A Secretaria Municipal da Fazenda (Sefaz) de Goiânia contratou sem licitação, por R$ 2,25 milhões, a Engenho Assessoria Contábil, empresa de Jales (SP) cujo sócio-administrador, o contador Kleber da Cunha Ota, é colega de pós-graduação do titular da pasta, Valdivino de Oliveira, e desde 2024 escreveu artigos acadêmicos com o secretário. Os dois fazem doutorado em Administração Pública no Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), em Brasília. Outras duas pessoas ligadas à empresa contratada também estão matriculadas no mesmo curso.

<a href="http://opopular.com.br/canal" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-size: 12px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp&nbsp;</a>

A Sefaz assinou com a Engenho no começo de junho e prevê a realização de um curso de capacitação para servidores da Sefaz e um trabalho de planejamento organizacional dentro da secretaria. Valdivino diz que o objetivo da contratação é a prestação de serviços técnicos especializados em planejamento governamental, voltados à modernização da gestão pública, à racionalização contábil e fiscal e à capacitação de servidores. Ainda segundo ele, a escolha pela Engenho se deu por causa dos mais de 20 anos de experiência da empresa nesta área.

O POPULAR encontrou dois artigos acadêmicos assinados juntos por Valdivino e Kleber e 13 artigos com o nome do secretário e do advogado Ailton Ferreira Cavalcante, consultor contratado da Engenho, cuja colaboração para o serviço prestado junto à Sefaz, segundo o sócio-administrador da empresa, se deu “em razão de sua reconhecida formação acadêmica e de sua ampla experiência técnica e profissional”. Há outro servidor da Engenho selecionado para o serviço em Goiânia que faz doutorado com os três, mas que não aparece em nenhum artigo com Valdivino.

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Em um parecer enviado ao Tribunal de Contas dos Municípios do Estado de Goiás (TCM-GO), a Sefaz argumenta que o serviço contratado não tinha como ser licitado por ser algo “altamente especializado e de natureza intelectual, cujo desempenho depende de metodologia própria, conhecimento avançado e atuação personalizada”. “Não há como se estabelecer parâmetros objetivos de comparação entre eventuais propostas concorrentes, de modo que um certame licitatório tradicional seria ineficaz.” O TCM-GO apura denúncia feita contra a contratação.

<h2>Segundo contrato</h2>

Este já é o segundo contrato assinado pela Engenho com um órgão da Prefeitura de Goiânia. Em julho, a CBN Goiânia mostrou que a empresa foi contratada pela Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) por R$ 640,2 mil para serviços de auditoria externa e de perícia contábil na folha de pagamento. Nesse caso, houve uma licitação na qual participou outra empresa, de Coronel Fabriciano (MG), que foi desclassificada por ter feito uma proposta muito abaixo do valor estimado pela companhia. A da Engenho ficou 30% menor. Já a da concorrente, 53%.

O contrato com a Sefaz não está disponível no Portal de Transparência da Prefeitura e o valor não constava no extrato do contrato publicado no Diário Oficial do Município (DOM). O POPULAR tentou obter uma cópia do processo de contratação por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), mas a resposta foi de que não seria possível repassá-lo “por questões de segurança, sigilo e em conformidade com a legislação vigente sobre o acesso à informação e proteção de dados pessoais”. Segundo a secretaria, o encaminhamento seria possível apenas para as “partes legítimas no referido processo”.

O procedimento de contratação teve início formal em abril, com a formalização da demanda e o alerta de que era alto o grau de prioridade para contar com serviços técnicos especializados em planejamento governamental, considerando os desafios encontrados pela atual gestão municipal. Na justificativa pela escolha da Engenho, a Sefaz afirma que os valores propostos pela empresa estão muito abaixo dos verificados em consultas a tabelas oficiais de associações da área e que houve comprovação de “experiência consolidada e qualificação técnica”.

Como referência, a Sefaz cita um contrato vigente entre a Engenho e a Secretaria de Planejamento do Estado do Amapá, “onde já presta serviços na área de planejamento governamental, com práticas contábeis e financeiras, demonstrando seu conhecimento aprofundado da legislação e das melhores práticas aplicáveis à administração pública”, em valores compatíveis com a proposta apresentada. Já a empresa apresentou como atestado de capacidade técnica serviços prestados em prefeituras de pequenas cidades do Pará, Amapá, Minas Gerais e São Paulo.

O serviço foi dividido em três etapas. A primeira é um curso de capacitação com previsão inicial de durar 60 horas e atender 80 servidores, ao custo de R$ 1.380 cada matrícula. Essa fase durou um mês, entre 23 de junho e 24 de julho, e foi feita de forma híbrida. Ao todo, participaram 101 funcionários da pasta. Já para o serviço de consultoria e acompanhamento, a Engenho cobrou R$ 382,66 por hora técnica de um total de 5,6 mil previstas. O valor médio de prestadores de serviço apurado pela Sefaz na elaboração do contrato variou de R$ 512,66 a R$ 623,82 a hora.

A Engenho defende que as etapas já realizadas do serviço já tiveram impacto na elaboração de projetos de leis essenciais para o funcionamento da Prefeitura, como a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026 e o Plano Plurianual (PPA) 2026-2029. A consultoria visa mapear processos de planejamento em vigor na Sefaz, identificando problemas, e apresentar propostas para modernizá-los. Depois disso, por oito meses, a empresa acompanhará a implementação e consolidação dos modelos sugeridos.

