A Prefeitura de Goiânia prevê gastar cerca de R$ 33,6 milhões com a aquisição de uniformes escolares para os estudantes da rede municipal de educação em 2026. A proposta é instituir o programa Meu Uniforme, por meio do qual os estudantes receberão um auxílio financeiro anual, repassado via crédito eletrônico, para a compra dos itens em estabelecimentos credenciados. De acordo com a Secretaria Municipal de Educação (SME), a formatação do <a href="https://opopular.com.br/politica/manobra-agiliza-projeto-dos-temporarios-da-educac-o-1.3310936" target="_self">projeto ainda está em finalização</a>.

A aprovação sem ressalvas do programa pelo Comitê de Controle de Gastos da Prefeitura foi publicada no Diário Oficial do Município (DOM) da última quarta-feira (17). O valor unitário médio dos kits é de R$ 240,45, para a educação infantil e o ensino fundamental, e de R$ 133,45, para a Educação de Jovens e Adultos (EJA). A previsão é de que 127,3 mil estudantes sejam atendidos em 2026. Há, ainda, uma projeção de aumento de 10% nos gastos para os exercícios de 2027 e 2028 (veja quadro).

Apesar do aval do Comitê de Controle de Gastos, a execução do programa Meu Uniforme ainda depende da aprovação de um projeto de lei que será enviado à Câmara de Goiânia. Conforme a SME, o projeto está em fase final de elaboração. Nesta etapa, a pasta encaminhou a proposta ao comitê, instância responsável por autorizar a previsão orçamentária. Por isso, ainda não há informações detalhadas sobre como o programa funcionará.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/com-emenda-comiss-o-aprova-projeto-sobre-contratos-temporarios-1.3311845" target="_self">Com emenda, comissão aprova projeto sobre contratos temporários</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/projeto-dos-temporarios-da-educac-o-tem-analise-em-comiss-o-adiada-1.3311430" target="_self">Projeto dos temporários da Educação tem análise em comissão adiada</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/mabel-regulariza-ades-es-a-ata-e-amplia-contratac-es-1.3311420" target="_self">Mabel regulariza adesões a ata e amplia contratações</a></div>

Em entrevista ao programa Jackson Abrão Entrevista, realizada em 10 de fevereiro deste ano, a secretária municipal de Educação, Giselle Faria, já havia comentado sobre a intenção de operacionalizar o programa. “Este ano vamos mandar um cartão para cada família e ela vai a uma loja credenciada para escolher o tamanho certo e comprar o uniforme”, afirmou a titular da SME. Mesmo Giselle tendo dito que o programa seria implantado ainda neste ano, ele ficará para 2026. Atualmente, a rede conta com aproximadamente 118 mil estudantes.

Atrasos

A <a href="https://opopular.com.br/cidades/conteudo-de-livros-que-custaram-r-5-98-milh-es-a-prefeitura-de-goiania-n-o-sera-concluido-antes-de-provas-1.3306189" target="_self">administração</a> de Rogério Cruz (SD), que antecedeu o mandato do atual prefeito Sandro Mabel (UB), ficou conhecida por atrasos na distribuição de uniformes aos estudantes da rede municipal de ensino. Os kits adquiridos em 2021, previstos para o ano letivo seguinte, só começaram a ser entregues a partir de agosto de 2022. Naquele mês, O POPULAR mostrou o atraso sem que fosse dada uma justificativa para a demora.

Em abril de 2024, o jornal voltou a expor que, três meses após o início do ano letivo, os estudantes da rede municipal ainda não haviam recebido os uniformes escolares. Na época, a secretaria alegou que o atraso se devia à necessidade de realizar um levantamento das idades e dos tamanhos das roupas, após a confirmação das matrículas. A entrega dos kits teve início ainda naquele mês.

Dessa maneira, a Prefeitura de Goiânia adere a processos licitatórios realizados por outros órgãos públicos, sejam eles municipais, estaduais ou federais. Em fevereiro de 2024, por exemplo, foi feita uma “carona” em um pregão promovido pelo Consórcio Intermunicipal Dom Mariano (Condomar), de Pernambuco, no valor de R$ 26,5 milhões.

