Nesta segunda-feira (14), a Universidade Federal de Goiás (UFG) dá um passo a mais para fortalecer sua pesquisa científica. Às 14 horas, na sede da Hub Goiás – Centro de Excelência em Empreendedorismo Inovador, no Setor Leste Universitário, em Goiânia, será lançado o <a href="https://opopular.com.br/cidades/covid-5-anos-pesquisadora-da-ufg-diz-que-mais-crises-sanitarias-mundiais-vir-o-1.3245665" target="_blank">Centro de Excelência em Inovação e Tecnologia para a Saúde (Ceti-Saúde UFG)</a>, uma parceria da instituição com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) e a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO). A iniciativa inédita tem foco no fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).

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A coordenação do projeto estará sob a responsabilidade da médica infectologista e professora do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP) da UFG, Cristiana Toscano, uma das maiores autoridades em vacinas do mundo. Reconhecida internacionalmente por seu trabalho em saúde pública e <a href="https://opopular.com.br/opiniao/artigos/um-retorno-perigoso-1.3235086" target="_blank">prevenção de epidemias</a>, a médica pretende estruturar uma rede de cooperação técnica e científica para apoiar a avaliação, orientar e monitorar o impacto de novas tecnologias de saúde no SUS. O <a href="https://opopular.com.br/cidades/covid-5-anos-pesquisadora-da-ufg-diz-que-mais-crises-sanitarias-mundiais-vir-o-1.3245665" target="_blank">Ceti Saúde UFG</a> vai contar com um investimento de R$ 14,6 milhões ao longo de cinco anos, mas pretende captar mais recursos por meio de parcerias e colaborações.

“Temos muitas novas tecnologias sendo desenvolvidas, com enorme potencial para melhorias da saúde da população, incluindo produtos voltados para a prevenção e tratamento de doenças infecciosas, oncológicas e outras condições prioritárias de saúde”, lembra a médica, que integra o Comitê Global de Experts em Imunização da Organização Mundial da Saúde (Sage/OMS) e o grupo de trabalho do Ministério da Saúde que está elaborando propostas para ampliar a capacidade do País para enfrentar emergências de saúde pública, entre elas uma agência de inteligência.

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Para Marcos Arriel, que preside a Fapeg, o investimento no Ceti-Saúde UFG tem importância estratégica para Goiás porque posiciona o Estado na liderança nacional em pesquisa e inovação na área da saúde. “Investir nesses projetos significa fortalecer o SUS e beneficiar diretamente a população goiana, com tratamentos mais eficazes e políticas públicas embasadas em evidências científicas robustas”, afirma Arriel. Durante e após a pandemia de Covid-19, a Fapeg financiou 27 projetos relacionados ao tema.

O Ceti-Saúde UFG nasce com uma gestão estruturada em cinco eixos, que já têm seus coordenadores definidos: Avaliação de Tecnologias de Saúde (Cristiana Toscano, do IPTSP/UFG); Laboratório de Pesquisas (Ana Paula Junqueira-Kipnis, também do IPTSP/UFG); Formação de Recursos Humanos (Sheila Araújo Teles, da Faculdade de Enfermagem/UFG); Modelagem (José Alexandre Felizola Diniz Filho, do Instituto de Ciências Biológicas/UFG); e Ensaios Clínicos (Marcelo Fouad Rabahi, da Faculdade de Medicina/UFG).

Também já estão definidos os nomes que vão compor o conselho científico consultivo, formado por especialistas de destaque em suas áreas de atuação, reconhecidos internacionalmente. O grupo vai colaborar na implementação das ações do Ceti-Saúde. Farão parte do conselho o secretário-adjunto da Secretaria de Estado da Saúde, Sérgio Vêncio; o diretor-superintendente do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, Luiz Vicente Rizzo; o professor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Denizar Vianna Araújo; a professora do Instituto de Matemática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Suzi Alves Camey; e a professora aposentada da UFG e pesquisadora do Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães/Fiocruz-PE, Celina Maria Turchi.

