A Prefeitura de Goiânia pretende focar na criação de dois reservatórios para conter os alagamentos na Marginal Botafogo. As duas obras – uma no curso do Córrego Botafogo entre a Avenida 2º Radial e abaixo da Rua Nonato Mota e a outra abaixo da Avenida A – já estão em fase de projeto e devem ser executadas com recursos federais do Novo PAC. As intervenções foram escolhidas a partir do Plano Diretor de Drenagem Urbana de Goiânia (PDDU-GYN) desenvolvido pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Além da Marginal Botafogo, a Secretaria de Infraestrutura de Goiânia (Seinfra) ainda estuda obras na Marginal Cascavel e na região do Córrego Macambira e do Rio Meia Ponte, que dependem de previsão de recursos.

De acordo com a superintendente de Obras e Infraestrutura, Flávia Ribeiro, a gestão atual tem usado o estudo como referência para planejar ações e evitar obras que contrariem as diretrizes técnicas. “O plano é macro, ele faz uma leitura de toda a cidade, indicando os pontos mais críticos e as soluções possíveis. Agora, cabe à Prefeitura transformar essas diretrizes em projetos executivos para, depois, licitar e executar as obras”, explicou.

A prioridade da Secretaria de Infraestrutura de Goiânia (Seinfra) é um reservatório que será construído para armazenar temporariamente a água da chuva e evitar alagamentos na região. Ele ficará entre a Avenida 2ª Radial e a Rua Nonato Mota, em um ponto mais alto do terreno. O reservatório terá capacidade para 22 mil metros cúbicos de água, o que equivale a cerca de nove piscinas olímpicas. A área exata onde ele será instalado já foi indicada no projeto, mas o detalhamento da obra ainda será feito em uma próxima etapa.

A segunda obra será construída no leito do Córrego Botafogo, logo após a Avenida A, onde será feita uma escavação e a construção de um barramento para reter parte da água da chuva. O reservatório formado terá capacidade para cerca de 175 mil metros cúbicos, o equivalente a mais de 70 piscinas olímpicas. Esse sistema vai funcionar como um ponto de contenção, ajudando a reduzir o volume de água que desce pelo córrego em dias de chuva forte e, consequentemente, diminuir o risco de alagamentos em áreas mais baixas.

O projeto detalhado também será desenvolvido em uma fase posterior e deve levar em conta o tipo de solo da região, a estrutura do aterro e outras adequações técnicas necessárias. Como a área onde a obra será implantada fica em uma área de preservação permanente (APP), o custo de desapropriação tende a ser menor.

Para a Marginal Botafogo, o PDDU também sugere outras intervenções. Uma seria nas imediações da Avenida Independência, com a retirada de trecho do canal existente e a construção de uma estrutura para reduzir a força da água e evitar erosões; outra, no Córrego Areião, com um reservatório fora de seu leito principal. Esse reservatório vai armazenar cerca de 21 mil metros cúbicos de água e exigirá escavações na região. Também será instalada uma estrutura no Córrego Capim Puba, com a construção de um barramento transversal ao córrego, e um bueiro de 1 metro para a passagem de pequenas vazões. O reservatório deve armazenar 33 mil metros cúbicos de água e também precisará de escavação. O projeto prevê ainda elevar o nível do Lago das Rosas em 1,5 metro ou melhorar o sistema de drenagem que leva a água do lago até a galeria subterrânea.

Outra intervenção sugerida, no Córrego Capim Puba, é um barramento com escavação para criar um reservatório de 106 mil metros cúbicos de água. Como o local fica em área pública ou de APP, o custo de desapropriação deve ser menor.

A Seinfra explica que há outros três locais em fase de estudos e projetos e dependem de recursos para execução. Essas são as intervenções apontadas pelo PDDU como primordiais para conter alagamentos e melhorar a vazão.

Na Marginal Cascavel o PDDU também prevê seis obras – 4 estruturas fora do córrego e 2 dentro. Na Bacia do Córrego Macambira, o prognóstico aponta oito intervenções, sendo duas implantações de barragens, uma construção de reservatório de armazenamento e cinco elevações do nível de ruas.

Para a região do Meia Ponte, o prognóstico estima duas ações. A primeira seria feita na travessia do Córrego Jaó, na Rua da Divisa. O local já conta com um bueiro, que será mantido, mas haveria elevação do nível da pista. Essa mudança vai permitir o acúmulo temporário de água da chuva, ajudando a reduzir o risco de alagamentos na região.

A outra intervenção sugerida para a região do Meia Ponte seria na travessia do Córrego Gameleira, na Rua Gameleira. Atualmente, o ponto possui quatro bueiros de 1,5 metro de diâmetro, que também serão mantidos. Assim como na estrutura anterior, o nível da pista seria elevado, passando da cota 674,5 para 676 metros, o que melhora o escoamento e aumenta a capacidade de retenção de água.

