A finalização do corredor exclusivo para o transporte coletivo de Goiânia, o BRT Norte-Sul, não tem qualquer estimativa de quando vai ocorrer. O chamado Trecho 1, que corresponde ao trajeto entre os terminais Isidória e Cruzeiro, passando pelas avenidas 4ª Radial e Rio Verde, está com as obras paradas desde dezembro do ano passado, quando o Consórcio Corredor Norte-Sul, formado pelas empresas GAE, Sobrado e JM, pediu o distrato do contrato para a execução do serviço, e ainda não há previsão de uma nova licitação para a retomada.No fim de julho, a Prefeitura de Goiânia inaugurou a revitalização do Terminal Isidória, que ocorria desde setembro de 2019, e desde então os ônibus do sistema convencional têm utilizado a pista do corredor feita pelo consórcio, no trabalho que durou cerca de 18 meses. Os pontos de ônibus foram instalados de maneira provisória, além de barreiras que ampliam o espaço para os passageiros esperarem o embarque com certa segurança. No entanto, a pista só está em parte da Avenida 4ª Radial. Quando o anúncio do distrato ocorreu, a estimativa era que nova licitação para a continuidade da obra ocorresse já no começo de 2022.Passados oito meses, o Paço Municipal informa que em março foi realizada uma audiência com o Ministério Público Federal (MPF) e a Caixa Econômica Federal (CEF), órgão financiador da obra, em que foram traçadas metas a respeito da finalização do Trecho 1. Originalmente, a execução do projeto conta com recursos (R$ 70 milhões) do Orçamento Geral da União (OGU) e, por isso, foi desmembrado do trecho entre os terminais Recanto do Bosque e Isidória em março de 2018, após Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o MPF. O outro trecho é custeado por financiamento direto com a CEF.Leia também:- Seis em cada 10 viagens em Goiânia pecam por lentidão- Entrega do BRT em Goiânia tem sétimo adiamento- Obra lenta da Leste-Oeste em Goiânia tem 8º aditivo- Ciclovias se deterioram em GoiâniaNa reunião deste ano as metas para a retomada do foram a correção do projeto executivo para a retirada da construção do Terminal dos Correios; a alteração do posicionamento dos cabos de fibras óticas na Avenida Rio Verde; distrato com a empresa que ganhou a licitação e paralisou as obras do Trecho 1; desapropriação de 27 unidades que estão no local das intervenções; e a realização de um novo orçamento, edital e termo de referência. A retirada do terminal, que ficaria na praça do cruzamento das avenidas Transbrasiliana, São Paulo e 4ª Radial, já era discutido desde o começo de 2021, como maneira de reduzir o custeio. A intenção era, posteriormente, realizar a obra com estrutura menor e de recursos próprios do Paço Municipal.A Prefeitura garante que, desde então, parte das metas foi atendida, com a exceção das desapropriações e a elaboração de um novo edital e termo de referência. “Uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu as desapropriações pelo poder público durante o período de pandemia, com validade até o dia 31 de outubro de 2022. Depois disto, a Procuradoria irá entrar com os processos para realizar os deslocamentos”, explica o poder municipal em nota.Já com relação ao edital e ao termo de referência para a licitação, a Prefeitura avisa que ambos “estão em processo de finalização na Secretaria Municipal de Administração (Semad) e serão publicados dentro do prazo acordado com o Ministério Público Federal e a Caixa Econômica Federal”. No entanto, a nota afirma que a nova licitação será realizada “após todas as metas serem atendidas”, ou seja, será necessário aguardar o prazo dado pelo STF, no fim de outubro deste ano, para então iniciar o processo de desapropriação e o licitatório para posterior começo das obras no Trecho 1.Nesta semana, no entanto, o prefeito Rogério Cruz (Republicanos), durante visita ao Terminal Isidória, concedeu entrevista à Rádio CBN e garantiu que a administração teria voltado atrás quanto ao distrato e estaria negociando com o Consórcio Corredor Norte-Sul para a retomada das obras e que o anúncio deste novo acordo e retomada das obras do Trecho 1 seria anunciado pela Seinfra até o fim da semana. Ao POPULAR, em contrapartida, o Paço confirmou que haverá o distrato e que será necessária nova licitação, até pelo que foi acordado com o MPF e a CEF.Trecho 2Enquanto aguarda uma solução para a finalização do trecho entre os terminais Isidória e Cruzeiro, o trajeto do Recanto do Bosque ao Isidória só terá as obras físicas finalizadas em novembro deste ano, segundo o Paço Municipal. A data, no entanto, não garante o início da operação com o BRT na cidade, visto que ainda haverá a necessidade de implementar a sinalização, semaforização e a conectividade de todo o corredor. “A data do início de funcionamento de todo trecho ainda será fornecida pela CMTC, após a instalação dos equipamentos tecnológicos e demais estruturas”, informa o Paço Municipal.Por outro lado, até o fim deste mês, o tráfego de ônibus convencionais no anel interno da Praça Cívica deverá ser liberado, com a finalização da pista do corredor BRT Norte-Sul. A operação no local se dará de modo semelhante ao que ocorre atualmente na Avenida 4ª Radial, com pontos de ônibus instalados de maneira improvisada. Na praça ainda será necessária a construção das plataformas de embarque, o que também não ocorreu na Avenida Goiás.“A Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) já emitiu a autorização para a construção das estações na Praça Cívica. Em relação as estações da Avenida Goiás, o Termo de Compromisso Ambiental (TCA) está previsto para ser emitido pela Amma até o dia 30 de agosto de 2022”, garante a Prefeitura. Ao longo da Avenida Goiás ainda falta a finalização da revitalização das calçadas, o que também está previsto para ocorrer até novembro deste ano.-Imagem (1.2512838)