Marcos Vinicius da Silva Lima, vulgo Rodinha ou Brancão, de 27 anos, e Fernando Henrique dos Santos (Fernandinho), de 29, eram <a href="https://opopular.com.br/cidades/liderancas-de-facc-o-chefes-do-trafico-em-goiania-e-em-itaberai-est-o-entre-os-mortos-em-megaoperac-o-no-rj-1.3331071" target="_blank">líderes do Comando Vermelho</a> e chefes do tráfico de drogas em Goiás, segundo o secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ), Felipe Curi. Eles estão na lista dos seis goianos que <a href="https://opopular.com.br/cidades/quatro-criminosos-de-goias-est-o-entre-os-mortos-em-megaoperac-o-no-rio-de-janeiro-diz-governo-1.3330008" target="_blank">morreram durante a megaoperação </a>em comunidades fluminenses, de acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública de Goiás (SSP-GO). Ambos traficantes possuem diversas passagens criminais em Goiás.

Durante coletiva de imprensa, realizada nesta sexta-feira (31), o titular da (PCERJ) Rodinha era chefe do tráfico em Itaberaí e Goiânia. Conforme apuração do O POPULAR, Rodinha chegou a ser preso por roubo majorado, receptação, tráfico de ilícitos e uso indevido de drogas em Aparecida de Goiânia, crimes cometidos em 2019. Ele foi condenado no processo a oito anos e sete meses de prisão em regime fechado e multa, mas foi solto em 2024 após a Justiça entender que as provas foram obtidas sem ordem judicial. A ação ainda tramita no Poder Judiciário.

Há um processo, em Goiânia, relacionado ao tráfico de drogas no qual recebeu absolvição. Foi determinado a devolução do valor de R$ 200 que havia sido apreendido com ele quando detido. O processo foi arquivado. Há ainda diversas outras ações penais que estão sob sigilo.&nbsp;

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Já Fernandinho, a polícia do Rio informou que era chefe do tráfico em Goiás, porém, não apontou as cidades. Conforme apurado pela TV Anhanguera, ele foi preso pela primeira vez em 2014. Após isso, ele teria cometido outros crimes em 2015, 2016, 2017, 2018 e 2020, quando fugiu e não havia sido encontrado desde então, até aparecer morto na operação. O POPULAR não conseguiu confirmar por quais crimes ele respondia.&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/liderancas-de-facc-o-chefes-do-trafico-em-goiania-e-em-itaberai-est-o-entre-os-mortos-em-megaoperac-o-no-rj-1.3331071" style="font-size: 12px;" target="_blank">Lideranças de facção, chefes do tráfico em Goiânia e em Itaberaí estão entre os mortos em megaoperação no RJ</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/membro-de-facc-o-conhecido-como-disquete-morto-em-operac-o-no-rj-ja-foi-condenado-por-assaltos-em-caldas-novas-1.3330797" target="_blank">Membro de facção conhecido como Disquete, morto em operação no RJ, já foi condenado por assaltos em Caldas Novas</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/sete-goianos-podem-estar-entre-os-mortos-em-operac-o-1.3330238" target="_blank">Sete goianos podem estar entre os mortos em operação</a></div>

<h2>Goianos mortos&nbsp;</h2>

A SSP-GO divulgou, nesta sexta-feira, a lista dos mortos goianos na megaoperação, levantados por meio de contato integrado entre a Polícia Científica dos dois estados:&nbsp;

1 - Marcos Vinicius da Silva Lima - Vulgo: Rodinha/Brancão; 
2 - Eder Alves de Souza - Vulgo: Disquete; 
3- Adan Pablo Alves de Oliveira - Vulgo: Madruga; 
4 - Fernando Henrique dos Santos - Vulgo: Fernandinho; 
5 - Cleiton Cesar Dias Mello - Vulgo: Cleitinho; 
6 - Vanderley Silva Borges - Vulgo: Deley.&nbsp;

