Numa noite de dezembro de 2022, Gerson Neto recebeu uma mensagem no celular. Especialista em planejamento urbano, mas conhecido como ativista do meio ambiente, estava sendo informado por um amigo da queda de uma pequena árvore no Residencial Alice Barbosa, região norte de Goiânia. A intenção era tentar salvá-la. No outro dia, lá estava o presidente da Associação para Conservação e Recuperação do Ambiente (Arca) para a missão de colocar de pé a arvorezinha, um franzino exemplar de oiti. Quatro estacas serviram de suporte. “Vamos ver se ela aguenta”, disse. Nesta semana, mais de ano e meio depois, Neto voltou lá para conferir o resultado de seu trabalho. “Ela está linda”, exclamou, ao lado da filha Clara, que o acompanhava. Enquanto comemorava o feito singelo, a menos de um quilômetro dali, em área contígua à da Universidade Federal de Goiás (UFG), agonizava uma mata em área particular. Antes viçosa, a pequena reserva se tornou apenas ruínas do que tinha sido, depois de agredida pelo fogo por anos seguidos.