Após definição para a possível data de retorno das aulas em Goiás para agosto, representantes da Educação apresentaram preocupações a ser discutidas para a volta da abertura das escolas, durante reunião do Centro de Operações de Emergência (COE) estadual de combate ao novo coronavírus, na tarde desta quinta-feira (28). Um comitê de crise ligado à Secretaria Estadual de Educação de Goiás (Seduc) já levantou algumas hipóteses de como pode ser feita esta retomada e um grupo de trabalho com representantes de órgãos públicos e entidades também vai realizar este levantamento.Enquanto isso, a nota técnica da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) que recomendava a suspensão das atividades presenciais educacionais até 30 de maio ainda não foi atualizada. Um novo documento deve orientar a suspensão até 31 de julho. Reportagem do POPULAR de 29 de abril já mostrava que representantes de órgãos públicos da Saúde e Educação consideravam certo que as aulas não voltariam antes de agosto. Já são mais de 70 dias sem aulas presenciais em Goiás.O grande desafio apontado por representantes da Seduc e do Conselho Estadual de Educação de Goiás (CEE-GO) é garantir a segurança dos estudantes no retorno das aulas. Provavelmente, as atividades devem voltar de forma gradual, com turmas menores e regras rígidas de higiene. Parte dos estudantes deve continuar a ter aulas on-line durante um período.Integrantes da Seduc têm procurado parceiros para conseguir auxílio neste retorno às aulas. O Instituto Unibanco, por exemplo, já tem auxiliado nas aulas on-line. Uma das possibilidades levantada na reunião do COE é a aquisição de termômetros infravermelhos para medir a temperatura dos estudantes. Uma das definições que precisam ser feitas é sobre o que fazer em casos de estudante com suspeita de Covid-19, como em uma situação hipotética que ele apresente febre.Na França, onde houve a reabertura de escolas, um surto de 70 casos entre estudantes fez com que várias unidades educacionais voltassem a ser fechadas. A forma como outros países estão fazendo este retorno das aulas é uma fonte de informações dos gestores, já que ainda não existem estudos que comprovem a melhor maneira de fazer a reabertura.Na reunião do COE também foi defendida a estratégia de se utilizar o momento das aulas para a conscientização da família do aluno sobre a importância do isolamento social. O Estado tem cerca de 900 mil estudantes.Em reportagem publicada na edição desta quinta-feira do POPULAR, o secretário municipal de Educação de Goiânia, Marcelo Ferreira da Costa, defendeu que para o retorno das aulas será necessária a construção de um código de ética entre alunos e servidores para preservar a higiene e evitar aglomerações no ensino.Outra questão que ainda deve ser discutida é sobre a possibilidade de não penalizar o estudante que optar por não ir às aulas presenciais. Muitos pais podem não ter confiança em enviar os filhos para a escola logo que elas reabrirem.Na próxima segunda-feira (1º), um plano com alguns tipos de possibilidades de retorno, elaborado pelo comitê de crise, deve ser apresentado para a secretária estadual de Educação, Fátima Gavioli.O mês de agosto foi escolhido para a reabertura das escolas com base em estudo da Universidade Federal de Goiás (UFG) que mostram que o pico de óbitos e necessidade de leitos para Covid-19 deve ocorrer em junho e julho. No entanto, a data será reavaliada em julho.Um levantamento feito pela SES-GO mostrou as estratégias de retorno às aulas de países que já passaram do pico da pandemia. Alguns optaram por começar pelas turmas de estudantes mais jovens, outros pelas turmas do ensino médio. Maioria dos pais prefere agostoResultado preliminar mostra que mais de 90% dos pais de estudantes que participaram de uma enquete pela internet do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sepe) de Goiânia defendem a volta das aulas em agosto. O questionário disponível no site www.sepego.com.br deve ser encerrado nesta sexta-feira (29), quando sairá o resultado oficial. O objetivo é alcançar pelo menos 40 mil participantes. A ideia do levantamento é saber o que os pais dos estudantes estão pensando sobre o retorno das aulas presenciais e como acham que isso deve ser feito. No questionário são perguntadas questões sobre a cidade onde o aluno estuda, tipo de escola que o estudante está matriculado, data que acha melhor retornar às aulas, além de questões mais específicas, como qual a faixa etária que deveria voltar primeiro. Uma das questões é sobre se o pai gostaria de continuar a ter aula remota, mesmo depois do retorno das atividades presenciais. É previsto que alguns pais não tenham confiança neste retorno e, além disso, as turmas devem voltar menores, para garantir o distanciamento social. O presidente do Sepe, Flávio Roberto de Castro, que também preside o Conselho Estadual de Educação de Goiás (CEE-GO), tem defendido a necessidade de fazer uma acolhida dos pais e dos alunos, para garantir a saúde mental dos mesmos e a confiança no ambiente escolar. As respostas também devem auxiliar na tomada de decisões. Além disso, ele defende que é preciso fazer um levantamento dos professores que fazem parte do grupo de risco para a Covid-19.