Há ainda um possível goiano morto, <a href="https://opopular.com.br/cidades/sete-goianos-podem-estar-entre-os-mortos-em-operac-o-1.3330238" target="_blank">conforme apurado pelo O POPULAR</a>, que é&nbsp;Rafael Resende Ferreira, de 31 anos, conhecido como Panela. Entre as 121 vítimas da ação, parte são naturais também de outros estados, segundo a polícia: 13 do Pará, sete do Amazonas, seis da Bahia, quatro do Ceará, um da Paraíba, um do Mato Grosso e três do Espírito Santo.&nbsp;

<img attr-cid="policy:1.3330241" attr-version="policy:1.3330241:1761789666" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3330241/crimin.png?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Adan Pablo (no alto, à esquerda), Eder Alves (no alto, à direita), Rafael Resende (abaixo, à esquerda) e Marcos Vinícius estariam entre os mortos na megaoperação (Reprodução / TV Anhanguera)

<h2>Megaoperação</h2>

A operação foi realizada na terça-feira pelas polícias civil e militar do Rio de Janeiro, nos complexos de favelas do Alemão e da Penha, para o cumprimento de 180 mandados de busca e apreensão e 100 mandados de prisão, sendo 30 expedidos pelo estado do Pará. Segundo o governo do Rio, o objetivo era conter a expansão da facção criminosa. Está é considerada a <a href="https://opopular.com.br/cidades/operac-o-policial-no-rio-ultrapassa-carandiru-e-se-torna-a-mais-letal-do-pais-1.3329997" target="_blank">ação mais letal da história do país.</a>

<div attr-cid="policy:1.3330295" attr-version="policy:1.3330295:1761819792" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3330295" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3330295', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3330295">Webstories - Caiado e comitiva devem ir ao RJ oferecer apoio a Cláudio Castro (1.3330295)</a></div>

O governador Ronaldo Caiado (UB) <a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-e-comitiva-de-governadores-devem-ir-ao-rj-oferecer-apoio-a-claudio-castro-apos-megaoperac-o-1.3330138" target="_blank">viajou ao Rio de Janeiro</a>, nesta quinta-feira (30), ao lado de uma comitiva de chefes estaduais, para manifestar apoio a Cláudio Castro (PL) após a megaoperação policial contra a facção Comando Vermelho (CV).

<img attr-cid="policy:1.3329954" attr-version="policy:1.3329954:1761751848" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3329954/Foto G1-.JPG?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Corpos foram levados para praça na Penha (Betinho Casas Novas/g1)

Ao&nbsp;POPULAR, a SSP disse que determinou a permanência das tropas de Operações Especiais das Polícias Militar e Civil (BOPE e GT3) “<a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-disponibiliza-tropas-de-goias-ao-governador-do-rio-de-janeiro-apos-operac-o-contra-facc-o-criminosa-1.3329897" target="_blank">em condição de pronto emprego</a>, para eventual acionamento em apoio às Forças de Segurança fluminenses”.&nbsp; &nbsp;

<div attr-cid="policy:1.3329914" attr-version="policy:1.3329914:1761748689" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3329914" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3329914', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3329914">Vídeo Caiado parabeniza operação no Rio (1.3329914)</a></div>

<div attr-cid="policy:1.3330006" attr-version="policy:1.3330006:1761759448" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3330006" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3330006', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3330006">WEBSTORIES: Caiado disponibiliza tropas de Goiás ao governador do Rio de Janeiro após operação contr (1.3330006)</a></div>

<h2>Nota da SSP</h2>

A Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-GO) informa a lista com os nomes já identificados dos foragidos da Justiça do Estado de Goiás, em óbito na Operação Contenção, realizada na cidade do Rio de Janeiro. A confirmação foi feita por meio de contato integrado entre a Polícia Científica do Rio de Janeiro e de Goiás.&nbsp; 
&nbsp; 
Foragidos da Justiça do Estado de Goiás&nbsp; em óbito na Operação Contenção (RJ):&nbsp;

1 - Marcos Vinicius da Silva Lima - Vulgo: Rodinha/Brancão; 
2 - Eder Alves de Souza - Vulgo: Disquete; 
3- Adan Pablo Alves de Oliveira - Vulgo: Madruga; 
4 - Fernando Henrique dos Santos - Vulgo: Fernandinho; 
5 - Cleiton Cesar Dias Mello - Vulgo: Cleitinho; 
6 - Vanderley Silva Borges - Vulgo: Deley.

