O Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg-Sindicato) solicitou o repatriamento do professor da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Goiás (UFG), Edemilson Cardoso, e de sua esposa, Mônica Pureza Gomes Cardoso, que estão retidos no Peru. A solicitação foi encaminhada nesta quarta-feira (18) ao Núcleo de Assistência a Brasileiros (NAB) do Ministério das Relações Exteriores.O professor de Tecnologia Fitofarmacêutica está no Peru há dois meses e realizava sua licença de capacitação e mediava um convênio entre UFG e Universidad San Antonio Abad. O retorno estava previsto para o próximo sábado, dia 21 de março, mas não será possível porque um decreto de emergência assinado pelo presidente Martín Vizcarra bloqueou todas as vias de acesso País.A recomendação inicial era de que os turistas entrassem em contato com as companhias aéreas para que os voos fossem confirmados. Mas, com a determinação, as companhias não podem atuar. As estradas também estão fechadas impedindo o retorno por terra. “Se a estrada fosse liberada, poderia entrar no Brasil pelo Acre, mas da forma que está, não tem jeito”, relata.“A situação do docente e demais goianos que estão lá dão conta da extrema necessidade de que o Governo Federal promova todas as medidas necessárias para repatriação dessas pessoas”, afirma o documento do sindicato, que foi assinado pelo presidente do Adufg-Sindicato, professor Flávio Alves da Silva, e pelo assessor jurídico da entidade, Elias Menta Macedo.“Há muitos brasileiros tomando sopão industrializado e muitos brasileiros vivendo na porta do aeroporto. Ainda temos uma pequena reserva de dinheiro e tivemos que negociar com o dono do apart-hotel. Houve aumento nos preços e só podemos sair de casa para ir ao supermercado e farmácia. Somente uma pessoa documentada. Em alguns hotéis, os gerentes fazem as compras. Ontem fui à farmácia com minha esposa e fomos parados três vezes no mesmo quarteirão. Por estarmos em dois, fomos ameaçados por uma policial e podemos ser presos se andarmos juntos de novo”, completa o professor.Edemilson Cardoso diz que, por ser farmacêutico, tomaram todos os cuidados necessários e que não apresentam sintomas. De uma forma geral, ele analisa o sistema de saúde do Peru incipiente comparado ao do Brasil.Negociação com companhias aéreasNesta quarta-feira (18), as companhias aéreas Gol e Latam teriam entrado em acordo com o governo federal para buscar cerca de 3.700 turistas brasileiros que estão presos no Peru. O contato das empresas está sendo realizado diretamente com Ministério das Relações Exteriores e a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Agora, faltam definir as estratégias, datas e quantidades de voos.Em nota, o Itamaraty informou que a Embaixada do Brasil teve autorização para a saída dos turistas brasileiros e está acompanhando a “delicada situação” dos turistas que estão tentando retornar ao Brasil após a decretação do estado de emergência pelo governo peruano.