Dentro do procedimento interno, ao justificar o contrato sem licitação e a escolha pela Engenho, a Sefaz afirma que o “caráter estratégico do objeto” exige “domínio metodológico altamente específico, aplicação de conhecimentos aprofundados em planejamento governamental e atuação integrada com estruturas institucionais complexas” e que por isso o modelo de contratação visa a “efetividade da solução” e a garantia de que “os serviços sejam prestados por entidade tecnicamente habilitada, com histórico comprovado de atuação na área”.

<h3>Sem funcionários</h3>

A Sefaz afirma não dispor de pessoal interno com capacidade técnica para realizar, pelos próprios meios, os serviços pretendidos com o mesmo grau de qualidade e eficiência que a Engenho se propõe. “A Prefeitura de Goiânia carece de servidores com expertise específica equivalente à oferecida pela Engenho. O quadro de pessoal atual da Sefaz, embora competente em suas funções regulares, encontra-se limitado tanto em número quanto em especialização para absorver um projeto dessa envergadura”, afirmou, conforme estudo entregue ao TCM-GO.

A secretaria também argumenta que não conseguiria nem mesmo tentar deslocar servidores próprios para as funções, pois haveria “considerável risco de insucesso”, seja pelo tempo necessário para o aprendizado prévio como pelo acúmulo de atribuições. Isso porque todos já desempenham atividades rotineiras sem possibilidade de substituição. Para O POPULAR, Valdivino afirmou que a Diretoria de Planejamento do Município conta com apenas cinco técnicos para uma demanda extensa.

O TCM-GO ainda não entrou no mérito da denúncia anônima apresentada em junho, mas destacou dois pontos para justificar a apuração: a verificação se o serviço não poderia ser prestado por servidores da prefeitura e uma possível incompatibilidade entre a contratação de um serviço novo em um valor considerado expressivo em um momento no qual a própria gestão municipal afirma viver de calamidade financeira. O órgão fiscalizador não suspendeu cautelarmente o contrato por não ver risco para os cofres públicos.

<h3>Respostas</h3>

Valdivino disse ao POPULAR que a escolha pela Engenho se deu em razão de sua experiência de mais de 25 anos de atuação em diversos estados e que Kleber é um profissional de reconhecida trajetória em auditoria, planejamento e gestão pública. Ainda segundo ele, não se trata de convite pessoal à Engenho, mas “de procedimento administrativo formal, baseado no reconhecimento da necessidade de serviços técnicos especializados que inviabiliza” uma licitação. “Todo o processo seguiu rigorosamente a legislação, com transparência e lisura.”

Valdivino diz não ver problemas no fato de o sócio da empresa ser seu colega de doutorado e que a convivência em cursos de doutorado “pressupõe atividades coletivas, como a produção de artigos científicos em grupo”. “Essas coautorias decorrem de exigências acadêmicas, com formações de equipes determinadas pelos docentes, sem escolha pessoal dos participantes. Portanto, publicações conjuntas não têm qualquer relação com decisões administrativas de contratação pública.” “A contratação (...) não foi ato pessoal do titular da pasta.”

A resposta de Valdivino sobre a relação acadêmica com o empresário foi muito parecida com a deste enviada ao jornal, inclusive na sequência de frases, com pequenas alterações em palavras e expressões. Sobre a contratação, Kleber afirma que o serviço vai fortalecer a governança municipal e que vai assegurar resultados consistentes, metodologias eficazes e soluções ajustadas à realidade do setor público. Ele também argumenta que a autorização para contrato “depende de criteriosa instrução processual, composta por estudos técnicos preliminares, justificativas fundamentadas, pesquisa de preços, além de pareceres técnico e jurídico”.

Secretário contrata sem licitação empresa de colega de doutorado por R$ 2,2 milhões

Cidades

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Matéria - Cidades

Administração municipal

O Tribunal de Contas dos Municípios do Estado de Goiás (TCM-GO) afirmou não haver irregularidades na contratação de um escritório de advocacia pela Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) por R$ 1,44 milhão sem licitação para prestação de serviços jurídicos diversos. O Ministério Público de Contas (MPC) abriu uma investigação após O POPULAR e a CBN Goiânia mostrarem, em 14 de abril, detalhes sobre a contratação sem licitação e tendo como uma das justificativas uma espécie de complô entre “grandes escritórios de renomados advogados em Goiás” e pequenos escritórios “a fim de explorarem o ‘nicho’ Comurg” de olho no crescente <a href="https://opopular.com.br/politica/valor-de-acertos-na-comurg-cai-a-r-40-milh-es-apos-decis-o-do-stf-1.3281170" target="_self">valor das condenações judiciais</a>.

Os conselheiros do TCM-GO aprovaram nesta quarta-feira (25) acórdão declarando que não foram identificadas irregularidades na contratação direta do escritório Tadeu Abreu &amp; Marllus Vale Advogados, pois foi demonstrada a notória especialização do escritório por meio de documentos que instruem o procedimento de contratação, com destaque para “atestados de capacidade técnica, certidões judiciais de exercício da advocacia fornecidos por tribunais diversos, material de divulgação do escritório, no qual constam informações acerca das áreas de atuação, tempo no mercado e formação dos advogados associados, bem como prêmios e reconhecimentos recebidos”.

Também foi citado o estudo técnico preliminar (ETP) apresentado pela Comurg, no qual se afirma que a atuação do escritório vai se limitar a ações mais complexas e de maior impacto. “Desse modo, entende-se que a contratação em comento será para atendimento de ‘necessidades diferenciadas da administração’. O ETP apresenta justificativas plausíveis para a escolha da empresa Tadeu Abreu &amp; Marllus Vale Advogados em detrimento do departamento jurídico da Comurg/Procuradoria Municipal, a exemplo da sua experiência em negociações coletivas representando a esfera patronal, bem como para evitar possível conflito de interesses”, afirma o acórdão.

