Apenas 33% dos adolescentes aptos a receber a vacina contra a dengue tomaram a segunda dose do imunizante, segundo dados do Ministério da Saúde (MS). Ao POPULAR, a Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) detalhou que na faixa etária de 10 a 14 anos de idade foram aplicadas 169.756 doses da vacina, sendo 131.739 em 1ª dose e 38.017 em 2° dose. Ainda não retornaram para tomar a dose de reforço 79.846 mil crianças e adolescentes.&nbsp;

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Flúvia Amorim, superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, avalia que a queda no número de casos e óbitos e o fim do período chuvoso podem afastar a percepção de risco da população.&nbsp;

“No início tivemos uma boa procura pela primeira dose da vacina, mas estávamos em período de emergência. Com a chegada do período seco e queda no número de casos e óbitos, estamos enfrentando dificuldade em fazer a população perceber que é necessário tomar a segunda dose para uma proteção completa. É possível que pais e responsáveis imaginem que com uma dose o filho já está protegido e isso não é verdade”, afirmou.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/goias-registra-380-mortes-por-dengue-e-tem-o-pior-ano-da-doenca-ja-registrado-1.3170268" target="_blank">Goiás registra 380 mortes por dengue e tem o pior ano da doença já registrado</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/baixa-procura-pela-segunda-dose-da-vacina-contra-dengue-acende-alerta-em-goias-1.3151850" target="_blank">Baixa procura pela segunda dose da vacina contra dengue acende alerta em Goiás</a></div>

Para Maria Dalva Turchi, médica infectologista, o <a href="https://opopular.com.br/cidades/baixa-procura-pela-segunda-dose-da-vacina-contra-dengue-acende-alerta-em-goias-1.3151850" target="_blank">problema da baixa procura pela 2ª dose</a> do imunizante é ter uma população não protegida contra a doença.&nbsp;

“Uma dose não é suficiente para proteger e é importante que as pessoas voltem para tomar a segunda dose, que é o que vai garantir melhor a proteção”, destacou.

A especialista também ressaltou que com a temporada de chuva que se aproxima, a situação é propícia para que os casos voltem a aumentar.&nbsp;

“Agora na época da seca tem menos casos. Uma situação propícia é voltar a ter muitos casos com a temporada de chuva. Então não tomar [a 2ª dose], preocupa, porque você tem o gasto e a não garantia de proteção, além da pouca proteção com uma dose só”, pontuou a médica.&nbsp;

<h2>Municípios</h2>

A SES-GO informou que orienta que os municípios diversifiquem as estratégias de vacinação para alcançar a maior cobertura possível, como a criação de horários alternativos de abertura dos postos, busca ativa nas residências e vacinação nas escolas quando possível, por exemplo. A secretaria afirmou, entretanto, que os municípios possuem autonomia na definição das estratégias de vacinação que melhor atendam a sua realidade.

No estado, segundo a SES-GO, os cinco municípios com a melhor cobertura na aplicação da vacina contra a dengue, a Qdenga, são: Divinópolis de Goiás, Goianésia, São João D' Aliança, Davinópolis e Campestre de Goiás. Já os municípios com pior cobertura até o momento são Itapirapuã, Novo Planalto, Baliza, Trombas e Amorinópolis.

<h2>Ampliação da faixa etária</h2>

A secretaria ampliou, no dia 2 de maio deste ano, a faixa etária para aplicação da vacina da dengue de 6 a 16 anos. A decisão foi tomada em conjunto com o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado de Goiás (Cosems), seguindo orientação da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

<h2>Mortes por dengue&nbsp;</h2>

Até o início de setembro, Goiás <a href="https://opopular.com.br/cidades/goias-registra-380-mortes-por-dengue-e-tem-o-pior-ano-da-doenca-ja-registrado-1.3170268" target="_blank">já registrou 380 mortes por dengue em 2024</a>, o que torna este o pior ano da doença já registrado no estado, de acordo com a SES-GO. As cinco cidades goianas que mais tiveram óbitos pela doença foram: Anápolis, com 53; Goiânia, com 38; Luziânia, com 25; Cristalina, com 18; e Valparaíso de Goiás, com 15.&nbsp;

<h2>Cuidados</h2>

O Ministério da Saúde reforça que, além das ações realizada pelos agentes das prefeituras, a população também deve fazer a sua parte para prevenir a doença. Segundo o órgão, alguns cuidados que as pessoas podem tomar são:&nbsp;

