No dia em que se esgotou o prazo para conclusão da retirada dos resíduos que desabaram em junho, a empresa responsável pelo Aterro Ouro Verde, em Padre Bernardo, solicitou prorrogação para finalizar a operação. Até o momento, a informação é de que 87% do total de resíduos foram removidos. Há preocupação com uma nova data, diante do início do período chuvoso.O deslizamento de pilha de resíduos no lixão foi registrado na manhã do dia 18 de junho, causando prejuízos à região. Os detritos contaminaram o Córrego Santa Bárbara, restringindo o uso da água pelos moradores locais. Nas primeiras semanas, houve intensa reclamação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), por causa da falta de atuação da empresa Ouro Verde. Contudo, em 11 de julho a responsável aceitou as condições de um termo de ajuste de conduta (TAC) com a pasta, se comprometendo com ações e prazos.No acordo, estava a retirada dos resíduos até esta segunda-feira (15), mas a ação definida ainda não foi finalizada. Do total estimado de 42 mil metros cúbicos (m³) de resíduos desmoronados, 36,7 mil m³ foram removidos – algo em torno de 87%. A pasta aponta que foram necessárias 4,5 mil viagens de caminhões para a retirada do detrito. Eles estão sendo depositados em uma área provisória, impermeabilizada, ainda no lixão. Dessa forma, a empresa solicitou à Semad um novo prazo. Na manhã desta terça-feira (16), uma equipe técnica da secretaria esteve no local para avaliar a situação e conversar com as comunidades que residem nas proximidades. O objetivo, diz a pasta, foi avaliar a situação da remoção do lixo e as condições estruturais para chegar a uma decisão sobre o pedido de dilação.Conforme o superintendente de Fiscalização e Controle Ambiental da Semad, Marcelo Sales, a atuação deve ser célere para evitar que os resíduos ainda não removidos sejam carregados para o curso hídrico com o início das chuvas. “Passado esse momento de retirada do lixo do manancial, precisamos correr para retirar os resíduos que estão na encosta de onde desceu o lixo do lixão, para que ele não desça para o manancial novamente quando iniciar o período chuvoso”, cita, em vídeo divulgado pela pasta durante a visita técnica.O gestor aponta ainda que têm ocorrido avanços na retirada dos detritos. “Não é uma situação ideal, o lixo ainda não está depositado num local definitivo, licenciado, mas já foi retirado da zona mais perigosa e drástica, que eram o Córrego Santa Bárbara e a grota que dá acesso ao manancial”. Até o momento, não há definição se um novo prazo deve ser concedido.A empresa Ouro Verde diz que todo o volume despejado no Córrego Santa Bárbara foi retirado e que agora “atua na remoção do volume excedente, resultante da mistura dos resíduos com o solo local durante o escorregamento, o qual já se encontra na fase final de retirada”. Aponta ainda que foram solicitados mais 15 dias para a conclusão da remoção.