Ao menos 40 cursos presenciais de graduação ofertados pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) foram extintos desde 2018. A instituição pública de ensino superior conta, ao todo, com 41 unidades de ensino espalhadas pelo estado. Destas, 22 tiveram algum curso encerrado por decisão do Conselho Superior Universitário (CsU).

Reitor da universidade, Antônio Cruvinel aponta que a medida é tomada pela falta de condições de “ofertar com qualidade” os cursos e pela carência de docentes. Em cinco unidades, todos os cursos ofertados foram extintos por meio de três resoluções do CsU publicadas em 2018, 2023 e 2024. Por outro lado, coordenadores de unidades apontam que há demanda para novas vagas e boas condições estruturais nas localidades. A instituição possui 124 cursos em funcionamento.

Ao todo, a UEG funciona com 41 unidades em 39 municípios. Entretanto, cinco localidades estão sem qualquer curso vigente. Dentre elas estão Crixás e Niquelândia, vinculadas ao Câmpus Norte, com sede em Uruaçu. Além destas, Edéia e Mineiros, do Câmpus Sudoeste, em Quirinópolis, e Sanclerlândia, ligada ao Câmpus Oeste, em São Luís de Montes Belos.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/oito-unidades-da-ueg-n-o-abrem-novas-vagas-ha-quatro-anos-1.3116122" target="_blank">Oito unidades da UEG não abrem novas vagas há quatro anos</a> 
<a href="https://opopular.com.br/opiniao/editorial/a-agonia-da-ueg-1.3116455" target="_blank">A agonia da UEG</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/professores-da-ueg-suspendem-greve-apos-decis-o-da-justica-1.3116204" target="_blank">Professores da UEG suspendem greve após decisão da Justiça</a></div>

O POPULAR <a href="https://opopular.com.br/cidades/oito-unidades-da-ueg-n-o-abrem-novas-vagas-ha-quatro-anos-1.3116122" target="_blank">mostrou no último dia 7 que oito unidades não abrem vagas desde 2021</a> por falta de processo seletivo. Todas as cinco elencadas estão nesta situação, funcionando apenas com alunos já matriculados. As demais, como Pirenópolis e São Miguel do Araguaia, estão com apenas um curso vigente, sendo que um foi extinto. Já em Posse, três foram fechados e dois seguem abertos. Entretanto, nos que continuam funcionando, não há novos estudantes.

Na ocasião, Cruvinel explicou que a falta de abertura de processo seletivo tem relação com um regramento do novo estatuto da UEG, de 2020, que impõe um mínimo de 75% de docentes efetivos no quadro de cada curso para oferta de novas vagas. Já para a decisão de extinção dos cursos, o reitor pontua que há análise de critérios técnicos, como a quantidade de professores no curso, além “(d)as condições de qualidade, laboratórios, e toda a infraestrutura necessária para o curso.”

“Desde 2009 tivemos reiterados estudos que diziam que a universidade não conseguia estar do tamanho que estava. E depois o CsU se debruçou muitas vezes (sobre a situação). Discutimos há 15 anos isso. Agora estamos tomando decisões”, pontua. Conforme ele, a medida visa a “corrigir uma tarde em 2005, quando se criou 56 cursos sem fazer concurso, sem planejamento”. “O concurso seguinte foi em 2010, e o mesmo não conseguiu suprir. Virou uma bola de neve. Não tem condições, não tem docentes suficientes.”

O reitor da UEG destaca que não está sendo discutido, hoje, o fechamento das unidades, mas de cursos. Entretanto, não descarta a possibilidade. “Os prédios ficam ociosos. Então cede, ainda que por convênio, para que as prefeituras ou outros órgãos do estado possam utilizar. Aí sim discutiremos se continuaremos (nesses locais). É uma discussão técnica”, afirma, ao destacar que não há fatores políticos envolvidos nas decisões.

Crixás é uma das unidades com cursos descontinuados. A mesma não possui mais alunos matriculados e tem apenas um docente efetivo, que atua como coordenador. O prédio foi cedido à Secretaria de Estado da Educação (Seduc) para abrigar uma escola estadual.

Já em Edéia, o imóvel está abrigando turmas da rede municipal de ensino por solicitação da administração local, enquanto obras em escolas estão sendo feitas. Enquanto isso, os 25 alunos ativos da unidade seguem tendo aulas até concluírem os cursos de Administração (bacharelado) e Agronegócio (tecnólogo). Nos últimos dez anos, o município teve pico de matriculados em 2019: 223 estudantes.

