Uma pesquisa de doutorado feita na Universidade Federal de Goiás (UFG) mostra que 50% das áreas de preservação permanente (APPs) na Bacia Hidrográfica do Rio Vermelho, que nasce na Cidade de Goiás, foram transformadas em pastagem para gado entre 1985 a 2023. A situação, demonstra a tese, está relacionada à seca dos rios. Na estiagem vivenciada neste ano na antiga capital de Goiás, o nível do Rio Vermelho já atinge os mínimos históricos.

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A tese do doutorado feito pela advogada Arlete Vieira, dentro do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da UFG, teve a defesa apresentada nesta segunda-feira (23). Ela explica que foram feitos três artigos, sendo que um deles já foi publicado na Revista Sociedade e Território, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) no ano passado. Os outros dois devem ser publicados ainda nos próximos meses.

Na pesquisa, Arlete demonstra que as APPs foram ocupadas ilegalmente pelas pastagens para gado, contrariando o Código Florestal Brasileiro que fixa um mínimo de área que deve ser mantida nas margens dos cursos hídricos. A legislação aponta que, no caso de cursos d’água de até 10 metros de largura, a exemplo, deve-se manter 30 metros de largura de mata preservada. Entretanto, a tese demonstrou que tais limites não têm sido respeitados.

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A doutora em Ciências Ambientais explica que a Bacia Hidrográfica do Rio Vermelho funciona como “um mosaico”. Dessa forma, é dividida entre alta, média e baixa. Na parte alta, comenta, o terreno conta com mais morros e é ocupado por pequenas propriedades rurais, com pouco uso de maquinário agrícola. Já nas partes média e baixa, o terreno é mais plano e o uso do solo é por grandes produtores e, portanto, intensa mecanização da produção.

Entretanto, explica, mesmo com tais diferenças, “a degradação ocorre em toda a expansão da bacia”. “Ela ocorre de forma contínua. Lá embaixo, entretanto, a degradação é mais aflorada porque a mecanização chega. É mais facilitada.” Conforme Arlete, o cenário é ainda mais preocupante visto que a bacia do Rio Vermelho deságua no Rio Araguaia. “As APPs são protegidas por lei e tem um papel importante no equilíbrio do ecossistema. É uma consequência nefasta que só vai levando outras para as demais bacias”, cita.

A autora da pesquisa também demonstra preocupação com secas ainda mais severas diante da degradação ambiental, como a observada na tese desenvolvida. “A gente tem que entender que uso e ocupação do meio ambiente de uma forma geral o está degradando. Os países, Estados e municípios que têm a competência de cuidado sobre o meio ambiente local, não o está fazendo. Não estamos preparados nem enquanto sociedade e nem governo (para a preservação). A gente acaba pensando que o rio está seco porque não está chovendo, mas as mudanças climáticas já aconteceram a agora vieram as consequências. E os eventos extremos climáticos são democráticos, vão atingir a todos.”

Conforme ela, com a supressão de APPs para dar espaço para pastagem, os cursos hídricos acabam sofrendo com processos de degradação, como compactação do solo pela pisada do gado, além de assoreamento, visto que, com as chuvas e a ausência da mata, os sedimentos são levados para a água. O cenário se estende por todo o percurso da bacia, que perpassa os municípios de Goiás, Itapirapuã, Matrinchã e Britânia. Neste último, Arlete explica que lagos naturais também estão secando diante do uso indiscriminado do solo à agropecuária e ausência das áreas de preservação.

“A grande maioria está seco ou com pouca água. E um agravante que os lagos ficam nas propriedades (privadas)”, comenta. Diante disso, Arlete cita que durante pesquisa em campo, foi possível observar o gado com livre acesso a essas localidades. “Estavam dentro do lago, e com o pisoteio do gado, o lençol freático abaixa. O lago não consegue ter a conexão com os rios. O solo está todo degradado pelo pisoteio. Com isso, quando começa a chover, os lagos enchem e depois (na seca) a água evapora, já que é pouco absorvida”, explica. Ela descreve ainda que ao menos 600 cursos hídricos secaram no período da pesquisa, de 1985 a 2023.

