A mais antiga, resistente e significativa associação religiosa da cidade de Goiás completa neste sábado (5) 280 anos de existência. A Venerável Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Passos é a grande responsável pela preservação das tradições católicas na antiga capital, arregimentando para seus quadros centenas de pessoas num vigoroso movimento devocional. É no período quaresmal que a entidade evidencia a sua presença, em especial na Semana dos Passos, quando realiza de maneira fidedigna todas as representações trazidas em 1745 pelo padre espanhol João Perestello de Vasconcelos Spíndola, o criador da instituição e introdutor das celebrações da Semana Santa na cidade que chega este ano aos 298 anos.&nbsp;

Embora desde o início da Quaresma a Irmandade realize às sexta-feiras uma missa em sua sede, a Igreja de São Francisco de Paula, com execução dos motetos - cânticos litúrgicos - é a partir deste sábado (5) que o vilaboense mostra toda a sua devoção ao Senhor Jesus dos Passos relembrando o caminho percorrido por Cristo desde a condenação até o sepultamento numa série de três procissões, dentro da Semana dos Passos. Mais do que um movimento litúrgico, as procissões que revivem a Via Crucis sedimentaram fortemente um valor estético e cultural à cidade de Goiás no período quaresmal. Para os integrantes da Irmandade, ou apenas “irmãos”, o panorama cênico possui um único propósito: a fé.

Para o autor da obra Nos Passos da Paixão: a Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Passos em Goiás, que assina com o professor Clóvis Carvalho Britto, e da dissertação de mestrado A Irmandade dos Passos e a Formação da Identidade Cultural da Cidade de Goiás, Rafael Lino Rosa, ex-provedor, “a Irmandade dos Passos é responsável pela representação simbólica e evocação mística do sacrifício de Cristo, dando sentido pleno à vida religiosa da comunidade”. Uma ação que ensina e encena a mensagem evangélica da morte e ressurreição. Para Rafael Lino, se existe um jeito de ser vilaboense, a Irmandade dos Passos está presente. “A Irmandade, a Igreja e o Santo fazem parte dos processos de subjetivação da cultura vilaboense.”

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Surgidas na Idade Média, as irmandades são associações de fiéis devotos a um santo. Muito presentes em Portugal e na Espanha, chegaram ao Brasil com a expansão marítima tornando-se um sólido elemento no processo de evangelização. Formadas por leigos, atendem as normas da Igreja Católica, entretanto, os embates com o clero não são incomuns. No país são inúmeras delas, como a do Santíssimo Sacramento, que desapareceu na cidade de Goiás, mas persiste em Pirenópolis, e é a confraria religiosa pioneira em Goiás. Ex-provedor da Irmandade do Senhor dos Passos, Fernando Cupertino lembra que as primeiras irmandades eram confrarias de homens brancos. Mais tarde surgiram outras como a Irmandade dos Homens Pretos, devotos de Nossa Senhora do Rosário, e dos Homens Pardos, dedicados à Nossa Senhora das Dores.

Somente a Irmandade do Senhor dos Passos resistiu na cidade de Goiás. Seu atual provedor, Leonnardo Vinicius Campelo, no segundo mandato, estima em 500 “irmãos” cadastrados e aguardados para as celebrações do padroeiro. A programação da Semana dos Passos começou na segunda-feira (30), com missas e confissões. Na sexta-feira (4), na sede da Irmandade, houve celebração pelos 280 anos e a entrada dos novos irmãos. O prefeito da cidade de Goiás, Aderson Gouvea, assinou o decreto que reconhece a confraria religiosa como Patrimônio Imaterial do Município. Proposta semelhante, em nível estadual, tramita na Assembleia Legislativa de Goiás.

