A Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) autorizou a retirada de 72 árvores da Praça do Trabalhador cujas obras de revitalização se iniciaram no último dia 17. De acordo com a agência, todas possuem condições fitossanitárias comprometidas e 64 delas, das espécies sete-copas, pau-formiga, pau-ferro, ipê, jacarandá-mimoso, palmeira-rabo-de-peixe, já foram removidas. O Termo de Compensação Ambiental foi assinado com a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Seinfra) no último dia 28 de junho e o prazo para entrega do Projeto de Arborização Urbano termina no próximo dia 28.Presidente da Amma, Gilberto Marques Neto diz que, além das condições fitossanitárias, a retirada das árvores atende a uma obra de interesse público e garante que o novo projeto contemple a arborização necessária. A agência afirma que, para cada espécime extirpado, deverão ser plantadas dez exemplares nativos, os quais ficarão na área da obra e em seu entorno. O presidente da Seinfra, Dolzonan Mattos, afirma, entretanto, que o número deve ultrapassar 720.“O projeto ainda não está pronto, mas será apreciado pela Gerência de Arborização Urbana da Amma. Vamos primeiro terminar as obras e depois fazer o plantio. Também não sabemos ainda quais serão as espécies, mas a exigência é que sejam nativas. Sou ambientalista e ativista desde sempre. Farei, com certeza, o que for melhor para a população e para o Meio Ambiente”, garante Dolzonan.Os primeiros dias de revitalização contaram com a instalação do canteiro de obras, cercamento da área e locação topográfica. A meta, segundo a Prefeitura, é retirar 95% do piso, incluindo concreto, entulhos e asfalto. Desta forma, foi iniciada a terraplanagem, bem como a preparação para a rede de drenagem, além da construção da administração e de um banheiro. O que se vê no local são máquinas trabalhando e todas as árvores da parte inferior da praça - que está cercada - já removidas. Segundo a Seinfra, as oito árvores restantes devem ser retiradas ainda nesta semana.MicroclimaIntegrante do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU), Adriana Mikulaschek explica que a retirada de tantas árvores de uma região significa uma piora para o microclima, mesmo quando logo em seguida se plantam outras. Isto porque, as árvores pequenas não têm a mesma capacidade de absorção de água que as árvores grandes. Ela cita ainda a colaboração para a drenagem do solo, absorção de dióxido de carbono e diminuição da poluição.“A região da (Rua) 44 é muito quente, por conta da falta de vegetação, da ventilação urbana precária, pouco sombreamento e um excesso de áreas de concreto, que refletem e absorvem o calor. Uma copa grande recebe toda a chuva e a encaminha para o tronco e para as raízes. Ela precisa de uma área permeável ao redor dela para escoar a água e adentrar ao lençol freático. É um funil e diminui a quantidade de chuva lançada nas vias”, completa a arquiteta e urbanista.A conselheira cita ainda a proximidade com a Marginal Botafogo, no final de uma descida. “Toda a água da região mais alta desce. Toda essa água desce para o Córrego Botafogo e aumenta problemas que já temos naquela área. Importante aumentar a área permeável. O correto seria que toda a cidade fosse mais permeável”, finaliza Adriana.No projeto de revitalização da Praça do Trabalhador serão eliminados os desníveis, com o objetivo de facilitar a acessibilidade tanto para pedestres, quando para cadeirantes. Em resumo, as passarelas para os pedestres serão oferecidas nas laterais dos canteiros com a interligação realizada por escadas e rampas. Prefeitura reafirma previsão de 5 meses para realização de trabalhoA previsão da Prefeitura de Goiânia é que os trabalhos na Praça do Trabalhador, no Centro, continuem por cerca de cinco meses e, neste período, a Feira Hippie funcionará ao redor da praça. Para isto, uma pista da Rua 44, entre a Viela da 44 e Avenida Independência, será interditada para o trânsito no sentido Norte/Sul. Feirantes também ocuparão o trecho da Rua 67-A, paralelo à Avenida Independência, entre a Rua 44 e a Goiás Norte. Para facilitar a circulação no maior bloco da Feira Hippie, será criada uma via central entre a 44 e a Avenida Goiás Norte. A Feira da Madrugada ocupará a Viela da 44.Segundo a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Seinfra), após a finalização dos trabalhos de revitalização, a Feira Hippie voltará a funcionar de sexta a domingo e a Feira da Madrugada às quartas e quintas-feiras. Todas as bancas agora serão projetadas em metalon e cobertas com lona na cor bege.