Coordenadora da unidade de Edéia, a professora Adriana Kátia da Silva explica que ainda não se sabe o que vai acontecer com a universidade no município. “A intenção é continuar existindo. Temos demanda, espaço físico, estrutura boa. A unidade é importante para a região, em qualquer curso temos demanda, mas para ofertar precisamos de docentes. Faltam professores efetivos e oferta de vestibular, com a retomada dos cursos ou propositura de novos”, destaca.

Uma das fundadoras da UEG no município, a mestre em História Eneuda Ferreira da Silva Escarião aponta para o fechamento da unidade. “O prédio é muito bom, bem equipado. É um prejuízo inimaginável para a região, considerando que nossos estudantes perderam a chance de estudar em uma instituição pública”, afirma.

“Desde 2000, quando foram iniciadas as atividades da UEG em Edéia, inúmeros estudantes foram beneficiados, com diploma na mão, fizeram concursos e melhoraram a qualidade de vida deles e das famílias. Outros ingressaram nas atividades agrícolas, de agronegócio e sucroalcooleiras, economia da nossa região. É uma irreparável perda educacional, social e econômica para nós”, lamenta. Para ela, o desmonte da unidade tem motivações políticas. “Educação nunca foi na verdade foco político”, acrescenta.

Em Niquelândia, a realidade é semelhante. Nos últimos seis anos, foram três cursos extintos. Dessa forma, não há nenhum vigente atualmente. Coordenadora da unidade da UEG no município, Cássia Monalisa dos Santos analisa que havia proposta, em 2021, em permanecer com a universidade no local, o que não se concretizou. “O Câmpus Norte foi o que mais perdeu unidades, como Crixás. E Niquelândia, que tem condições de ficar. Era o carro-chefe que atendia a demanda regional”, comenta.

Conforme ela, há demanda de vagas, além de “uma das melhores estruturas em termos de acessibilidade, tamanho, quadra de esportes, laboratório, equipamentos.” “Todo dia chega gente perguntando qual curso está ofertando. Perfeitamente continuaríamos com vários cursos”, acrescenta. A docente pondera ainda que é uma “incerteza” o destino da unidade, em funcionamento há mais de 20 anos, e que atualmente conta apenas com dois servidores.

“A UEG precisa se reinventar, fazer estudo regional dos cursos importantes, ou vai perder muito. Mas a questão é política. Só que a universidade é muito importante e não podemos deixar se perder. Única instituição pública de ensino superior credenciada pelo Ministério da Educação (MEC) no município, e ter que retirar uma universidade dessa. É uma tristeza. Ou a gente move o mundo agora ou para de vez”, acrescenta.

Para a professora da universidade e ex-dirigente da Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Goiás (Adueg), Juliana Vasconcelos, há uma ameaça de fechamento das unidades. “A retórica de quem defende a diminuição da UEG é pautada pelo discurso de que a universidade cresceu de forma não planejada. Existiu um plano de expansão porque nosso estado tem profundas desigualdades regionais, com alta concentração de investimentos na região metropolitana”, opina.

Ela acrescenta que nos municípios menores há poucas oportunidades de emprego e “baixa presença do estado”. “A decisão pela interiorização fazia parte de um projeto maior de desenvolvimento regional. Esse pensamento não envelheceu, e fica ainda mais óbvio quando observamos a implantação de Institutos Federais (IFs) pelo interior do Brasil (Goiás vai receber três novos, conforme anúncio do governo federal). O acesso ao ensino superior ainda tem sido uma barreira para a maioria dos jovens e a oferta deve ser ampliada para garantir que possam estudar em suas cidades ou em cidades mais próximas.”

Definições

Dentre as três resoluções do CsU da UEG, a que mais extinguiu cursos foi a de novembro de 2023. Ao todo, foram 21 extinções, a maioria de licenciatura (14), seguida de tecnólogo (6) e bacharelado (1).&nbsp;O curso que mais perdeu oferta naquele ano foi de licenciatura em Matemática (5), Letras (3). Em relação aos tecnólogos, o curso de Hotelaria foi retirado nos únicos dois locais de oferta: Caldas Novas e Pirenópolis.

