Suspeito de cobrar R$2 mil por vaga em hospital, um funcionário público teve acesso a paciente por meio de um vereador da cidade que a vítima reside, São Miguel do Araguaia. De acordo com relato da Polícia Civil, a paciente estava no Cais Finsocial e a gestora da unidade de saúde informou à paciente que não era necessário o pagamento por um serviço público, neste momento, acionou a Guarda Civil Municipal (GCM) para ir até o local que prosseguiu com a prisão em flagrante do suspeito nesta sexta-feira (28).Conforme relato, ele estava com documentos pessoais de outras supostas vítimas e fichas de encaminhamentos para o Sistema Único de Saúde (SUS) no momento da prisão. O servidor foi encontrado devido informações do motorista que havia ido até o Cais receber o dinheiro do estelionato. O condutor afirmou para a Polícia Civil que trabalha com o funcionário público há muito tempo realizando corridas de pacientes em tratamento de saúde, nas quais são cobrados 70 reais. Logo após, o motorista acompanhou a GCM até o endereço do suspeito.A prisão ocorreu em flagrante e o servidor foi encaminhado, junto ao motorista, para a Central de Flagrantes da Polícia Civil.Para não interferir nas investigações, as identidades dos suspeitos não podem ser divulgadas. A reportagem do POPULAR entrou em contato com as vítimas da extorsão, o órgão em que o funcionário público trabalha e o Cais Finsocial, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto para manifestações.ComeçoO primeiro contato da paciente com o suspeito de extorsão iniciou mediante a um pedido de ajuda que a mãe da vítima fez a um vereador do município de São Miguel do Araguaia, este informou que tinha um amigo na capital que podia acelerar o acesso da mulher em uma unidade de saúde pública e que este amigo, o servidor público, cobraria R$ 2 mil. A filha foi transportada para Goiânia em um ônibus da prefeitura de São Miguel e encaminhada para uma casa de apoio, da qual saiu por não ter condições financeiras de bancar as diárias.A vítima se dirigiu para casa da mãe, em Goiânia, e na noite de chegada sentiu fortes dores e foi levada para Cais Finsocial, onde conseguiu vaga no Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG). Enquanto a paciente aguardava a ambulância acompanhada da mãe, recebeu ligação do suspeito cobrando pela vaga e transporte para unidade de saúde. Neste momento, lhe foi informado que não era necessário o pagamento de um serviço público.Em nota de esclarecimento, o HGG informou que a partir do momento que a vítima chegou até o local, na mesma hora em que os agentes estavam a caminho de prender o suspeito, toda movimentação com a paciente foi de cunho hospitalar e não fez nenhuma interferência no caso de estelionato. O HGG também diz que “preza pela transparência e seriedade em suas ações e não pactua com este tipo de atitude e repudia veementemente a atitude desta pessoa detida pela Guarda Civil Metropolitana de Goiânia.” pontua.O HGG esclarece ainda que todos os pacientes que são admitidos na unidade de saúde são encaminhados via regulação e admitidos somente caso se enquadrem no perfil da unidade.A atuação da Guarda Civil Municipal (GCM) no processo ocorreu devido ao trabalho de proteção dos prédios públicos e servidores de Goiânia, deste modo, já havia guardas no Cais que foram comunicados pela gestão da suspeita de extorsão e os profissionais acionaram a base da GCM para auxílio na detenção do servidor público suspeito até a entrada da Polícia Civil no caso.Vale ressaltar que as guardas municipais estão no rol das forças de segurança, de acordo com a Constituição Federal, lembrando que o Sistema Único de Segurança Pública, que foi instituído pela Lei Nº 13.675 no dia 11 de junho de 2018, confere à Guarda o poder de Policia. (Manoela Bittencourt / Estagiária do convênio GJC/PUC-GO)