<h2>Igreja de São Francisco de Paula é a sede da Irmandade</h2>

Um dos aspectos curiosos da longevidade da Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Passos é que ela nasceu dentro da Catedral de Sant’Ana. Em razão da fragilidade do templo que ruiu várias vezes, em 1870 a sede da confraria foi transferida provisoriamente para a Igreja de São Francisco de Paula e nunca mais saiu de lá. Além de abrigar a sala do conselho, que acaba de ganhar um painel com nomes de todos os provedores, também fica na igreja o objeto mais sagrado, a imagem de Nosso Senhor dos Passos. Leonnardo Vinícius Campelo conta que a Irmandade está trabalhando para estruturar um museu próprio.&nbsp;

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Igreja de São Francisco de Paula abriga a imagem de Nosso Senhor dos Passos e a sala do conselho da Irmandade ( Diomício Gomes / O Popular)

O provedor destaca a importância da Irmandade na cultura religiosa vilaboense. “Se não fosse ela, não teríamos a Semana Santa que nós vemos atualmente.” A programação é elaborada por representantes da Catedral, do Santuário de Nossa Senhora do Rosário, da Irmandade e da Organização Vilaboense de Artes e Tradições (OVAT), mas são os “irmãos”, com suas vestimentas roxas, alusivas ao período quaresmal, e adereços característicos que se destacam nas celebrações.

<h2>Escultura veio para Goiás em ombros de escravos&nbsp;</h2>

Não se sabe quando a imagem do Senhor Bom Jesus dos Passos chegou à cidade de Goiás. “A tradição oral diz que ela veio da Bahia em ombros de escravos e há registros de que Veiga Valle foi contratado no século 19 para fazer uma nova carnação, dando a ela as feições que tem hoje”, conta o ex-provedor da Irmandade, Fernando Cupertino. Com quase 2 metros de altura, a escultura ganhou olhos de vidro e pedrinhas que imitam gotas de sangue. “Acredito que ela foi toda refeita por Veiga Valle porque a expressão e a anatomia são deslumbrantes.”&nbsp;

Natural de Meia Ponte, atual Pirenópolis, José Joaquim da Veiga Valle mudou-se para a cidade de Goiás aos 34 anos, se tornou um dos mais destacados artistas sacros da província e integrou a Irmandade do Senhor dos Passos. Muitas de suas obras estão hoje no Museu de Arte Sacra da Boa Morte, na antiga capital.

<h2>Como integrar a Irmandade</h2>

É difícil encontrar na cidade de Goiás uma família católica que não tenha membros na Irmandade do Senhor dos Passos. A partir dos 18 anos, a pessoa, homem ou mulher, pode solicitar o seu ingresso. Ela recebe um papel com todas as informações necessárias. É exigido o batismo na Igreja Católica, o compromisso de participar das cerimônias litúrgicas e usar as indumentárias da confraria. Aceitas as exigências estatutárias, há um processo que envolve pregação do capelão da Irmandade e as explicações do provedor sobre a associação. Tudo isso ocorre na Semana dos Passos. A entrada efetivamente é na sexta-feira, um dia antes da festa do padroeiro.&nbsp;

Todo membro da Irmandade paga uma anuidade de 60 reais. Na entrada, o valor é maior, este ano o custo é de 150 reais. O provedor Vinicius Campelo explica que 20 reais são direcionados para o pagamento do emblema, 20 para o diploma, 60 da anuidade e 50 reais para o que internamente chamam de “jóia”, a urna funerária. Parte do recurso arrecadado - com exceção da parte funerária - é destinado no final do ano para uma entidade filantrópica.&nbsp;

Mulheres&nbsp;

Embora seja uma associação com um perfil predominantemente masculino desde o seu surgimento, atualmente, de acordo com o provedor Vinícius Campelo, as mulheres são a maioria dos cerca de 500 membros. Nenhuma delas ocupou o cargo maior na direção nos 280 anos da Irmandade e ainda hoje, uma das cerimônias mais emblemáticas da confraria não conta com a presença feminina. Trata-se do ritual do Encerro, realizado a portas fechadas no Sábado de Passos, no interior da Igreja São Francisco de Paula, quando um grupo de “irmãos” se reúne com o objetivo de preparar a imagem do Senhor dos Passos para as três procissões seguintes.&nbsp;

A imagem é retirada do nicho principal, também chamado de camarim, e colocada no andor. Além da limpeza, ela recebe novas vestimentas e cabeleira (peruca). Também é colocada uma cruz de tamanho natural, maior do que aquela vista durante todo o ano no espaço habitual.&nbsp;