Reunião

A apresentação do diagnóstico e dos prognósticos do PDDU será feita nesta quarta-feira (13) ao Conselho Municipal de Saneamento Básico, que deve avaliar o documento consolidado. Segundo o professor Raviel Basso, da Escola de Engenharia Civil e Ambiental da UFG e vice-coordenador do plano, o material reúne os levantamentos técnicos realizados desde 2023.

“A audiência pública aconteceu em abril e, desde então, o documento foi ajustado e consolidado. Agora será apresentado ao Conselho, que pode sugerir pequenas alterações. Mas a parte técnica e os prognósticos já estão consolidados”, afirmou Basso.

O plano também alerta para a necessidade de melhorar o planejamento urbano e o uso do solo, já que a impermeabilização excessiva da cidade agrava os alagamentos. “O problema da drenagem não é só responsabilidade do poder público. A impermeabilização do solo e a ocupação desordenada agrava muito o escoamento da água”, pontuou o professor.

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Reservatório é prioridade para conter alagamentos na Marginal Botafogo

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Matéria - Cidades

Infraestrutura

No final dos anos 1990, a Prefeitura de Goiânia decidiu pela implantação da Rua 85-A, conhecida atualmente como Avenida Cora Coralina, ligando a Praça do Ratinho, via Avenida 87, à Praça Cívica, como meio de reduzir o tráfego da Avenida 85, que naquela época teria um trecho de mão única. A construção contou com a implantação de uma “ampla galeria de águas pluviais para evitar <a href="https://opopular.com.br/cidades/veja-onde-est-o-os-mais-de-100-pontos-de-alerta-para-alagamentos-inundac-es-e-enxurradas-em-goiania-1.3333380" target="_self">alagamentos nas proximidades da Praça Cívica e do Fórum de Goiânia</a>”, conforme publicou O POPULAR na época. Já em 1998, havia uma preocupação da Prefeitura e moradores do Setor Sul com alagamentos “abaixo da Avenida 87 até as cercanias do Tribunal de Justiça”. A solução, porém, não demorou a se mostrar falha. Em 2004, há 21 anos, ocorria o primeiro alagamento registrado na própria Avenida 87.

Desde então, o problema se tornou recorrente e cada vez mais com maior risco aos transeuntes, ao ponto de, neste ano, a atual gestão ter informado que há um projeto para proibir o tráfego na Avenida 87 durante as chuvas. O motivo é conhecido. Segundo a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra), “o levantamento sobre o assunto, alinhado aos estudos do Plano Diretor de Drenagem Urbana (PDDU), em desenvolvimento pela parceria científica da Prefeitura com a Universidade Federal de Goiás (UFG), confirmam que o problema é geográfico e estrutural”. O primeiro se dá porque o local foi construído sobre o leito do Córrego Buritis, cujo curso d´água foi sendo ocupado já desde a década de 1930, quando da fundação da capital.

O córrego, descrito como de baixa vazão e intermitente, possui nascentes difusas, que criaram uma vereda de buritis (ou campo de murundus, como também é chamado), o que concedeu nome a ele. Sua nascente principal é localizada no Clube de Engenharia, da Rua 132 do Setor Sul, segundo o estudo “Subtração do Córrego Buritis no Espaço Urbano de Goiânia”, tese de mestrado da engenheira e arquiteta Fernanda Nogueira de Amorim Braga. A pesquisa explica também que a área de influência do curso d’água se dá desde a região mais alta do Setor Marista, nas proximidades da Alameda Ricardo Paranhos. Ou seja, toda área até o deságue no Córrego Capim Puba, no Setor Aeroporto, é o leito e sua área de influência pode ser alagada.

<ul style="padding-right: 0px; padding-left: 0px; margin: 0px 0px 5.5px 25px; color: rgb(0, 0, 0); font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 11px;">
	<li>Confira mais detalhes sobre as medidas tomadas pela Prefeitura no g1 Goiás:&nbsp;<a href="https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2025/09/30/definidos-locais-de-bloqueios-e-de-instalacao-de-cancelas-automaticas-em-ruas-de-goiania-durante-chuva-veja-lista.ghtml" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none;" target="_blank">Veja pontos de bloqueio e de cancelas automáticas em ruas de Goiânia durante as chuvas</a></li>
</ul>

O Córrego Buritis passa por locais como o Fórum de Goiânia, Bosque dos Buritis, Avenida Tocantins, Estádio Olímpico, região do antigo Bairro Popular e Setor Aeroporto, pela Avenida Oeste. Fernanda conta que a ocupação do córrego se deu já na década de 1930, em que se tem uma ordem de serviço datada de 23 de maio de 1936 para a instalação de manilhas no cruzamento do Córrego Buritis com a Avenida Tocantins, indicando as primeiras ações de infraestrutura que acompanharam o processo de construção da cidade. Na década de 1960, porém, as imagens na tese citada mostram ainda o córrego, inclusive com pinguelas usadas para os moradores cruzarem suas águas na região da Avenida 87.

