais e estaduais, viabilizando a contratação de profissionais, a aquisição de insumos e a estruturação das sedes administrativas.

Minha experiência anterior em Minas Gerais, onde coordenamos a implantação de 12 consórcios de urgência, reforça a convicção de que esse modelo é um dos caminhos mais eficazes para fortalecer a saúde regional. Em Goiás, sob a liderança do governador Ronaldo Caiado, estamos consolidando um sistema de saúde mais eficiente, descentralizado e preparado para atender a população onde ela está.

A criação do Cisceno é mais um passo nessa direção. Saúde pública não pode depender de esforços isolados. A união entre os municípios é essencial para soluções duradouras. Na gestão da saúde, a cooperação é o melhor remédio.

Rasível dos Reis Santos, secretário de Estado da Saúde de Goiás