“Após ser encerrada por um baldaquim, pano roxo que cobre toda a imagem, os ‘irmãos’ fazem uma oração e o sino é dobrado para anunciar que o Cristo está preso”, detalha o provedor. Este é o momento que antecede a Procissão do Depósito. No domingo, no Santuário do Rosário, são também os homens que retiram o baldaquim antes da Procissão do Encontro.&nbsp;

Depois dos conflitos

Embora tenham tido papel decisivo na formação do catolicismo brasileiro, a irmandades - muitas delas resistem em todo o território nacional - se fortaleceram de forma autônoma em relação à Igreja. E os conflitos sempre existiram desde os tempos coloniais. Há na história inúmeros registros de reações dos “irmãos” às intromissões da autoridade eclesiástica. Na cidade de Goiás, com a resistente Venerável Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Passos, não foi diferente. “A vida inteira as Irmandades tiveram rusgas com o clero”, confirma Fernando Cupertino.&nbsp;

Num passado recente, não era muito saudável a relação entre a Irmandade e dom Tomás Balduíno que durante os mais de 30 anos à frente da Diocese de Goiás procurou implementar as recomendações do Concílio Vaticano II e da Conferência de Medellín, ou seja adequou a sua Igreja à realidade do povo pobre e sofrido, movimento batizado de teologia da libertação. Dom Tomás criou a Comissão Pastoral da Terra e o Conselho Indigenista Missionário e foi uma das mais robustas vozes em prol dos direitos humanos. Enquanto bispo, dom Tomás não costumava frequentar a sede da Irmandade.&nbsp;

“Eu vivi essa época. Como provedor, selei as pazes com dom Tomás. Fiz o convite a ele para pregar o retiro dos ‘irmãos’. Ele se espantou, mas foi e as coisas se engrenaram. Ele entendeu que não adiantava lutar contra a tradição, era melhor usar ela para fazer a evangelização”, lembra Fernando Cupertino.

Depois disso, entre 2011 e 2013, dom Eugène Rixen, que sucedeu dom Tomás Balduíno e hoje é bispo emérito da Diocese de Goiás, foi o provedor da Irmandade. A confraria religiosa possui um capelão próprio, definido pelo bispo, atualmente, dom Jeová Elias Ferreira. Passado o tempo de rusgas, a programação da Semana Santa é preparada em conjunto pela Diocese, pela Catedral de Sant’Ana, pela Ovat e pelo Santuário do Rosário.&nbsp;

<h2>Som grave do sino</h2>

Em meio às celebrações de seus 280 anos, a Venerável Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Passos tem outro motivo para comemorar. Em dezembro deste ano completa cem anos que a Igreja de São Francisco de Paula, sede da confraria, ganhou o seu sino, até agora, antes da chegada do Vox Patris (Voz do Pai), de Trindade, o maior de Goiás. Com 556 quilos, ele é bem menor do que o sino encomendado pela congregação redentorista para o novo Santuário do Divino Pai Eterno, que possui 55 toneladas, mas para a Irmandade, ele é carregado de simbolismo. Além de possuir o som mais grave de todos os sinos da cidade de Goiás, está intrinsecamente ligado aos ofícios religiosos e sociais da associação.&nbsp;

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Sino dos Passos convoca a cidade para os ofícios litúrgicos ( Diomício Gomes / O Popular)

Leonnardo Vinícius Campelo, o atual provedor, localizou nos arquivos da Irmandade a ata de compra do sino assinada pelo então provedor Agenor Alves de Castro. “Foi uma verdadeira novela a vinda desse sino”, conta rindo. Em fevereiro de 1925, o provedor comunicou à mesa diretora e ao conselho da Irmandade que tinha interrompido a encomenda do sino a uma fundição paulista porque havia um exemplar da matriz de Pilar de Goiás que estava à venda. Ao chegar na antiga cidade do norte do estado, o encarregado de fazer a negociação, percebeu que o sino estava estragado e a compra não prosperou. Em junho daquele ano, a Irmandade autorizou a aquisição de um sino novo de 11 arrobas (165 quilos), ao custo de 11 mil réis o quilo.

