O Centro Universitário de Mineiros (Unifimes) irá oferecer, em 2018, cursos de Educação Física, Direito e Medicina em Trindade. A decisão foi tomada nesta terça-feira (25) em uma reunião do prefeito da cidade, Jânio Darrot (PSDB), com diretores da faculdade. A unidade será instalada no setor Maysa, região Leste, e o curso de Medicina contará com consultoria do médico José Lúcio, de São Paulo.A Unifimes já existe há 30 anos e ministra os cursos de graduação nas áreas de Administração, Agronomia, Ciências Contábeis, Direito, Educação Física, Engenharia Civil, Engenharia Ambiental Sanitária, Medicina, Medicina Veterinária, Pedagogia e Sistemas de Informação.A reitora Rita de Fátima declarou entusiasmo e disse que a unidade em Trindade tem capacidade de se transformar em um campus. Jânio Darrot destacou a valorização da região Leste, com a implantação da Unifimes. “Trindade possui ótimas faculdades e possibilidades de qualificação superior. Este curso de Medicina colabora com a missão do município de ser, também, referência em Educação graduada”, pontuou.

Trindade terá faculdade de Medicina

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Matéria - Cidades

Uma médica, que preferiu não ser identificada, denuncia que foi detida por policiais civis enquanto trabalhava em um hospital estadual em Trindade, na Região Metropolitana de Goiânia. Ela relata que os policiais entraram no consultório dela enquanto ela atendia outro paciente e exigiram que ela fizesse um exame de corpo de delito em um detento. Quando contestou a situação, disse que os policiais gritaram com ela. Após o exame, ela foi levada à delegacia por desacato à autoridade. O caso será investigado.

<cite>Foi uma situação humilhante. Ser levada igual bandida por três policiais na frente dos meus pacientes e dos meus colegas de trabalho. Sinto vergonha do que aconteceu e estou com medo e tendo ansiedade quando tenho que ir trabalhar”, disse a médica.</cite>

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A situação aconteceu na segunda-feira (18), por volta de 20h30, no Hospital Estadual de Trindade. Em nota, o hospital lamentou o ocorrido e informou que está colaborando com a apuração dos fatos. “A unidade segue empenhada em oferecer o melhor atendimento à população, prestando apoio a todos os profissionais que com ela se relacionam, incluindo servidores da saúde e autoridades policiais”, afirmou&nbsp;(confira nota na íntegra abaixo).

O Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) disse, em nota pública, que repudia a situação e cobra a apuração da atuação de policiais. A presidente do Conselho, Sheila Soares, disse em vídeo divulgado nas redes sociais, que deve apurar com urgência a conduta ética da profissional, mas que repudia a conduta dos policiais “desrespeitando e coagindo a médica em seu ambiente de trabalho, desrespeitando o paciente cujo atendimento estava sendo finalizado”.

<cite>Os médicos já estão sendo muito penalizados pelas más condições de trabalho na rede pública e não podem mais ficar expostos a mais essa forma de agressão e desrespeito”, disse Sheila Soares.</cite>

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A advogada Luísa Siqueira, responsável pela defesa da médica, considerou a situação uma “prisão arbitrária” e informou em nota pública que serão adotadas medidas “para responsabilizar os agentes que praticaram abuso de autoridade e para restabelecer a honra e a reputação” da médica. 

Já a Polícia Civil (PC) informou, em nota, que o ocorrido é objeto de apuração pela Corregedoria da instituição&nbsp;(confira as notas na íntegra abaixo).&nbsp;

<h2>Atendimento e voz de prisão</h2>

Em entrevista ao POPULAR, a médica relatou que, depois da triagem, dois policiais entraram no consultório sem serem chamados e durante a consulta de um outro paciente. “Sentaram o detento na cadeira e ficaram em pé à direita dele e, sem nem ao menos me dar boa noite, exigiram que eu fizesse o exame de corpo delito do preso. Ao achar a situação um pouco desconfortável [...] disse a eles que precisariam esperar serem chamados e não já chegar entrando. O policial civil já se alterou e começou a gritar comigo”, disse.