Em seguida, a de 2018. Aquela foi responsável pelo encerramento de 15 cursos, sendo a maioria de tecnólogo (7), mas O POPULAR considerou apenas 12, visto que dois eram cursos de licenciatura em Educação Física, cuja modalidade foi alterada posteriormente para a inclusão do bacharelado, em conjunto com a licenciatura. Outra, foi de uma turma de bacharelado Administração no matutino, mas manteve no período noturno.&nbsp;Este curso foi o mais afetado, sendo retirado de Edéia, Mineiros, Niquelândia e Sanclerlândia.

A resolução mais recente, de janeiro deste ano, extinguiu sete cursos ao todo, sendo todos eles nas oito unidades mencionadas pelo POPULAR sem abertura de processo seletivo há quatro anos. Nesta decisão, foram Mineiros e Niquelândia perderam dois cursos cada. A modalidade mais afetada foi o bacharelado (4), seguida de tecnólogo (2), e licenciatura (1).&nbsp;Produção Sucroalcooleira, tecnólogo, foi extinto de duas unidades: Edéia e Mineiros. Ao lado, o curso de Informática licenciatura, em Sanclerlândia e Silvânia.

Considerando todos os anos, os mais extintos foram Matemática licenciatura (4), Letras licenciatura (4), Administração bacharelado (4), Agronegócio tecnólogo (3), e História licenciatura (3).

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UEG fechou pelo menos 40 cursos nos últimos seis anos

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Graduação

Educação&nbsp;em Goiás

O governador Ronaldo Caiado tem se vangloriado dos avanços da educação em Goiás, especialmente no que se refere ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que tem mostrado resultados positivos. No entanto, quando se observa o ensino superior no estado, um contraste preocupante se revela, especialmente em relação à Universidade Estadual de Goiás (UEG). A instituição, que deveria ser um símbolo de excelência e progresso, está em descrédito generalizado, tanto em termos de estrutura física quanto de qualidade acadêmica e profissional.&nbsp; 
Enquanto o Sistema Estadual de Educação ofereceu 1.414 vagas, a UEG ocupou apenas 24 delas, representando menos de 2% da totalidade. Esse número é um reflexo claro da negligência no apoio a uma instituição fundamental para a formação acadêmica e profissional dos goianos. Essa discrepância evidencia a falta de investimentos e a precariedade das condições que afetam a formação dos estudantes goianos, que temem ingressar em uma universidade sem as mínimas condições para garantir um futuro profissional digno.&nbsp; 
Diante deste cenário, é imperativo que os parlamentares goianos — deputados estaduais, federais e senadores — se unam ao povo de Goiás para resgatar a honorabilidade da UEG. A revitalização da universidade é uma questão de justiça social, de oportunidade para as novas gerações e de respeito ao potencial acadêmico e cultural do estado. Chegou o momento de os representantes do &lt;CW-5&gt;povo darem as mãos à sociedade e garantir que a UEG volte a ser uma verdadeira fonte de formação e desenvolvimento para Goiás.&nbsp;

Rubens Vieira da Silva&nbsp; 
Silvânia-GO

 
Decisões&nbsp;do Judiciário

O Senado Federal está deixando o Supremo Tribunal Federal (STF) legislar. Juiz cumpre o que o legislador votou. A lei, no Brasil está sendo substituída por jurisprudência&lt;/CW&gt;.

Eduardo Siade 
Park Lozandes - Goiânia

Cartas dos Leitores

Opinião

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Carta dos Leitores

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Cartas

Desde que foi apresentado o relatório final da Comissão de Redesenho, em 2019, na Universidade Estadual de Goiás (UEG), a instituição já descontinuou 48 ofertas de cursos de graduação e 5 câmpus. No documento, que foi rejeitado pelo Conselho Superior Universitário (CsU), a previsão era que fossem extintas 57 ofertas de cursos e 15 câmpus, mas a decisão do grupo na época foi de tomar como base o relatório para uma reavaliação. Ficou decidido que 30 dos 57 cursos apontados seriam reavaliados. Na época, o documento foi rejeitado sob o argumento de que ele foi realizado apenas por gestores da UEG, sem a participação da comunidade acadêmica.

