Subiu para cinco o número de mortos por intoxicação com metanol no estado de São Paulo, segundo o secretário estadual da Saúde, Eleuses Paiva. Os casos ocorreram na capital e na região metropolitana.

A declaração foi dada nesta terça-feira (30) em entrevista no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. Também participaram da coletiva o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite.

De acordo com Eleuses, há no total 22 casos envolvendo intoxicação por metanol —7 confirmados e 15 em investigação. Desses, cinco pessoas morreram, sendo que até o momento em apenas um desses casos há confirmação de que a morte se deu após a ingestão de bebida adulterada.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/mortes-por-metanol-acendem-alerta-para-bebida-adulterada-em-goias-1.3318847" target="_self">Mortes por metanol acendem alerta para bebida adulterada em Goiás</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/pf-investiga-mortes-por-bebidas-batizadas-com-metanol-1.3318577" target="_self">PF investiga mortes por bebidas 'batizadas' com metanol</a></div>

De acordo com Tarcísio, todos os estabelecimentos em que houver indícios da presença de bebidas adulteradas serão interditados de forma cautelar.

<cite>Não podemos deixar [o estabelecimento] continuar comercializando bebida se temos uma suspeita de que está comercializando bebida fraudada. É uma forma também de checarmos toda a documentação e garantir a segurança da população", afirmou.</cite>

Especialistas dizem que a contaminação de bebida alcoólica por metanol tende a acontecer em casos de falsificação —a substância tóxica pode estar presente em álcool adulterado ou mesmo ser adicionada para aumentar o teor alcoólico de forma barata. A contaminação pela substância não altera o sabor ou cheiro do produto, fazendo com que só seja possível detectá-la com análise em laboratório.

Ainda não se sabe qual é a origem do metanol, nem como as garrafas foram contaminadas. A Polícia Civil investiga bares e adegas suspeitas, locais por onde passaram os pacientes intoxicados.

O governador disse ainda que, por ora, não há indícios de que a adulteração de bebidas com metanol tenha conexão com atividades da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). "Tudo o que acontece agora em São Paulo é PCC. Não tem evidência nenhuma de participação do crime organizado nisso", afirmou Tarcísio.

Em entrevista coletiva em Brasília, também nesta terça-feira, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, disse que a Polícia Federal abriu na segunda (29) um inquérito para investigar os casos de bebida com metanol. O órgão vai verificar a procedência da substância e se existe distribuição em outros estados, bem como responder se há envolvimento do crime organizado.

Lewandoswki disse que a situação é grave e foge dos padrões comuns. Segundo ele, "ao que tudo indica, [a rede de distribuição] transcende os limites de um único estado", apesar de, no momento, as ocorrências estarem concentradas em São Paulo.

O diretor da PF, Andrei Rodrigues, disse que o órgão vai investigar o caso e que as respostas virão em "um curto espaço de tempo". Também disse que esse trabalho será feito junto com outros órgãos, como a Polícia Civil de São Paulo.

Sobe para 5 número de mortes por intoxicação com metanol em SP, afirma secretário da Saúde

Cidades

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Matéria - Cidades

Investigação

Lacres tortos, erros de impressão nas garrafas, odores estranhos e drinks com preços muito abaixo do mercado são sinais de alerta para consumidores que desejam evitar a compra de bebidas contaminadas com metanol. O uso dessa substância em bebidas alcoólicas já causou vítimas em São Paulo. Embora em Goiás ainda não haja registros confirmados de intoxicações recentes por metanol, o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) estadual tem registrado um aumento no número de ligações solicitando informações sobre o tema.

Nesta terça-feira (30), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anunciou a confirmação de cinco mortes por intoxicação por metanol no estado. Uma delas já foi comprovadamente causada pela bebida alcoólica adulterada, enquanto as outras quatro ainda estão sob investigação. Também foram registrados casos de cegueira associados à substância. Já houve registros anteriores de mortes relacionadas ao consumo de metanol em países como Rússia, Índia e Laos.