Esse exame de corpo de delito é normalmente realizado no Instituto Médico Legal (IML). A médica afirmou que o policial argumentou, aos gritos, que outra pessoa tinha autorizado a entrada deles no consultório. No entanto, ela&nbsp; solicitou que o homem que estaria gritando esperasse do lado de fora, já que a dupla que estava com ele - uma policial mulher - poderia acompanhar o exame e escoltar o preso. “Colocando a mão no coldre e me intimidando, gritou que não iria sair”, relatou ela.

Ela realizou o atendimento ao detento e o deu alta médica, então ele foi levado pelos policiais. Disse ainda que relatou no prontuário a situação que viveu com os policiais. No entanto, minutos depois, os policiais retornaram ao hospital e pararam na porta do consultório dela com uma algema na mão, relatou. Voltaram os dois policiais já mencionados, acompanhados de outra policial mulher, segundo a médica.

“Pararam na porta do consultório com uma algema na mão, abrindo e fechando ela, me olhando e me intimidando, o que prejudicou a minha consulta pelo terror psicológico. Ao terminar o atendimento do outro paciente, eles entram no consultório e começam a me gravar, dizem que estão me dando voz de prisão em flagrante por desacato e que ou eu iria com eles por bem ou por mal. Levantei e fui sem questionar nada”, disse ela.

Após a voz de prisão, a médica questionou se iriam deixar o hospital sem médico, pois havia cerca de 40 pessoas esperando atendimento, segundo ela, eles teriam concordado e a levaram à delegacia. “Chegando na delegacia, recolheram meu celular e falaram que eu estava presa”, relatou. No entanto, prestou depoimento ao delegado e foi liberada.

<h2>Ataques na delegacia</h2>

Depois de comunicar aos policiais que tinha sido liberada, ainda na delegacia, a médica relata que foi intimidada e ameaçada por uma das policiais que a detiveram. “Me acusou de tirar fotos dela escondido, coisa que não fiz. Disse que lá todo mundo é advogado e conhece de leis, mas pessoas como eu não dão valor”, relatou.

Então, contatou a advogada na intenção de denunciar abuso de autoridade. A policial escutou a conversa e teria a ameaçado dizendo que a médica até poderia processar, mas que não tinha como provar o ocorrido e que a pena para falso testemunho é alta. “Fui detida por desacato, porém quem foi desacatada, ameaçada, coagida e amedrontada fui eu”, relatou a médica.

Ela continuava na delegacia, pois estava esperando um carro de aplicativo para retornar ao hospital, e explica que demorou por conta já ser quase meia noite e estar chovendo. “Enquanto eu aguardava ficava sofrendo abuso psicológico e de poder”, disse. Depois do ocorrido, voltou para o hospital mas disse que não conseguiu terminar o plantão por estar emocionalmente abalada e ansiosa.&nbsp;

<h2>Notas na íntegra</h2>

<h3>Nota de defesa:</h3>

“A médica (que prefere não se identificar) plantonista no hospital do HETRIN, por meio de sua assessoria jurídica, vêm a público, esclarecer os fatos que culminaram em sua prisão arbitrária, sob acusação de crime de desacato, enquanto exercia sua função profissional.

Na noite do dia 18 de Novembro de 2024, por volta das 20:30 h, a médica plantonista, foi surpreendida por dois policiais civis, que de forma desrespeitosa e agressiva adentraram no consultório em que a mesma realizava atendimento de um paciente, e a coagiram a realizar exame de corpo de delito em um detento.

Esclarece, ainda, que em nenhum momento desacatou os agentes, limitando-se a agir em conformidade com os preceitos éticos e legais de sua profissão.

Todas as medidas cabíveis serão adotadas para responsabilizar os agentes que praticaram abuso de autoridade e para restabelecer a honra e a reputação da Dra. 

Confiamos que as autoridades competentes agirão com imparcialidade e rigor na apuração dos fatos, assegurando que a verdade prevaleça.”