Secretaria de Estado da Segurança Pública

Rodinha e Fernandinho: veja quem eram os chefes do tráfico de GO mortos em megaoperação no Rio de Janeiro

Cidades

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Matéria - Cidades

TRÁFICO DE DROGAS

Familiares de pessoas mortas na Operação Contenção e moradores dos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, realizaram manifestação na tarde desta sexta-feira (31) contra a ação mais letal da história do País. O ato, batizado de Chega de Massacre, pediu justiça pelas mortes e o fim da violência contra a população negra e periférica. A manifestação transcorreu de forma pacífica e foi acompanhada por agentes da Polícia Militar.

A concentração começou por volta das 13 horas no Campo da Ordem, na Penha, e mesmo sob chuva reuniu moradores, ativistas e políticos. Além de uma multidão que seguia a pé, uma carreata de kombis e motociclistas vestidos de branco percorreram ruas da região em homenagem aos mortos.

Com faixas e cartazes pedindo paz, manifestantes entoaram o Rap da Felicidade, canção símbolo das favelas cariocas. “Eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente na favela onde eu nasci”, diz a letra. Crianças e mães participaram da manifestação. O ato foi organizado por movimentos sociais e coletivos ligados à pauta antirracista, como a Coalizão Negra por Direitos, Mulheres Negras Decidem, Instituto Papo Reto, Raízes em Movimento, Voz das Comunidades e Frente Penha.

Entre as figuras políticas, participaram os deputados federais Pastor Henrique Vieira, Glauber Braga e Tarcísio Motta, e a vereadora Mônica Benício, viúva de Marielle Franco, todos do PSOL. O protesto no Rio deu origem a uma série de manifestações em diversas capitais brasileiras. Houve atos em São Paulo, Belo Horizonte, Vitória, Brasília, Salvador, Recife, Fortaleza, Curitiba, Porto Alegre, Florianópolis e outras cidades. Os organizadores classificaram a operação como “uma expressão da violência estatal contra populações negras e periféricas” e cobraram investigações, responsabilização dos envolvidos e mudanças na política de segurança pública. A convocatória pedia que os manifestantes vestissem branco e levassem velas em memória das vítimas.

Observatório

A Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (OAB-RJ) criou um observatório para acompanhar as apurações sobre a Operação Contenção, realizada pelas polícias Civil e Militar nos complexos de favelas do Alemão e da Penha. O objetivo do grupo é monitorar, “de forma permanente, imparcial e sem qualquer conotação político-partidária”, o andamento dos inquéritos sobre da ação e garantir que todos os procedimentos sigam os parâmetros legais. “A criação do observatório reafirma o compromisso da OAB-RJ com a defesa intransigente dos direitos humanos e com o acompanhamento rigoroso das ações estatais que impactam a sociedade. É nosso dever zelar pela legalidade, pela transparência e pela segurança em ações desta natureza”, diz a presidente da Ordem, Ana Tereza Basilio.