<ul style="padding-right: 0px; padding-left: 0px; margin: 0px 0px 5.5px 25px; color: rgb(0, 0, 0); font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 11px;">
	<li>Veja na TV Anhanguera:<a href="https://g1.globo.com/go/goias/videos-bom-dia-go/video/prefeitura-de-goiania-negocia-repasse-de-r-190-milhoes-para-comurg-13360926.ghtml" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none;" target="_self">&nbsp;Prefeitura de Goiânia negocia repasse de R$ 190 milhões para Comurg</a></li>
</ul>

<h2>Critérios rigorosos</h2>

A contratação foi por inexigibilidade de licitação, o que exige critérios rigorosos de inviabilidade de competição. Nesse caso, a contratação direta de um escritório deve ser justificadamente amparada em notória especialização. Entre os argumentos dados pela companhia estava a total confiança entre a direção e o escritório. “A contratação de serviços técnicos advocatícios exige, como um dos principais critérios, a relação de confiança entre a empresa contratante e a banca, dada a singularidade e a natureza sensível dessas atividades. No presente caso, essa confiança está plenamente estabelecida”, afirma um dos documentos que embasam o contrato.

No termo de referência, documento que antecede a contratação, a diretoria jurídica da Comurg afirmava haver cerca de 3 mil processos trabalhistas em andamento, mais 300 na área cível e que, por ano, são iniciadas mais 500 novas ações trabalhistas e 50 cíveis. Além disso, informa que em alguns desses processos há necessidade de atuação estratégica, “seja por conta dos pedidos que podem gerar jurisprudências desfavoráveis à companhia e acumular passivos trabalhistas e incentivo a novas demandas, ou mesmo em razão dos valores atribuídos às ações”. A diretoria também destacou aspectos negativos da equipe própria, como falta de experiência em casos complexos.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/valor-de-acertos-na-comurg-cai-a-r-40-milh-es-apos-decis-o-do-stf-1.3281170" style="font-size: 12px;" target="_self">Valor de acertos na Comurg cai a R$ 40 milhões após decisão do STF</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/prefeitura-de-goiania-anuncia-demiss-o-de-quase-700-servidores-aposentados-da-comurg-1.3280973" style="font-size: 12px;" target="_self">Prefeitura de Goiânia anuncia demissão de quase 700 servidores aposentados da Comurg</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/sem-comprovar-execuc-o-comurg-cobrou-r-25-milh-es-em-servicos-1.3275989" style="font-size: 12px;" target="_self">Sem comprovar execução, Comurg cobrou R$ 25 milhões em serviços</a></div>

<h3>Prestação de contas</h3>

O TCM-GO também pede à presidência da Comurg que, ao entregar a prestação de contas referente ao exercício de 2025, apresente “relatório circunstanciado demonstrando os resultados concretos e os benefícios diretos advindos da <a href="https://opopular.com.br/cidades/sem-comprovar-execuc-o-comurg-cobrou-r-25-milh-es-em-servicos-1.3275989" target="_self">execução do contrato em questão</a>, com vistas a garantir a efetiva avaliação da economicidade e da eficiência administrativa da medida adotada”. A equipe técnica do órgão tratou como uma evidência de economia de gastos o fato de o escritório custar R$ 120 mil por mês para casos sensíveis, considerando que reduziu as despesas com comissionados no departamento jurídico em R$ 186 mil mensais após o começo da reestruturação da companhia em janeiro e fevereiro.

No acórdão, os conselheiros validam o argumento usado pela direção da Comurg da existência também de uma suposta “falta de isenção do jurídico interno” da companhia, conforme mostrado pelo POPULAR. Segundo a estatal, há risco de que “conflitos de interesse podem surgir devido à proximidade do departamento jurídico com os agentes envolvidos nas irregularidades, comprometendo a transparência e a lisura na condução de processos”. Para o TCM-GO, o estudo entregue pela companhia “apresenta justificativas plausíveis para a escolha da empresa” nesse quesito envolvendo possíveis parcialidades internas.

TCM diz não ter problemas em contrato sem licitação da Comurg

Gestão

A Secretaria de Engenharia de Trânsito (SET) de Goiânia fez em 16 dias – de 24 de março a 10 de abril – o processo que autorizou a contratação, sem licitação, por R$ 167,2 milhões para serviços de implantação, ampliação e manutenção da sinalização viária da capital por cinco anos ou até esgotar o material relacionado no contrato. A razão da celeridade foi a proximidade de vencimento de contratos vigentes para o serviço e a necessidade de manter serviços considerados prioritários. Mas desde 16 de abril o contrato está parado, sem previsão de assinatura.

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O contrato foi a primeira adesão à ata – espécie de carona em licitação feita por outro órgão público – da atual gestão com valor expressivo, conforme O POPULAR revelou em meados de abril. Já no começo deste mês, o jornal mostrou que a Prefeitura vem renovando adesões feitas na gestão passada. O prefeito Sandro Mabel (UB) assumiu criticando esse tipo de contratação e as adesões feitas por Rogério Cruz (SD). Uma das primeiras medidas foi suspender as adesões e prometer aumentar “a transparência e moralidade dos procedimentos de licitação”.