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Rio Araguaia (Rodrigo Alves)

O cenário, conforme a pesquisadora, é resultado da ausência de políticas públicas efetivas voltadas à área ambiental. Ela cita, a exemplo, deficiências na fiscalização e punição para produtores rurais que burlam as leis ambientais. Dentre os pontos levantados, estão contradições em declarações do Cadastro Ambiental Rural (CAR) por parte dos proprietários de terra. Para a dissertação, foram selecionadas três propriedades em Goiás, onde foram encontradas APPs sendo utilizadas para pastagem. “Evidenciado que as autodeclarações contidas no CAR podem faltar com a verdade”, diz a pesquisa.

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Ribeirão Bacalhau na Cidade de Goiás está com o nível muito baixo (Diomício Gomes / O Popular)

Para além do Rio Vermelho, Arlete, que é natural de Goiás, cita a situação de seca em outros cursos hídricos. Um exemplo é o Córrego Bacalhau, localizado às margens da rodovia GO-070. O POPULAR mostrou em janeiro deste ano que um dos principais mananciais do município, utilizado para abastecimento público, tem desaparecido gradativamente. Em épocas de estiagem, o local, que abriga o Poço da Sota, um dos pontos mais procurados para atividades de lazer, fica completamente seco. É o cenário que se encontra nos dias atuais, conforme a reportagem observou nesta quarta-feira (25), em visita à cidade.

“Qual rio que não está sofrendo pela seca?”, questiona Alerte. Ela alerta ainda para a necessidade de colocar a discussão ambiental em primeiro plano. “A questão econômica sempre se sobrepõe à questão ambiental. Mas sem água, não tem solo. Se não cuidar do meio ambiente, no futuro não vai ter agropecuária. Precisamos conscientiza, cobrar, fiscalizar, autuar e punir para impedir que se cometa mais crimes”, destaca.

<h2>Mínimos históricos</h2>

Conforme dados do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), ligado à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), a medição feita no Rio Vermelho acima da cidade (montante) e em Matrinchã mostra que o mesmo está com vazão abaixo dos níveis mínimos históricos registrados. O cenário também afeta outros grandes mananciais do Estado, como o Rio Araguaia, na medição feita em Nova Crixás.

No canal do Rio Araguaia, na região da Viúva, também em Nova Crixás, a visão de quem passa pelo local alcança apenas bancos de areia. A água, entretanto, desapareceu. Conforme o titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema), Luziano de Carvalho, uma investigação será aberta para identificar as causas da seca no local. Mudanças climáticas, desmatamento, fogo, drenos. A natureza não resiste”, expõe. O delegado cita ainda risco do rio se tornar intermitente, ou seja, que seca durante a estiagem e retoma apenas em períodos chuvosos.

Com mais de cinco meses sem precipitação em grande parte do Estado, os prognósticos do Cimehgo demonstram que a partir de domingo (29), com o avanço de uma frente fria, “existe um indicativo de pancadas isoladas de chuva na região Sudoeste”. “Os mapas climáticos ainda indicam um regime de chuvas irregular em outubro. Essa regularidade pode demorar um pouco para chegar, talvez na segunda quinzena de outubro. O regime irregular de chuvas é aquele em que se alternam dias chuvosos e secos. Por enquanto, temos que esperar chuvas mais regulares para que os cursos hídricos sejam reabastecidos de forma satisfatória”, informa o Cimehgo.