Foi nomeado como presidente do grupo o secretário-geral da seccional, Rafael Borges. Ele terá como vice-presidente a atual vice-diretora de assuntos legislativos, Luciana Pires. Ambos ressaltam que o objetivo do observatório é garantir que a sociedade civil acompanhe de perto as investigações relativas à operação. Segundo eles, é preciso saber se as normas legais vigentes foram observadas.&nbsp;

(Aléxia Sousa e Bruno Lucca / Folhapress)

&nbsp;

Ato na favela palco de operação no Rio pede justiça por mortos

Operação Contenção

Discurso sobre segurança une direita, mas apresenta riscos

O imediato efeito político em torno de <a href="https://opopular.com.br/politica/governadores-se-reunem-no-rio-e-anunciam-consorcio-da-paz-1.3330749" target="_self">governadores e pré-candidatos da direita à Presidência da República</a>, a partir da politização da megaoperação realizada contra traficantes no Rio de Janeiro, tem capacidade limitada para fortalecer o discurso de oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo especialistas ouvidos pelo POPULAR, o tema da segurança pública deve ser central no debate nacional em 2026, mas o potencial para os direitistas pode se esgotar com a falta de resultados concretos.

Além disso, os cientistas políticos consideram que a transformação da ação policial mais letal da história do estado carioca em <a href="https://opopular.com.br/politica/direita-utiliza-operac-o-contra-traficantes-no-rio-para-ataques-1.3330256" target="_self">palanque eleitoral apresenta ônus e bônus aos opositores</a>. Ao mesmo tempo em que podem alcançar o público mais radical ligado a Jair Bolsonaro (PL), sem precisar da indicação direta do ex-presidente, os governadores correm o risco de encontrarem desgastes com eleitores de perfil moderado.

Apesar da intenção de demonstrar força contra a criminalidade e contrapor as ideias apresentadas pelo governo federal, a operação no Rio pode representar símbolo da defesa por uma atuação violenta, ineficaz e contrária a conceitos de direitos humanos. A megaoperação deixou pelo menos 121 mortos, sendo quatro policiais.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/direita-utiliza-operac-o-contra-traficantes-no-rio-para-ataques-1.3330256" target="_self">Direita utiliza operação contra traficantes no Rio para ataques</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/lula-envia-peritos-ao-rio-e-acelera-projeto-antifacc-o-1.3330751" target="_self">Lula envia peritos ao Rio e acelera projeto antifacção</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/governadores-se-reunem-no-rio-e-anunciam-consorcio-da-paz-1.3330749" target="_self">Governadores se reúnem no Rio e anunciam 'consórcio da paz'</a></div>

Logo depois da ação, gestores estaduais de direita anunciaram apoio à gestão de Cláudio Castro (PL) e o governador goiano, Ronaldo Caiado (UB), passou a apontar que as demandas de segurança pública representam um “divisor de águas” para a disputa ao Palácio do Planalto no próximo ano.

“Cabe à população escolher o que deseja. As pessoas querem optar lá na frente, no dia da eleição em 2026, pela continuidade desse tema, que está destruindo a sociedade brasileira, ou querem um governo que realmente respeita a vontade popular e saiba devolver o Brasil aos brasileiros de bem. Esse é o divisor de águas”, afirmou Caiado, que mantém esforços para viabilizar a própria candidatura.

“Essa pauta não é criada por nós. Ela é definida pela população brasileira, que é ameaçada e grita para que as autoridades tenham coragem para enfrentar o crime”, completou Caiado nesta sexta-feira (31), em entrevista ao portal Metrópoles.

Para o pesquisador do Observatório da Extrema Direita no Brasil e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Fábio Gentile, a agenda levantada pela operação policial “não é suficiente” para a estruturação do discurso da direita. “Falta um ano para a eleição e o eleitorado, tradicionalmente, não tem memória e transita muito. Então, essa não pode ser a única pauta, mas os governadores vão apostar nessa temática”, considera.

Para o estudioso, a questão para os governadores a partir de agora é definir como o assunto deve ser utilizado para consolidar campanha efetiva contra o governo Lula. Segundo ele, um ponto fundamental seria a prisão de Edgar Alves em novas operações sem violência e falta de respeito aos direitos humanos. “É provável que sejam utilizadas estratégias mais sofisticadas e com inteligência para tentar alcançar o chefe do Comando Vermelho e utilizar isso na campanha eleitoral”, aponta.