O processo administrativo foi aberto em 24 de março, com apresentação de estudo técnico preliminar no qual já é vista como vantajosa a contratação do consórcio formado por Jardiplan Urbanização e Paisagismo, de Itapetininga (SP), e Axe Capital Construtora e Distribuidora de Asfalto, de Brasília, por adesão à ata de registro de preço de pregão eletrônico do Consórcio Público Intermunicipal das Mesorregiões Norte e Leste Maranhense (Conleste). A Jardiplan já tinha um contrato com a SET de R$ 31,8 milhões assinado em junho de 2024 passado e que venceu em 8 de maio de 2025.

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Ainda no estudo preliminar, a SET diz que foi feita pesquisa de “valores de contratações similares no âmbito da administração pública” e chegou-se a R$ 170 milhões como o valor de referência da contratação pretendida. Porém, em pesquisa feita posteriormente, entre 28 de março e 7 de abril, foram apresentados orçamentos de R$ 188,8 milhões a R$ 195,5 milhões. Das três empresas consultadas, duas estão ou estiveram em consórcios com a Jardiplan – um ainda ativo em São Paulo e outro encerrado em 2022, em Palhoça (SC).

Além disso, uma das consultadas, a Sitran, de Belo Horizonte, apresentou o orçamento em 7 de abril. Porém, três dias antes, conforme consta no processo, a SET já tinha planilha de formação de preços, com os valores orçados das três empresas e o da Jardiplan, que entregou a planilha em 25 de março, respondendo positivamente à possibilidade de contratação menos de 24 horas após procurada. A Conleste respondeu em 1º de abril. A legislação obriga que, antes de se confirmar adesão à ata, tanto a empresa vencedora como a contratante original devem concordar com a medida.

No mesmo dia em que foi feita a planilha de formação de preços, 4 de abril, a SET concluiu o documento de justificativa para a adesão à ata e acrescentou como argumento para defender a contratação o fato de a Jardiplan já prestar serviços para a Prefeitura, “o que pode trazer benefícios significativos”. “A contratação de empresas que já possuem infraestrutura estabelecida no município de Goiânia gera a redução de custos e vantajosidade logística, visto que no local de operação já se encontram disponíveis armazéns, equipamentos e pessoal capacitado”, afirmou, no documento.

Ao defender a nova contratação no processo administrativo, a SET diz uma série de ações que tem adotado para melhoria do trânsito, como implantação da direita livre, instalação de radares e câmeras e a potencialização do fluxo de veículo em vias consideradas principais da capital. Também destaca que os três contratos de sinalização viária firmados na época “não possuem capacidade suficiente para atendimento à demanda descrita”. Apesar disso, a SET não descreve com detalhes onde serão implantados os serviços a serem contratados com o consórcio Jardiplan/Axe. “A demanda pelos serviços objeto dos contratos atuais tem apresentado um aumento significativo, que não pode ser atendido pelas empresas contratadas. A fim de garantir a prestação dos serviços de acordo com diretrizes de qualidade e eficiência, faz-se necessário ampliar a disponibilidade dos itens necessários à correta execução, por meio da contratação de uma empresa adicional para atuar de forma complementar. (...) Devido à constante alteração das condições de trânsito, (...) não há possibilidade de descrição das vias que serão submetidas às atividades de manutenção e implantação de sinalização”, consta no documento.

Com toda a papelada de levantamento de valores e de demanda, a SET enviou a documentação para análise jurídica interna às 19h04 de 9 de abril. O parecer favorável veio às 15h13 do dia seguinte. Cerca de 50 minutos depois, o titular da pasta, Tarcísio Abreu, assina a autorização de despesa. E às 17h24, também em 10 de abril, é protocolado o documento que formaliza a demanda na Prefeitura. Em 14 de abril, a SET nomeou servidores para fiscal e gestor do futuro contrato e fez a nota de pré-empenho. No dia 15, fez a solicitação financeira ao Paço.

Apesar da celeridade inicial, agora a SET diz não ter previsão de assinatura do contrato, que nem foi enviado para análise da Procuradoria-Geral do Município (PGM). Na documentação do processo administrativo envolvendo a contratação a que O POPULAR teve acesso, entretanto, consta o despacho titular 673/2025 que desmente a secretaria. Assinado às 10h29 de 16 de abril por Tarcísio, o documento determina o encaminhamento do processo para “análise e manifestação sobre os procedimentos preliminares (instrução processual e, em especial, a Minuta do Contrato 001/2025 – doc. nº 6629222) necessários à formalização do contrato 001/2005”.

A SET também diz agora que foi publicado no DOM só a “intenção de adesão à ata de registro de preços”. “Este é um procedimento prévio e obrigatório, conforme determina a legislação. Até o momento, não houve envio de contrato para a PGM, e não há previsão para assinatura”, afirma, em nota. Na verdade, a publicação no Diário Oficial foi do despacho 634/2005, assinado por Tarcísio, autorizando a despesa com a Jardiplan pela adesão à ata da Conleste. Em todos os questionamentos sobre o conteúdo do contrato, a SET se restringiu a dizer não haver “contrato vigente”.

A equipe responsável pelo levantamento da demanda de serviços não detalha de onde saiu a estimativa inicial de custos em torno de R$ 170 milhões nem quais atas foram consultadas além da vencida pela Jardiplan com a Axe. Na resposta ao jornal, a SET diz que o valor mencionado é “uma estimativa de mercado com base em valores praticados em outras contratações públicas, utilizadas como referência para análise da viabilidade da adesão”, mas também não mostrou mais detalhes.