Em outubro de 1925 o responsável pela compra, Alencastro Veiga, comunicou que o sino estava pronto e o transporte para a cidade de Goiás custaria mil réis por quilo. O problema é que o sino estava muito mais pesado do que a encomenda. De 165 quilos passou para 556 quilos. Foi um alvoroço. Uma “subscrição”, hoje a nossa popular vaquinha, foi necessária entre os “irmãos” para garantir a chegada do sino e a construção da torre sineira adequada para abrigá-lo. O esforço foi compensado com o batismo do sino no dia 3 de dezembro de 1925 “debaixo de estrondosas manifestações e applausos dos presentes, tendo na occasião subido ao ar dezenas de foguetões”, conforme o registro em ata sobre o momento.&nbsp;

Desde a aquisição do sino, batizado de Sino dos Passos, ele tem cumprido com maestria a sua função de convocar a cidade para os ofícios litúrgicos e comunicar anúncios fúnebres. “O dobrar do sino na sede de sua Irmandade, todos os dias, ao meio-dia, é uma das tantas marcas constantes de sua presença e da sua existência. Sua existência cotidiana é focada na devoção e não na redenção social”, enfatiza Rafael Lino Rosa em sua dissertação de mestrado. O seu grave toque é mencionado em uma infinidade de obras literárias de vilaboenses, entre eles Cora Coralina.&nbsp;

A morte dos “irmãos” é anunciada pelo Sino dos Passos conforme o sexo. Os toques são distintos e, segundo o provedor Vinícius Campelo, toda a cidade já sabe identificar se quem morreu foi homem ou mulher. Se for um homem, são seis toques iniciais pausados no Sino dos Passos, seguidos de outros seis no sino menor do campanário da Igreja de São Francisco de Paula; se for mulher, os seis toques, também pausados, começam no sino menor e seguem de outros seis no Sino dos Passos, que tem som mais grave.&nbsp;

A esses anúncios fúnebres segue a mobilização dos “irmãos” para dar conforto à família do falecido(a). O provedor explica que, além de se responsabilizar pelo envio da urna funerária, a Irmandade vai ao velório para orações. “Está no estatuto. A Irmandade tem o dever de socorrer o falecimento do irmão e ir ao velório, paramentada, para rezar por ele. O irmão falecido também é lembrado em uma missa”, detalha Vinícius Campelo.

<h2>Nas procissões, a força devocional&nbsp;</h2>

A representação da Semana Santa perpetuada pela Irmandade do Senhor dos Passos na cidade de Goiás tem seu ponto alto nas três procissões que começam neste sábado (5). Com menor afluxo turístico, os cortejos se integram ao casario fortalecidos pela devoção da comunidade local.&nbsp; 
 
Procissão do Depósito - Sábado (5) - Sai da Igreja São Francisco de Paula após a missa das 19 horas. Todo o andor com a imagem do Senhor Bom Jesus dos Passos é coberto por um baldaquim roxo. A imagem é levada para o Santuário do Rosário onde irá pernoitar. Simboliza a ida de Jesus para o Horto das Oliveiras.&nbsp; 
 
Procissão do Encontro - Domingo (6) - Após a missa das 18 horas no Santuário do Rosário, a imagem do Senhor Jesus dos Passos é conduzida por homens em procissão até o Museu de Arte Sacra da Boa Morte onde encontra com a imagem de Nossa Senhora das Dores. É o encontro de mãe e filho que está a caminho do calvário. A procissão segue parando em pequenas capelas (Passos) que simbolizam a Via Sacra. Em cada parada são entoados os motetos. Na última parada, no Largo do Chafariz, o andor com o Senhor dos Passos faz uma parada, é cantado o moteto Filiae (filha) enquanto o andor dá uma volta de 360 graus. É o consolo para as mulheres de Jerusalém que choram por Jesus. A imagem retorna para o Santuário do Rosário.&nbsp; 
 
Procissão da Trasladação - Segunda-feira (7) - Após a missa das 19 horas no Santuário do Rosário, a imagem do Senhor Bom Jesus dos Passos é levada de volta para a Igreja São Francisco de Paula de onde só sairá no ano seguinte. Antes de subir as escadarias, o andor é depositado no chão, coberto de pedrinhas que são disputadas por fiéis por estarem “abençoadas”.&nbsp;