UFG lança centro de excelência com missão de fortalecer o SUS

Cidades

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Matéria - Cidades

Tecnologia

Chega pra Cá #152: Graciella Corcioli, coordenadora-geral da 22ª Agro Centro-Oeste Familiar

<div attr-cid="policy:1.3272116" attr-version="policy:1.3272116:1748867694" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3272116" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3272116', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3272116">Jackson Abrão Entrevista Cristiana Toscano (1.3272116)</a></div>

O "Jackson Abrão Entrevista" desta segunda-feira (2) recebe a cientista e professora da Universidade Federal de Goiás (UFG), Cristiana Toscano.&nbsp;

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Jackson Abrão Entrevista recebe Cristiana Toscano

AO VIVO

A ausência de menções à pré-candidatura a presidente da República de Ronaldo Caiado (UB) no lançamento da federação de seu partido com o PP, em Brasília, reflete o clima nos bastidores da aliança. 

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Ao mesmo tempo em que o acordo que possibilitou o evento desta terça-feira (29) foi selado com garantias de que o governador terá estrutura para viajar pelo País e divulgar seu nome em pílulas na TV, não há indícios de envolvimento direto das cúpulas dos partidos no projeto.&nbsp;Isso ficou claro quando os dirigentes do UB, Antônio Rueda, e do PP, Ciro Nogueira, não citaram Caiado com referências a 2026, assim como os demais oradores.

Por outro lado, o goiano foi agraciado com o direito de ser o primeiro a discursar após as falas de abertura dos dois dirigentes. E coube a ele levar referências diretas à disputa presidencial ao palanque montado no Salão Negro da Câmara dos Deputados. “Em 2026, vamos ganhar as eleições no País e vamos subir a rampa do Palácio do Planalto”, afirmou, ao encerrar sua participação.

Laços

Um aliado de Caiado avalia que as ligações de membros da federação com o presidente Lula (PT) e seu antecessor Jair Bolsonaro (PL) ajudam a explicar o tom do evento. “O que ele precisa é das condições para trabalhar”, emenda.

Interseção

Caiado comemorou e aplaudiu o vídeo institucional da federação, exibido no início do evento. O texto da peça pende para a oposição e se aproxima do discurso que o governador tem adotado.

Sutilezas

O governador de Goiás mirou o horizonte enquanto Davi Alcolumbre discursava e esboçou palmas tímidas no final dos aplausos. O presidente do Senado é o principal nome da ala governista do UB.

Jantar

Após participar da posse da nova diretoria da Adial, na noite te segunda-feira (28), o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, foi ao Palácio das Esmeraldas.

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Conscientização - Campanha da Prefeitura de Goiânia, estampada em ponte na Marginal Botafogo (e espalhada por vários locais da cidade), alerta que lugar de lixo é no lixo (Wildes Barbosa / O Popular)

Fica como está

Durante o jantar, Marcos Pereira reforçou que o ex-prefeito de Anápolis Roberto Naves continua na presidência do diretório estadual do Republicanos. Apesar de o governador Tarcísio de Freitas (SP) ser filiado a seu partido, se dispôs a seguir conversando com Caiado. O prefeito Sandro Mabel (UB) estava presente.

Sinal verde

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), reconheceu, em decisão recente, que resolução editada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) cumpre determinação judicial relacionada à transparência e rastreabilidade na aplicação de recursos oriundos de emendas parlamentares federais.

Detalhes

A decisão de Dino veio no âmbito da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) movida pelo PSOL. A resolução da Fapeg detalha os procedimentos de gestão, aplicação e prestação de contas das emendas destinadas por senadores e deputados federais.

Pergunta para:

Aava Santiago 
Vereadora pelo PSDB

<img attr-cid="policy:1.3258211" attr-version="policy:1.3258211:1745973554" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3258211/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
()

O PSDB aprovou fusão com Podemos. Como avalia?