<ul>
	<li>uso de telas nas janelas e repelentes;&nbsp;</li>
	<li>remoção de recipientes que possam se transformar em criadouros de mosquitos;&nbsp;</li>
	<li>vedação dos reservatórios e caixas de água;&nbsp;</li>
	<li>limpeza de calhas, lajes e ralos;&nbsp;</li>
	<li>participação nas ações de controle da dengue executadas pelo SUS.&nbsp;</li>
</ul>

Somente 33% dos adolescentes em Goiás receberam a segunda dose da vacina contra a dengue, alerta Ministério da Saúde

Cidades

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Matéria - Cidades

Saúde

O tempo típico dessa época do ano, com calor intenso e chuva, é propício para a reprodução do mosquito Aedes aegypti, vetor dos vírus da dengue. Desde novembro, a curva de casos voltou a subir, depois de ter arrefecido entre abril e outubro. O ano de 2024 foi o do recorde de notificações em Goiás, com 428 mil casos até agora. É uma alta de mais de 260% em relação a 2023. Desde janeiro, 414 morreram. No ano passado, foram 58 mortes. A alta verificada nas últimas semanas preocupa, pois o período de pico de infecções ainda está por vir — ele costuma ocorrer no primeiro trimestre do ano. Por isso, este é um momento crucial para que as medidas de prevenção sejam intensificadas. E a principal delas é conhecida: evitar o acúmulo de água. Isso está ao alcance das mãos do cidadão, lembrando que a maior parte dos focos surge dentro das residências. A população dispõe, ainda, da vacina para crianças e adolescentes na rede pública. Aliás, a cobertura está aquém, por falta de interesse. Às autoridades sanitárias cabe providenciar campanhas, fiscalizar possíveis focos, reforçar as equipes de endemias e preparar a rede de saúde para atender os doentes. Os sinais indicam uma temporada dura, e todo cuidado é pouco.

O retorno da dengue

Editorial

Matéria - Opinião - Editorial

Operação Caviar da Dengue

Uma operação da Polícia Civil cumpre oito mandados de busca e apreensão, na manhã desta segunda-feira (21), contra suspeitos de fraudar um contrato para fornecer produtos de combate à dengue em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. A investigação aponta que o contrato era no valor de aproximadamente R$ 18 milhões.&nbsp;

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Segundo a Polícia Civil, os mandados estão sendo cumpridos em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Abadia de Goiás. A investigação apura crime de fraude em contrato firmado durante o ano de 2024 com a Prefeitura de Aparecida de Goiânia.

Como o nome da empresa envolvida não foi divulgado,&nbsp;O POPULAR&nbsp;não conseguiu localizar a defesa para posicionamento até a última atualização desta matéria. A reportagem entrou em contato com a assessoria da Prefeitura de Aparecida de Goiânia para pedir um posiciomento, mas não teve retorno.&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/moradores-reclamam-da-falta-de-coleta-de-lixo-em-aparecida-de-goiania-1.3187837" target="_blank">Moradores reclamam da falta de coleta de lixo em Aparecida de Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/crianca-morre-com-suspeita-de-h1n1-apos-surto-da-doenca-em-escola-de-aparecida-de-goiania-1.3188129" target="_blank">Criança morre com suspeita de H1N1 após surto da doença em escola de Aparecida de Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/dengue-aumentou-400-no-brasil-em-2024-em-comparac-o-ao-ano-passado-1.3188575" target="_blank">Dengue aumentou 400% no Brasil em 2024 em comparação ao ano passado</a></div>

A empresa envolvida está localizada em Goiânia e teria contratado junto à prefeitura a venda de produtos para o controle do mosquito Aedes Aegypti. Neste caso, segundo a polícia, o processo licitatório era inviável, devido a exclusividade na fabricação e comercialização.&nbsp;

A Operação Caviar da Dengue é comandada pelo Grupo de Repressão a Roubos, da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic/Garra).&nbsp;

<div attr-cid="policy:1.3189423" attr-version="policy:1.3189423:1729513281" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3189423" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3189423', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3189423">Operação Caviar da Dengue (1.3189423</a></div>

Operação investiga fraude em contrato para fornecer produtos para combate à dengue em Aparecida de Goiânia

LICITAÇÃO

O Brasil chegou a 6,5 milhões de casos prováveis de dengue, de acordo com o Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde. Os dados são provisórios e referem-se ao período de 1º de janeiro a 7 de outubro. O coeficiente de incidência é de 3.221,7 por 100 mil habitantes. A OMS (Organização Mundial da Saúde) considera que taxas acima de 300 casos por 100 mil habitantes indicam epidemia.

