A popularização da série da Netflix “Round 6” tem causado preocupação em pais de adolescentes e crianças de Goiânia e tem movimentado grupos de escolas e de famílias em redes sociais, com discussões acerca do material. Um colégio particular da capital chegou a emitir um comunicado nesta quinta-feira (14) com uma reflexão sobre o conteúdo consumido pelos alunos e outras unidades já têm discutido o tema internamente na capital.Com classificação indicativa para maiores de 16 anos, o drama sul-coreano, lançado em setembro deste ano e que já se tornou a série mais vista da história da plataforma, retrata a situação de jogadores falidos que aceitam participar de um desafio de sobrevivência com premiação milionária. As provas trazem brincadeiras infantis, como cabo de guerra, bolinhas de gude e “batatinha frita, 1, 2, 3”. Aqueles que não cumprem as tarefas são mortos.O conteúdo viralizou, virou meme, filtro, fantasia e se tornou um dos assuntos mais comentados nas redes sociais. Além disso, jogos foram criados com base no seriado e influenciadores digitais e gamers costumeiramente gravam vídeos com simulação dos jogos, que chegam por diversos meios aos jovens.AfliçãoO Colégio Agostiniano Nossa Senhora de Fátima, um dos mais tradicionais de Goiânia, emitiu nesta quinta (14) um comunicado dirigido aos pais dos estudantes com uma reflexão sobre o conteúdo consumido nesse momento pandêmico. A direção da unidade de ensino informou ao POPULAR que o documento foi produzido após os próprios pais demonstrarem aflição diante da popularização do seriado.“O período de pandemia e isolamento fez com que crianças e adolescentes passassem a dedicar mais tempo às mídias digitais, jogos e serviços de streaming. A facilidade de acesso e a ampla disponibilidade de conteúdo tornam bastante difícil que pais acompanhem tudo o que eles acessam. Como educadores, queremos alertar à necessidade de verificar sempre se o conteúdo consumido é adequado à idade de cada um. Expô-los a conteúdos que incitam violência, paranoias, impulsos suicidas e muitas outras coisas negativas provavelmente não fará bem a eles, já tão fragilizados por enfrentarem um período pandêmico”, destacou a direção, no comunicado.Ainda no texto, o colégio toma como exemplo a série Round 6. “Notamos o quanto esses conteúdos da moda chegam até nossos filhos sem que ao menos saibamos. Ao mesmo tempo, sabemos que a série também é tema de vários jogos na plataforma Roblox, muito popular entre nossos alunos. A série em questão tem classificação indicativa de 16 anos e traz cenas explícitas de violência, tortura psicológica e morte, associada a brincadeiras infantis, o que acaba atraindo a curiosidade, principalmente das crianças. Considerando que muitos ainda estão frágeis e sensíveis diante de tudo o que vivemos, esse tipo de conteúdo pode se tornar um gatilho para outros problemas psicológicos”, reforça o texto.“Mais uma vez, deixamos aqui o alerta para que fiquem atentos aos conteúdos que são acessados por meio de celulares e tablets. A tecnologia é facilitadora e há muito conteúdo adequado às nossas crianças e jovens, mas é preciso orientá-los e acompanhá-los muito de perto”, complementa.