2025

Na gestão do prefeito Sandro Mabel ainda não foi realizada nenhuma nova compra de uniformes escolares. No início de fevereiro, a SME distribuiu 118,9 mil peças de uniformes entre as cinco coordenadorias regionais de educação (CREs). Os itens foram encontrados durante uma vistoria realizada em 29 de janeiro, em dois galpões alugados pela pasta no Setor Santa Genoveva desde 2016. A ação teve como objetivo dar destinação final dos inservíveis e fazer a redistribuição dos materiais encontrados em bom estado.

Entre os itens encontrados nos galpões e redistribuídos às CREs, estavam 23,2 mil bermudas masculinas; 19,2 mil pares de tênis; 14,1 mil jaquetas; 13,7 mil shorts-saia; 8 mil camisetas; 5,7 mil calças; e 34,6 mil pares de meias. Conforme mostrou reportagem do POPULAR publicada à época, esses uniformes custaram R$ 3,25 milhões aos cofres públicos. O montante representa 17,6% do total contratado em outubro de 2021, quando a Prefeitura pagou R$ 18,4 milhões a uma empresa sediada em Guapiaçu (SP) pela entrega de 108 mil kits de uniformes escolares para o ano letivo de 2022.

Colégios militares

No Estado, os estudantes dos colégios estaduais da Polícia Militar de Goiás (CEPMGs) já usam cartões para a compra de uniformes escolares. O programa Bolsa Uniforme foi instituído pela Lei nº 22.560, de 14 de março de 2024, e regulamentado pelo Decreto nº 10.627, de 16 de janeiro de 2025. Neste ano, o programa contempla 77,3 mil estudantes, distribuídos em 82 unidades escolares de Goiás.

De acordo com a GoiásFomento, que atua como agente financeiro do programa Bolsa Uniforme 2025, o investimento total é de R$ 75 milhões. Cada estudante recebe um cartão no valor de R$ 970. O recurso pode ser utilizado exclusivamente para a compra do fardamento escolar em lojas credenciadas, conforme a padronagem exigida pelos colégios militares.

O benefício é operacionalizado por meio de sistema bancário. O cartão funciona de maneira semelhante a um cartão de débito, porém é aceito somente em estabelecimentos credenciados pela GoiásFomento. Ele é emitido em nome do aluno. Atualmente, 157 lojas credenciadas atendem aos requisitos do uniforme de acordo com os padrões exigidos pelos CEPMGs. O credenciamento é feito mediante um cadastro prévio das empresas interessadas. Então, a Polícia Militar do Estado de Goiás (PM-GO) avalia se o estabelecimento atende aos requisitos estabelecidos pela corporação.

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Secretaria prevê gasto de R$ 33,6 milhões com programa Meu Uniforme em Goiânia

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Educação

O vice-governador Daniel Vilela (MDB) retomou nesta segunda-feira (23) o tom mais crítico adotado pelo prefeito Sandro Mabel (UB) para reclamar do comportamento de vereadores que integram a base aliada do Paço Municipal na Câmara de Goiânia. O presidente estadual do MDB defendeu o prefeito e apontou que ainda é preciso <a href="https://opopular.com.br/politica/paco-renova-contrato-com-empresa-de-gest-o-da-folha-1.3313273" target="_self">“desmamar muito bezerro”</a>, em referência a mudança na forma de distribuição de espaços e estruturas aos parlamentares no Executivo.

Ao encerrar o discurso durante inauguração de ampliação do Sistema de Abastecimento de Água da Região Metropolitana, o emedebista apontou avanços na gestão da capital, em comparação com a gestão anterior, do ex-prefeito Rogério Cruz (Republicanos). “Sob a liderança do prefeito Sandro Mabel, <a href="https://opopular.com.br/cidades/terceirizac-o-em-goiania-chega-a-assistencia-social-1.3309107" target="_self">Goiânia já está resgatando e recuperando</a> toda a condição que nos levou a ser cidade de referência mundial de qualidade de vida”, disse.

Na sequência, apontou a capacidade de Mabel para superar entraves. “Eu sei que não é fácil, né Sandro? Você tem enfrentado muitos desafios. Está tendo que desmamar muito bezerro já marruco, que tava mal acostumado achando que era dono da cidade ou prefeito da cidade”, apontou, ao repetir termos usados pelo próprio Mabel para se referir aos vereadores, principalmente durante a crise que levou à saída de Igor Franco (MDB).