<h3>Nota do hospital:</h3>

“O Hospital Estadual de Trindade (Hetrin) lamenta o ocorrido e informa que está colaborando com a apuração dos fatos. A unidade segue empenhada em oferecer o melhor atendimento à população, prestando apoio a todos os profissionais que com ela se relacionam, incluindo servidores da saúde e autoridades policiais.&nbsp;

Hospital Estadual de Trindade - Walda Ferreira dos Santos”

<h3>Nota da Polícia Civil:</h3>

“A Polícia Civil de Goiás informa que os fatos noticiados são objeto de apuração pela Corregedoria da instituição, devendo ser adotadas todas as providências necessárias para a elucidação do caso.&nbsp;

Goiânia-GO, 20 de novembro de 2024.

Gerência de Comunicação da Polícia Civil de Goiás/PCGO”

<h3>Nota do Cremego:</h3>

“O Cremego repudia e cobra a apuração da atuação de policiais na prisão arbitrária de uma médica na noite de segunda-feira (18), no Hospital Estadual de Trindade (Hetrin).

O Conselho vai apurar em caráter de urgência se houve falha na conduta ética da profissional e espera que o governo de Goiás e as autoridades de segurança também apurem a ação dos policiais.”

Médica denuncia que foi detida após policiais exigirem atendimento com prioridade em unidade de saúde de Trindade

AMEAÇAS

Os prefeitos eleitos e reeleitos da Região Metropolitana de Goiânia têm um grande desafio para os próximos quatro anos: avançarem ainda mais com a integração dos 20 municípios. Muito já se conquistou desde 1999, quando esse consórcio foi constituído para organizar, planejar e executar políticas públicas de interesse comum.

Por meio dessa integração, várias iniciativas conjuntas já beneficiam milhares de pessoas todos os dias. Como o transporte público, coordenado pela Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), que mantém a tarifa congelada e promove integração das linhas, e parte do abastecimento de água e esgotamento sanitário, realizado pela Saneago. Entretanto, podemos e devemos ir além.

A união entre Trindade, Goiânia, Aparecida de Goiânia, Goianira e Senador Canedo, dentre outros municípios, é essencial para superarmos desafios comuns e proporcionarmos um atendimento mais eficaz à população. A cooperação intermunicipal pode proporcionar serviços mais eficientes e maior racionalidade nos gastos públicos.

Atualmente, na rede de saúde de Trindade, 43% dos atendimentos de urgência e emergência são destinados a moradores da capital. Isto sobrecarrega nossas unidades de atendimento, tornando evidente a necessidade de uma gestão metropolitana para a saúde pública.

Na educação, enfrentamos situações em que crianças que residem em bairros próximos às divisas entre Trindade e Goiânia estão impedidas de frequentar escolas municipais trindadenses. Mesmo que sejam as mais próximas de suas residências, por falta de um acordo formal que permita essa integração entre os dois municípios.

São problemas que poderiam ser solucionados por meio de uma cooperação metropolitana que assegure a integração dos serviços de saúde e educação. Por conta disso, defendemos a criação urgente de uma Rede Metropolitana de Serviços, otimizando recursos e ampliando o alcance dos atendimentos. É o tipo de cooperação em que o maior interessado, o cidadão, somente tem a ganhar.

A maior colaboração metropolitana permitirá o compartilhamento de recursos, como infraestrutura, equipamentos e profissionais, ampliando os serviços por um custo menor aos contribuintes. Além disso, a rede possibilitará num futuro próximo a criação de centros especializados para atender demandas específicas, tanto na saúde quanto na educação. Isto promoverá um cuidado mais abrangente para a nossa população. E de forma compartilhada.

A união de esforços entre os municípios permitirá, ainda, campanhas conjuntas de conscientização, que podem fortalecer o trabalho preventivo e proativo em toda a região metropolitana. A união é a chave para enfrentarmos os desafios de uma região que concentra mais de 2,6 milhões de pessoas e cresce em ritmo acelerado.