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No período, 5.536 pessoas morreram devido à doença. Outros 1.591 óbitos estão em investigação.

No mesmo período de 2023, o país confirmou 1,3 milhão de casos prováveis de dengue. De janeiro a dezembro, houve 1,6 milhão —1.179 pessoas morreram. Os números de janeiro a outubro de 2024 são 400% mais altos se comparados aos do mesmo período de 2023.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/somente-33-dos-adolescentes-em-goias-receberam-a-segunda-dose-da-vacina-contra-a-dengue-alerta-ministerio-da-saude-1.3180432" target="_blank">Somente 33% dos adolescentes em Goiás receberam a segunda dose da vacina contra a dengue, alerta Ministério da Saúde</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/goias-registra-380-mortes-por-dengue-e-tem-o-pior-ano-da-doenca-ja-registrado-1.3170268" target="_blank">Goiás registra 380 mortes por dengue e tem o pior ano da doença já registrado</a></div>

Apesar da incidência e dos números altos, as infecções começaram a baixar a partir da semana epidemiológica 16, que iniciou em 14 de abril. Até a 40, a última de agosto, a curva de infecções diminuiu e depois apresentou pequenas oscilações.

Neste ano, o estado de São Paulo tem 32,3% dos casos de dengue do país —2,1 milhões. Foram registradas 1.786 mortes pela doença. Outros 831 óbitos permanecem em investigação.

Segundo o mesmo painel, a capital paulista tem 639.066 infecções por dengue com 365 mortes e outras 476 em investigação. No dia 7 deste mês, a Prefeitura de São Paulo revogou a emergência de dengue.

O QUE DIZEM OS ESPECIALISTAS

Para o infectologista Antonio Carlos Bandeira, membro do Comitê de Arbovirose da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) e assessor técnico do Laboratório Central do Estado da Bahia, a expectativa é a de que os números da dengue continuem menos expressivos até dezembro, quando a volta do crescimento é esperada. O pico da doença deverá ocorrer de março a abril do ano que vem. De maio em diante, a tendência é cair. "Neste ano, ficamos durante muitos meses com um platô alto. Não dá para prever se isso voltará a acontecer no país", explica.

O especialista chama a atenção para a necessidade de ações eficientes no combate à dengue em várias frentes. Uso de larvicidas, trabalho ambiental e cuidado dos pacientes com dengue, segundo Bandeira, não são suficientes.

"A maior parte dos países do mundo tem caminhado em várias frentes. Uma delas é utilizar a tecnologia dos mosquitos transgênicos. E transformar num produto de escala. Precisa chamar as empresas privadas porque o governo não tem dinheiro para resolver tudo sozinho."

A vacinação contra a dengue deve ser implementada em larga escala. "O Ministério da Saúde fez uma vacinação muito tímida. Precisa expandir e colocar a vacina da dengue dentro do calendário do Programa Nacional de Imunizações. Isso tinha que ser rápido, para todas as pessoas. A vacina do Butantan precisa ser acelerada pela Anvisa. Vai ser uma segunda vacina muito eficaz também."

A médica Andyane Tetila, presidente da Sociedade de Infectologia de Mato Grosso do Sul, alerta que, assim como nos outros anos, o forte calor, a umidade e as chuvas vão favorecer a proliferação do mosquito Aedes aegypti.

"Há necessidade de trabalhar as ações de prevenção de forma precoce, com início imediato, para conscientizar a população a evitar o acúmulo de água nos domicílios, além das medidas de gestão, com políticas públicas, e medidas mais novas, como o método wolbachia, para diminuir a replicação dos mosquitos", afirma.

Segundo Tetila, a preocupação dos gestores de saúde é com a circulação dos subtipos 3 e 4 da dengue. Em 2024, prevaleceram o 1 e o 2.