<cite>Os prefeitinhos da cidade, né? Mas você, com toda a sua experiência e sua capacidade de gestão, vai superando esses desafios e tenho certeza que Goiânia voltará a viver os seus melhores dias sob a sua administração”, afirmou o vice, sem fazer referência direta a nenhum dos vereadores.</cite>

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/paco-renova-contrato-com-empresa-de-gest-o-da-folha-1.3313273" target="_self">Paço renova contrato com empresa de gestão da folha</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/tcm-manda-anular-contrato-sem-licitac-o-de-r-2-57-milh-es-de-gest-o-anterior-de-goiania-1.3311375" target="_self">TCM manda anular contrato sem licitação de R$ 2,57 milhões de gestão anterior de Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/opiniao/base-aprova-projeto-de-temporarios-mas-mabel-retira-data-base-na-camara-1.3310741" target="_self">Base aprova projeto de temporários, mas Mabel retira data-base na Câmara&nbsp;</a></div>

As declarações de Daniel retomam os ataques direcionados por Mabel após o ex-líder ter acusado sofrer “retaliações” do Paço, em discurso na tribuna da Câmara, no início do mês. O prefeito rebateu as declarações e afirmou que “tem muita gente que vai colher o que planta”. Apesar de negar represálias, o gestor declarou que “não vai atender uma pessoa que está afrontando o município, não está ajudando num momento difícil” e disparou que os parlamentares se queixam de sua gestão pelo fato de ele ter “acabado com a mamata”.

<cite>O cara é líder do governo. Quem é líder tem que ser fiel ao governo. Quem é infiel, você não é obrigado. Vai ter o quê? Os mesmos privilégios? Não. Ele vai ser como todos os vereadores que nós tratamos muito bem, todos eles vamos tratar igual. Agora, ele (Franco) tinha 200 mil reais de cargo, eu fui descobrir isso agora também. Vai perder essas regalias. Aí, reclama. Todo mundo que perde alguma coisa, reclama. É por isso que as pessoas reclamam de mim. É que eu acabei com a mamata. Tinha umas tetas gordas que o pessoal estava mamando. Eu enxuguei elas”, disse Mabel.</cite>

&nbsp;

Em resposta, Franco chamou o prefeito de “mentiroso”, mas o parlamentar ainda não é considerado pela gestão como integrante da oposição. Depois do entrevero, o vereador apresentou projeto de decreto legislativo para sustar os efeitos do decreto assinado pelo prefeito em 2 de janeiro para declarar calamidade financeira em Goiânia.

O prefeito, no entanto, passou a modular o discurso ao longo das últimas semanas, na tentativa de reestruturar a base de apoio entre os vereadores, com o trabalho do novo líder, Wellington Bessa (DC).

Em entrevista ao POPULAR, Mabel considerou que a reorganização “está andando bem” e apontou que o atual líder “faz exatamente o que o outro não fazia”. “Ele cuida dos vereadores, (diz que) está faltando uma nomeação, está faltando uma coisa ou outra. O líder está sempre presente”, apontou.

Entrega

O discurso do vice-governador encerrou a solenidade que inaugurou a ampliação do sistema de abastecimento de água por meio da obra Conexão Cristina. A nova infraestrutura reforçará o abastecimento de Goiânia e Aparecida de Goiânia, ao custo de R$ 72 milhões.

A obra contempla a implantação do Booster João Leite, composto por um reservatório de 10 milhões de litros e 5,3 quilômetros de adutora, com controle automatizado. Com a entrega, haverá conexão do Sistema João Leite ao Centro de Reservação Vila Cristina, permitindo reforço de abastecimento em áreas das regiões Norte, Noroeste e Sudoeste da capital, além do Noroeste de Aparecida.