No mesmo dia, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, determinou que a Polícia Federal (PF) abra um inquérito para investigar os casos de intoxicação por metanol. Também designou a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) para conduzir uma apuração administrativa. Segundo Lewandowski, a investigação terá como foco a possível circulação de produtos adulterados em outros estados.

Em Goiás, ainda não foram registrados casos confirmados de intoxicação por metanol. No entanto, a gerente de Emergência em Saúde Pública da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), Cristina Musmano, relata que o CIATox já tem recebido diversas ligações de cidadãos e profissionais de saúde com dúvidas sobre o tema. “Todo mundo em busca de informações”, explica.

Criado em 1986, o CIATox atua em duas frentes: na vigilância de acidentes com animais peçonhentos e na vigilância de intoxicações exógenas, causadas, por exemplo, por agrotóxicos e medicamentos. O centro funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, por meio do telefone 0800 646 4350. Quem entra em contato passa por teleconsulta e, caso necessário, é orientado a procurar a unidade de saúde mais próxima.

O etanol, utilizado em bebidas alcoólicas, é metabolizado no organismo em um composto químico chamado acetaldeído. Embora o acetaldeído seja tóxico, ele é rapidamente convertido em ácido acético, uma substância importante no metabolismo energético. Já o metanol é um tipo de álcool usado na indústria. Quando ingerido, é metabolizado no organismo em formaldeído e, posteriormente, em ácido fórmico — substâncias altamente tóxicas que atacam o sistema nervoso central, podendo causar cegueira irreversível, falência de múltiplos órgãos e até a morte. “A dose letal é alarmantemente baixa, tornando qualquer consumo um risco gravíssimo”, explica Evilázaro Menezes de Oliveira Castro, presidente do Conselho Regional de Química (CRQ).

Castro também esclarece que o metanol não é um subproduto natural da fermentação de bebidas tradicionais, como a cachaça, quando o processo é conduzido corretamente. “Sua presença em níveis perigosos é um indicativo claro de adulteração intencional”, diz. Ele reforça a importância do profissional da área de Química no processo de produção de bebidas alcoólicas, como responsável técnico pelas análises e pelo controle de qualidade na cadeia produtiva.

A médica do CIATox, Luciene Niz, diz que a intoxicação por metanol pode ocorrer não só pela ingestão, mas também pela inalação e absorção pela pele. Inicialmente, os sintomas se assemelham aos da ingestão de álcool etílico e podem começar a aparecer já nos primeiros 30 minutos após a exposição. Eles variam desde os mais leves, como vômitos e dores de cabeça, até os mais graves, como convulsões. Assim que os sintomas surgem, a recomendação é procurar umo médico imediatamente, especialmente em casos de visão turva. O tratamento é hospitalar e baseado em medidas de suporte, que dependem da gravidade do quadro. “É importante destacar que, nesse caso, o carvão ativado não tem efeito algum”, diz.

Goiânia

O presidente do Sindicato dos Bares e Restaurantes de Goiânia (SindiBares Goiânia), Newton Pereira, afirma que a situação em São Paulo acendeu um alerta entre os cerca de mil associados. “Há um clima de muita preocupação”, aponta. Segundo ele, o sindicato repassa orientações claras aos proprietários de bares e restaurantes sobre como evitar bebidas falsificadas. “É fundamental sempre comprar com nota fiscal e saber a origem do produto. Além disso, é importante desconfiar de ofertas com preços muito abaixo do mercado”, destaca. Pereira também pontua que o SindiBares orienta sobre a inutilização de garrafas vazias. “Isso evita que elas sejam reaproveitadas por falsificadores”, frisa.

A fiscalização de bares e lanchonetes é realizada pelas vigilâncias sanitárias dos municípios que possuem o órgão estruturado. Naqueles onde o serviço não está implantado, a responsabilidade recai sobre a Vigilância Sanitária do governo estadual. A polícia também atua no combate à circulação de bebidas adulteradas, uma vez que a venda e comercialização desses produtos constituem crime.