A criação de uma rede metropolitana de serviços não é apenas uma proposta administrativa. É, sobretudo, uma resposta necessária para as demandas práticas da população dos nossos municípios.

Marden Júnior, prefeito de Trindade

Desafios da Região Metropolitana

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Marden Júnior

A Universidade de Rio Verde (UniRV) tem a intenção de abrir dois novos cursos de Medicina em Goiás, sendo 60 vagas para a cidade de Uruaçu, na região Norte, e outras 60 para a cidade de Goiás, na região Central. Ambos os municípios ainda não possuem curso superior de Medicina. No entanto, a abertura dos cursos têm gerado discussões e posicionamentos contrários de entidades como o Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) e do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Educação Superior do Estado de Goiás (Semesg). As entidades questionam a falta de atendimento a critérios mais rígidos para a criação dos cursos.

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Em vídeo publicado nas redes sociais do Cremego, a presidente da entidade, Sheila Soares Ferro Lustosa Victor, afirma ser contra a “abertura indiscriminada de faculdades de Medicina em Goiás”. Diz ainda se tratar de uma luta nacional, encabeçada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e os conselhos regionais que “prezam pela qualidade do ensino médico, hoje ameaçada pelo funcionamento e criação sem a estrutura mínima necessária para a atuação e formação de bons médicos”. A presidente afirma ter se surpreendido pela informação de que novos cursos foram autorizados pelo Conselho Estadual de Educação (CEE), o que chamou de “mercantilização do ensino médico”.

Uma plenária seria realizada na noite desta segunda-feira (11) pela entidade para debater o assunto, com a presença do CEE, Semesg e Ministério Público do Estado de Goiás. Até o fechamento desta reportagem o evento não havia terminado.

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O presidente do CEE, Flávio Roberto de Castro, nega que o órgão tenha autorizado a criação de novos cursos de medicina. “Não existe nem processo. Há um regramento para a criação dos cursos e não foi aprovado nada. Houve uma fala desrespeitosa sobre isso”, afirma. Ele conta que quando há a abertura dos processos, o CEE analisa as condições técnicas das universidades e na localização em que se pleiteia a abertura. “Os últimos três que tentaram não conseguiram a aprovação. O último foi no final do ano passado, para curso em Caldas Novas e não aprovamos”, conta.

Castro ressalta que só existe disposição contrária à criação de novos cursos de Medicina quando a aprovação é dentro do Sistema Estadual de Ensino, sob a jurisdição do CEE, sendo que quando ocorre no Sistema Federal, via Ministério da Educação, não há discussão. Segundo o presidente do Semesg, Jorge de Jesus Bernardo, isso ocorre porque os critérios do sistema federal são mais complexos e rígidos, tendo ainda processos de avaliação e acompanhamento mais robustos. “Em Minas Gerais já passou tudo para o federal, em Santa Catarina também e a gente está longe disso. Qual o problema de ser tudo federal? Seria melhor avaliado”, acredita. Para ele, há ainda um problema quanto à formação dos estudantes, já que os cursos são criados por critérios e são avaliados de maneiras diferentes, mas todos se tornam médicos e atendem a população.

“Não é uma questão de mercado. Medicina é um curso caro, média de R$ 9 mil por mês. Seria bom ter um em cada esquina, mas não temos condições para isso. As pessoas fazem um investimento alto na faculdade, então todos deveriam seguir todas as normas, mas o que fazem é primeiro lançar o curso, divulgar que tem a autonomia, mas sem estrutura para isso”, afirma Bernardo.

No caso da UniRV, houve divulgação na imprensa local de Uruaçu que haveria o curso de medicina na universidade a partir de 2025 e o fato foi utilizado, inclusive, na campanha eleitoral. A abertura dos cursos nas cidades de Uruaçu e Goiás foi aprovada pelo Conselho Universitário da UniRV no começo de outubro passado.