"Há um risco de aumento de casos por causa da situação climática favorável, dos subtipos virais que circularam em 2024 voltarem em 2025 e encontrar muitas pessoas ainda suscetíveis, principalmente o subtipo 3, que circulou em alguns estados, e o 4, que teve alguns casos também identificados no nosso país. Além disso, nem toda a população foi exposta aos tipos 1 e 2, e não está protegida contra uma infecção", diz Tetila.

Na visão de Carlos Magno Fortaleza, presidente da (SPI) Sociedade Paulista de Infectologia e professor de Infectologia da Unesp, em Botucatu, a intensa atividade da dengue nos últimos dois anos foi causada por determinantes climáticos –em anos quentes, aumenta a atividade do mosquito vetor– e principalmente pelo desmonte das ações de controle de doenças que se viu durante o governo Bolsonaro.

"O governo Bolsonaro desmontou a inteligência epidemiológica e do controle de doenças do Brasil, que era admirada no mundo inteiro. Pessoas importantes dessa inteligência saíram porque não tinham possibilidade de trabalhar ou foram excluídas das linhas decisórias do Ministério da Saúde", comenta Fortaleza.

"Além de tudo foi desmontado todo o sistema de pactuações municipais e estaduais nos quais se baseava a ação de controle de doenças no SUS. O governo federal muda, mas os governos municipais não mudam essa onda de individualismo, negacionismo, não cooperativismo, não investimento na prevenção. Isso é uma herança do bolsonarismo. A construção do SUS desde a década de 80 foi um processo harmônico. Com essa polarização e desconstrução das políticas públicas, essa harmonia não se recupera simplesmente com a boa vontade da ministra Nísia.

Fortaleza acredita que o país esteja pouco preparado para a dengue. Apesar de um número ínfimo de vacinados, a imunidade populacional pode ser um freio. "Se nós tivermos a mesma cepa circulando, grande parte da população já se infectou no ano anterior. Talvez essa imunidade populacional seja uma limitação em uma situação tão dramática como vivemos esse ano", afirma.

Este projeto é uma parceria com a Umane, associação que apoia iniciativas no âmbito da saúde pública

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Dengue aumentou 400% no Brasil em 2024 em comparação ao ano passado

 casos prováveis 

A chegada do período seco este ano veio com uma sensação maior de alívio para as autoridades sanitárias. Foi assim em todo o Brasil, não foi diferente por aqui. A última temporada chuvosa fez a dengue se transformar num pesadelo para a saúde pública, em que marcas históricas negativas, como as de casos e mortes, foram ultrapassadas. Em Goiás, segundo a Secretaria do Estado da Saúde (SES-GO), desde janeiro foram 405.653 notificações de dengue e 361 mortes confirmadas.

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Por isso, a quarta-feira (21) foi de muito debate e encaminhamentos na área da saúde entre a pasta e as 18 regionais de saúde do Estado, visando preparar a cena para a volta das chuvas. Na reunião, a estrutura dos 246 municípios goianos para o controle da proliferação do mosquito Aedes aegypti – responsável por propagar o vírus de doenças como dengue, chikungunya e zika – foi vista em seus pontos positivos e desafios a enfrentar.

No balanço pós-reunião da SES-GO, foram ressaltados, entre os pontos positivos observados: a qualificação das equipes para atuação no controle vetorial (eliminação do mosquito vetor); a disponibilidade de fornecimento de água por sistema público de abastecimento para 241 dos 246 municípios; a boa estrutura física para as equipes na maioria das cidades; a disponibilidade de sistemas de monitoramento para registro do trabalho de campo; e a totalidade dos municípios dispor de equipamentos de nebulização e receber inseticidas para ações de controle químico.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/surto-de-diarreia-aguda-escolas-de-goiania-registram-casos-da-doenca-1.3166681" target="_blank">Surto de diarreia aguda: escolas de Goiânia registram casos da doença</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/empresario-e-empresas-de-manutenc-o-de-veiculos-s-o-suspeitos-de-causar-prejuizo-de-r-500-mil-a-secretaria-de-saude-1.3166700" target="_blank">Empresário e empresas de manutenção de veículos são suspeitos de causar prejuízo de R$ 500 mil à Secretaria de Saúde</a></div>

Já em relação aos desafios a enfrentar, houve destaque, entre outros, para: não priorização das ações de controle de vetores por parte das gestões municipais; falta de articulação local entre secretaria de Saúde e outras pastas e entidades afins; necessidade de ampliação ou recomposição das equipes de endemias; deficiências no saneamento básico; dificuldade para contratação de recursos humanos; e a pouca adesão e colaboração da população para as ações de manejo ambiental; e a falta de destinação adequada de resíduos sólidos, de material reciclável e ecopontos em vários municípios.

