A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS) confirmou nesta quinta-feira, dia 16, o registro de duas mortes por H1N1 na capital em 2019. Um deles era um homem de 53 anos que, de acordo com o hospital, era obeso e uma idosa de 81 anos. Ambos não eram vacinados e faziam parte de grupos de risco. Até agora essas são as únicas mortes registradas. De acordo com a SMS mais seis casos foram confirmados, sendo eles cinco de H1N1 e um de Influenza B.No Brasil, já foram confirmadas mortes em diversos Estados, como Paraná, Minas Gerais e Alagoas, além do Distrito Federal. Em Goiás, a Secretaria de Saúde do Estado de Goiás (SES-GO) registrou 10 casos de H1N1 em 2019, um de H3N2, um de Influenza D e um de Influenza A ainda não subtipado. Para a SMS, as mortes confirmadas chamam a atenção para a baixa adesão dos goianienses à vacinação. A campanha Vacinação Contra Gripe, que termina no fim de maio, teve início no começo de abril. De acordo com a Vigilância em Saúde da SMS, até agora só receberam vacinas 65,04% do público incluído na meta dos participantes de grupos prioritários (crianças, gestantes, trabalhadores em saúde, puérperas, idosos, professores, portadores de doença crônica, militares, funcionários do sistema prisional e população privada de liberdade).A superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, explicou que tomar a vacina agora é muito importante devido à proximidade do inverno. “Durante essa época do ano é natural que se aumente o número de doenças respiratórias. Se as pessoas não se vacinarem é provável que isso seja agravado. Além disso, é preciso lembrar que a vacina leva cerca de 10 dias para começar a proteger efetivamente os indivíduos.”Flúvia disse que já foram registradas 149 notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave em Goiânia, sendo duas delas causadas por H1N1. “Não podemos confirmar que vamos sofrer com uma epidemia. Entretanto, se não atingirmos nossa meta de vacinação é provável que esses casos aumentem e que os grupos prioritários sejam os principais afetados”, ressaltou.O enfermeiro responsável pela sala de vacinação da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), Renato Bueno, de 35 anos, afirmou que o desinteresse da população na vacinação é alarmante. “Aqui não sentimos tanta diferença, pois atendemos mais os professores, estudantes da área de saúde e a comunidade acadêmica. Entretanto, pude notar que os goianienses não estão aderindo à campanha e estamos preocupados com as consequências disso”, disse.Bueno ainda alertou para outros cuidados que devem ser tomados para ficar livre da gripe. “Se vacinar é uma prevenção. Entretanto, não é uma garantia de que você não vai adoecer. É preciso tomar cuidado com a higienização sempre, principalmente das mãos, lavando-as e utilizando o álcool em gel sempre que possível para evitar o contágio”, finalizou.Já Flúvia chamou a atenção para quem se vacinou há um ano ou mais, que precisa voltar a procurar um posto de saúde. “A vacina tem proteção apenas por cerca de 10 meses. Além disso, de tempos em tempos as cepas mudam. A vacina deste ano, por exemplo, é diferente da do ano passado, pois ela cobre o vírus Influenza A H3N2.”Segundo a superintendente, o risco da baixa vacinação para os grupos prioritários pode fatal. “Se conseguirmos atingir nossa meta de 90%, vamos estar dando cobertura para quase um terço das pessoas de Goiânia, o que vai evitar que passemos por epidemias.”-Imagem (1.1799958)