Daniel retoma crítica de Mabel a vereadores e defende 'desmamar bezerros'

Política

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Prefeitura de Goiânia

O presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), desembargador Leandro Crispim, manteve o <a href="https://opopular.com.br/cidades/futuro-do-aterro-sanitario-de-goiania-esta-em-10-perguntas-de-desembargador-1.3308161" target="_self">desembargador Maurício Porfírio Rosa</a>, da 5ª Câmara Cível, no processo que pode levar o aterro sanitário municipal de Goiânia a ser fechado por falta de licenciamento ambiental e outras irregularidades. O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) questiona a imparcialidade do magistrado no processo após Maurício visitar o aterro junto ao prefeito Sandro Mabel (UB) e vereadores e dar declarações consideradas pelo órgão de controle favoráveis à prefeitura.

Leandro afirma que as declarações atribuídas ao desembargador durante a visita realizada em 11 de agosto “não evidenciam prejulgamento do objeto do recurso sob sua relatoria”. “A fala de que se trata de <a href="https://opopular.com.br/cidades/aterro-sanitario-de-goiania-vira-plenario-para-partes-em-inspec-o-judicial-1.3307602" target="_self">‘aterro sanitário’</a> e não ‘lixão’ revela, em verdade, impressão colhida em visita institucional, e não se confunde com manifestação sobre o mérito da causa, que demanda análise técnica, probatória e contraditória nos autos”, escreveu o presidente do TJ-GO em sua decisão. Por não ter licença desde 2011, algumas autoridades questionam se o aterro pode ser chamado assim.

Após a repercussão negativa provocada pela sua visita, Maurício organizou uma outra em 2 de setembro, mas desta vez convocando <a href="https://opopular.com.br/cidades/aterro-de-goiania-sera-alvo-de-inspec-o-judicial-1.3306224" target="_self">representantes do MP-GO</a>, da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), da Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema) e seccional goiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO). O desembargador analisa um recurso protocolado pela prefeitura contra uma ação proposta pela Abrema, que pede a suspensão do funcionamento do aterro até que o local seja regularizado.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/obra-de-esgoto-afeta-area-de-preservac-o-permanente-em-goiania-1.3311368" target="_self">Obra de esgoto afeta área de preservação permanente em Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/responsavel-por-aterro-pede-mais-prazo-para-remover-lixo-desmoronado-em-padre-bernardo-1.3313233" target="_self">Responsável por aterro pede mais prazo para remover lixo desmoronado em Padre Bernardo</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/volta-das-chuvas-liga-alerta-para-chorume-no-rio-meia-ponte-1.3314699" target="_self">Volta das chuvas liga alerta para chorume no Rio Meia Ponte</a></div>

O presidente do TJ-GO já havia negado uma liminar para suspender o andamento do recurso sob análise de Maurício até que o questionamento sobre a imparcialidade fosse analisado. O MP-GO alega que as manifestações dadas pelo desembargador na visita de 11 de agosto configuram “tratamento desigual às partes, manifestação antecipada sobre o mérito e violação ao dever de imparcialidade”. Leandro rebateu: “Os fatos suscitados pelo excipiente não são capazes de colocar em dúvida a imparcialidade do julgador, e se revestem de meras ilações de parcialidade do juízo”.

Para Leandro, as falas do colega, tanto ao afirmar que o local era um aterro e não um lixão, como os elogios à gestão de Mabel, destacados em informativo repassado pela prefeitura à imprensa no mesmo dia, foram, na verdade, “comentários de caráter geral, desprovidos de aptidão para comprometer a imparcialidade do julgador”. O presidente do TJ-GO destacou também a segunda visita em setembro, marcada como uma inspeção judicial, e a confirmação por Maurício de que foi ele quem marcou a primeira ida.

Perguntas

Após a inspeção judicial, Maurício afirmou que iria analisar 10 pontos antes de tomar uma decisão. Os questionamentos levantados por ele têm respostas favoráveis aos argumentos da prefeitura, conforme O POPULAR <a href="https://opopular.com.br/cidades/responsavel-por-aterro-pede-mais-prazo-para-remover-lixo-desmoronado-em-padre-bernardo-1.3313233" target="_self">mostrou no começo do mês</a>. Entre elas, quanto custaria para o poder público levar o lixo para aterros particulares e como isso impactaria os investimentos anunciados por Mabel no empreendimento municipal. O magistrado quer saber o que a prefeitura tem feito para cumprir o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado em 2020 com o MP-GO.