A instituição informa ao POPULAR que não há novos cursos sendo abertos, “mas sim, um edital do Conselho Estadual de Educação de Goiás, (Edital N. 01 de 20 de setembro de 2024), no qual as instituições de ensino superior de Goiás, sob jurisdição do Conselho poderão submeter seu interesse na abertura de novos cursos de medicina”.

A UniRV disse ainda que a solicitação para a abertura de novos cursos está na vigência do edital. Já sobre as manifestações do Cremego e da Semesg, a instituição ressalta que “entende e respeita as opiniões dos órgãos citados e reforça que tem exercido um importante papel como agente de saúde em todo o Estado”.

CEE suspende novas matrículas na Unifimes em Trindade 
​O presidente do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Educação Superior do Estado de Goiás (Semesg), Jorge de Jesus Bernardo, afirma que um exemplo da precariedade dos cursos de Medicina em Goiás é a situação do Centro Universitário de Mineiros (Unifimes) no Câmpus Trindade. Neste mês, o Conselho Estadual de Educação (CEE) determinou a suspensão da publicação do resultado de admissão e novas matrículas para o primeiro semestre de 2025 e do recebimento de novas transferências de estudantes de outras instituições de forma liminar.

A ação decorreu liminarmente após o recebimento de denúncia de uma estudante sobre a infraestrutura do local, como ter banheiros estragados, falta de limpeza, quedas de energia, materiais, laboratórios e biblioteca insuficientes. Foi determinada uma visita no local para confirmar a situação. O presidente do CEE, Flávio de Castro, conta que a suspensão ocorreu para avaliar a situação do local e que se trata de um curso já antigo.

De acordo com o diretor do Câmpus Trindade, Sebastião Donizete, a visita de dois conselheiros ocorreu no dia 5. “Foi muito positivo o relatório da comissão. Tivemos um problema pontual já resolvido e já sanado. Ocorreu no dia 12 de outubro, que havia previsão de chuva de 20 mm e choveu 102 mm. As calhas encheram e houve danos ao forro do telhado. No dia 14 de outubro foi tudo resolvido e as aulas voltaram a funcionar no dia 15 e estão funcionando normalmente, sem nenhum problema.” Para ele, não se trata de um problema estrutural. A deliberação do CEE deve ocorrer no dia 14, para verificar a continuidade ou liberação da suspensão.

Donizete reitera que o CEE “é um órgão extremamente sério e ponderado, sábio em suas decisões”. Para ele, é da autonomia dos conselheiros avaliar “com conhecimento e justiça todas as questões que lhe são postas”. “Reitero que não temos nenhum problema estrutural, não temos nenhum problema pedagógico. A Unifimes tem 39 anos de existência e pauta sua atividade em estrito cumprimento de todas as leis educacionais”, diz ao convidar a reportagem para ir ao Câmpus de Trindade e comprovar no local a situação das salas de aula e laboratórios.

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Abertura de cursos de Medicina gera discussão em Goiás

A estudante de pedagogia Ellen Basilio da Silva, de 41 anos, denunciou que teve parte do polegar direito arrancado por uma vizinha durante discussão motivada por homofobia. A agressão aconteceu no dia 17 de outubro deste ano, no setor Pontakayana, em Trindade, na Região Metropolitana de Goiânia, segundo ela.&nbsp;

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Ao POPULAR,&nbsp;a estudante contou que as agressões começaram quando ela e a esposa estavam chegando de moto em casa, quando viu duas vizinhas, mãe e filha, debochando do casal. Irritada com a situação, Ellen foi tirar satisfação com as duas, momento em que as agressões físicas iniciaram.&nbsp;