Sobre o orçamento da Sitran ter sido enviado três dias após a planilha da SET estar pronta, a pasta informou que o documento da planilha “foi iniciado em 4 de abril para elaboração e finalizado e assinado em 9 de abril”. “Esse tipo de tramitação é comum em processos de adesão à ata de registro de preços, especialmente quando a pesquisa de preços é conduzida em paralelo à análise de viabilidade da contratação.”

A pasta diz que o fato de duas empresas consultadas já terem feito consórcio com a Jardiplan “não compromete a lisura da pesquisa de preços, pois todas são empresas consolidadas e líderes no segmento de sinalização viária e mobilidade urbana”. Uma das empresas, por exemplo, presta serviços desde 1971, para capitais como Belo Horizonte, Salvador, Recife e São Paulo. A SET também diz que a Jardiplan está há mais de 50 anos no mercado e é referência nacional em sinalização horizontal e vertical.

A SET justificou a adesão com prazo de até 60 meses em vez de um processo próprio de licitação como “solução legal, imediata e segura para garantir a manutenção da sinalização viária e outros serviços técnicos indispensáveis à mobilidade urbana”, visto que outro contrato de grande porte, assinado em 2020, alcançou limite legal de 60 meses em agosto e não poderá ser renovado. Para que houvesse tempo de licitação própria, a pasta diz que deveria ter sido iniciada na gestão passada, “ainda na vigência do contrato anterior”. “O que, por razões operacionais e históricas, não ocorreu na gestão passada.”

Contrato “possível”

Agora, a SET fala em “possibilidade de contrato por adesão à ata de registro de preços”, que “representa possibilidade de contratação conforme a necessidade, e não obrigação de contratar o total registrado, conforme previsto na legislação vigente”. Em 15 de abril, entretanto, falava em contratação e que a adesão à ata era algo certo, para “garantir a continuidade do serviço sem prejuízos à população”, por isso “optou-se pela adesão”.

Ainda em abril, quando O POPULAR noticiou o contrato, a pasta também sugeriu que houve pesquisa com quatro empresas e que o resultado mostrou a ata como a mais favorável. “A SET optou pela proposta com as melhores condições.” Na resposta ao jornal mês passado, a pasta falou em “novo contrato”, “válido por 60 meses”, e que a empresa “será responsável por executar serviços contínuos de engenharia relacionados à sinalização viária”.

Secretaria de Trânsito de Goiânia levou 16 dias para autorizar contrato de 167 milhões

CUIDADORA IDOSOS CIDADE JARDIM

Marcelo Junio Bastos Santos, de 27 anos, colega que confessou ter <a href="https://opopular.com.br/cidades/cuidadora-de-idosos-e-encontrada-morta-com-sinais-de-estrangulamento-em-goiania-1.3195970" target="_blank">matado uma cuidadora de idosos</a>, jogou a ex-companheira no chão, o que a fez bater o rosto na quina do sofá, e a agrediu com um pedaço de pau após tentar estuprá-la, segundo a Polícia Civil (PC). O caso aconteceu dois dias antes dele matar Cintia Ribeiro Barbosa, de 38 anos, depois que ela se negou a beijá-lo.&nbsp;

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Sobre a tentativa de estupro e agressão, O POPULAR não localizou a defesa do suspeito para que pudesse se posicionar até a última atualização desta reportagem. Em relação ao feminicídio, a Defensoria Pública disse que representou o suspeito do crime na audiência de custódia e que não comentará o caso. Marcelo poderá optar por contratar um advogado particular ou manter a representação da defensoria ao longo do processo criminal.&nbsp;&nbsp;

A ex do suspeito contou à PC que viveu em união estável com Marcelo há cerca de dois anos e que tem um filho, de 1 ano, com ele.

Contudo, disse que apesar de pedir para o ex sair de casa, Marcelo se negava a sair. Segundo ela, no ano passado, o ex ficou 30 dias preso por violência doméstica cometido contra ela.

Na madrugada do dia 2 de novembro, a vítima relatou que Marcelo estava embriagado e tentou <a href="https://opopular.com.br/cidades/colega-que-confessou-ter-matado-cuidadora-de-idosos-tentou-estuprar-a-ex-dias-antes-diz-delegado-1.3196462" target="_blank">ter relações sexuais com ela, o que</a>&nbsp;ela negou a ele.

Enfurecido, o suspeito a puxou agressivamente pelo braço, o que a fez cair e bater o rosto em uma quina do sofá. Em seguida, Marcelo pegou um pedaço de madeira e deu um golpe no braço direito dela. As marcas das agressões puderam ser vistas durante o depoimento, segundo a PC.&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/cuidadora-de-idosos-e-encontrada-morta-com-sinais-de-estrangulamento-em-goiania-1.3195970" target="_blank">Cuidadora de idosos é encontrada morta com sinais de estrangulamento em Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/veja-o-que-se-sabe-sobre-morte-de-cuidadora-de-idosos-1.3197912" target="_blank">Veja o que se sabe sobre morte de cuidadora de idosos</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/colega-indiciado-por-matar-cuidadora-de-idosos-deixou-pacientes-sem-comida-remedios-e-banho-no-dia-do-crime-diz-pc-1.3200297" target="_blank">Colega indiciado por matar cuidadora de idosos deixou pacientes sem comida, remédios e banho no dia do crime, diz PC</a></div>

<h2>Ameaças</h2>

Depois da violência, o suspeito teria a ameaçado de morte ao pedir para que ela se deitasse, e depois a trancou em casa. Um primo de Marcelo foi até a casa por volta das 20h e conseguiu convencê-lo a sair da casa dela, segundo a vítima.