O professor italiano, radicado no Brasil, aponta que a segurança pública é sempre uma questão delicada, porque envolve violência e mortes. “Em meio ao discurso extremo de que bandido bom é bandido morto, que foi muito explorado nas eleições de 2018, o perigo é ser estigmatizado por defender um modelo de sociedade muito excludente, agressivo, dominado pela violência”, afirma Gentile.

<div attr-cid="policy:1.3331279" attr-version="policy:1.3331279:1762000061" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3331279" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3331279', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3331279">Discurso sobre segurança une direita, mas apresenta riscos (1.3331279)</a></div>

<h2>Riscos</h2>

Com o discurso de “tolerância zero” com o narcotráfico, o grupo de seis governadores da oposição se reorganizou e lançou na quinta-feira a formação do “Consórcio da Paz”, focado na integração de forças de inteligência e estruturas operacionais. Ao longo dos últimos meses, a direita se dividiu e perdeu força no debate nacional sobre com a tentativa de anistiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e e assistiram à <a href="https://opopular.com.br/cidades/lula-envia-peritos-ao-rio-e-acelera-projeto-antifacc-o-1.3330751" target="_self">recuperação de avaliação positiva de Lula</a>.

Para o doutor em ciência política pela Universidade de Brasília (UnB), Josimar Gonçalves, a politização da operação é um movimento calculado e potencialmente viável como estratégia de rearticulação da direita. Segundo ele, o grupo busca, desde 2022, um “novo eixo de coesão”, após a derrota de Jair Bolsonaro e a fragmentação do campo conservador. “A segurança pública sempre foi um ponto de convergência entre os governadores de direita e agora aparece como uma narrativa capaz de substituir o discurso moralista e antissistêmico do bolsonarismo por um discurso de ordem e eficiência”, considera.

O especialista aponta, no entanto, que a viabilidade do discurso depende da capacidade dos governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), que tiveram posturas mais discretas, além de Caiado, transformarem o tema em um projeto nacional, além de ações regionais ou reações ao governo Lula. “Se ficar restrito à crítica, sem apresentar um modelo de política de segurança que mostre resultados concretos, o tema pode se esgotar rapidamente, especialmente se houver denúncias de abusos, letalidade excessiva ou ineficiência das operações”, afirma.

Josimar avalia que as “controvérsias” da megaoperação no Rio de Janeiro representam o principal “risco político” da direita, já que a operação pode ser interpretada tanto como demonstração de força quanto como exemplo de improviso e brutalidade policial. “Se o debate público migrar do combate ao crime para a crítica à violência do Estado, a oposição corre o risco de perder o controle narrativo”, define.

A frustração do grupo de oposição, segundo o professor, pode ocorrer especialmente caso o governo federal consiga se posicionar como defensor de uma segurança pública com inteligência e respeito aos direitos humanos. “Essa mensagem ressoa bem junto ao eleitorado de centro”, diz. O cientista também confirma a necessidade de apresentação de êxitos efetivos, como a captura do principal alvo da operação.

“A ausência disso enfraquece a narrativa de eficiência e reforça a percepção de que ações espetaculares muitas vezes têm efeito mais midiático do que estratégico. Assim, há um dilema para os governadores: manter o tema em alta pode mobilizar suas bases, mas também os expõe a questionamentos sobre resultados concretos”, afirma.

<h3>Contraponto</h3>

Por outro lado, a repercussão política da megaoperação e o potencial reagrupamento da direita cria novos desafios para o governo e a pré-candidatura de Lula. Na avaliação da professora de ciência política da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Mayra Goulart, o campo progressista tem dificuldade com o tema da segurança pública, por conta de uma “incapacidade de oferecer respostas com o mesmo grau de concretude imediatista que o discurso da força proporciona”.