Rio Vermelho baixa a níveis mínimos

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Matéria - Cidades

Estiagem prolongada

VÍDEO SEMAD

<div attr-cid="policy:1.3212859" attr-version="policy:1.3212859:1734820416" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3212859" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3212859', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3212859">VÍDEO SEMAD (1.3212859)</a></div>

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) atua, neste sábado (21), para conter a contaminação do Rio Vermelho e reduzir os danos ambientais causados pelo vazamento de defensivos agrícolas após o&nbsp;<a href="https://opopular.com.br/cidades/motorista-e-passageiro-morrem-apos-carro-e-caminh-o-carregado-com-agrotoxico-baterem-e-cairem-de-ribanceira-na-go-164-1.3211133" target="_blank">acidente que matou duas pessoas e deixou outras duas feridas na GO-164</a>, na cidade de Goiás. Segundo a Semad, quase todos resíduos químicos já foram retirados do local e barreiras foram construídas às margens do rio. Parte do solo contaminado será removido.

<cite>É uma área de difícil acesso [...] Já foi retirado 95% dos resíduos químicos, restando apenas resíduos que foram espalhados no solo. A empresa vai fazer a retirada desse material de solo contaminado e encaminhamento para incineração”, explicou Maurício Veiga, agente da Semad, que trabalha no monitoramento da área.</cite>

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A Semad informou que foi constatada&nbsp;a morte de peixes no Rio Vermelho na manhã deste sábado, mas situação teria ocorrido por conta da chuva que levou os defensivos para dentro da água. “Ocorreu a morte de pequenos peixes, mas com o volume de água do rio, logo o produto químico diminuirá”, afirmou Maurício.&nbsp;

Como mostrou O POPULAR,&nbsp;<a href="https://opopular.com.br/cidades/motorista-e-passageiro-morrem-apos-carro-e-caminh-o-carregado-com-agrotoxico-baterem-e-cairem-de-ribanceira-na-go-164-1.3211133" target="_blank">o acidente aconteceu na terça-feira (17) e envolveu um carro e um caminhão.</a>&nbsp;O motorista e o passageiro morreram e os dois ocupantes do caminhão estão hospitalizados. A Semad informou que a carga do caminhão era roubada e não tem licença ambiental, com as devidas condicionantes, para o transporte do produto, como determina a lei.&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/motorista-e-passageiro-morrem-apos-carro-e-caminh-o-carregado-com-agrotoxico-baterem-e-cairem-de-ribanceira-na-go-164-1.3211133" target="_blank">Motorista e passageiro morrem após carro e caminhão carregado com agrotóxico baterem e caírem de ribanceira na GO-164</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/policia-investiga-morte-de-peixes-no-meia-ponte-1.3159224" target="_blank">Polícia investiga morte de peixes no Meia Ponte</a></div>

Por não terem os nomes divulgados, O POPULAR não conseguiu atualizar o estado de saúde dos ocupantes do caminhão até a última atualização desta reportagem. &nbsp;

<h2>Qualidade da água</h2>

Conforme a Semad, equipes do Centro de Análises Ambientais e Laboratoriais (Ceamb) da Semad e a Companhia Saneamento de Goiás S/A (Saneago) trabalham no monitoramento de parâmetros de qualidade da água. Por precaução, a Semad recomenda que os moradores não banhem ou utilizem água do Rio Vermelho.&nbsp;

Em nota enviada ao POPULAR, a Saneago disse que a população pode ficar tranquila, pois&nbsp;a captação de água no Rio Vermelho é feita, "exclusivamente, como reforço hídrico no período de estiagem, ou seja, não está sendo utilizada neste mês de dezembro, visto que já estamos no período chuvoso".

Também informou que atualmente, no município, a Saneago realiza a captação de água apenas nos córregos Bacalhau e Pedro Ludovico, "que estão com todos os parâmetros adequados, sem qualquer tipo de contaminação, permitindo o devido tratamento"&nbsp;(confira a nota na íntegra ao final da reportagem).