Durante a inspeção, o desembargador chegou a citar a preocupação com os gastos que a Prefeitura vai ter caso o aterro municipal seja fechado e o lixo produzido na capital tenha de ser levado para aterros particulares. Em conversa com jornalistas no dia, Maurício destacou os valores. “É uma diferença muito grande. Veja o cálculo disso e o que representa para o município”, comentou. “Eu preciso ver a consequência da minha decisão. Não posso simplesmente determinar que o município pague isso (o alegado custo maior com a terceirização) se não tiver condição de pagar.”

No dia 25 de abril, ao analisar a ação da Abrema, a juíza Mariuccia Benício Soares Miguel, da 7ª Vara de Fazenda Pública Estadual de Goiânia, acatou o pedido de liminar feito pela entidade e determinou o fechamento do aterro em até 60 dias caso a prefeitura não corrigisse os problemas do local. Uma semana depois, o presidente do TJ-GO derrubou a suspensão também de forma liminar, e o processo seguiu em tramitação para análise do mérito. Em julho, a prefeitura entrou com um recurso para que a suspensão determinada por Mariuccia seja definitivamente derrubada.

Além da falta de licenciamento, a Abrema questiona a demora da prefeitura em cumprir o que foi acordado no TAC de 2020. O termo foi aditivado em 2023 e 2024, com a prorrogação do prazo, mas, segundo o MP-GO, a gestão passada não avançou concretamente em nenhum ponto. Mabel argumenta que tem tomado decisões neste ano, mas precisa de mais tempo. A Procuradoria-Geral do Município (PGM) defende que os pontos do TAC não sejam analisados neste processo.

No sábado (20), O POPULAR mostrou que a situação do aterro sanitário não será resolvida antes do retorno do período chuvoso, o que liga um alerta por causa do chorume produzido no local. O volume do efluente, que é altamente tóxico, aumenta em quase 10 vezes durante a chuva e só 65% dele é tratado antes de chegar ao Rio Meia Ponte.

TJ-GO mantém desembargador em processo sobre aterro de Goiânia

Justiça

As manifestações de domingo (21) em todo o País <a href="https://opopular.com.br/politica/ato-em-goiania-ataca-pec-da-blindagem-e-a-anistia-1.3315157" target="_self">contra a proposta de emenda à Constituição (PEC) da Blindagem e contra o projeto de lei</a> que visa conceder anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro representaram, na visão de cientistas políticos ouvidos pelo POPULAR, um primeiro passo para que a esquerda volte a ocupar as ruas com pautas capazes de mobilizar setores mais amplos da sociedade, inclusive aqueles além de seu campo tradicional de apoio.

Segundo os analistas, a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) e a recente taxação do governo norte-americano sobre produtos brasileiros ajudaram a enfraquecer a narrativa bolsonarista. Com o desgaste acumulado e a forte onda de críticas à <a href="https://opopular.com.br/opiniao/coluna-da-cileide/dois-senadores-goianos-s-o-contra-pec-da-blindagem-wilder-n-o-revela-voto-1.3315377" target="_self">PEC da Blindagem</a>, especialmente nas redes sociais, os protestos encontraram terreno mais favorável para ganhar adesão e legitimidade, abrindo espaço para uma mobilização expressiva em várias capitais, dizem os cientistas políticos.

<cite>Chamou a atenção que desta vez o diferencial foi que a esquerda saiu da bolha. Por que? Porque o tema não é apenas da esquerda, é da sociedade, da democracia de maneira geral, da transparência. É uma forma de cobrar os representantes para que o parlamento ande em mais sintonia com as reais necessidades do país. De forma alguma o objeto da PEC da Blindagem atende ao país. Ao contrário, ele joga contra o país”, afirma o sociólogo e professor aposentado da Universidade Federal de Goiás (UFG) Pedro Célio Borges.</cite>

Ouça a matéria da CBN:&nbsp;<a href="https://www.cbngoiania.com.br/cbn-goiania/papo-politico/goiania-tem-protestos-contra-a-pec-da-blindagem-e-contra-o-pl-da-anistia-1.3315261" target="_self">Goiânia tem protestos contra a PEC da Blindagem e contra o PL da Anistia</a>

O cientista político Jorge Mizael, especialista pela Universidade de Brasília (UnB), destaca que mobilizações do gênero organizadas pela esquerda não eram vistas desde o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e das eleições de 2018. Ele diz que <a href="https://opopular.com.br/politica/manifestantes-em-goiania-iniciam-protesto-contra-a-pec-da-blindagem-1.3315042" target="_self">esses atos andavam aos solavancos</a> no contexto político mais recente pela própria efervescência do bolsonarismo e a fragmentação dos movimentos de massa em torno de pautas progressistas.