A especialista carioca considera que “as soluções do governo petista, baseadas em prevenção, tecnologia, integração institucional e políticas sociais, não produzem efeitos perceptíveis de forma imediata”. Segundo ela, a ausência ocorre sobretudo entre as pessoas que vivem “sob medo e violência cotidiana”, que enxergam na ação imediata um argumento “mais convincente do que projetos de longo prazo”.

O cientista político Murilo Medeiros, também da UnB, considera que a segurança é o tema de maior apelo transversal no eleitorado brasileiro e a associação política a uma operação de impacto amplia o capital político. Especialmente para Caiado, o especialista aponta que o consórcio de governadores pode se tornar vitrine para que o governador se projete além das fronteiras estaduais.

“Porém, como tática eleitoral, isso também traz riscos. A retórica da “guerra ao crime” tem alto apelo inicial, mas tende a desgastar-se sem resultados estruturais, podendo gerar fadiga no eleitorado”, analisa.

Política

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Eleições 2026

WEBSTORIES: Lideranças de facção, chefes do tráfico em Goiânia e em Itaberaí estão entre os mortos e

Considerados lideranças do Comando Vermelho, chefes do tráfico em Goiânia e em Itaberaí estão entre os mortos em <a href="http://opopular.com.br/cidades/operac-o-policial-no-rio-ultrapassa-carandiru-e-se-torna-a-mais-letal-do-pais-1.3329997" target="_blank">megaoperação no Rio de Janeiro</a>, segundo o secretário da Polícia Civil (PCERJ), Felipe Curi. Durante coletiva de imprensa, realizada nesta sexta-feira (31), o titular apresentou que os líderes goianos são: Fernando Henrique dos Santos (Fernandinho), de 29 anos, e Rodinha, codinome de Marcos Vinícius da Silva Lima, de 27. Ao todo, seis foragidos da Justiça de Goiás foram mortos na ação e estão na lista dos 121 registrados.&nbsp;

Conforme a PCERJ, até o momento, foi possível <a href="http://opopular.com.br/cidades/mais-da-metade-dos-corpos-de-mortos-em-operac-o-no-rio-passou-por-pericia-no-iml-1.3330368" target="_blank">identificar 99 criminosos mortos</a> durante a Operação Contenção, deflagrada na terça-feira (28), nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio. Um dia após a operação, dezenas de corpos foram encontrados na mata por moradores, que os espalharam em uma rua em busca de serem reconhecidos.

Curi destacou que vários dos presos e mortos são lideranças do Comando Vermelho de outros estados: Dois de Goiás, um do Pará, dois do Amazonas, três da Bahia e um do Espírito Santo. A polícia apontou que Rodinha era chefe do tráfico em Itaberaí e Goiânia. Já Fernandinho, atuava no estado goiano, mas as investigações não divulgaram as cidades.

<div attr-cid="policy:1.3331133" attr-version="policy:1.3331133:1761948649" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3331133" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3331133', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3331133">WEBSTORIES: Lideranças de facção, chefes do tráfico em Goiânia e em Itaberaí estão entre os mortos e (1.3331133)</a></div>

A Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-GO) divulgou, nesta sexta-feira, a lista dos mortos goianos na megaoperação, levantados por meio de contato integrado entre a Polícia Científica dos dois estados:&nbsp;

1 - Marcos Vinicius da Silva Lima - Vulgo: Rodinha/Brancão; 
2 - Eder Alves de Souza - Vulgo: Disquete; 
3- Adan Pablo Alves de Oliveira - Vulgo: Madruga; 
4 - Fernando Henrique dos Santos - Vulgo: Fernandinho; 
5 - Cleiton Cesar Dias Mello - Vulgo: Cleitinho; 
6 - Vanderley Silva Borges - Vulgo: Deley.&nbsp;

Entre os mortos, parte são naturais também de outros estados, segundo a polícia: 13 do Pará, sete do Amazonas, seis da Bahia, quatro do Ceará, um da Paraíba, um do Mato Grosso e três do Espírito Santo.&nbsp;

