Autoridades e técnicos da Saúde pública estadual e das maiores cidades goianas garantem que têm capacidade de aumentar nos próximos dias em mais 256 o número de leitos de UTI exclusivos para Covid-19, sendo que 62,5% deles regulados pela rede estadual. Com isso, o total de vagas, que caiu 30% nos últimos meses por causa da redução da demanda de internações entre outubro e dezembro, voltaria para um patamar semelhante ao período mais crítico epidemia, entre agosto e setembro, quando havia 829 leitos de UTI nas redes estadual e de Goiânia, Aparecida, Anápolis e Rio Verde.Atualmente, estas redes ofertam 581 leitos de UTI para Covid-19, mas podem chegar a 837, caso a demanda continue aumentando e as promessas de mais vagas se concretizem. Reportagem publicada pelo POPULAR na edição desta quinta-feira mostrou que as internações só na rede estadual aumentaram 51% neste mês até o dia 25 em relação ao mês de novembro inteiro, que foi quando a epidemia entrou no período de maior baixa antes de voltar a ter mais força.Em uma segunda etapa, caso a demanda por internações siga aumentando, as mesmas autoridades dizem que haveria como criar mais 241 leitos, desta vez 41,5% no novo prédio do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC/UFG), segundo informou o governo estadual. Seriam 150 novos leitos, sendo 50 na primeira etapa e os outros 100 caso haja necessidade, sempre de forma gradativa.Com isso, o total de leitos em Goiás na rede pública envolvendo o Estado e os quatro municípios citados chegaria a 1.078, um número 85,5% maior do que o atual e 30% acima do que havia no pico de casos da suposta primeira onda da epidemia.A Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) trabalha para conseguir abrir até 160 leitos de UTI para Covid-19 em 30 dias e, se necessário, de forma emergencial, outros 70, aumentando assim em 94% o total de vagas para pacientes em estado grave na rede, que hoje está em 245. A informação é da assessoria da pasta e do titular, Ismael Alexandrino, no final da tarde desta sexta-feira (29).O titular da SES-GO, Ismael Alexandrino, explica que a estratégia para ampliação de leitos envolve pensar não apenas nas unidades hospitalares de forma isolada, mas na rede como um todo, considerando também os municípios. E isso envolve, segundo ele, diálogo com outros secretários e agilidade na transferência de pacientes conforme a situação clínica deles para otimizar recursos e o atendimento.Alexandrino também diz que o aumento envolve contextos diferentes, como o Hospital de Doenças Tropicais (HDT), que está passando por obras de ampliação para mais 30 leitos de UTI, que depois da epidemia ficarão permanentes para outros casos, e o Hospital de Campanha de Enfrentamento do Coronavírus (HCamp) de Goiânia, que está sendo trabalhado para chegar a 100 leitos de UTI, quando o previsto inicialmente na sua inauguração, em março de 2020, era até 70. “Lá pode chegar a 110 se precisar.”Para ele, neste momento em que a segunda onda é esperada com mais força que a primeira, é fundamental que haja integração entre os municípios e o Estado, “dialogando com os secretários municipais, entendendo as possibilidades deles para ajudar e a necessidade também”. “A gente precisa ter empatia, visão global e convergência de forças”, disse.Em Goiânia, o gerente da Central de Regulação de Urgência da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Fernando Soares, disse que a rede municipal, caso necessário, conseguiria voltar a ofertar os 238 leitos de UTI que havia no auge da epidemia. Nesta semana, houve já um aumento de 17 leitos em relação aos 140 que estavam até então abertos. Ele disse que o Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara (HMMCC), principal unidade da prefeitura, conseguiria voltar aos 86 leitos que tinha exclusivos para Covid-19 - hoje são 70 disponíveis. E que os hospitais particulares que cediam leitos para o SUS estão sendo contactados para viabilizar o aumento conforme a demanda cresça. Atualmente a taxa de ocupação está na faixa de 60%.Em Aparecida, onde o total de leitos chegou a 138, atualmente há 71 e, segundo a SMS local, poderia ir para 100 rapidamente, se necessário. Em Anápolis e em Rio Verde, não houve redução de oferta de leitos durante o período de baixa de casos. Nestas 3 cidades, a taxa de ocupação está baixa.-Imagem (1.2189957)