Após cerca de quatro horas a mais do que o previsto, a cirurgia de separação das gêmeas Kiraz e Aruna, de um ano e meio, vindas do interior de São Paulo, foi concluída sem intercorrências graves em 19 horas. O procedimento foi realizado no Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad) com uma equipe formada por mais de 50 especialistas, e teve o prazo estendido diante da alta complexidade. Além do caso concluído no fim de semana, unidade também deve receber nesta terça-feira (13) cirurgia semelhante em gêmeas, de um mês de idade, nascidas em Manaus (AM). Naturais de Igaraçu do Tietê, no interior paulista, as gêmeas vieram para Goiânia logo após o nascimento, em meados do ano passado, para dar início aos ciclos de exames e consultas até a chegada da cirurgia de separação. Unidas pelo tórax, bacia e abdômen, compartilhavam também vários órgãos, como fígado, intestino e bexiga, e três pernas, em uma classificação médica denominada siamesas esquiópagas triplas. Para o cirurgião pediátrico Zacharias Calil, uma das cirurgias mais complexas já feitas. “É um dos casos mais difíceis dentro da minha experiência. É um grau altíssimo de complexidade, só perde para aquelas crianças unidas pela cabeça”, resume.