<h2>Janela de oportunidade</h2>

A superintendente de Vigilância em Saúde da Secretária da Saúde de Goiás (SES-GO), Flúvia Amorim, vê esta época de estiagem como uma oportunidade que os gestores têm para se preparar adequadamente para quando as águas voltarem. No entanto, em sua visão, a ocorrência simultânea das eleições municipais pode ser um entrave a ser superado para o melhor combate ao mosquito.

“É um ano eleitoral, em que vários prefeitos estão em fim de mandato ou disputando reeleição. Isso gera nas administrações certos temores com relação à responsabilidade fiscal e as restrições da legislação acabam, de certo modo, por afetar compras e contratações, por exemplo”, explica a superintendente.

Vista pelo olhar da Ciência Política, há outro aspecto que prejudica a visibilidade para o tema: é a falta de evidência do tema. Justamente por causa da redução natural de casos na estação seca, o tema acaba ficando em segundo plano momentaneamente para os eleitores. Com menos cobrança da população, há a tendência de gestões “baixarem a guarda” e o planejamento das ações de prevenção, que agora seria o foco do trabalho, deixar de ser prioridade.

<h3>Circulação de sorotipo 3 do vírus preocupa</h3>

Na reunião com as 18 regionais de Saúde nesta quarta-feira (21), não foi reportada “nenhuma ocorrência mais grave”, afirmou Flúvia Amorim. “Estamos nos aproximando do que vivemos em 2023”, diz, referindo-se ao ano passado como um recente momento bom, em termos de registros de casos de dengue. A superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO ressalta que, depois dos números trágicos dos meses chuvosos, chegando à semana 29 do ano epidemiológico o quadro está praticamente igual ao mesmo momento de 2023, com a linha do gráfico “quase sobrepondo” a anterior.&nbsp;

<img attr-cid="policy:1.3166884" attr-version="policy:1.3166884:1724378058" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3166884/Vida Urbana - Fluvia.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" />Superintendente Flúvia Amorim, da SES-GO: “Fumacê, só em último caso”&nbsp;Fábio Lima / O Popular)

Questionada sobre se isso pode contribuir para que a próxima temporada chuvosa seja mais amena em termos de registros, ela é prudente. “Estamos caminhando para a normalidade neste momento, mas não dá para afirmar como será (a ocorrência de casos). As questões climáticas influem muito, bem como a circulação dos sorotipos”, completa. Flúvia lembra que o Ministério da Saúde emitiu comunicado alertando para a circulação do vírus de sorotipo 3 da dengue no País – os recordes tristes da doença neste ano tiveram hegemonia do sorotipo 2 e a chamada coinfecção por sorotipos diferentes causa risco maior de ocorrer sua forma grave.

Em relação aos municípios, Flúvia também recomenda que a prática do fumacê seja restringida ao máximo. “É algo que a própria população muitas vezes pede, mas que seu uso deve ocorrer em raríssimas situações. O ideal é fazer o controle ambiental, retirando criadouros, aliado ao controle químico (por meio da bomba costal usada pelos agentes).”&nbsp;

<h4>Vacina</h4>

O modo de a população goiana lidar com a vacinação é outra preocupação da SES-GO. Desde o início da campanha com o imunizante Qdenga, contra a dengue, foram distribuídas 342.960 doses, enviadas pelo Ministério da Saúde e direcionadas prioritariamente a crianças e adolescentes de 6 a 16 anos. Todos os 246 municípios receberam pelo menos um lote para aplicação da primeira e segunda doses. A imunização inicial foi feita em 167.499 pessoas, mas só 38.002 delas retornaram para completar o processo – a imunidade só é garantida após as duas etapas.

Flúvia Amorim apela para que as pessoas busquem a segunda dose da Qdenga, que é praticamente indolor e sem efeitos adversos. “É uma vacina que vai impedir formas graves e óbitos e, em boa parte dos casos, até mesmo que a doença se manifeste”, conclui a superintendente da SES-GO.