A programação da Semana Santa na cidade de Goiás pode ser conferida no Instagram: @irmandadedosenhordospassos, @diocesedegoias, @santuariodorosario, @ovat_1965 e @aconteceemgoyaz

Responsável pela mais antiga devoção de Goiás, associação completa 280 anos

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Catolicismo

Galeria de fotos - Procissão do Fogaréu 2025

A tradicional Procissão do Fogaréu foi realizada na madrugada desta quinta-feira (17), entre as ruas de pedra da cidade de Goiás. A encenação, que marca o início das celebrações da Semana Santa, reuniu farricocos, músicos e um público estimado em 40 mil pessoas, segundo os organizadores.

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Em 2025, o evento completou 280 anos de história e celebrou também os 60 anos da Organização Vilaboense de Artes e Tradições (Ovat), responsável pelo resgate e pela revitalização dessa importante manifestação cultural.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/prociss-o-do-fogareu-celebra-280-anos-levando-60-farricocos-e-uma-multid-o-na-cidade-de-goias-1.3253530" target="_blank">Procissão do Fogaréu celebra 280 anos levando 60 farricocos e uma multidão na cidade de Goiás</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/fogareuzinho-atrai-visitantes-e-moradores-na-cidade-de-goias-1.3253392" target="_blank">Fogareuzinho atrai visitantes e moradores na cidade de Goiás</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/pela-primeira-vez-prociss-o-do-fogareu-reune-60-farricocos-na-cidade-de-goias-1.3252975" target="_blank">Pela primeira vez, Procissão do Fogaréu reúne 60 farricocos na cidade de Goiás</a></div>

<h4>📸 Confira a galeria de fotos da Procissão do Fogaréu 2025:</h4>

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Veja galeria de fotos da Procissão do Fogaréu que celebra 280 anos

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TRADIÇÃO

Dentro de alguns dias, a cidade de Goiás recebe milhares de turistas para as celebrações da Semana Santa, que começam no dia 13 de abril. Quem passar pelo Mercado Municipal, no entanto, terá uma triste surpresa: novamente a escultura da poetisa Leodegária de Jesus, instalada no pátio interno, foi alvo de vandalismo. O fato ocorreu na noite do último sábado (5), segundo a Secretaria Municipal de Turismo e Desenvolvimento Econômico, e o autor já foi identificado.

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Na imagem é possível ver que a escultura está sem a cabeça, fruto de um golpe com o joelho que sofreu do autor, um rapaz que é menor de idade. Ele estava acompanhado de outras pessoas que não depredaram a obra, todos moradores da cidade. O rapaz foi identificado pelas câmeras de segurança do mercado e uma investigação está em curso.&nbsp;

“Fizemos uma denúncia e os avós do responsável já entraram em contato com a Secretaria de Cultura e com a Secretaria de Turismo se retratando. Ainda assim, vamos seguir com o processo”, comenta a secretária municipal de turismo, Rosimeire Barroso Rodrigues.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/cora-coralina-a-poesia-que-atravessou-o-tempo-1.3250750" target="_blank">Cora Coralina: a poesia que atravessou o tempo</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/leodegaria-de-jesus-ganha-exposic-o-para-celebrar-135-anos-de-seu-nascimento-1.3162380" target="_blank">Leodegária de Jesus ganha exposição para celebrar 135 anos de seu nascimento​</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/cidade-de-goias-faz-reparac-o-historica-a-leodegaria-de-jesus-1.3152203" target="_blank">Cidade de Goiás faz reparação histórica a Leodegária de Jesus​</a></div>

Em maio de 2023, tanto a imagem de Leodegária quanto a de Cora Coralina, instalada logo ao lado, foram completamente destruídas. Após avaliação do criador das obras, o artista plástico Carlos Antônio Silva, foi constatado que não seria possível fazer a restauração das esculturas. Outras duas esculturas das poetisas foram feitas do zero e instaladas novamente no banco localizado em frente à Livraria Leodegária.