Um comerciante que foi abordado por Marcelo após o crime contra a cuidadora de idosos, na Cidade Jardim, em Goiânia, também relatou à polícia que o suspeito pediu seu celular emprestado e ligou para a ex dizendo em tom ameaçador: “[NOME DA VÍTIMA] você sabe que eu vou ai, [NOME DA VÍTIMA] você sabe que eu vou ai”.&nbsp;

Ao POPULAR, o delegado responsável pela investigação da morte da cuidadora de idosos, Carlos Alfama, disse que o caso da tentativa de estupro e agressão supostamente praticados contra ex do suspeito foi encaminhado para a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), “pois não tinha relação direta com o feminicídio”.&nbsp;&nbsp;

<h2>Registros criminais&nbsp;</h2>

Segundo a PC, Marcelo Junio tem registros criminais pela Lei Maria da Penha e já chegou a ser preso por situações de violência doméstica e familiar contra a mulher. Ele também tem passagens por roubo e tráfico de drogas.&nbsp;

Para o delegado, essas informações fazem a polícia crer que Marcelo Júnior é um indivíduo perigoso e que se permanecer solto "certamente vai voltar a praticar crimes".&nbsp;

<h2>Feminicídio e assédio&nbsp;</h2>

Marcelo foi indiciado, na última quinta-feira (14), por matar e ocultar o corpo da cuidadora de idosos Cintia Ribeiro Barbosa. O crime aconteceu no dia 4 de novembro. O corpo dela foi encontrado em uma casa abandonada ao lado da residência dos pacientes com sinais de estrangulamento um dia depois.&nbsp;

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Cuidadora de idosos Cintia Ribeiro Barbosa, de 38 anos, foi encontrada morta em Goiânia (Reprodução/Redes Sociais)

À polícia, o investigado disse que a matou por ela se negar a beijá-lo e que estava sob efeito de drogas no dia. Cintia foi morta asfixiada com um pedaço de<a href="https://opopular.com.br/cidades/colega-estrangulou-cuidadora-de-idosas-com-fita-usada-em-fraldas-de-pacientes-diz-policia-1.3196710" target="_blank"> fio elétrico, arame e fita adesiva</a>, segundo a PC.&nbsp;

Câmeras de segurança mostraram Marcelo&nbsp;passando por uma rua para pedir uma pá&nbsp;emprestada para vizinhos, em Goiânia&nbsp;(Veja o vídeo abaixo).&nbsp;

<div attr-cid="policy:1.3196130" attr-version="policy:1.3196130:1730916986" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3196130" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3196130', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3196130">CUIDADORA IDOSOS CIDADE JARDIM (1.3196130)</a></div>

Depois de cometer o crime, Marcelo recebeu a <a href="https://opopular.com.br/cidades/colega-que-matou-cuidadora-de-idosos-assediou-fonoaudiologa-na-casa-de-pacientes-depois-do-crime-diz-policia-1.3199327" target="_blank">fonoaudióloga do casal de idosos</a> na casa. Segundo a polícia, ele ainda a assediou sexualmente , fazendo comentários sobre as roupas dela. "Isso demonstra também a frieza dele porque ele recebeu uma outra pessoa em casa após ter cometido o crime e não demonstrou nenhum nervosismo", disse Carlos Alfama.&nbsp;

No mesmo dia, Marcelo foi preso em flagrante, no Setor Garavelo, em Aparecida de Goiânia, suspeito de matar e ocultar o corpo da cuidadora. Com ele foram encontrados os anéis de aliança e noivado de Cintia.

Colega suspeito de matar cuidadora de idosos agrediu ex com madeira após tentar estuprá-la dias antes do crime, diz PC

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

<img attr-cid="policy:1.3195972" attr-version="policy:1.3195972:1730897196" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3195972/cintia ribeiro.PNG?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Cuidadora de idosos Cintia Ribeiro Barbosa, de 38 anos, foi encontrada morta em Goiânia (Reprodução/Redes Sociais)

A cuidadora de idosos Cintia Ribeiro Barbosa, de 38 anos, <a href="https://opopular.com.br/cidades/cuidadora-de-idosos-e-encontrada-morta-com-sinais-de-estrangulamento-em-goiania-1.3195970" target="_blank">foi encontrada morta com sinais de estrangulamento</a>, em Goiânia. O colega de trabalho dela, Marcelo Junio Bastos Santos, de 27, foi preso suspeito de praticar o feminicídio e confessou que praticou o crime após ela se recusar a beijá-lo.&nbsp;&nbsp;

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A Defensoria Pública disse ao&nbsp;POPULAR&nbsp;que representou o suspeito do crime na audiência de custódia e que não comentará o caso. Marcelo poderá optar por contratar um advogado particular ou manter a representação da defensoria ao longo do processo criminal. A reportagem verificou, nesta segunda-feira (11), que nenhum advogado assumiu a defesa do suspeito.&nbsp;

<h2>O que aconteceu?&nbsp;</h2>

O crime aconteceu no dia 4 de outubro, na casa do casal de idosos onde Cintia trabalhava, no setor Cidade Jardim. Parentes procuraram a Polícia Civil (PC) e relataram que a vítima teria sido deixada no trabalho pelo marido e depois disso não teria sido mais vista.&nbsp;

Durante buscas realizadas no dia seguinte, as investigações apontaram que depois da mulher ter entrado na casa do casal de idosos acamados por motivo de doença grave, não saiu mais do local.