<cite>Mobilizações populares, por si só, não costumam alterar de maneira imediata a posição individual de senadores, sobretudo em matérias constitucionais. Mas elas cumprem um papel fundamental de pressionar o ambiente político: geram custo reputacional para quem apoia a PEC e fortalecem os que já se colocaram contra. No caso da CCJ, existe hoje uma correlação de forças desfavorável à aprovação: há maioria contra, uma minoria claramente favorável e um grupo sem posicionamento público”, afirma Mizael.</cite>

Já o cientista político Pedro Pietrafesa, da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), considera que os episódios mais recentes da cena política, incluindo as manifestações do último dia 7 de Setembro, quando uma bandeira dos Estados Unidos foi estendida na Avenida Paulista, em São Paulo (SP), por manifestantes de direita, funcionaram como uma “panela de pressão” para os atos do último domingo. “Essa insatisfação estava crescendo muito e fez com que a população, em diferentes capitais, como aqui em Goiânia, ganhasse esse corpo que não se via há um bom tempo nas rua”, diz.

Segundo um levantamento feito em tempo real pela Palver no monitoramento de 100 mil grupos públicos de WhatsApp, as chamadas para os atos de domingo começaram a acontecer na última quinta (18) e o engajamento foi superior ao apelo digital registrado nas convocações para o 7 de Setembro. De acordo com a Palver, a cada 100 mil mensagens trocadas, cerca de 865 faziam referência às convocações e aos comentários sobre o protesto de domingo, contra 724 durante as mobilizações da direita duas semanas antes.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/opiniao/coluna-da-cileide/dois-senadores-goianos-s-o-contra-pec-da-blindagem-wilder-n-o-revela-voto-1.3315377" target="_self">Dois senadores goianos são contra PEC da Blindagem; Wilder não revela voto</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/ato-em-goiania-ataca-pec-da-blindagem-e-a-anistia-1.3315157" target="_self">Ato em Goiânia ataca PEC da Blindagem e a anistia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/manifestantes-em-goiania-iniciam-protesto-contra-a-pec-da-blindagem-1.3315042" target="_self">Manifestantes em Goiânia iniciam protesto contra a PEC da Blindagem</a></div>

Conforme os organizadores do evento em Goiânia, a manifestação reuniu cerca de 10 mil pessoas. A assessoria da Polícia Militar de Goiás (PM-GO) havia informado ao POPULAR no domingo que divulgaria dados referentes à estimativa do público presente, mas disse nesta segunda (22) não ter os números.

Cenário

Outra avaliação compartilhada entre os analistas, com base no relevo das manifestações, é a de que tanto a PEC da Blindagem quanto o PL da Anistia podem ser considerados um dos temas centrais nas eleições de 2026. Eles mencionam a grande mobilização dos manifestantes em estender faixas e cartazes com a identificação dos parlamentares que votaram favoravelmente à PEC - o que seria um sinal, dizem, já para “acender o alerta” nos quadros que pretendem se reeleger no próximo pleito. De acordo com os cientistas políticos, essa é a toada que aumenta as chances de as propostas serem “sepultadas” quando passarem pelas votações no <a href="https://opopular.com.br/politica/silvye-pede-desculpas-por-votac-es-a-favor-da-pec-da-blindagem-1.3314238" target="_self">Senado Federal</a>.

<cite>Esses políticos no ano que vem vão pedir voto nas ruas, vão visitar as empresas e eles vão ter que ficar frente a frente, olho no olho com o eleitor. A vergonha que evoca a PEC da Blindagem estará muito fresca ainda. É por esse motivo que eles recuam. A opinião pública cobra um preço e os políticos levaram um susto muito grande”, afirma Pedro Célio.</cite>

Para o professor da UFG e cientista político Francisco Tavares, toda manifestação do gênero tem viés eleitoral, mas ele não vê nos atos do último domingo uma marcha em favor do presidente Lula (PT). “Mas é evidente que, no ano que vem, haverá um campo da extrema direita que pode marchar com o Tarcísio, com alguém da família Bolsonaro, etc. E haverá o presidente da República tentando se reeleger representando esse campo que vai do centro até a esquerda. Quando esse espectro político do centro à esquerda segue para as ruas, aquilo leva força para uma eventual candidatura no ano que vem”, afirma.