<a href="https://opopular.com.br/canal" style="color: rgb(0, 85, 128); outline: 0px; outline-offset: -2px; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a>

Outras 39 ofertas de cursos não receberam qualquer ingressante neste ano e ainda podem ser descontinuadas nos próximos anos, com a exceção da graduação em Medicina, no câmpus de Itumbiara, que possui um vestibular à parte e que ainda não teve o resultado revelado. Vale explicar que a descontinuidade é descrita pela instituição como de “oferta” e não de “curso”, já que um mesmo curso (como de Pedagogia, História, Administração, etc.) pode ser ofertado em mais de um câmpus e a exclusão se dá em um local específico e não de toda a universidade. Há ainda 6 ofertas que possuem menos de 10 ingressantes neste ano, o que pode ocorrer devido à migração entre os câmpus, em relação a cursos que estão sendo descontinuados.

A UEG tem adotado como política o não retorno dos cursos que apresentam nota baixa nas avaliações como o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) e Conceito Preliminar de Curso (CPC), que, anteriormente, ficavam suspensos de ofertar vagas nos vestibulares até uma melhoria. Agora, na maioria dos casos, ocorre a descontinuidade. A decisão do governo Caiado de colocar em prática a redução da universidade atende a estudos internos da instituição que se iniciaram em 2008, com a conclusão de que a UEG não suportava mais o seu tamanho, o que teria feito a perda de qualidade da instituição em determinados câmpus ou cursos devido à incapacidade de fazer a gestão dos mesmos.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/goias-quadruplicou-indice-de-graduados-em-2-decadas-diz-ibge-1.3235503" target="_blank">Goiás quadruplicou índice de graduados em 2 décadas, diz IBGE</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/curso-de-ia-da-ufg-tem-contato-com-o-mercado-justifica-1-colocado-no-sisu-2025-1.3225012" target="_blank">"Curso de IA da UFG tem contato com o mercado", justifica 1º colocado no Sisu 2025</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/estudantes-v-o-as-ruas-de-goiania-para-comemorar-resultado-no-sisu-1.3224238" target="_blank">Estudantes vão às ruas de Goiânia para comemorar resultado no Sisu</a></div>

Para se ter uma ideia, em 2019, a UEG tinha 45 câmpus em 43 cidades diferentes do Estado. Apenas Goiânia e Anápolis possuíam duas unidades diferentes. Atualmente, são 40 câmpusefetivados em 38 cidades, e pelo menos outros 4 devem ser descontinuados nos próximos anos, o que deve ocorrer com a formação dos últimos alunos ainda matriculados nos locais ou há apenas o aguardo da questão burocrática de repasse dos imóveis.

Em Crixás, por exemplo, o prédio da UEG foi repassado para a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e deve dar lugar a um colégio estadual de ensino fundamental e médio, de gestão da Polícia Militar do Estado de Goiás (PMGO). Em Edéia, a estrutura foi repassada em convênio para a prefeitura municipal.

Neste mesmo período de seis anos desde o início do redesenho, de acordo com os dados abertos disponibilizados pela própria UEG, a universidade teve uma redução de 10 mil alunos, embora seja válido lembrar que houve o período de pandemia da Covid-19 a partir de 2020 e 2021. O atual reitor, Antonio Cruvinel Borges Neto, que tomou posse em meados de 2021, relata que, na época, havia 9 mil alunos matriculados nos cursos de graduação na universidade. Atualmente, os dados da instituição apontam 13.098 matriculados, enquanto que em 2019 eram 23.098, gerando a diferença de 10 mil alunos exatamente. “A gente está em um processo de retomada, a prova disso é que o número de inscritos no vestibular dobrou em três anos”, diz.

Borges Neto conta que em 2022 foram 7 mil alunos interessados em ingressar na universidade no processo seletivo geral, que abrange todos os cursos, com exceção de Medicina, no câmpus Itumbiara, que possui vestibular separado. No certame para os ingressantes deste ano foram 14 mil inscritos, mesmo com uma oferta de cursos e vagas menor, conforme aponta o reitor. “Isso mostra que os estudantes sabem que a reestruturação era necessária, é um efeito disso. Os cursos que ficaram são reconhecidos como de qualidade, é o que a universidade pode oferecer de melhor”, afirma. Ele diz que a UEG possui hoje 37 cursos e 115 ofertas (o número difere já que há cursos ofertados em mais de um câmpus).