Em Goiânia, o trabalho é rotineiro. “Verificamos a procedência, rotulagem, condições de armazenamento, registro dos produtos e a documentação fiscal que comprove a origem legal das bebidas”, explica Alessandra Bertolucci, coordenadora da Fiscalização de Alimentos da Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

Muitas vezes, o trabalho é realizado em conjunto com outras instituições, como o Ministério Público, o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) e as forças de segurança. “Especialmente quando há apreensão de produtos e investigação criminal”, conta Alessandra. Na capital, a Vigilância Sanitária recebe denúncias pontuais sobre suspeitas de adulteração de bebidas, especialmente em épocas festivas. “Já recebemos denúncias de falsificação em que o preço muito inferior ao praticado no mercado foi o principal atrativo. Por isso, é fundamental que o consumidor esteja atento e denuncie sempre que houver suspeita”, reforça.

As denúncias podem ser feitas de forma anônima pelos canais oficiais da Prefeitura de Goiânia, como o aplicativo Prefeitura 24 horas. Estabelecimentos que comercializam bebidas falsificadas estão sujeitos às penalidades previstas na legislação sanitária, que incluem a interdição do local ou dos produtos, além de multas.

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Mortes por metanol acendem alerta para bebida adulterada em Goiás

Saúde

A Polícia Federal (PF) abriu um inquérito para investigar o aumento de <a href="https://opopular.com.br/cidades/o-que-se-sabe-sobre-as-intoxicac-es-e-mortes-por-consumo-de-bebidas-alcoolicas-batizadas-com-metanol-1.3318489" target="_self">casos de intoxicação</a> por metanol em São Paulo, uma substância tóxica capaz de causar cegueira e morte, nesta segunda-feira (29).

A medida foi uma determinação do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, segundo o mesmo anunciou em entrevista coletiva nesta terça-feira (30).

O ministro disse que a situação é grave e foge dos padrões comuns e que o inquérito policial tem o objetivo de verificar a procedência da droga e a rede possível de distribuição.

O diretor da PF, Andrei Rodrigues, disse que o órgão vai apurar as circunstâncias do caso e que as respostas virão em "um curto espaço de tempo". Também disse que esse trabalho será feito junto com outros órgãos, como a Polícia Civil de São Paulo.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/o-que-se-sabe-sobre-as-intoxicac-es-e-mortes-por-consumo-de-bebidas-alcoolicas-batizadas-com-metanol-1.3318489" target="_self">O que se sabe sobre as intoxicações e mortes por consumo de bebidas alcoólicas 'batizadas' com metanol</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/jovens-relatam-cegueira-temporaria-apos-beber-gim-com-metanol-1.3317976" target="_self">Jovens relatam cegueira temporária após beber gim com metanol</a> 
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Até o momento, <a href="https://opopular.com.br/cidades/jovens-relatam-cegueira-temporaria-apos-beber-gim-com-metanol-1.3317976" target="_self">seis casos de intoxicação</a> ligados ao consumo de bebida alcoólica adulterada foram confirmados e seguem em apuração pela Polícia Civil. Há também dez casos sob investigação, dos quais três resultaram em mortes —a causa dos óbitos foi intoxicação por metanol, mas ainda não está confirmado se o consumo se deu por bebida adulterada.

A Polícia Civil investiga bares e adegas suspeitas de venderem bebidas alcoólicas intoxicadas. A Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF) diz que as adulterações podem estar ligadas à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

PF abre inquérito para investigar mortes por metanol

PF investiga mortes por bebidas 'batizadas' com metanol

Investigação 

A Prefeitura de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, confirmou a segunda morte por intoxicação com metanol na cidade. Com isso, sobe para três o total de óbitos pela substância, sendo um registrado na capital.

Segundo a prefeitura, o primeiro caso envolve um homem de 58 anos, atendido no Hospital de Urgência, que morreu em 24 de setembro. O segundo é de um homem de 45 anos, atendido na rede privada, que morreu no domingo (28).