É o resultado do amadurecimento do sistema partidário, que caminha para um grupo menor de partidos com posições claras. Estamos construindo minha permanência. Tenho papel de destaque no PSDB e espero que mantenha e amplie essa relevância caso eu fique, que é o que acredito que vá acontecer. Não existia um grupo forte de oposição ao Caiado e é isso que começa a surgir agora.

Arremate:

Pocket - a vereadora Aava Santiago (PSDB), ouvidora da Ouvidoria da Mulher da Câmara Municipal de Goiânia, lança a cartilha Lei Maria da Penha de Bolsa. Inspirada nos livros de bolso, resume os cinco tipos de violência previstos na legislação e faz referência a outras leis de proteção às mulheres.

Prévia -&nbsp;Acieg e Faciest realizam, no dia 8 de maio, o primeiro evento preparatório para a Feira Internacional do Comércio Exterior do Brasil Central (Ficomex), com representantes das embaixadas da Argentina, Paraguai e Uruguai.

Festa no tabuleiro - O Goiânia Shopping celebra, na quinta-feira (1°), às 15 horas, os 95 anos de Dionísio Sganzerla, que há 25 anos joga xadrez com clientes na Praça de Alimentação.

Tom do lançamento da federação UB-PP reflete clima nos bastidores

Opinião

Matéria - Coluna Giro

Giro

No auge da <a href="https://opopular.com.br/cidades/covid-5-anos-referencia-durante-a-crise-em-goias-fluvia-amorim-relembra-momentos-dificeis-e-ressalta-legado-1.3245658" target="_blank">pandemia da Covid-19</a>, a médica infectologista Cristiana Toscano, docente do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás (IPTSP/UFG), foi a única latino-americana convidada a integrar o Comitê Global de Experts em Imunização da Organização Mundial da Saúde (Sage/OMS), do qual tornou-se membro permanente. Cinco anos depois, ela diz ao POPULAR que o momento é de resgatar aprendizados e de fazer um balanço dos avanços e das dificuldades do período. “Esses aprendizados podem nos ajudar, como sociedade, a nos preparar e minimizar o risco e o impacto de futuras pandemias.”

<a href="http://opopular.com.br/canal" style="color: rgb(0, 85, 128); outline: 0px; outline-offset: -2px; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp&nbsp;</a>

Cristiana Toscano esteve este mês em Genebra (Suíça) onde participou de reuniões da Sage/OMS para revisão das recomendações das políticas de saúde. “A questão principal é entender a importância das ações de uma instituição multilateral no contexto global de vacinação, de detecção de patógenos emergentes e de prevenção de pandemias. É preciso viabilizar a continuidade das ações da OMS.” Em janeiro, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a saída do país da OMS. “Temos uma preocupação com a sustentabilidade de ações globais, como a erradicação da poliomielite e o controle do sarampo, mas outras fontes de financiamento devem surgir. É uma questão de reorganização”, afirma a pesquisadora.

A cientista acredita que novas epidemias e pandemias são inevitáveis. “No Brasil, vivemos em 2024 a maior epidemia de dengue do País, tivemos a introdução da Mpox, grande aumento e disseminação da febre do Oropouche e novos focos de febre amarela com aumento significativo de casos. Globalmente, temos o evento de gripe aviária H5N1, já disseminada entre mamíferos e aves, com risco real de ser transmissível entre humanos”, lembra. Cristiana Toscano reitera que, em contrapartida, há novas vacinas disponíveis e em desenvolvimento, como os imunizantes contra a dengue, contra o vírus sincicial respiratório e ainda contra a chikungunya, que deve ser licenciada em breve.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/covid-5-anos-referencia-durante-a-crise-em-goias-fluvia-amorim-relembra-momentos-dificeis-e-ressalta-legado-1.3245658" target="_blank">Covid 5 anos: referência durante a crise em Goiás, Flúvia Amorim relembra momentos difíceis e ressalta legado</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/covid-5-anos-sequelas-da-pandemia-seguem-vivas-1.3245251" target="_blank">Covid 5 anos: sequelas da pandemia seguem vivas</a> 
<a href="https://opopular.com.br/comprova/post-engana-ao-afirmar-que-estudo-concluiu-que-as-vacinas-contra-a-covid-19-n-o-s-o-seguras-1.3243393" target="_blank">Post engana ao afirmar que estudo concluiu que as vacinas contra a covid-19 não são seguras</a></div>