<img attr-cid="policy:1.3329954" attr-version="policy:1.3329954:1761751848" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3329954/Foto G1-.JPG?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Corpos foram levados para praça na Penha (Betinho Casas Novas/g1)

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/membro-de-facc-o-conhecido-como-disquete-morto-em-operac-o-no-rj-ja-foi-condenado-por-assaltos-em-caldas-novas-1.3330797" target="_blank">Membro de facção conhecido como Disquete, morto em operação no RJ, já foi condenado por assaltos em Caldas Novas</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/sete-goianos-podem-estar-entre-os-mortos-em-operac-o-1.3330238" target="_blank">Sete goianos podem estar entre os mortos em operação</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/mais-da-metade-dos-corpos-de-mortos-em-operac-o-no-rio-passou-por-pericia-no-iml-1.3330368" target="_blank">Mais da metade dos corpos de mortos em operação no Rio passou por perícia no IML</a></div>

<div attr-cid="policy:1.3330295" attr-version="policy:1.3330295:1761819792" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3330295" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3330295', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3330295">Webstories - Caiado e comitiva devem ir ao RJ oferecer apoio a Cláudio Castro (1.3330295)</a></div>

A operação foi realizada na terça-feira pelas polícias civil e militar do Rio de Janeiro, nos complexos de favelas do Alemão e da Penha, para o cumprimento de 180 mandados de busca e apreensão e 100 mandados de prisão, sendo 30 expedidos pelo estado do Pará. Segundo o governo do Rio, o objetivo era conter a expansão da facção criminosa. Está é considerada a <a href="https://opopular.com.br/cidades/operac-o-policial-no-rio-ultrapassa-carandiru-e-se-torna-a-mais-letal-do-pais-1.3329997" target="_blank">ação mais letal da história do país.</a>

O governador Ronaldo Caiado (UB) <a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-e-comitiva-de-governadores-devem-ir-ao-rj-oferecer-apoio-a-claudio-castro-apos-megaoperac-o-1.3330138" target="_blank">viajou ao Rio de Janeiro</a>, nesta quinta-feira (30), ao lado de uma comitiva de chefes estaduais, para manifestar apoio a Cláudio Castro (PL) após a megaoperação policial contra a facção Comando Vermelho (CV).

Conforme a assessoria do governo goiano, a articulação para o apoio foi feita pelo próprio Caiado durante uma videoconferência realizada nesta quarta-feira (29) com os governadores Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG), Jorginho Mello (SC) e Mauro Mendes (MT). Outros estadistas também estão convidados a participar, segundo Caiado.&nbsp;

Ao&nbsp;POPULAR, a SSP disse que determinou a permanência das tropas de Operações Especiais das Polícias Militar e Civil (BOPE e GT3) “<a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-disponibiliza-tropas-de-goias-ao-governador-do-rio-de-janeiro-apos-operac-o-contra-facc-o-criminosa-1.3329897" target="_blank">em condição de pronto emprego</a>, para eventual acionamento em apoio às Forças de Segurança fluminenses”&nbsp;(veja a nota completa no final da matéria).&nbsp; &nbsp;

<div attr-cid="policy:1.3329914" attr-version="policy:1.3329914:1761748689" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3329914" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3329914', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3329914">Vídeo Caiado parabeniza operação no Rio (1.3329914)</a></div>

<div attr-cid="policy:1.3330006" attr-version="policy:1.3330006:1761759448" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3330006" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3330006', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3330006">WEBSTORIES: Caiado disponibiliza tropas de Goiás ao governador do Rio de Janeiro após operação contr (1.3330006)</a></div>