Conforme a orientadora de Fernanda, a arquiteta e professora da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Sandra Pantaleão, a 87 é uma planície, onde já era comum que a água acumulasse no período chuvoso. A Seinfra esclarece que “o alagamento ocorre especificamente na Avenida 87 porque ela foi construída exatamente no talvegue — o ponto mais baixo do antigo leito do vale. Quando há <a href="https://opopular.com.br/clima/tempestades-devem-atingir-todas-as-cidades-de-goias-alerta-cimehgo-1.3334268" target="_self">ocorrência de chuvas intensas</a>, toda a água daquela microbacia escoa por gravidade para seu caminho natural, que hoje é o asfalto da Avenida 87. Não alaga ‘antes ou depois’ porque topograficamente, ali é o fundo da bacia”. Fernanda explica que é como se a 87 fosse um ponto de recarga do córrego, onde recebe água e aumenta a vazão.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/clima/tempestades-devem-atingir-todas-as-cidades-de-goias-alerta-cimehgo-1.3334268" style="font-size: 12px;" target="_self">Tempestades devem atingir todas as cidades de Goiás, alerta Cimehgo</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/veja-onde-est-o-os-mais-de-100-pontos-de-alerta-para-alagamentos-inundac-es-e-enxurradas-em-goiania-1.3333380" style="font-size: 12px;" target="_self">Veja onde estão os mais de 100 pontos de alerta para alagamentos, inundações e enxurradas em Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/em-24h-chove-mais-da-metade-da-media-do-mes-em-goiania-1.3332019" style="font-size: 12px;" target="_self">Em 24h, chove mais da metade da média do mês em Goiânia</a></div>

A pesquisa aponta que a localização do Córrego Buritis entre dois outros córregos, Botafogo e Capim Puba, favoreceu a sua ocupação desenfreada, visto que havia planos para a preservação dos outros dois. “O córrego é uma barreira para a ligação dos bairros. E já tinham o Botafogo e o Capim Puba, em locais que eram bairros nobres. Havia já na década de 1960 o início do adensamento do Setor Oeste e, depois, do Setor Aeroporto. Mas ainda estamos pesquisando como foram as doações dessas áreas”, diz Fernanda. A professora Sandra comenta a curiosidade sobre a presença de equipamentos públicos ao longo do leito do córrego, como o Estádio Olímpico e o Fórum.

<h2>Estrutura</h2>

Até por isso, a via que liga a Praça do Ratinho à Praça do Cruzeiro se tornou o trecho crucial para a drenagem na região, ou seja, o local onde há a maior quantidade de tubulações e poços de visita na tentativa de evitar o alagamento do Córrego Buritis. Ao mesmo tempo, há subdimensionamento da rede atualmente, o que confirma o problema estrutural citado pela Seinfra. As obras de construção da Avenida Cora Coralina, finalizadas no ano 2000, foram as que construíram a atual estrutura, que ampliou a rede até o Córrego Botafogo, onde antes só havia a tubulação para a região do Lago das Rosas, que é leito do Córrego Capim Puba.

Na época, a arquiteta da então Secretaria de Planejamento, Kátia do Carmo, afirmou que “as águas pluviais são carreadas para o córrego, que não suporta o volume despejado, e a drenagem passa a ser superficial, com as consequências que nós conhecemos bem”. Era a justificativa para a necessidade da obra, que chamou a atenção dos moradores do Setor Sul no final dos anos 1990 e início dos anos 2000 por não terem sido avisados do serviço. A rede existente antes disso era da década de 1980, já no final da formação do Setor Sul, o que demonstra uma capacidade planejada para uma quantidade de água menor do que a atual.

Para ter ideia, em toda a região não há sequer uma área de recarga, que seria uma estrutura para segurar um alto volume de água para dar tempo de a galeria levar a substância ao destino final. A Seinfra ainda informa que, “ao contrário do que se pensa, o Córrego Buritis não está canalizado sob a avenida”. O relato é que, durante a formação do Setor Sul, o que ocorreu foi um processo de supressão do córrego. “A cidade se estabeleceu diretamente sobre o leito original, que era intermitente, sem a terraplanagem adequada.” Ou seja, não há uma canalização do córrego em si, como ocorre, por exemplo, com o Botafogo ao longo da Marginal Botafogo, mas a construção da cidade em cima do curso d´água, com exceção da região central.

A falha estrutural é tamanha que, em 2015, um poço de visita – que é uma estrutura como uma caixa que recebe as tubulações para jogar água nos tubos que levam ao destino – quebrou. O poço está localizado na Avenida 87 com a Rua 132 e a explicação da então gestão municipal é que o asfalto colocado na base do tanque foi se desfazendo com o tempo, devido à ação da água, e, sem a sustentação, as laterais da estrutura racharam, o que fez com que o solo cedesse, bem como a base inferior. Na semana passada, a Seinfra realizou serviço de recuperação de um processo erosivo que começou a se formar em uma das pistas da Avenida 87, também com a Rua 132.