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Equipes trabalhando para conter contaminação no Rio Vermelho após acidente (Divulgação/Semad)

<h2>Protocolo&nbsp;&nbsp;</h2>

A Semad informou que foi comunicada&nbsp;sobre o&nbsp;acidente duas horas depois de ele ocorrer. Então, acionou o protocolo de emergências ambientais, que prevê a comunicação imediata da Saneago, Defesa Civil e do Batalhão Especializado em Operações com Produtos Perigosos do Corpo de Bombeiros.&nbsp;&nbsp;

A secretaria afirma que&nbsp;também enviou uma equipe da gerência que cuida de emergências ambientais e outra do seu próprio Centro de Análises Ambientais e Laboratoriais (Ceamb) para o local.&nbsp;&nbsp;

Enquanto bombeiros trabalhavam na contenção e recolhimento de embalagens e frascos de defensivos, que foram acomodados em sacos "big bag", e na remoção das ferragens para retirar o corpo de uma das vítimas fatais, a Semad usou a placa para chegar no responsável pelo caminhão, a quem cabe a obrigação legal de contratar uma empresa para atender a emergência ambiental.&nbsp;

<h2>Responsabilidade&nbsp;</h2>

Valendo-se do que diz a lei federal 6938, que atribui responsabilidade indireta aos fabricantes dos produtos vazados, a Semad acionou a BASF e a Bayer. Ambas contrataram a Ambipar, que desde então trabalha no local.&nbsp;&nbsp;

&nbsp;A Semad destacou que continua a monitorar a região e a trabalha no monitoramento da qualidade da água do Rio Vermelho. Segundo a secretaria, as sanções administrativas cabíveis ao caso serão aplicadas.&nbsp;&nbsp;

<h2>Nota da Saneago na íntegra:</h2>

A Saneago tranquiliza a população da Cidade de Goiás em relação à qualidade da água distribuída pela rede de abastecimento público. Como amplamente noticiado pela imprensa, na manhã da última terça-feira (17), um acidente automobilístico na GO-164 provocou o derramamento de agrotóxicos nas margens do Rio Vermelho. Entretanto, a captação de água da Companhia no Rio Vermelho é acionada, exclusivamente, como reforço hídrico no período de estiagem, ou seja, não está sendo utilizada neste mês de dezembro, visto que já estamos no período chuvoso.

Atualmente, no município, a Saneago realiza a captação de água apenas nos córregos Bacalhau e Pedro Ludovico, que estão com todos os parâmetros adequados, sem qualquer tipo de contaminação, permitindo o devido tratamento. Vale ressaltar ainda que, antes de ser distribuída à população, a água é tratada e obedece, rigorosamente, todos os padrões de potabilidade estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

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Equipes trabalhando para conter contaminação no Rio Vermelho após acidente (Divulgação/Semad)

Semad tenta conter contaminação no Rio Vermelho após acidente

defensivos agrícolas

Acidente de caminhão com agrotóxicos

<div attr-cid="policy:1.3211137" attr-version="policy:1.3211137:1734452635" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3211137" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3211137', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3211137">Acidente de caminhão com agrotóxicos (1.3211137)</a></div>

Um caminhão carregado com defensivos agrícolas, conhecidos como agrotóxicos, bateu em um carro de passeio e os dois caíram de uma ribanceira, na GO-164, segundo o Corpo de Bombeiros. O acidente aconteceu na manhã desta terça-feira (17). As duas pessoas que estavam no carro morreram e os dois ocupantes do caminhão tiveram ferimentos leves, de acordo com a corporação. Um vídeo mostra parte do resgate dos feridos (assista acima).

<a href="http://opopular.com.br/canal" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp&nbsp;</a>

O acidente aconteceu próximo à cidade de Goiás, no trajeto conhecido como a descida da Carioca, informaram os bombeiros. Segundo o tenente Pyterson Kazaer, o caminhão teria perdido o freio na descida. Os dois corpos ficaram presos às ferragens e apenas um deles foi removido até a última atualização desta reportagem. “O segundo corpo do carro continua preso e a gente vai ter que aguardar vir um guincho ou algum equipamento pesado para a gente conseguir tirar o corpo lá de baixo”, disse.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/serie-de-mortes-acende-alerta-para-perigo-nas-rodovias-de-goias-1.3210946">Série de mortes acende alerta para perigo nas rodovias de Goiás</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/motorista-de-aplicativo-dorme-ao-volante-e-cai-de-ponte-em-jatai-diz-policia-1.3210820">Motorista de aplicativo dorme ao volante e cai de ponte em Jataí, diz polícia</a></div>

Como ainda estão retirando os corpos das vítimas fatais ainda, a identidade dos mortos não foi confirmada.

