O Superior Tribunal de Justiça (STJ) indeferiu, no final da tarde desta terça-feira (25), os pedidos de habeas corpus de dois dos três presos na operação La Maison est Tombée, deflagrada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) para apurar fraudes em licitações da Prefeitura de Formosa para locação de caminhões. De acordo com o órgão, ao menos R$ 7 milhões teriam sido desviados no esquema.O servidor da Prefeitura de Formosa, Tarlley Iamaro Araújo, e o empresário Domingos Ferreira Neto, presos desde a última sexta-feira (21), haviam pedido a soltura por meio de liminar protocolada junto ao Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), mas foi negada.As defesas dos dois, então, decidiram recorrer ao STJ, que também indeferiu os habeas corpus.O empresário Guilherme Domingos Ferreira Filho também tentou conseguir um habeas corpus junto ao TJ-GO, mas foi indeferido. Até a última consulta da reportagem ao sistema do STJ, no início desta noite, não havia registro que indicasse que a defesa dele recorreu à corte.O POPULAR entrou em contato com os advogados de Tarlley e Domingos, que afirmaram que ainda não tiveram acesso ao teor integral da decisão do STJ. Eles também afirmaram que aguardam a análise do mérito do pedido de soltura pelo TJ-GO para que possam se manifestar.A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Guilherme. O espaço fica aberto.O esquemaO MP-GO informou que, ao longo de oito meses de investigação, identificou “um sofisticado esquema de fraude a licitações” que usava “laranjas” no registro de empresas, uso de documentação falsa, desvio de recursos públicos, associação criminosa, superfaturamento e corrupção.O esquema teria resultado no desvio de recursos públicos na casa dos R$ 7 milhões.Os crimes estariam ocorrendo na Prefeitura de Formosa do ano de 2017 até agora. Estariam envolvidas no esquema de fraudes em licitações para locação de caminhões, ainda segundo o MP-GO, o servidor preso e as empresas Forlog Locação e Logística Eirelli e Formotos Veículos Ltda.Além do “indevido direcionamento para as empresas”, o MP-GO destacou a suspeita de contratação delas “por valores muito superiores aos praticados no mercado.” O órgão cita como exemplo um contrato que locou três caminhões pelo valor de R$ 711 mil, valor próximo ao preço de compra desses veículos.Após decisão da Justiça obtida pelo MP-GO, os contratos com suspeita de fraude foram suspensos, e as empresas envolvidas tiveram seus bens sequestrados.A reportagem entrou em contato, na ocasião da operação, com a Prefeitura de Formosa, mas ainda não obteve retorno. O espaço permanece aberto.Leia também:- Servidor e empresários são presos suspeitos de fraudes em Formosa; R$ 7 milhões foram desviados- MP-GO deflagra operação contra desvio de dinheiro público em Formosa