O trabalho contou com a recuperação da vala, a reconstrução (novamente) do poço de visita e da ilha na esquina com a Rua 132, além da recuperação da erosão e pavimentação do trecho. A explicação da pasta foi de que o problema se deu a partir da infiltração de água das chuvas recentes. Segundo o vice-coordenador-geral do PDDU-GYN e professor da Escola de Engenharia Civil e Ambiental (Eeca) da UFG, Raviel Basso, na 87 também há um problema que vem desde a 132, com subdimensionamento das galerias. “A maior quantidade de água vem da 132, porque praticamente não tem drenagem no Setor Marista. E é uma microdrenagem abaixo do necessário”, conta.

Ele explica, porém, que não é possível nem mesmo saber dimensionar o quão a canalização é deficitária, pois há falha até mesmo em como levar a água para as bocas de lobo. O POPULAR percorreu a região do Marista até a Praça do Ratinho e contou 66 bocas de lobo no trecho. Dessas, 47 tinham algum tipo de problema, como entupimento por resíduos ou por concreto das tampas quebradas ou mesmo a redução da entrada por concreto ou por asfalto após o recapeamento da região. Há pelo menos duas bocas de lobo entre as ruas 1.136 e 1.135 no Setor Marista em que as entradas das estruturas estão totalmente tapadas pelo asfalto das vias, não permitindo o escoamento das águas pluviais.

<h3>Solução virá com obra no Córrego Botafogo</h3>

De acordo com a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra), a Prefeitura de Goiânia, possui “um diagnóstico técnico e histórico aprofundado sobre os desafios de drenagem na região da Avenida 87”. A pasta argumenta que a situação é tratada com seriedade, “dentro de uma estratégia de engenharia que visa soluções definitivas e responsáveis para todo o sistema de drenagem da capital, não apenas ações paliativas e isoladas”. Como o trecho possui duas saídas pluviais – uma galeria que deságua no Lago das Rosas e outra que deságua no Córrego Botafogo –, a solução para a via passa pela macrodrenagem da bacia desse último.&nbsp;

“Por uma questão de responsabilidade técnica e de engenharia, a prioridade da Seinfra é a solução de macrodrenagem do Córrego Botafogo, que inclui projetos de bacias de contenção (piscinões) para amortecer o volume de água. A intervenção na Avenida 87 será realizada de forma coordenada, assim que o sistema arterial (Botafogo) tiver sua capacidade de suporte garantida”, informa a Seinfra. O projeto para a macrodrenagem do Botafogo foi aprovado recentemente para ser parte do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) do governo federal, na modalidade de Prevenção a Desastres Naturais – Drenagem Urbana, que prevê um investimento de R$ 267 milhões.

A ideia é realizar a recuperação e ampliação do canal da Marginal Botafogo, com contenção de erosões e revisão dos pontos de lançamento que chegam ao canal, além de ações ao longo da via, mas, quanto à Avenida 87, o principal aspecto é a realização das bacias de retenção, que devem segurar a água por mais tempo antes de chegar ao leito do córrego. Isso, em tese, pode fazer com que os lançamentos a partir da Avenida 87 possam chegar com maior fluidez e com tempo para “esvaziar” a rua. Segundo a Seinfra, ao mesmo tempo, o trabalho em curto prazo tem sido realizado pela secretaria.

“No final do último mês, a Seinfra fez manutenção na rede de drenagem da Avenida 87. Foram limpas 166 bocas de lobo e 150 metros de ramais, com a retirada de 15,4 toneladas de entulho e detritos. Foram construídas duas bocas de lobo e contida uma erosão causada pelas últimas chuvas”, garante. A pasta assegura ainda que, em parceria com professores e especialistas da UFG, parceiros no desenvolvimento do PDDU, “concorda que há uma deficiência histórica na rede de drenagem da capital, impactada pelo adensamento da cidade e o aumento das precipitações intensas nas últimas décadas”.&nbsp;

Segundo o vice-coordenador-geral do PDDU-GYN e professor da Escola de Engenharia Civil e Ambiental (Eeca) da UFG, Raviel Basso, entende que há a necessidade de realização do redirecionamento do escoamento para as bocas de lobo, sobretudo na Rua 132 e acima dela, na região da divisa entre os setores Sul e Marista. “Há locais que estão sendo fechados com os recapeamentos nas vias. Ali não é um problema da canalização do Córrego Buritis, mas de microdrenagem”, afirma. Ele explica que não é certo que esse redirecionamento resolveria 100% do alagamento na Avenida 87, mas reduziria muito o problema e seria possível, assim, dimensionar as galerias da região.