<h2>Orçamento</h2>

Também em 2019, o Estado de Goiás modificou o estatuto da UEG e a forma de repasse da verba à instituição, que deixou de ser carimbada em 2% da receita líquida estadual para uma definição anual, como ocorre com as secretarias, por exemplo. A mudança foi vista como uma perda de garantias e de verbas para a universidade, o que redundaria em sucateamento, mas explicada sob o argumento de que a instituição não conseguia executar a verba destinada. Para o presidente da Associação dos Docentes da UEG (Adueg), professor Marcelo Moreira, isso é mostrado no aumento da evasão dos alunos, que seria o principal problema da instituição atualmente.

“É o maior gargalo, que inclusive se discute no CsU, sobre como manter os alunos na universidade. Não conseguimos dar bolsas, o perfil dos estudantes já mudou também”, diz Moreira.

Segundo os dados da UEG, o número de alunos que abandonaram o curso em 2019 (1.416) é muito semelhante ao da quantidade atual (1.436), porém, como há um menor número de matriculados em 2025, a proporção é maior. Enquanto em 2019 cerca de 6% dos matriculados evadiram, neste ano o índice chega a 10%. Em 2024, com o ano já fechado, a evasão chegou a 7%.

Segundo o reitor da UEG, o problema da evasão de fato existe, mas vem sendo discutido e buscadas soluções a partir das bolsas. “A UEG é a universidade do filho do trabalhador goiano. 78% dos nossos alunos são de famílias de até três salários mínimos”, afirma. Porém, ele não considera que a mudança no modelo de orçamento seja um problema.

“Em 2021, nós começamos com R$ 302 milhões e chegamos a R$ 321 milhões. Neste ano, começamos com R$ 524 milhões e já temos R$ 532 milhões. E isso é porque nós hoje conseguimos executar até 99% do orçamento. Minha obstinação nunca foi chegar nos 2%, mas saber quanto preciso para fazer tal coisa”, diz.

<h3>Reformas</h3>

Borges Neto relata que, atualmente, 11 unidades estão passando por reforma, visando a qualidade do ensino e a melhoria estrutural para estudantes e servidores. Uma delas é a do Parque Laranjeiras, em Goiânia, cuja obra teve início no mês de fevereiro de 2024, com previsão de término no segundo semestre de 2025.

“As obras incluem modernização das instalações, melhorias em toda a infraestrutura elétrica, reparos na cobertura, adequação de pisos, reforma do ginásio, construção de laboratórios e de banheiros e pintura geral. O projeto ainda vai garantir a acessibilidade em todos os ambientes da unidade”, informa a UEG. A reforma está orçada em R$ 3,8 milhões e já foram executados cerca de 55% dos trabalhos.

<h3>Reitor garante que processo é interno</h3>

O reitor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Antonio Cruvinel Borges Neto afirma que toda a política de redesenho da instituição tem sido realizada intramuros, ou seja, com a participação do Conselho Superior Universitário (CsU) e da reitoria, sem qualquer ingerência do governo estadual. Em 2019, o relatório que provocou o redesenho foi feito quando a universidade passou por uma intervenção estadual. O reitor havia sido nomeado por decreto. O ato durou até março de 2021, quando o processo eleitoral foi realizado, com a eleição de Borges Neto. “O governador nunca me ligou para questionar qualquer decisão da UEG, mesmo sendo decisões que podem afetar politicamente, afinal, é a saída de uma universidade de um município, que é uma base eleitoral”, conta.&nbsp;

Borges Neto ressalta que o redesenho iniciado em 2019 só estabeleceu o que vários relatórios anteriores haviam feito, que era demonstrar a incapacidade da UEG em se manter do tamanho que estava. “Em 2008, em uma tarde, mais de 50 cursos foram criados na UEG. Em 2009 já havia relatório técnico explicando que não era possível manter essa quantidade de ofertas, o mesmo foi feito em 2010, em 2013 se inicia um redesenho, em 2015 não teve um consenso, em 2018 um outro redesenho que foi rejeitado pelo conselho. Até 2022, foram 15 anos de discussão em que sempre apontou essa expansão desordenada. Quando assumi, já estava posto esse redesenho e extinguimos 42 ofertas, com vistas à qualidade.”