No vídeo mostra parte do resgate das duas pessoas que saíram com vida&nbsp;(assista acima). Segundo os bombeiros, eles tiveram apenas ferimentos leves e receberam atendimento médico. Como os nomes deles não foram divulgados,&nbsp;O POPULAR&nbsp;não conseguiu uma atualização do estado de saúde deles.

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Caminhão e carro caíram de ribanceira (Divulgação / Corpo de Bombeiros)

Ao caírem da ribanceira, os veículos pararam de 10 a 15 metros da margem do Rio Vermelho, disse o tenente Pyterson. Caso o agrotóxico vaze, há risco de contaminação do rio, por isso o Corpo de Bombeiros estabeleceu uma barreira de contenção para que os agrotóxicos não escoassem até a água. O nome do protudo não foi divulgado.

<h2>Risco de contaminação da água</h2>

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) disse, em nota enviada ao POPULAR, que orientou a população a não consumir água do rio Vermelho e não se banhar no local. Também informaram que uma amostra de água será coletada e analisada. A pasta acionou o protocolo de atendimento emergencial e comunicou a Defesa Civil, Saneago e o Batalhão de Operações com Produtos Perigosos do Corpo de Bombeiros (confira nota na íntegra abaixo).&nbsp;

"Uma equipe do Centro de Análises Ambientais e Laboratoriais (Ceamb) da Semad está em deslocamento para coletar amostra de água do Rio Vermelho. A responsável pela carga foi comunicada e deverá contratar uma empresa especializada para fazer o atendimento emergencial, remoção do material e mitigação dos impactos decorrentes do acidente”, informou a Semad em nota.

Ainda segundo o tenente, os bombeiros devem auxiliar a Semad “na questão dos produtos perigosos que estão esparramados ali, boa parte deles são tóxicos para o meio aquático” e estão próximos ao Rio. O objetivo dos bombeiros é remover as embalagens lacradas para que a Semad lide com os vazamentos.

“A gente está preparando uma estratégia aqui de conseguir remover pelo menos a carga que está intacta. Como se trata de uma carga fracionada, ela pode ser levada pela corredeira e, mesmo que o conteúdo não caia para o rio, contaminando o rio, essas embalagens vão descer pelo Rio Carioca (como é conhecido o Rio Vermelho na região) e passar por dentro da cidade”, disse ele.&nbsp;

Durante o resgate, quatro bombeiros militares tiveram contato com o produto do caminhão, apresentaram sintomas de intoxicação e foram encaminhados ao hospital para avaliação médica. Segundo a corporação, todos já foram liberados e passam bem.&nbsp;

<h2>Nota da Semad na íntegra</h2>

“A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável foi informada a respeito do acidente envolvendo derramamento de produtos perigosos na GO-164, na Cidade de Goiás, por volta das 9 horas. Acionou o protocolo de atendimento emergencial e comunicou a Defesa Civil, Saneago e o Batalhão de Operações com Produtos Perigosos do Corpo de Bombeiros. Nesse momento, existe uma equipe da Semad no local, coletando informações sobre o acidente e orientando a população. Uma equipe do Centro de Análises Ambientais e Laboratoriais (Ceamb) da Semad está em deslocamento para coletar amostra de água do Rio Vermelho. A responsável pela carga foi comunicada e deverá contratar uma empresa especializada para fazer o atendimento emergencial, remoção do material e mitigação dos impactos decorrentes do acidente. A população foi orientada a não consumir água do rio Vermelho e não banhar no local.”

Motorista e passageiro morrem após carro e caminhão carregado com agrotóxico baterem e caírem de ribanceira na GO-164