“Existe uma grelha grande ali na Avenida 87, em frente ao Ingoh, e é possível ver que ela não transborda durante as chuvas, o que mostra que o problema não tem relação com a canalização, pois, se fosse isso, ali mostraria. O problema é mesmo pela força do escoamento da Rua 132, pela água que vem do Setor Marista”, diz Basso. De acordo com ele, trata-se de obras simples, como o posicionamento de blocos para impedir a água de ir para a calçada e jogar para dentro da galeria, assim como o abaulamento da via, forçando a água a não correr pela rua, mas, sim, descer rumo às bocas de lobo, além da limpeza das entradas. “Isso tiraria a água da superfície, faria uma adequação. Aí na 87 se faria um reforço, caso fosse necessário”, garante o professor.

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Alagamentos constantes da Avenida 87 têm causa geográfica e estrutural

Drenagem urbana

A obra de <a href="https://opopular.com.br/cidades/cratera-na-marginal-botafogo-cresce-durante-obras-1.3322198" target="_self">contenção da erosão na Marginal Botafogo</a>, na região da Rua 44, no Setor Norte Ferroviário, que foi iniciada no dia 24 de setembro, dia seguinte ao da última forte tempestade a caiu sobre Goiânia mais recentemente, deve durar mais 15 dias, com conclusão prevista para o início de novembro e durando mais de um mês, no total. No começo deste mês, em entrevista ao POPULAR, a superintendente de obras e infraestrutura da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra), Flávia Ribeiro Dias, informou que a previsão era de terminar os serviços em 15 dias – o que faria com que a obra fosse finalizada nesta semana, o que não vai ocorrer.

Segundo a Seinfra, a partir desta terça-feira (21) será iniciada a inclinação do talude, que é uma superfície construída para dar estabilidade a aterros ou cortes no solo, e a terraplanagem para compactação e pavimentação da pista. “Até o fim de semana, dependendo da intensidade de chuvas, esse trabalho termina. A obra total naquele ponto deve ser concluída em até 15 dias”, informa a pasta. Até então, foi realizada a concretagem de tubos para a formação de um novo muro de contenção na área que sofreu o processo erosivo. Desde o início do serviço, o tráfego na marginal, no ponto da obra, está fluindo com uma pista a menos, a da esquerda, devido à movimentação do maquinário e dos servidores da secretaria.

<ul style="padding-right: 0px; padding-left: 0px; margin: 0px 0px 5.5px 25px; color: rgb(0, 0, 0); font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 11px;">
	<li>Confira mais detalhes sobre as medidas tomadas pela Prefeitura no g1 Goiás:&nbsp;<a href="https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2025/09/30/definidos-locais-de-bloqueios-e-de-instalacao-de-cancelas-automaticas-em-ruas-de-goiania-durante-chuva-veja-lista.ghtml" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none;" target="_blank">Veja pontos de bloqueio e de cancelas automáticas em ruas de Goiânia durante as chuvas</a></li>
</ul>

Na época, a Seinfra informou que no local está sendo feita a estabilização do talude com a construção de um muro de contenção, e que tal “técnica foi escolhida por ser de rápida execução e efetiva, garantindo que a erosão não avance”. A pasta não informou, porém, os motivos da demora da obra, mas considerou que não foi necessário fazer nenhum novo trabalho ou refazer o que já tinha sido feito em razão de novas chuvas que caíram na região, como foi no último final de semana. Na época, a informação era de que o tempo de execução da obra dependia do período chuvoso.

Além do início das obras na região da 44, as chuvas do dia 23 de setembro fizeram com que a Seinfra também realizasse uma limpeza geral do canal do Córrego Botafogo e uma vistoria em todo o trecho que liga a região central ao sul da capital. Não foi verificada, após a tempestade, outros focos erosivos de grande monta, mas entupimentos de galerias pluviais, o que gerou queda de um muro de um condomínio residencial e <a href="https://opopular.com.br/cidades/prefeitura-de-goiania-abre-pacote-de-ac-es-contra-alagamentos-1.3321435" target="_self">alagamentos</a> na região do Complexo Viário Jamel Cecílio e da Avenida Independência. A via foi interditada em razão do evento climático e novas chuvas estão previstas para esta semana.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/veja-pontos-da-marginal-botafogo-e-rua-87-onde-ser-o-instaladas-cancelas-e-barreiras-automaticas-durante-chuvas-fortes-1.3318472" style="font-size: 12px;" target="_self">Veja pontos da Marginal Botafogo e Rua 87 onde serão instaladas cancelas e barreiras automáticas durante chuvas fortes</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/cratera-na-marginal-botafogo-cresce-durante-obras-1.3322198" style="font-size: 12px;" target="_self">Cratera na Marginal Botafogo cresce durante obras</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/prefeitura-de-goiania-abre-pacote-de-ac-es-contra-alagamentos-1.3321435" style="font-size: 12px;" target="_self">Prefeitura de Goiânia abre 'pacote' de ações contra alagamentos</a></div>

No último final de semana, as chuvas que caíram na região da Marginal Botafogo fizeram com que fosse possível ver processos erosivos na região da Avenida 2ª Radial, que é o prolongamento da via inaugurado em maio de 2022. Há buracos em um local próximo à ponte da própria 2ª Radial, por exemplo. No domingo (19), uma máquina da Seinfra realizou a limpeza do canal do Córrego Cascavel na região do Complexo Viário da Jamel Cecílio. A Seinfra não respondeu à reportagem sobre novos pontos de erosão na Marginal Botafogo em decorrência das chuvas no último final de semana.