À época, O POPULAR apurou que o maior problema da expansão era que ela ocorreu sem planejamento e, na maior parte das vezes, para atender demandas políticas de grupos nos municípios, que buscavam uma plataforma de governo com a abertura de novos cursos ou novos câmpus da UEG. O argumento dos gestores da época era que a expansão favorecia e incentivava moradores do interior goiano a entrarem para o ensino superior e qualificar a mão de obra local, com cursos de licenciatura, para a formação de professores, e de áreas análogas à economia da região, como de técnicos agrícola ou sucroalcooleiro.&nbsp;

A baixa procura por cursos de licenciatura, o que ocorre em todas as instituições de ensino superior, também fez com que a expansão passasse a não ser eficaz. “A UEG é uma universidade caracterizada pela formação de professores, porém a procura é baixa. Isso ocorre também nas universidades particulares e nas federais, em Goiás e nos outros estados. É uma coisa geral, pela desvalorização do professor, por muitos fatores”, diz o reitor. Dos 48 cursos descontinuados desde 2019, 15 são de licenciatura ou Pedagogia. Outros 19 são de cursos técnicos, voltados para a formação de mão de obra local, e 14 são de bacharelado.&nbsp;

<h3>Associação questiona extinções</h3>

Presidente da Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Goiás (UEG), o professor Marcelo Moreira, da área de Economia, afirma que a reestruturação que a instituição de ensino superior passa desde 2019 não é feita de maneira planejada. Segundo ele, a descontinuidade dos cursos não é transparente e nem é discutida dentro do Conselho Superior Universitário (CsU), sendo muito mais a partir de decisões da reitoria e que a comunidade só fica sabendo a partir da falta de ofertas de vagas nos vestibulares. “Perdemos muitos alunos em regiões que precisam, como no Norte e Nordeste do Estado. É um momento de muita preocupação dos professores, que já dura muitos anos”, diz.

Um dos principais problemas apontados é que, com a redução, muitos servidores, tanto professores como técnicos, tiveram que migrar e dar aulas em até mais de uma cidade. “Tem professores dando aulas em duas ou três unidades, rodando até 300 quilômetros nessas estradas de Goiás e sem nenhum aporte da universidade, tirando do próprio bolso mesmo”, conta.

Ele explica que, mesmo a universidade estando menor de uma maneira geral, novos cursos estão sendo abertos e a quantidade de docentes permanece em cerca de 1 mil. Em 2019, uma decisão judicial após ação do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), obrigou a UEG a desfazer contratos temporários vencidos e abrir concursos.

Desde então, foram 13 certames realizados e o último destes teve a nomeação assinada nesta sexta-feira (7) pelo governador Ronaldo Caiado, dando posse a 71 novos professores da UEG, que vão atuar distribuídos em 19 câmpus. Moreira relata que, ainda assim, a carga horária tem sido extenuante, já que, além do ensino, há ações de extensão, pesquisa e ainda de gestão das unidades. “Para os professores, além de ter de sair da cidade, os cursos vão fechando e os servidores são incorporados em cursos análogos, mas isso vai desmotivando, não é a graduação que a pessoa queria, na cidade que já estava.”

O reitor da UEG, Antonio Cruvinel Borges Neto, explica que a instituição tem tentado alocar os professores em cidades que eles querem, a partir de processos seletivos internos antes dos concursos.&nbsp;

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&nbsp;

Em seis anos, UEG perdeu 48 cursos e 5 câmpus

Ensino Superior

A Universidade Estadual de Goiás (UEG) abriu um concurso público para preencher sete vagas nos cargos de analista de gestão governamental - área jurídica, sendo uma destinada a pessoa com deficiência. O salário pode chegar até R$ 5.907,21 com carga horária de 40 horas semanais.

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Além das sete vagas ofertadas, será formado cadastro de reserva com número de aprovados equivalente a três vezes o número de vagas para o cargo. As oportunidades serão destinadas a profissionais de nível superior com bacharel em Direito.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/economia/concursos-publicos-v-o-somar-quase-5-5-mil-vagas-1.3216709" target="_blank">Concursos públicos vão somar quase 5,5 mil vagas</a> 
<a href="https://opopular.com.br/economia/hospital-das-clinicas-da-ufg-tem-processo-seletivo-aberto-com-salarios-de-ate-r-10-7-mil-veja-como-participar-1.3216574" target="_blank">Hospital das Clínicas da UFG tem processo seletivo aberto com salários de até R$ 10,7 mil; veja como participar</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/estado-alcanca-maior-patamar-de-comissionados-1.3214977" target="_blank">Estado alcança maior patamar de comissionados</a>&nbsp;</div>

O concurso contará com três etapas, sendo elas: &nbsp;