A reportagem não conseguiu localizar a defesa das vizinhas para um posicionamento até a última atualização desta matéria.&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/investigado-por-homofobia-deve-gravar-video-de-conscientizac-o-sobre-assunto-e-pagar-multa-de-r-35-mil-apos-acordo-1.3133242" target="_blank">Investigado por homofobia deve gravar vídeo de conscientização sobre assunto e pagar multa de R$ 35 mil após acordo</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/mulher-que-atacou-casal-e-ironizou-homofobia-e-identificada-pela-policia-1.3107489" target="_blank">Mulher que atacou casal e ironizou homofobia é identificada pela polícia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/mulheres-s-o-investigadas-apos-postagens-homofobicas-com-recompensa-para-esfaquear-homossexual-1.3051838" target="_blank">Mulheres são investigadas após postagens homofóbicas com recompensa para esfaquear homossexual</a></div>

<cite>Ela mordeu meu dedo e mastigou, depois cuspiu na minha cara”, afirmou a estudante</cite>.&nbsp;

Além de ter tido o dedo dilacerado, Ellen relatou que também teve ferimentos no rosto. Uma das vizinhas teve queimaduras e arranhões na perna, segundo a Polícia Militar (PM).

Ainda conforme a PM, que foi acionada para atender&nbsp;o caso, todas as envolvidas foram conduzidas à delegacia. Ao POPULAR, a Polícia Civil (PC) informou que a mãe e filha foram presas&nbsp;em flagrante e encaminhadas para a Central de Flagrantes. O caso segue em investigação.&nbsp;

De acordo com a estudante, a situação ocorreu após uma série de atitudes preconceituosas anteriores, que incluíram xingamentos e outros episódios de agressões. “Primeiro tive o rosto mordido por reclamar com uma vizinha sobre um vazamento na parede”, relatou. &nbsp;

Ellen ainda contou que, além dos insultos e agressões físicas, ela e a esposa também têm a sua privacidade invadida. “Somos também obrigadas a ficar vendo o marido dela olhando para dentro do nosso quintal quando ele sobe no telhado. Para ele, é normal”, completou ela.&nbsp;

Após a última briga, Ellen disse que precisou se mudar. “Como a casa é nossa e queremos paz, tive que sair da minha casa e estou pagando aluguel por causa dessas pessoas”, desabafou.&nbsp;

Conforme a delegada Silvana Nunes, responsável pelo caso, Ellen possui uma união estável com outra mulher, o que nunca foi bem visto pelas&nbsp;vizinhas de muro. Antes dessa última agressão, em que Ellen teve o dedo cortado, já houve um procedimento lavrado sobre as agressões no contexto de homofobia, segundo a delegada. O caso ainda não foi concluído.&nbsp;&nbsp;

<cite>Ela (vizinha) foi presa em flagrante por diversos crimes”, afirmou.&nbsp;</cite>

<h2>Discriminação&nbsp;</h2>

Segundo a estudante, essa não é a primeira vez que ela é agredida e insultada pela vizinhança por ser lésbica. Em 2022, Hellen denunciou que ela e a esposa foram agredidas por três vizinhos. Na época, ela contou que elas chegaram a levar socos, chutes, pontapés e até mordida&nbsp;(veja fotos abaixo).&nbsp;

<img attr-cid="policy:1.3197149" attr-version="policy:1.3197149:1731098983" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3197149/Proporção para foto do site (35).png?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Ferimento no rosto e hematoma no braço provenientes de agressão sofrida em 2022 (Divulgação/Ellen Basilio da Silva)

Ao POPULAR, Ellen Basilio da Silva contou que faz acompanhamento psiquiátrico e uso de remédios antidepressivos desde 2023. Conforme relatório médico de setembro de 2024, ela estava "apresentando humor hipotímico, pensamentos negativos e ruminantes e ideação suicída".&nbsp;&nbsp;

<cite>Um dos gatilhos para o adoecimento parece ter sido o conflito com os vizinhos da sua casa atual. Houve necessidade de vários ajustes medicamentosos para melhora do quadro depressivo”, pontuou um trecho do relatório médico ao qual O POPULAR teve acesso.</cite>

A primeira vez que elas registraram ocorrência contra os vizinhos foi no dia 30 de julho de 2022 e a segunda, em 4 de outubro do mesmo ano. Ao todo, são cinco registros de ocorrência.&nbsp;