Obra na Marginal Botafogo deve seguir por mais 15 dias

Frente fria

O número de <a href="https://opopular.com.br/cidades/cancelas-ser-o-instaladas-em-vias-de-goiania-para-impedir-trafego-quando-houver-temporal-1.3317649" target="_self">pontos de alagamento em Goiânia</a> mais que dobrou nos últimos dez anos, mostrando a dificuldade das últimas gestões em gerir a questão da drenagem urbana conforme a cidade cresce. Atualmente, em toda a capital, os pedestres, motoristas e motociclistas devem evitar pelo menos 135 <a href="https://opopular.com.br/cidades/chuva-forte-e-ventos-de-mais-de-40-km-h-deixam-pessoas-ilhadas-derrubam-arvores-e-alagam-ruas-em-goiania-video-1.3193785" target="_self">trechos de ruas durante temporais</a>, quando as chuvas passam de 25 milímetros, em razão de alagamentos e enxurradas. Em 2015, a Prefeitura iniciou o ano apontando 38 pontos alagáveis e, em novembro, anunciou que eram 57 os locais de perigo à população. Ou seja, em uma década, a quantidade de pontos de alagamento teve um aumento de 136% na cidade.

O mapeamento, em ambos os casos, é da <a href="https://opopular.com.br/cidades/paco-e-defesa-civil-fazem-blitz-para-orientar-goianiense-a-evitar-alagamentos-1.3324155" target="_self">Defesa Civil de Goiânia</a>, e é realizado a partir de observações de agentes do órgão e apoio da Guarda Civil Metropolitana (GCM) e também informações da imprensa e demais órgãos. O documento atualizado mostra que a região Oeste da capital é a que mais possui ruas perigosas, com 27 locais, seguida da região Central e Sul, ambas com 19 pontos. Válido explicar que o levantamento cita o local exato do alagamento, podendo ser mais de um em uma mesma avenida.

A Avenida Anhanguera é a que mais possui pontos de alagamentos – <a href="https://opopular.com.br/cidades/delegacia-de-meio-ambiente-cobra-melhorias-em-rede-de-drenagem-1.3232113" target="_self">cinco, sendo três</a> na região do Mendanha, um na região central e um na região leste. A via alaga na região do Parque Lago das Rosas, no Setor Aeroporto; também próximo ao viaduto da BR-153, na Vila Bandeirante; na região oeste, no Setor Aeroviário (ponte sobre o Córrego Cascavel), no Setor Santos Dumont (rotatória do Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira, o Hugol) e no Bairro Capuava. A Marginal Botafogo, por exemplo, em que sempre ocorrem alagamentos em sua extensão, é citada duas vezes no <a href="https://opopular.com.br/cidades/prefeitura-de-goiania-abre-pacote-de-ac-es-contra-alagamentos-1.3321435" target="_self">relatório da Defesa Civil</a>. A primeira delas é na região do Complexo Viário da Jamel Cecílio, cuja construção foi finalizada em 2022, e nas proximidades da Avenida Independência. Em ambos os locais, porém, há a marcação em vermelho no relatório, o que indica pontos de maior perigo.

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Área com constantes inundações na Rua Nonato Mota, na Vila Redenção (Wesley Costa / O Popular)

Além dos dois locais citados acima como mais perigosos, a Defesa Civil aponta outros oito nesta mesma categoria, formando os dez locais com maior risco aos motoristas durante os temporais na cidade. Desses, quatro estão na região sul, onde há maior adensamento urbano, sendo um deles o da Marginal Botafogo com a Jamel Cecílio. Outro ponto é na Avenida 3ª Radial, no Setor Pedro Ludovico, entre a Rua 1.059 e o Jardim Botânico, onde em janeiro de 2018 o motociclista Rodrigo Teixeira Chaves, de 42 anos, morreu ao ser derrubado durante uma chuva e cair em um bueiro. Também é apontado como de alto risco a Rua Nonato Mota, na Vila Redenção, que também foi palco de uma tragédia, em 2015, quando Luz Marina Vargas Bueno, de 35, morreu ao tentar cruzar a via, que tem uma ponte de ligação entre o bairro e o Pedro Ludovico. Ela estava na garupa da moto do marido Ediarlei Ramos, que também faleceu no ocorrido.

