O grupo técnico criado pela Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) para avaliar os seis casos suspeitos de reinfecção pelo coronavírus Sars-CoV-2 no Estado começou a trabalhar nesta quinta-feira (13) coletando material e informações sobre os pacientes. A equipe vai também fazer uma busca ativa por casos no sistema para ver se há outras pessoas que podem se enquadrar nesta situação. Ao todo, o Estado registra 98,4 mil casos confirmados da doença, mas estes seriam os primeiros em que o perfil se enquadraria na possibilidade de reinfecção.O POPULAR mostrou com exclusividade na quarta-feira (12) que quatro profissionais de saúde em Aparecida de Goiânia e dois na capital voltaram a testar positivo para Covid-19 após terem, aparentemente, se recuperado da infecção. Isso teria acontecido em um intervalo superior a 30 dias em todos os casos. Cinco dos pacientes apresentaram sintomas duas vezes e quatro chegaram a fazer um exame de RT-PCR, que detecta moléculas do vírus no organismo após a suposta recuperação e o resultado deu negativo.A superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde em Goiás (SES-GO), Flúvia Amorim, considera que a hipótese de reinfecção está descartada, pois até o momento não há nada na literatura médica que confirme esta possibilidade. Ela aponta como mais plausível que estes pacientes nunca tenham se livrado do coronavírus, mas apenas com a carga viral muito baixa por um período a ponto de permanecerem assintomáticos e considerados recuperados.Flúvia destaca que já existem casos comprovados em que o vírus permanece no organismo por até 90 dias e acredita que estes seis pacientes devem se enquadrar de alguma forma nesta situação. Ela ressalta que por ser uma doença nova, a Covid-19 ainda tem muito a ser investigado e descoberto, mas que há infecções virais em que o paciente apresenta sintomas ou de forma prolongada ou até duas vezes.O grupo é formado por profissionais de várias áreas ligadas à SES-GO, às secretarias municipais de Saúde (SMS) de Aparecida de Goiânia e da capital e também pesquisadores da Universidade Federal de Goiás (UFG) e foi montado após representantes de Aparecida terem levado os casos até o Comitê de Operações Emergenciais de Enfrentamento ao Coronavírus (COE) estadual nesta semana.Flúvia diz que há estrutura e material suficiente para fazer as análises dos casos e tentar descobrir o que houve com estes seis pacientes. Como os exames foram todos de RT-PCR, considerado padrão ouro neste caso, as amostras estariam preservadas, o grupo tem como buscar entender o que aconteceu com os profissionais de saúde.Todos os seis pacientes, conforme O POPULAR apurou, voltaram a trabalhar após a suposta recuperação quando a infecção foi confirmada a primeira vez, mas não é possível dizer se eles repassam o vírus durante este intervalo até a segunda confirmação. Nem mesmo se sabe se pessoas que apresentam sintomas pela segunda vez voltam a transmitir o vírus. Por enquanto, segundo Flúvia, o protocolo para estas e novas ocorrências é o mesmo quando a pessoa apresenta sintomas ou tem um teste positivado para Covid-19.A reportagem procurou a SMS de Goiânia, mas foi informada que no momento a pasta prefere não se pronunciar até a investigação estar mais avançada, para evitar risco de alarmismos.