Nos dois casos, os exames estão sendo realizados pelo IML (Instituto Médico Legal) para confirmar ou descartar a contaminação.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/jovens-relatam-cegueira-temporaria-apos-beber-gim-com-metanol-1.3317976" target="_self">Jovens relatam cegueira temporária após beber gim com metanol</a> 
<a href="https://opopular.com.br/mundo/vodcas-adulteradas-inclusive-com-metanol-matam-ao-menos-25-na-russia-1.3318071" target="_self">Vodcas adulteradas, inclusive com metanol, matam ao menos 25 na Rússia</a></div>

A contaminação de uma bebida alcoólica por metanol tende a acontecer em casos de falsificação do produto, uma vez que a substância tóxica pode estar presente em álcool adulterado ou mesmo ser adicionada para aumentar o teor alcoólico de forma mais barata.

Embora tais hipóteses pareçam fazer sentido, não é possível afirmar que esta seja a causas das intoxicações até que a análise do conteúdo das garrafas apreendidas esteja concluída, afirma Camila Carbone Prado, médica-assistente do Ciatox de Campinas, centro de assistência toxicológica de referência para diagnósticos e tratamento desses casos.

Sobe para três o número de mortes por intoxicação com metanol em São Paulo

SP tem 3ª morte suspeita por consumo de bebidas alcoólicas 'batizadas' com metanol

Contaminação

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Polícia Civil durante a operação 'Confraria do golpe' e objetos utilizados para falsificação (Polícia Civil de Goiás/ Divulgação)

Dois homens identificados pela polícia como Vinicius de Souza Silva e Guilherme de Souza Silva foram presos em flagrante nesta terça-feira (27) suspeitos de organizar golpes de falsificação de Carteira Nacional de Habilitação (CNHs) e de diplomas em Morrinhos, município localizado na região sul do estado. A Polícia Civil (PC) informou que o caso foi descoberto por meio de investigações relacionadas a crimes de estelionato na cidade. 
 
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A defesa dos investigados informou ao POPULAR&nbsp;que se reserva a somente se manifestar sobre o caso nos autos do processo ou diretamente com seus clientes. 
 
De acordo com a PC, os dois homens suspeitos de participar da organização foram presos em flagrante por terem objetos utilizados para falsificação de documentos. Durante a prisão também foram apreendidos celulares, computadores, impressoras e um veículo de luxo avaliado em mais de R$100 mil.

<div class="p-readmore-box"> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/homem-e-preso-suspeito-de-fingir-ser-juiz-para-aplicar-golpes-1.3245603" target="_blank">Homem é preso suspeito de fingir ser juiz para aplicar golpes</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/casal-dono-de-clinica-comprava-produtos-no-paraguai-e-falsificava-selo-da-anvisa-diz-ex-funcionario-1.3245868" target="_blank">Casal dono de clínica comprava produtos no Paraguai e falsificava selo da Anvisa, diz ex-funcionário</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/delegado-que-indiciou-casal-dono-de-clinica-por-deformar-pacientes-diz-que-danos-s-o-irreversiveis-1.3245318" target="_blank">Delegado que indiciou casal dono de clínica por deformar pacientes diz que 'danos são irreversíveis'</a></div>

<h2>Investigação</h2>

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Viatura da Polícia Civil e impressora utilizada para falsificação (Polícia Civil/ Divulgação)

Denominada ‘Confraria do Golpe’, a investigação da PC começou em 2024, quando descobriram a existência de uma organização criminosa de prática de estelionato. De acordo com a polícia, os suspeitos estão sendo investigados por falsificação de documentos públicos e aplicação de golpes pela internet. 
 
O delegado Fabiano Jacomelis da PC de Morrinhos informou que os dois homens estão com esta organização há seis meses e que, inclusive, possuem um grupo organizado que realiza reuniões semanais para planejar e aprimorar seus métodos. 
 
Segundo a polícia, os investigados utilizavam softwares para realizar os golpes e materiais para falsificação de documentos. De acordo com a PC, os golpes praticados atingiram vítimas em diversas regiões do Brasil, já que as fraudes eram cometidas pela internet.