A Defesa Civil Municipal <a href="https://opopular.com.br/cidades/celulares-de-cidades-em-goias-receber-o-mensagem-de-teste-de-desastre-de-grande-perigo-no-proximo-sabado-1.3317174" target="_self">também coloca como de maior risco</a> a pedestres, motoristas e motociclistas a Avenida José Leandro da Cruz, no Parque Amazônia; a Rua 87 com a Avenida Cora Coralina, no Setor Sul; a Avenida Francisco Alves de Oliveira, no Parque Industrial João Braz, próximo ao Córrego Cavalo Morto; a Avenida Gabriel Henrique, no Residencial Goiânia Viva, no Córrego Taquaral; além de duas ruas no Setor Finsocial, a VF-82 e a VF-92, ambas sobre o Córrego Fundo.

Outro ponto colocado como destaque no documento é a Avenida H com a Avenida Jamel Cecílio, no Jardim Goiás, em que há a citação como um local em análise pelos técnicos da Defesa Civil. O lugar é historicamente alagável durante as chuvas na capital, ficando até mesmo interditado algumas vezes. Porém, o ponto recebeu obras durante a gestão Rogério Cruz (SD). As próximas tempestades na região servirão para avaliar se foi possível sanar o problema ou se ainda há risco para trafegar pelo local durante as chuvas.

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Crescimento

O último levantamento da Defesa Civil havia sido realizado entre os anos de 2021 e 2022, quando foram apontados 109 locais passíveis de alagamentos. Na época, a região sul era a que mais tinha problemas, com 29 locais citados, seguido das regiões Campinas/Centro, com 23; e oeste, com 18. As mudanças ocorrem em razão de ações da Prefeitura nos pontos específicos, como obras de drenagem, por exemplo, enquanto o aumento dos pontos de alagamentos ocorre pelo crescimento das áreas impermeáveis, do adensamento urbano e da ocupação de áreas de proteção permanente, como as margens dos córregos.

É válido ressaltar que a lista dos pontos de alagamento difere da relação, feita também pela Defesa Civil Municipal, das áreas de risco. No primeiro caso, o relatório leva em consideração locais que devem ser evitados durante os temporais, como alerta mais para motoristas, motociclistas e pedestres. Já a listagem das áreas de risco, o levantamento considera locais que possuem moradias que correm risco de queda, por erosões, enxurradas ou outras situações – o que também pode elevar o risco durante as chuvas, mas não necessariamente.

No caso das áreas de risco, o último levantamento publicado pela Prefeitura foi em outubro de ano passado, com 32 locais. Nesse relatório, não há uma indicação exata do endereço apontado, sob a justificativa, à época, de que poderia causar a desvalorização dos imóveis e prejudicar os proprietários na região. Assim, são divulgados apenas os bairros. Segundo a Defesa Civil, um novo levantamento das áreas de risco na capital já está em curso e um relatório prévio apontou a presença de 76 lugares nesta situação. O documento deve ser divulgado no primeiro semestre de 2026.

<div attr-cid="policy:1.3323444" attr-version="policy:1.3323444:1760366135" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3323444" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3323444', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3323444">Frente fria (1.3323444)</a></div>

<h2>Placas de sinalização nos locais devem ter reposição</h2>

Em 2015, quando o número de pontos de alagamento identificados pela Defesa Civil Municipal em Goiânia era de 57, o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) recomendou à Prefeitura que fossem instaladas placas de sinalização nos locais, informando os motoristas que se tratava de uma área perigosa durante os temporais. Na época, com o atendimento da recomendação, o Paço Municipal chegou a instalar a sinalização em 65 pontos, que seriam de alerta. Porém, com o passar das gestões, não houve a renovação dessas placas e, quando elas iam se deteriorando, não houve a reposição.

De acordo com a Secretaria Municipal de Engenharia de Trânsito (SET), já há uma determinação do prefeito Sandro Mabel (UB) para a reposição das placas de informação nos pontos em que não tiver a sinalização. A SET informa que “realizou mapeamento técnico e identificou a necessidade de reforço na sinalização de alerta para pontos de alagamento da capital, e o processo já está em andamento para a renovação da sinalização que se encontra deficitária e também para a implantação de novas unidades em áreas que demandam reforço”.

A secretaria complementa que “as novas placas estão em fase de confecção e começarão a ser instaladas em breve”. Esta ação, de acordo com a pasta, tem como objetivo “garantir mais segurança aos motoristas e pedestres durante o período chuvoso, além de fortalecer o trabalho de prevenção e mitigação de riscos viários realizado pela Prefeitura”. A reportagem do POPULAR esteve em 9 dos 135 pontos listados pela Defesa Civil e, em 7 deles, não havia a informação de ser uma área de alagamento, como nas avenidas Feira de Santana e José Leandro da Cruz, ambas no Parque Amazônia, os pontos da Marginal Botafogo e outros.

Porém, foi encontrada a placa de sinalização na Avenida 2ª Radial, no Setor Pedro Ludovico, mesmo que não se tenha o local na lista da Defesa Civil Municipal, e na Rua Nonato Mota, na Vila Redenção. Por outro lado, é possível que a sinalização seja de alerta aos motoristas que desejam acessar a Marginal Botafogo, já que no local, logo adiante, no cruzamento com o Complexo Viário da Jamel Cecílio, é um ponto de alagamento de alto risco. Não há, em contrapartida, essa informação de que o problema seria a Marginal Botafogo, o que pode confundir os motoristas e moradores locais.