Tavares prossegue: “Mas esse não é o eixo. Acho que tem outras questões em jogo para além da disputa eleitoral. A própria questão de se punir ou não investiduras contra a ordem democrática, a própria questão de se eximir parlamentares e agentes políticos como presidente de partido, de responsabilidade por seus atos, a menos que seus pares o autorizam, eu acho que o foco foi de fato esse.”

Os protestos ocorreram após a Câmara dos Deputados aprovar, na última terça (16), a PEC da Blindagem, que amplia o foro especial e protege parlamentares não só em relação a investigações criminais, mas abre também brecha na área cível, algo inédito. Dos 17 representantes de Goiás, 14 votaram a favor da proposta. Só Adriana Accorsi, Rubens Otoni (ambos do PT) e Flávia Morais (PDT) foram contra.

Atos retomam mobilização e encaixe de temas pela esquerda

Eleições 2026

Os 30 quilômetros da Avenida Leste-Oeste, ligando Goiânia a Senador Canedo em seu tramo leste e a Trindade no tramo oeste, estão prometidos pelo prefeito Sandro Mabel (UB) até o final do mandato, em 2028. A obra foi iniciada ainda em 2019, na gestão Iris Rezende (MDB), e depois teve a maior parte dos trechos entregues na administração Rogério Cruz (SD). Ainda faltam as duas pontas na ligação com as cidades metropolitanas: o trecho da região da Vila Viana e Nova Vila e o <a href="https://opopular.com.br/cidades/trecho-da-avenida-castelo-branco-deve-ser-interditado-para-obras-do-viaduto-da-leste-oeste-1.3120321" target="_self">viaduto com a Avenida Castelo Branco</a>. Este último, que foi iniciado em 2023 e estava parado há um ano, teve ordem de serviço para retomada nesta segunda-feira (22).

<a href="https://opopular.com.br/cidades/apos-1-ano-paco-deve-retomar-viaduto-da-leste-oeste-na-proxima-semana-1.3314213" target="_self">A previsão é que o viaduto possa ser finalizado em janeiro próximo</a>, mas a Prefeitura de Goiânia já trabalha com a data de março, para o caso de intercorrências, já que o serviço será feito durante o período chuvoso. A retomada da obra se deu após uma negociação do Paço com a BK Infraestrutura, que venceu a licitação em 2023 ainda sob o nome de Loctec Engenharia e passa por recuperação judicial. Houve informação extraoficial da Prefeitura, na última semana, publicada pelo POPULAR, de que outra empresa realizaria a obra, o que não se confirmou. Até a última sexta-feira (19), a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra) ainda negociava detalhes para o retorno da obra.

Três foram os motivos para o atraso da obra. O primeiro deles foi em relação à condição financeira da empresa. Já o segundo, em corroboração ao anterior, era sobre discordâncias no contrato. Um dos pontos era a aquisição de terra para ser usada no talude do viaduto, pois o acordo apontava que seria usado o item adquirido em até 7 quilômetros (km) do local da obra, mas a distribuidora mais próxima ficaria a mais de 20 km. A solução dada é que a Prefeitura vai fazer esse serviço de aquisição e transporte da terra, como meio de solucionar a questão. O último motivo é que ainda há processos de desapropriações na região, cuja maioria foi finalizada em agosto.

