Atualizada às 14h35 de 26/11/2021O Tribunal Regional do Trabalho de Goiás (TRT-GO) condenou a Sama Minerações Associadas, empresa do grupo Eternit, a bancar pelos próximos 30 anos a realização de exames médicos em ex-empregados que tiveram contato com amianto, fibra utilizada na fabriçação de telhas e caixas d´água. O material é considerado extremamente prejudicial à saúde e pode provocar câncer.A sentença, proferida pelo Posto Avançado de Porangatu no dia 9 de novembro, também determina que a mineradora deve se encarregar com os gastos de assistência à saúde de todos os ex-empregados da planta industrial de Minaçu cujos danos à saúde sejam causados pela exposição ao amianto. Essa assistência inclui atendimentos e procedimentos médicos, nutricionais, psicológicos, fisioterapêuticos, terapêuticos, internações e medicamentos. A decisão ainda prevê que auditores-fiscais do Trabalho façam inspeções a cada três meses, para garantir que as obrigações estão sendo cumpridas. Caso haja descumprimento, a empresa é multada em R$ 5 mil por cada trabalhador que não tenha sido devidamente atendido, podendo ser aplicada a cada inspeção trimestral.Em 2017, o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu a produção, comercialização e uso do amianto em todo o Brasil. Contudo, existe em Goiás uma legislação que permite a extração da fibra para exportação. Trata-se da Lei nº 20.514, de 16 de julho de 2019.Em nota, a Sama Minerações Associadas disse que cumpre os requisitos legais e está disponibilizando exames aos ex-funcionários.Leia abaixo a nota na íntegra:“Cumprimos na íntegra todos os requisitos legais, disponibilizamos exames médicos de controle pelo período de 30 anos para nossos ex-colaboradores, conforme definido na NR-15 Anexo XII.”