Nesta semana, a Defesa Civil e a SET iniciaram a Operação Tempo Fechado, em que os dez pontos de maior risco de alagamento receberão blitzen com a entrega de folhetos informativos sobre o risco de trafegar nos locais durante as chuvas. A intenção é realizar uma ação por semana em cada um dos locais. Sobre a realização de ações para conter, minimizar ou resolver os alagamentos na cidade, a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) informa que estão em construção as redes de drenagem e pavimentação do Bairro Feliz, do Parque Flamboyant, no Jardim Goiás, e nas Chácaras São Joaquim. Neste ano, a pasta retirou 586.421,29 toneladas de entulho da rede de drenagem, o que auxilia na vazão da água pluvial durante as chuvas.

Também foi realizada uma ação pontual no último final de semana, na Avenida 87, no Setor Sul, que consta na lista de pontos de alagamento, com a retirada de 15,4 toneladas de entulho da rede de drenagem. “Foram realizadas neste ano 48 contenções de erosões em diferentes pontos da capital. Está em andamento a recuperação de talude e de processo erosivo da Marginal Botafogo, Setor Norte Ferroviário”, considera a Seinfra, ao completar que foram realizadas 41 obras de drenagem na cidade, como extensões de rede. “O trabalho de recuperação e manutenção da rede de drenagem é realizado todos os dias, em atendimento às demandas ou por necessidade”, informa a pasta.

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Goiânia mais que dobra pontos de alagamento em dez anos

Sem apresentar cronograma claro nem planejamento para obras de recapeamento, a Prefeitura de Goiânia executou em torno de 10% da meta apresentada por Sandro Mabel (UB), que promete recuperar 800 quilômetros (km) de asfalto e movimentar R$ 600 milhões em recursos. Informações da Secretaria de Infraestrutura de Goiânia (Seinfra) contabilizam mais de 90 quilômetros de vias recapeadas em 2025 em 40 bairros.

O anúncio mais recente foi nesta quarta-feira (8), com a assinatura da ordem de serviço para obras de R$ 8 milhões na região central. A nova etapa vai passar por 30 quilômetros de trechos, incluindo vias de ligação entre bairros e corredores de transporte coletivo. O prazo de execução é de 75 dias, segundo o cronograma da Seinfra.

Outros serviços ocorrem nas regiões oeste, noroeste, leste e central, de microrrevestimento superficial a recapeamento profundo. A promessa é melhorar a mobilidade e reduzir os custos de manutenção. Porém, o discurso esbarra em lacunas de transparência e planejamento, que dificultam acompanhamento do programa e impactam a eficiência do investimento.

No ato, na Praça Santos Reis, Mabel disse que a prioridade são ruas com tráfego intenso, especialmente as de linhas de ônibus. “Algumas vias precisam de reparos profundos, de até cinco centímetros. Outras terão só microrrevestimento. Onde estiver em bom estado, não vamos mexer, para aproveitar melhor os recursos”, declarou.

A fala reflete a estratégia de selecionar ruas em pior estado, em vez de promover recapeamento em áreas contínuas. O método é apresentado como forma de ampliar o alcance da obra. Segundo a Prefeitura, o plano já beneficiou 81 ruas do Jardim Novo Mundo, além de vias nos setores Rodoviário, Cidade Jardim, Coimbra, Marechal Rondon, Aeroporto, Vila Nova e Vila Morais. Ao todo, 34,34 km. Outras frentes atuaram nas regiões oeste e noroeste, com 14,77 km pavimentados nos bairros Tremendão, Jardim Curitiba, Novo Planalto, Finsocial, Bairro Goiá e Solange Park. No eixo norte e leste foram recuperados 13,44 km, incluindo 2,5 km da Avenida Vera Cruz, no Jardim Guanabara, e 2,6 km da Rua dos Guatambus, no Barravento.

A Prefeitura estima concluir 30% das obras até o início das chuvas. “Vai depender de Deus também, porque o período chuvoso reduz o ritmo”, admitiu o prefeito. Nas regiões em obras, motoristas e moradores relatam transtornos com interdições parciais e falhas na sinalização. Mabel diz que as interrupções são rápidas, “por poucas horas”. Em nota a Secretaria Municipal de Engenharia de Trânsito (SET) conta que a execução das obras é acompanhada por agentes de trânsito, que nos horários de pico orientam sobre rotas alternativas e eventuais desvios.

Além do recapeamento, o programa inclui a requalificação do Corredor da Avenida T-7, que liga a Praça Cívica ao Terminal Bandeiras e integra o sistema de transporte coletivo. Também estão em andamento as obras da alça de acesso da BR-153 à Ceasa, voltadas ao escoamento de carga.