Assista a matéria da TV Anhanguera:&nbsp;<a href="https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/complexo-viario-em-goiania-esta-com-obras-atrasadas-ha-mais-de-um-ano-13817860.ghtml" target="_blank">Complexo viário em Goiânia está com obras atrasadas há mais de um ano</a>

“Nós regularizamos uma série de coisas. Só temos um problema com uma casinha, que ainda está no final da desapropriação. Aqui as primeiras semanas vão ser só para fazer as tubulações, drenagens, água pluvial, que é o que vai ser feito primeiro. E nós esperamos terminar essa obra até o final de março. Ela é uma obra para começar e para acabar. O <a href="https://opopular.com.br/cidades/antt-libera-viaduto-da-leste-oeste-1.2251382" target="_self">empreiteiro teve algum problema</a> com relações financeiras, agora equalizou. Nós esperamos poder, nessa ordem de serviço, realmente ser executada. Isso é o que está acertado”, disse o prefeito Sandro Mabel, em entrevista coletiva na assinatura da ordem de serviço. Segundo a Seinfra, o valor investido na conclusão da obra é de R$ 3,6 milhões, o que vai gerar um valor total de R$ 16.431.604,48.

<cite>A empresa fará obras de drenagem pluvial nas primeiras cinco semanas de retomada para, depois, começar o trabalho em concreto armado, contenção de terra, terraplanagem, pavimentação das pistas de rolamento, sinalização e serviços complementares para a conclusão da obra, que conta atualmente 80% já executada”, resumiu a Seinfra. Mabel ressaltou que, até terminar o mandato, vai finalizar a Leste-Oeste de ponta a ponta. “Vamos encostar em Trindade, encostar em Senador Canedo. Vamos tirar todos esses problemas que têm no meio dela. O que não der para tirar, nós vamos contornar”, diz.</cite>

Na região da Nova Vila e Vila Viana, próximo ao Parque Agropecuário, há um trecho entre a Avenida Fuad Rassi e a Rua 402 que não foi realizado em razão da necessidade de desapropriações. Há trechos em que os terrenos são da União, o que complica o processo de desapropriação. “Em algum lugar nós faremos o binário, como lá na Pecuária, que nós temos um problema grande de desapropriação. Mas não vamos passar onde não dá. Nós fazemos um sistema binário, desviando, mas nós temos que fazer a Leste-Oeste andar e ela vai andar e ela é muito importante”, afirma Mabel. No caso, seria feita apenas uma pista da Leste-Oeste no local, reduzindo a quantidade de desapropriações, e usaria uma rua paralela como um binário da Leste-Oeste.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/trecho-da-avenida-castelo-branco-deve-ser-interditado-para-obras-do-viaduto-da-leste-oeste-1.3120321" target="_self">Trecho da avenida Castelo Branco deve ser interditado para obras do viaduto da Leste-Oeste</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/antt-libera-viaduto-da-leste-oeste-1.2251382" target="_self">ANTT libera viaduto da Leste-Oeste</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/apos-1-ano-paco-deve-retomar-viaduto-da-leste-oeste-na-proxima-semana-1.3314213" target="_self">Após 1 ano, Paço deve retomar viaduto da Leste-Oeste na próxima semana</a></div>

Outro problema, no tramo leste, já próximo a Senador Canedo, é na transposição da BR-153, em que a solução adotada foi a redução da caixa viária para manter uma via de mão dupla por baixo da rodovia. “Ali o viaduto é do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre), não é nosso, mas nós estamos fazendo gestão junto com o DNIT para que ele possa complementar”, conta o prefeito. Mabel relata que foi feito estudo no local para ver se é possível abrir mais as vias, mas o resultado não foi favorável. “Eu pedi para ver se tem condição de fazer um reforço e nós abriríamos mais um metro e pouco, o que daria uma viabilidade maior emergencialmente. Mas nós estamos trabalhando com o DNIT para fazer aquele viaduto.”

O prefeito afirma ainda que um outro viaduto na Leste-Oeste deverá ser construído na 5ª Avenida, também na região da Pecuária, mas que é necessário tirar uma adutora da Saneago que fica visível na via. Já no sentido oeste, indo para Trindade, o problema também é com desapropriações no Setor Conjunto Vera Cruz II. “Nós vamos fazer algumas obras de drenagem que precisam ser feitas lá e vamos fazer também aquela passagem. Já conversamos com as pessoas lá e estamos desapropriando. Não estamos tendo resistência, vamos fazer aquilo ali andar em duas frentes. Tem um monte de lugares tortuosos que foram construções e parece que foi emendando o negócio. Nós estamos fazendo todo o remanejamento e vamos acertar para que ela possa andar”, conta, ao lembrar que seria necessária nova licitação.&nbsp;