Para a pesquisadora, a Covid-19 matou muita gente no Brasil e no mundo, “mas o número poderia ter sido muito maior se não fossem as medidas de saúde pública e os desenvolvimentos científicos que avançaram rapidamente no período”. A cientista ressalta que, para fazer frente aos desafios impostos por esses eventos, é necessário dar continuidade às estratégias e ações de monitoramento de riscos, prevenção, controle e combate a futuros eventos epidêmicos e pandemias para não reativar uma vez mais a crise sanitária. “Em um mundo globalizado, as estratégias de prevenção e controle de doenças requerem ações coordenadas e globais.” Isso significa um sistema eficiente de monitoramento, de compartilhamento de informações, equipes treinadas e disponíveis, colaboração entre países e recursos financeiros.

“Ações de prevenção, como a vacinação, evitam milhões de mortes no mundo a cada ano. No entanto, seu impacto torna-se irrelevante se as vacinas não forem epidemiologicamente adequadas às populações que atendem, não forem aceitas pelas comunidades ou não forem efetivamente distribuídas por meio de programas rotineiros ou campanhas de imunização em massa. Os programas de imunização sempre enfrentaram ameaças – desde a instabilidade política até a desinformação –, desafios que estão se tornando cada vez mais graves no cenário global atual”, enfatiza Cristiana Toscano. A docente do IPTSP/UFG vai integrar o grupo de trabalho (GT) anunciado esta semana pelo Ministério da Saúde para elaborar propostas que ampliem a capacidade do País de enfrentar emergências de saúde pública.

No ano passado, Cristiana Toscano recebeu a Medalha de Mérito Oswaldo Cruz, a maior honraria na área da saúde, em reconhecimento à sua contribuição para a saúde pública brasileira. Em 2025, assumiu a coordenadoria do recém-criado Centro de Excelência em Tecnologia e Inovação em Saúde (Ceti-Saúde) da UFG. Um dos objetivos do GT do Ministério da Saúde é propor a criação de uma Agência de Inteligência em Emergências de Saúde Pública no Brasil, uma ideia defendida por vários cientistas, entre eles Cristiana Toscano. As propostas do GT serão apresentadas em relatório num prazo de 60 dias.

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Gabriela Duarte, do IQ/UFG: responsável pelos testes rápidos para a Covid-19 em Goiás ( Wesley Costa / O Popular)

<h2>Fapeg investiu em estudos sobre a Covid-19</h2>

A ciência foi a grande protagonista da pandemia da Covid-19, maior crise sanitária mundial desde a gripe espanhola em 1918, que matou de 50 milhões a 100 milhões de pessoas – o que seria 3% da população do planeta à época. Apesar das semelhanças entre as doenças, mais de cem anos depois, num mundo globalizado, estruturas acadêmicas e cientistas se mobilizaram com rapidez impressionante para conter o Sars-CoV-2 e suas variantes. Uma vacina eficaz surgiu em nove meses. As farmacêuticas Pfizer – em parceria com a BioNtech – e Moderna usaram o RNA mensageiro sintético (m-RNA), mecanismo que já era estudado. Em 2023, os criadores da fórmula, Katalin Karikó e Drew Weissman, receberam o Prêmio Nobel de Medicina.