Ao entrarem na residência, os policiais perceberam que a cerca elétrica da casa vizinha estava danificada. Quando arrombaram o imóvel ao lado por estar abandonado, foi possível encontrar o corpo da vítima.&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/cuidadora-de-idosos-e-encontrada-morta-com-sinais-de-estrangulamento-em-goiania-1.3195970" target="_blank">Cuidadora de idosos é encontrada morta com sinais de estrangulamento em Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/video-mostra-colega-que-confessou-matar-cuidadora-de-idosos-passando-por-rua-para-pedir-pa-emprestada-a-vizinhos-1.3196124" target="_blank">Vídeo mostra colega que confessou matar cuidadora de idosos passando por rua para pedir pá emprestada a vizinhos</a>&nbsp; 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/quem-era-a-cuidadora-de-idosos-que-foi-morta-por-colega-em-goiania-1.3197778" target="_blank">Quem era a cuidadora de idosos que foi morta por colega em Goiânia</a></div>

<h2>Quando o suspeito foi preso?</h2>

Durante análise de imagens de câmeras de segurança e coleta de depoimentos, a polícia descobriu que Marcelo era a única pessoa que estava na casa, além do casal de idosos e a vítima.&nbsp;

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Marcelo Junior Bastos Santos é suspeito de matar Cintia Ribeiro Barbosa (Divulgação/Polícia Civil e Reprodução/Redes Sociais)

No mesmo dia,<a href="https://opopular.com.br/cidades/colega-confessou-que-matou-cuidadora-de-idosos-apos-ela-se-recusar-a-beija-lo-diz-policia-1.3196033" target="_blank"> Marcelo foi preso em flagrante</a>, no Setor Garavelo, em Aparecida de Goiânia, suspeito de matar e ocultar o corpo da cuidadora. Com ele foram encontrados os aneis de aliança e noivado de Cintia.

<img attr-cid="policy:1.3197922" attr-version="policy:1.3197922:1731347248" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3197922/Proporção para foto do site (93).png?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Anel de aliança e de noivado da vítima que foram furtados (Reprodução/TV Anhanguera)

A PC informou que a divulgação da imagem e da identificação dele foi autorizada visando a possibilidade de surgimento de testemunhas que auxiliem no esclarecimento do crime bem como na possibilidade de surgirem outras vítimas de crimes praticados por ele.&nbsp;

<h2>Por que a matou?&nbsp;</h2>

Em audiência de custódia, realizada na última quarta-feira (6), Marcelo relatou que já estava na casa cuidando dos idosos quando Cíntia chegou.&nbsp;&nbsp;

Após fumar um cigarro próximo da vítima, tentou dar um beijo nela, mas foi agredido com um tapa no rosto, segundo ele. Ainda contou que a tentativa do beijo ocorreu por já ter tido um relacionamento com ela no passado e que estava sob efeito de drogas.&nbsp;

<h2>Como a matou?&nbsp;</h2>

O crime ocorreu dentro da casa de idosos <a href="https://opopular.com.br/cidades/colega-matou-cuidadora-dentro-da-casa-de-idosos-enquanto-eles-estavam-dormindo-diz-policia-1.3196556" target="_blank">enquanto eles estavam dormindo</a>, segundo o delegado à frente do caso, Carlos Alfama. Conforme o depoimento do suspeito, ele a enforcou com um “mata-leão” e ela desmaiou. Ao acordar, a vítima tentou fugir, mas ele a atacou novamente com a mesma técnica e utilizou uma fita para a estrangular.&nbsp;

Contudo, de acordo com o laudo de medicina legal da Polícia Científica, a cuidadora de idosos foi morta com um pedaço de<a href="https://opopular.com.br/cidades/colega-estrangulou-cuidadora-de-idosas-com-fita-usada-em-fraldas-de-pacientes-diz-policia-1.3196710" target="_blank"> fio elétrico, arame e fita adesiva</a>. O delegado disse que a fita era a utilizada para prender as fraldas dos idosos.&nbsp;

<cite>O suspeito confessou em detalhes o crime e trouxe informações que não teria como ele saber se não tivesse sido o executor do homicídio. Antes da prisão a DIH já tinha certeza de que ele era o autor do crime, principalmente pela análise das câmeras de segurança do local. As imagens nos permitiram concluir que dentro da casa, no momento do desaparecimento da vítima, estavam apenas a vítima, um casal de idosos com estado de saúde bastante debilitado e acamado, e o autor do crime", afirmou o investigador.&nbsp;</cite>

<h2>Por que o corpo foi jogado na casa vizinha?&nbsp;</h2>

Câmeras de segurança mostraram Marcelo <a href="https://opopular.com.br/cidades/video-mostra-colega-que-confessou-matar-cuidadora-de-idosos-passando-por-rua-para-pedir-pa-emprestada-a-vizinhos-1.3196124" target="_blank">passando por uma rua para pedir uma pá</a> emprestada para vizinhos, em Goiânia (Veja o vídeo abaixo).&nbsp;

<div attr-cid="policy:1.3196130" attr-version="policy:1.3196130:1730916986" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3196130" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3196130', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3196130">CUIDADORA IDOSOS CIDADE JARDIM (1.3196130)</a></div>

O suspeito contou à polícia que, depois de matá-la, tentou cavar um buraco no quintal e enterrar o corpo, mas por não ter encontrado os equipamentos suficientes, jogou o corpo em uma casa do lado que estava abandonada.&nbsp;

