Em entrevista ao POPULAR, nesta terça-feira (26), o reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Edward Madureira, informou que, na sexta-feira (22), foi aprovada uma resolução que autoriza aulas a distância, isto é, com o auxílio das tecnologias digitais, nas pós-graduações stricto sensu, como mestrados e doutorados, e lato sensu, como as especializações. O novo meio de ensino, no entanto, só será possível se houver consenso entre os estudantes e professores que ministram as disciplinas."Uma preocupação que temos é com a desigualdade no acesso às tecnologias. Não adianta querer fazer esta mudança de uma vez sendo que parte dos estudantes não tem acesso à internet ou equipamentos, por exemplo. Não podemos deixar ninguém de fora", justificou o reitor. Segundo Madureira, o consenso deverá ser levantado pelo professor responsável pela disciplina. Se todos os matriculados e o docente concordarem com a continuidade do ensino, mas a distância, o professor deverá levar para o Conselho Diretor da sua unidade para uma aprovação final.O reitor disse, ainda, que a autorização vale também para as disciplinas de Núcleo Livre, que são aquelas oferecidas livremente pelos cursos para todos os estudantes da universidade, independente da graduação a que esteja vinculado. Como na pós, neste caso o início da aula a distância também depende de um consenso. Posteriormente, quando novas disciplinas forem ofertadas, este consenso ocorrerá no momento da matrícula.Madureira também informou que a ideia da instituição é ir aos poucos entendendo as necessidades da comunidade universitária e se adaptando. "Temos que investir em formas de acesso, temos estudantes diversos e precisamos nos adequar às necessidades de cada um com responsabilidade", disse ao citar, como exemplo, estudantes cegos que têm especificidades que vão além do acesso à tecnologia."Além disso, vamos escutar as demandas dos estudantes e ver no que podemos ajudar: seja com pacote de internet, empréstimo de dispositivos, entre outros. Mas primeiro temos que analisar com cautela", disse.Sobre o retorno das aulas presenciais, o reitor afirmou que ainda é algo imprevisível. "No início da pandemia trabalhávamos com uma paralisação de 15 dias. Agora já estamos há dois meses sem aulas. A ideia é seguir as orientações das autoridades sanitárias do Estado de Goiás. Não podemos voltar se a Educação estadual ainda estiver parada e vice-versa. O desafio é buscar meios para reduzir os prejuízos", avaliou.A UFG suspendeu as aulas presenciais no dia 16 de março para evitar a propagação do novo coronavírus. A suspensão teria validade de 15 dias, inicialmente, mas, com o avanço da doença no Estado, ainda não houve retorno. A resolução passa a valer a partir da sua publicação, que, segundo o reitor, deve ser feita ainda nesta terça-feira (26).