O artista deve ir até a cidade de Goiás nos próximos dias para avaliar a possibilidade de restauração da escultura de Leodegária de Jesus. “É provável que não seja possível restaurar a obra pela maneira que a cabeça dela foi retirada, infelizmente. A escultura foi degolada e o restante da estrutura rachou”, comenta Rosimeire, que destaca que a avaliação final será feita por Carlos Antônio Silva e a Secretaria de Cultura.&nbsp;

Patrimônio 
A secretária de turismo da cidade de Goiás lamenta que o episódio de vandalismo tenha se repetido em um período de menos de dois anos, especialmente por toda a simbologia da imagem de Leodegária e do Centro Histórico vilaboense. “Falou-se até mesmo em vandalismo com motivação racial”, comenta. Em 2023, o responsável pela depredação das obras foi identificado e preso em flagrante, autuado pelo crime de dano qualificado.&nbsp;

Entre as mulheres negras que fazem parte da história da literatura brasileira, Leodegária de Jesus (1889 - 1978) possui lugar de destaque. Nascida em Caldas Novas apenas 12 dias antes de Cora Coralina, foi a primeira mulher a publicar no Estado. Morou na Cidade de Goiás no início do século 20, quando ainda era a capital, na casa de número 9 da antiga Rua das Violas, atual Rua Senador Caiado. Hoje, no local funciona o espaço cultural e residência artística Casa de Leodegária, reformada em 2018.&nbsp;

De autoria do artista plástico Carlos Antônio Silva, ceramista de Aparecida de Goiânia especializado em fisionomias, as esculturas&nbsp; das poetisas vilaboenses Cora Coralina e Leodegária de Jesus integram a obra chamada Memória de Uma Amizade, que celebra a história das duas e que foi inaugurada durante a programação do Encontro de Poesia e Artes, em 2019, que celebrou os 130 anos de nascimento das duas escritoras.

Desde que foram instaladas no local, as esculturas tiveram que passar por alguns pequenos restauros por conta de estragos deixados por turistas que deixam as crianças subirem nas obras, que são bem frágeis. Desde então, um trabalho de educação patrimonial foi iniciado nas escolas da cidade para reiterar o que as obras simbolizam.

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Escultura de Leodegária de Jesus é novamente alvo de vandalismo na cidade de Goiás

ANTIGA CAPITAL

Uma tela com mais de nove metros de largura, projetor com qualidade 4k, amplificadores de som e outros mais de 50 equipamentos tecnológicos para aproveitar filmes em sessões de cinema modernas e cheias de estilo. É essa a nova cara do Cine Teatro São Joaquim, na cidade de Goiás, que inaugura nesta quarta-feira (19) as instalações de novos materiais audiovisuais com investimento de R$ 831 mil oriundos da Lei Federal Paulo Gustavo.

<a href="http://opopular.com.br/canal" style="color: rgb(0, 85, 128); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; outline: 0px; outline-offset: -2px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp&nbsp;</a>

O histórico espaço cultural ganhou equipamentos de última geração para garantir uma experiência cinematográfica mais moderna. Com 167 anos desde a inauguração, o Cine Teatro São Joaquim já serviu de local para inúmeros projetos culturais e é o principal palco do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica). Neste ano, o evento acontece entre os dias 10 e 15 de junho.

“Este espaço, que sempre foi um ponto de encontro para as artes, agora se reinventa com tecnologia de ponta, ampliando sua capacidade de encantar e reunir a comunidade com entretenimento e arte”, afirma a secretária de Estado da Cultura, Yara Nunes. A gestora reitera que, além de oferecer à população de Goiás um cinema de qualidade, essa modernização fortalece a importância da unidade como um polo cultural multifuncional.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/secult-goias-abre-agendamento-para-atividades-culturais-em-seus-espacos-para-2025-1.3210872" target="_blank">Secult Goiás abre agendamento para atividades culturais em seus espaços para 2025</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/produc-o-goiana-leva-cinco-trofeus-no-fica-2024-veja-lista-de-ganhadores-1.3146324" target="_blank">Produção goiana leva cinco troféus no Fica 2024; veja lista de ganhadores</a></div>

Entre os equipamentos instalados estão: um projetor com qualidade de 4K - Certificação DCI; uma lente de alto brilho; um novo servidor; um processador de áudio, seis caixas acústicas frontais; uma caixa acústica subwoofer, oito amplificadores de som; 34 caixas acústicas surround; um nobreak 6kva; um pedestal para projetor digital; um rack para som; dois microfones sem fio; um computador Desktop, e uma tela motorizada de 9,25 metros de largura por cinco de comprimento.