<ul>
	<li>Prova objetiva, de caráter classificatório e eliminatório;&nbsp;</li>
	<li>Avaliação de títulos, de caráter classificatório;&nbsp;</li>
	<li>Avaliação dos candidatos com deficiência pela equipe multiprofissional (exclusiva aos candidatos com deficiência)&nbsp;</li>
</ul>

A etapa de prova objetiva será realizada nas cidades de Anápolis, Aparecida de Goiânia, Goiânia (Região Metropolitana), Iporá, Jaraguá, Morrinhos, Palmeiras de Goiás, Pires do Rio e Uruaçu.&nbsp;

As inscrições começam nesta terça-feira (7) e devem ser realizadas exclusivamente no <a href="https://www.nucleodeselecao.ueg.br/" target="_blank">Núcleo de Seleção da instituição</a>, com uma taxa de R$ 110. &nbsp;

<h2>Cronograma&nbsp;</h2>

<ul>
	<li>Até 6/2/2025 - Período de inscrições;&nbsp;</li>
	<li>7/2/2025 - Último dia para pagamento da taxa de inscrição;&nbsp;</li>
	<li>23/3/2025 - Realização da prova objetiva;&nbsp;</li>
	<li>8/4/2025 - Resultado oficial da prova objetiva;&nbsp;</li>
	<li>8/4/2025 - Selecionados para a prova de títulos;&nbsp;</li>
	<li>16/5/2025 - Resultado da prova de títulos;&nbsp;</li>
	<li>16/5/2025 - Convocação para Avaliação Multiprofissional;&nbsp;</li>
	<li>18/6/2025 - Resultado final.&nbsp;</li>
</ul>

UEG abre concurso público com salário de até R$ 5,9 mil; veja vagas

Economia

Economia - título

Matéria - Economia

OPORTUNIDADE

A Universidade Estadual de Goiás (UEG) lançou o edital do concurso público para preenchimento de sete vagas para o cargo de Analista de Gestão Governamental na Área Jurídica. A remuneração é de R$ 5.907,21 para a carga horária de 40 horas semanais.&nbsp;

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As inscrições podem ser feitas no período de 7 de janeiro a 6 de fevereiro de 2025, por meio do site do <a href="https://www.nucleodeselecao.ueg.br/" target="_blank">Núcleo de Seleção da UEG</a>. O valor da taxa de inscrição é de R$ 110, e candidatos interessados em solicitar a isenção da taxa poderão fazê-lo entre os dias 26 de novembro e 4 de dezembro de 2024.&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/economia/governo-abre-inscric-es-para-processo-seletivo-com-salario-de-ate-r-10-8-mil-1.3195448" target="_blank">Governo abre inscrições para processo seletivo com salário de até R$ 10,8 mil</a> 
<a href="https://opopular.com.br/economia/prefeitura-de-itaguaru-anuncia-concurso-com-salario-de-ate-r-4-3-mil-1.3194189" target="_blank">Prefeitura de Itaguaru anuncia concurso com salário de até R$ 4,3 mil</a></div>

<h2>Etapas do concurso</h2>

O concurso terá três etapas: prova objetiva, avaliação de títulos e avaliação multiprofissional, que será exclusiva aos candidatos com deficiência. Para concorrer, os candidatos deverão ter diploma de curso superior de bacharel em Direito.&nbsp;

A prova objetiva, que terá duração de quatro horas, está prevista para o dia 23 de março de 2025 e poderá ser realizada nos municípios de Anápolis, Aparecida de Goiânia, Goiânia (Região Metropolitana), Iporá, Jaraguá, Morrinhos, Palmeiras de Goiás, Pires do Rio e Uruaçu.&nbsp;

O resultado final do concurso está previsto para o dia 18 de junho de 2025.&nbsp;

Segundo o edital, os candidatos habilitados e não classificados dentro do número de vagas comporão cadastro de reserva técnica, por ordem decrescente de nota final, podendo ser aproveitados para quaisquer dos campus ou unidades universitárias.&nbsp;

Para mais detalhes sobre o concurso, acesse o edital por meio <a href="https://cdn.ueg.edu.br/source/universidade_estadual_de_goias_306/noticias/68025/Edital_do_Concurso_Analista_Gestao_Governamental_UEG_2024.pdf" target="_blank">deste link</a>.&nbsp;

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UEG lança concurso com salário de R$ 5 mil

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