<cite>Ele tentou enterrar o corpo da vítima, viu que não conseguiria pela ausência de ferramentas suficientes e acabou arremessando-o para a casa vizinha. Ele depois arrastou esse corpo para um local em que não era possível ser encontrado simplesmente olhando por cima da cerca", afirmou Carlos Alfama.&nbsp;</cite>

Segundo o delegado, a polícia<a href="https://opopular.com.br/cidades/colega-tentou-enterrar-cuidadora-de-idosos-apos-mata-la-mas-n-o-conseguiu-e-jogou-corpo-em-casa-vazia-diz-policia-1.3196077" onclick="window.open(this.href, '', 'resizable=no,status=no,location=no,toolbar=no,menubar=no,fullscreen=no,scrollbars=no,dependent=no'); return false;"> adentrou a casa, que estava fechada para alugar</a>. "Foi necessário arrombar o portão de entrada e uma porta no interior da residência, e, na segunda porta que foi arrombada já foi possível perceber o corpo da vítima no local", detalhou.&nbsp;

<h2>O suspeito tem antecedentes criminais?&nbsp;</h2>

O colega da cuidadora tentou<a href="https://opopular.com.br/cidades/colega-que-confessou-ter-matado-cuidadora-de-idosos-tentou-estuprar-a-ex-dias-antes-diz-delegado-1.3196462" target="_blank"> estuprar a ex-esposa dias antes do crime</a>, segundo o delegado. De acordo com a PC, Marcelo Júnior tem registros criminais pela Lei Maria da Penha e já chegou a ser preso por situações de violência doméstica e familiar contra a mulher. Ele também tem passagens por roubo e tráfico de drogas.&nbsp;

"No interrogatório, ele se mostrou extremamente frio. Ele contou em detalhes muito específicos exatamente tudo o que aconteceu na casa e em nenhum momento na narrativa dele, quando ele apresenta fatos graves e crueis, demonstra um sentimento de pena, de remorso ou de arrependimento", afirmou o delegado.&nbsp;

Para o investigador, essas informações fazem a polícia crer que Marcelo Júnior é um indivíduo perigoso que, se permanecer solto, "certamente vai voltar a praticar crimes".&nbsp;

<h2>O caso foi concluído?</h2>

Ao POPULAR, o delegado informou que o inquérito policial deve ser concluído nesta quinta-feira (14). Marcelo será indiciado por quatro crimes: feminicídio, tentativa de estupro, ocultação de cadáver e furto.

<h2>Quem era a vítima?&nbsp;</h2>

Uma pessoa exemplar, joia rara e mãe de quatro filhos, é assim que o marido descreveu Cintia. À reportagem, o marido dela, o construtor Nathanael da Silva, de 50 anos, contou que os dois haviam se <a href="https://opopular.com.br/cidades/cuidadora-de-idosos-tinha-se-casado-oito-dias-antes-de-ser-morta-pelo-colega-de-trabalho-1.3196879" target="_blank">casado há oito dias antes dela ser morta</a>.&nbsp;

<img attr-cid="policy:1.3197782" attr-version="policy:1.3197782:1731321918" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3197782/casamento.PNG?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Nathanael e Cintia haviam se casado há pouco mais de uma semana antes do crime (Arquivo pessoal/Nathanael da Silva)

Foi uma joia rara na minha vida. <a href="https://opopular.com.br/cidades/quem-era-a-cuidadora-de-idosos-que-foi-morta-por-colega-em-goiania-1.3197778" target="_blank">Cintia era uma pessoa exemplar</a>, uma companheira que eu desejava por muitos anos na minha vida. Tudo ela compartilhava comigo, era sincera, uma pessoa maravilhosa", contou Nathanael da Silva.&nbsp;

Nas redes sociais, a vítima havia publicado uma foto em que estava vestida de noiva e descreveu o dia do seu casamento como "Dia perfeito". Ela deixa o marido e quatro filhos.&nbsp;

<h2>No dia do crime</h2>

No dia do crime, Nathanael lembra que deixou Cintia na porta da casa dos idosos, como fazia todos os dias. “Nos despedimos com um beijo e fui embora. Na hora do almoço, a minha enteada tentou ligar para mãe, como era de costume, e não conseguiu falar, daí ela me ligou, e, por volta das 14h, fui lá e encontrei apenas a filha do casal irritada, pois achava que a Cintia tinha faltado”, relata.

Sem notícias de Cintia, Nathanael ressalta que ele passou a ser o suspeito do desaparecimento dela. No entanto, a polícia teve acesso às câmeras de segurança da rua e identificou que a cuidadora de idosos havia sido deixada na porta da casa pelo marido e que ela ainda estaria dentro da casa.&nbsp;

Cíntia e um homem revessavam para cuidar do mesmo casal de idosos na casa. Nathanael revela que naquele final de semana o colega fixo da esposa não pode comparecer ao trabalho, porque um parente próximo havia falecido. Ela ficava durante a semana e o dia, das 8h às 16h, enquanto o outro ficava à noite e no final de semana.

<cite>No dia que ela foi morta, ela não esperava outra pessoa lá, ela esperava um amigo dela, que era desta empresa. Ele entrava no sábado e na segunda de manhã ia embora, depois que ela chegava e eles cuidavam do casal. Mas com a falta dele, a empresa mandou este covarde”, lamentou Nathanael.</cite>

O nome da empresa onde Cíntia trabalhava não foi divulgado, por isso O POPULAR não conseguiu contato até a última atualização desta matéria.&nbsp;