No Estado, o movimento não foi diferente. Logo que a pandemia chegou, em 2020, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) fez uma Chamada Emergencial para buscar soluções pela ciência. Treze propostas foram aprovadas e outras três pelo Programa Pesquisa para o SUS (PPSUS). Entre os estudos, dois coordenados por professoras doutoras da UFG: o que definiu o teste rápido RT-Lamp, tendo à frente Gabriela Mendes Duarte, do Instituto de Química (IQ); e o que sequenciou o genoma do vírus Sars-CoV-2 em circulação por Goiás, sob a responsabilidade de Mariana Pires de Campos Telles, do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFG e também da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO). Entre 2020 e 2024, a Fapeg financiou 27 projetos relacionados à Covid-19, superando R$ 2 milhões em investimento.

<h3>Público tem acesso a acervos digitais</h3>

As gerações futuras terão dificuldade para entender o que foi a pandemia da Covid-19. Desde que ela foi oficialmente anunciada, a OMS estima que o vírus Sars-CoV-2, causador da doença, provocou mais de 777 milhões de infecções e matou mais de 7 milhões em todo o mundo, embora especialistas acreditem que esse número possa ser muito maior. No Brasil foram mais de 700 mil mortes e em Goiás, em torno de 29 mil. O isolamento social obrigatório em razão da crise sanitária foi um golpe na saúde mental.

Em Goiás, gestores da Secretaria de Estado da Saúde elaboraram em 2022 o e-book Gestão e Inovação em Tempos de Pandemia – Um relato da experiência à frente da SES-GO, em que detalham as estratégias adotadas para enfrentar o vírus devastador, um desafio gigantesco que exigiu esforço hercúleo e rendeu uma série de aprendizados. O trabalho tem acesso público pelo link: https://goias.gov.br/saude/wp-content/uploads/sites/34/2024/01/Ebook-5-versao-atualizada.pdf.

Em nível nacional, o Centro de Estudos Sociedade, Universidade e Ciência (SoU_Ciência) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) lançou este mês o Acervo da Pandemia de Covid-19, um repositório digital gratuito e aberto ao público, que reúne um extenso conjunto de materiais que, segundo a instituição, evidenciam condutas e discursos negacionistas de agentes públicos e privados durante a pandemia de covid-19 no Brasil (2020-2022). O projeto tem parceria com a Associação de Vítimas e Familiares de Vítimas da Covid-19 (Avico Brasil), com o Centro de Estudos de Direito Sanitário da Universidade de São Paulo (Cepedisa/USP), com o grupo de mídia independente Camarote da República e com o podcast Medo e Delírio em Brasília.

O SoU_Ciência é um grupo de pesquisa multidisciplinar cadastrado no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), sediado na Unifesp. O projeto Acervo da Pandemia contou com a participação de pesquisadores e estudantes das universidades federais de São Paulo e do Rio de Janeiro (Unifesp e UFRJ) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que integram o SoU_Ciência.

A Universidade Federal de Goiás (UFG) contribui com o Acervo da Pandemia&nbsp;por ter apoiado o desenvolvimento do software livre Tainacan pelo Laboratório de Inteligência de Redes da Universidade de Brasília (UnB) utilizado no projeto. O Tainacan, que nasceu também com o suporte do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia e do Instituto Brasileiro de Museus, é muito usado para a gestão e compartilhamento de acervos.

Para acessar o Acervo da Pandemia: <a href="https://acervopandemia-souciencia.unifesp.br/">https://acervopandemia-souciencia.unifesp.br/</a>

Covid 5 anos: pesquisadora da UFG diz que mais crises sanitárias mundiais virão

Saúde

Mestre em Epidemiologia, a enfermeira Flúvia Amorim assumiu a Superintendência de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES) em janeiro de 2020 após vários anos à frente de cargo similar no âmbito da Secretaria de Saúde de Goiânia. “O desconhecido foi nosso grande desafio. Como a China sempre foi fechada, tínhamos dúvidas de que seria daquele jeito.” Diante das informações incertas que chegavam sobre a “doença misteriosa”, ela sugeriu a criação de um Centro de Operações de Emergência (COE), que fez a primeira reunião no dia 29 de janeiro de 2020. No dia seguinte, a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou estado de emergência internacional em saúde pública. Depois de São Paulo, Goiás foi o segundo Estado a criar um COE para enfrentar a pandemia.