<h2>Nota da SSP</h2>

A Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-GO) informa a lista com os nomes já identificados dos foragidos da Justiça do Estado de Goiás, em óbito na Operação Contenção, realizada na cidade do Rio de Janeiro. A confirmação foi feita por meio de contato integrado entre a Polícia Científica do Rio de Janeiro e de Goiás.&nbsp; 
&nbsp; 
Foragidos da Justiça do Estado de Goiás&nbsp; em óbito na Operação Contenção (RJ):&nbsp;

1 - Marcos Vinicius da Silva Lima - Vulgo: Rodinha/Brancão; 
2 - Eder Alves de Souza - Vulgo: Disquete; 
3- Adan Pablo Alves de Oliveira - Vulgo: Madruga; 
4 - Fernando Henrique dos Santos - Vulgo: Fernandinho; 
5 - Cleiton Cesar Dias Mello - Vulgo: Cleitinho; 
6 - Vanderley Silva Borges - Vulgo: Deley.

Secretaria de Estado da Segurança Pública

Lideranças de facção, chefes do tráfico em Goiânia e em Itaberaí estão entre os mortos em megaoperação no RJ

MEGAOPERAÇÃO

O membro de facção Éder Alves de Souza, conhecido como <a href="https://opopular.com.br/cidades/quatro-criminosos-de-goias-est-o-entre-os-mortos-em-megaoperac-o-no-rio-de-janeiro-diz-governo-1.3330008" target="_self">Disquete, morto durante a Operação Contenção no Rio de Janeiro,</a> foi condenado em 2023 por assaltos realizados em Caldas Novas. De acordo com a decisão da 2ª Vara Criminal da Comarca de Caldas Novas, Éder Alves foi condenado a 14 anos, seis meses e 12 dias de reclusão em regime inicial fechado, pelos crimes cometidos na cidade em janeiro de 2017.&nbsp;

De acordo com os autos, no dia 6 de janeiro de 2017, Éder Alves utilizando uma arma de fogo&nbsp;roubou um carro Fiat/Palio e um celular. No mesmo dia, com dois comparsas, o homem realizou outro roubo em um hotel, onde se passaram por representantes comerciais de bebidas para facilitar o acesso ao local.&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/sete-goianos-podem-estar-entre-os-mortos-em-operac-o-1.3330238" target="_self">Sete goianos podem estar entre os mortos em operação</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/apos-oferta-de-caiado-policia-goiana-se-diz-preparada-para-combater-crime-organizado-no-rio-1.3330745" target="_self">Após oferta de Caiado, polícia goiana se diz preparada para combater crime organizado no Rio</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/policia-do-rio-induziu-confronto-na-mata-e-bope-formou-muro-para-acuar-suspeitos-1.3330260" target="_self">Polícia do Rio induziu confronto na mata e Bope formou 'muro' para acuar suspeitos</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/operac-o-policial-no-rio-ultrapassa-carandiru-e-se-torna-a-mais-letal-do-pais-1.3329997" target="_self">Operação policial no Rio ultrapassa Carandiru e se torna a mais letal do país</a></div>

No estabelecimento, Éder e um dos comparsas anunciaram o roubo, enquanto o terceiro aguardava do lado de fora do setor financeiro, ameaçando os funcionários com uma arma. Segundo a decisão, o trio levou aproximadamente R$ 10.580 dos cofres do hotel, além dos celulares de quatro funcionários, fugindo em seguida com o carro roubado anteriormente por Éder.&nbsp;

<h2>Operação Contenção&nbsp;</h2>

A ação nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, foi a <a href="https://opopular.com.br/cidades/operac-o-policial-no-rio-ultrapassa-carandiru-e-se-torna-a-mais-letal-do-pais-1.3329997" target="_self">mais letal do país envolvendo policiais, </a>segundo a diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno. Segundo a contagem oficial, foram <a href="https://opopular.com.br/cidades/corpos-de-pms-mortos-no-complexo-do-alem-o-s-o-sepultados-com-honrarias-1.3330747" target="_self">119 mortes, entre elas 4 de policiais.</a>&nbsp;

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