O suspeito de matar e esconder o corpo da diarista Luiza Helena Pereira Lima, de 38 anos, preso no último domingo (15) no Tocantins após intensas buscas, era "mateiro" e se escondeu em zonas ermas e de difícil acesso para fugir do cerco policial, revelou a Polícia Civil (PC). Segundo a corporação, Joaquim Bispo Costa Filho, de 39 anos, confessou ter esganado a companheira e depois ter jogado o corpo em uma cova rasa na zona rural de Cristianópolis, onde ele possui uma chácara.De acordo com a delegada Luiza Veneranda, o crime aconteceu na madrugada de sexta (6) para sábado na casa do casal, no setor Eldorado, em Aparecida de Goiânia. As investigações apontaram que a mulher, que teve uma relação de oito meses com o suspeito, havia admitido para familiares que estava incomodada com a pressão do namorado para ter acesso ao seu celular. O homem teria se enfurecido após ela restringir o aparelho com senha.Ainda conforme a PC, logo após esganar Luiza, o homem percebeu que a mulher ainda estava viva e a levou para Cristianópolis. Segundo a delegada, o suspeito tinha esperança de reanimá-la e se reconciliar com ela.Ocultação do cadáverA investigação apontou que Joaquim deu um banho frio em Luiza para tentar fazer com que ela recobrasse os sentidos, sem sucesso. Ele relatou ter tentado levar a vítima para um hospital em Bela Vista de Goiás, mas percebeu no caminho que ela estava com o corpo frio e o pescoço lateralizado (caído para o lado).Foi então que o suspeito, conforme a polícia, voltou para sua propriedade em Cristianópolis e jogou o corpo de Luiza em uma cova de aproximadamente dois metros que ele havia cavado ainda em 2019 para fazer uma cisterna.Leia também:Após namorado confessar assassinato, corpo de mulher é encontrado dentro de cisterna, diz políciaSuspeito conhecia região de fugaA Polícia Civil apurou ainda que Joaquim voltou para Aparecida e foi até a casa do casal, onde pegou vários objetos como roupas e documentos de Luiza. Segundo a polícia, ele chegou a enviar mensagens para o patrão da companheira se passando por ela e pedindo um adiantamento, o que foi feito.Logo depois, ele fugiu para o estado do Tocantins. Após notar que o caso do desaparecimento de Luiza já havia ganhado repercussão na imprensa, o homem passou a se refugiar em áreas rurais. "Ele estava escondido em zona de mata e não estava utilizando os aparelhos de comunicação. Não conversava com ninguém", disse a delegada Luiza Veneranda."Durante a terça, quarta e quinta-feira ele se manteve escondido na mata e nem chegou a ir na casa da fazenda. No sábado também ele ficou o dia inteiro nessa região de mata", acrescentou a delegada sobre Joaquim, que foi encontrado na zona rural de São Salvador, no Tocantins.InvestigaçãoA delegada do caso contou que aguarda os laudos da Polícia Técnico-Científica para concluir o inquérito, que aponta Joaquim como o assassino da vítima. "Na chácara, ele mostrou a camisa que ele estava usando, que tem marcas de sangue. Não é só a confissão, são varios elementos que apontam o crime" destacou Veneranda.No entanto, ela ressaltou que vai apurar qual o tipo de participação dos parentes de Joaquim. Apesar de não acreditar que eles sabiam do crime, a delegada informou que eles os ajudaram a se locomover no Tocantins.Joaquim Bispo Costa Filho deve ser indiciado pelos crimes de feminicídio e ocultação de cadáver. Já o corpo de Luiza, que havia sido levado para a unidade de Caldas Novas do Instituto Médico Legal (IML), já foi liberado.A reportagem tenta localizar a defesa de Joaquim. O espaço permanece aberto