O projeto do cinema inclui a instalação de sistemas de projeção e sonorização de ponta. Há também uma nova infraestrutura que garantirá maior conforto e acessibilidade ao público, com uma programação que será complementar às atividades e agendamentos do teatro. Com a curadoria do Cine Cultura, localizado na Praça Cívica, no Centro de Goiânia, o cinema será voltado para um circuito alternativo, com uma agenda que incluirá estreias nacionais, lançamentos, exposições de filmes goianos, produções populares e atrações de grandes filmes.

<h2>Programação</h2>

A reabertura oficial da sala de cinema está marcada para o dia 4 de abril, com a programação do final de semana se estendendo até 6 de abril. Depois, o cinema volta entre os dias 18 e 20 de abril, durante o feriado da Semana Santa.

Para a estreia da reabertura, o cinema apresenta o longa-metragem Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, vencedor do Oscar 2025 de Melhor Filme Internacional. Também será exibido Oeste Outra Vez, de Érico Rassi, produção goiana vencedora do 52º Festival de Gramado. Também entram em cartaz Conclave, dirigido por Edward Berger, e Flow, de Gints Zilbalodis, vencedor do Oscar 2025 de Melhor Animação.

O cinema ganhou a requalificação em um projeto que começou em 2015, executado pela Prefeitura de Goiás, com recursos do Governo Federal em um investimento de R$ 10,09 milhões do PAC Cidades Históricas. Na época, a tela do cinema foi danificada no momento da instalação e, desde então, o local ficou sem um equipamento de cinema adequado para as exibições cinematográficas. “Todos os anos, durante o Fica, fazemos a locação da tela e de todo equipamento de exibição de filmes com um custo de cerca de R$ 180 mil”, reflete Nunes. ()

Cine Teatro São Joaquim passa por modernização e recebe equipamentos de ponta

Cidade de Goiás

VÍDEO SOCOS PM

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Um vídeo mostra uma troca de socos entre um homem e um policial militar durante uma confusão no carnaval da cidade de Goiás, na região noroeste do estado (assista acima). Em nota, a Polícia Militar informou que foi acionada para conter uma briga dentro de um estabelecimento comercial, mas os militares teriam sido agredidos ao chegarem ao local.

<cite>Durante a abordagem, os envolvidos apresentaram resistência e agrediram os policiais, sendo necessário o uso seletivo da força para controlar a situação", afirmou a nota da PM.</cite>

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Como os nomes dos envolvidos não foram divulgados, O POPULAR não conseguiu localizar a defesa deles para posicionamento até a última atualização desta matéria.&nbsp;&nbsp;

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O caso aconteceu na segunda-feira (3). Após a confusão, três pessoas foram levadas para a delegacia, passaram por audiência de custódia na terça-feira (4) e foram liberadas sem pagamento de fiança.&nbsp;

Nas imagens, policiais aparecem tentando conter a confusão entre foliões, mas acabam envolvidos nas agressões. Em determinado momento, um homem sem camisa se aproxima e começa a dar socos em um dos policiais, que revida.

<h2>Nota da Polícia Militar na íntegra:</h2>

Na cidade de Goiás, durante as festividades carnavalescas, uma equipe de policiamento foi acionada para intervir em uma briga dentro de um estabelecimento comercial. Durante a abordagem, os envolvidos apresentaram resistência e agrediram os policiais, sendo necessário o uso seletivo da força para controlar a situação. Após a contenção, os autores foram encaminhados à Delegacia de Polícia Civil, onde permaneceram à disposição para as providências legais cabíveis. 
A Polícia Militar do Estado de Goiás reafirma seu compromisso com a segurança e o bem-estar da população goiana.

Vídeo mostra homem e policial trocando socos durante o carnaval em Goiás

CONFUSÃO

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