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O primeiro caso brasileiro de infecção pelo novo coronavírus foi registrado no dia 26 de fevereiro. Àquela altura, Goiás já tinha exercido um papel fundamental em meio a um cenário de imprecisões. Epicentro da doença provocada pelo Sars-CoV-2, o novo coronavírus, Wuhan decretou lockdown (“paralisação total”, em tradução livre do inglês) em 23 de janeiro, uma quarentena severa que levou 34 brasileiros a pedir ajuda ao governo brasileiro para deixar a China. No dia 5 de fevereiro teve início a Operação Regresso, envolvendo os Ministérios da Defesa – por meio da Força Aérea Brasileira (FAB) –, das Relações Exteriores e da Saúde. No dia 9 seguinte, quando as duas aeronaves da FAB aterrissaram na Base Aérea de Anápolis com os repatriados, representantes da SES estavam lá, entre eles Flúvia Amorim.

No mesmo dia, desembarcou em Goiânia equipes do Laboratório de Vírus Respiratório e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e do Instituto Evandro Chagas, do Pará, para capacitar técnicos do Laboratório Central de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen-GO) a fazer o diagnóstico laboratorial de casos suspeitos de Covid-19. O Lacen testou amostras das 58 pessoas envolvidas na Operação Regresso, entre repatriados, tripulação e equipes de apoio, que ficaram em quarentena na Base Aérea de Anápolis. A investigação apresentou resultado negativo para todos os casos. O Lacen foi o primeiro laboratório público a executar o exame PCR para Covid de forma descentralizada.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/covid-5-anos-sequelas-da-pandemia-seguem-vivas-1.3245251" target="_blank">Covid 5 anos: sequelas da pandemia seguem vivas</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/ex-secretario-de-saude-de-pires-do-rio-que-furou-fila-da-vacina-da-covid-e-condenado-a-pagar-r-30-mil-por-danos-morais-1.3245051" target="_blank">Ex-secretário de Saúde de Pires do Rio que furou fila da vacina da Covid é condenado a pagar R$ 30 mil por danos morais</a></div>

Ao fazer o balanço dos cinco anos da pandemia em Goiás, Flúvia cita uma série de legados. “Hoje temos muito mais leitos hospitalares no Estado em razão do trabalho daquele período.” No momento mais crítico, em março de 2021, a SES mantinha oito hospitais de campanha para enfrentamento da Covid, espalhados por várias localidades, chegando a 1.250 leitos. “Optamos por não usar tendas, mas, sim, estruturas de alvenaria pré-existentes. Isso possibilitou o funcionamento de hospitais atualmente em todo o estado”. O único hospital temporário, montado com tendas em Águas Lindas de Goiás, era da competência do Ministério da Saúde.

Em 2021, em razão da mudança da cepa viral, morreu muita gente. Ex-servidores do Hospital de Campanha (HCamp) em Goiânia lembram de ver mais de dez carros funerários em frente à unidade. “Faltaram oxigênio, sedativos, respiradores, medicamentos em geral. Foi o período mais crítico. Chegamos a ter mil pessoas aguardando leitos no Estado. Chegamos ao limite. Na época, dei entrevistas explicando por que o isolamento precisava ser mantido”, destaca a superintendente de Vigilância em Saúde. “Cinco anos depois, as pessoas esqueceram tudo isso, mas nós, não. Hoje temos monitoramento nacional pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs), que está interligado à OMS. Se muda o padrão de doença, já monitoramos aqui.”

Flúvia enfatiza que, mesmo diante das dubiedades, a rapidez dos pesquisadores foi essencial para a criação dos protocolos de intervenção e vacinas. “Aquela doença até então misteriosa uniu cientistas do mundo inteiro.” A superintendente explica que hoje existe um plano de emergência estadual, não apenas para doenças transmissíveis. “Estamos monitorando a gripe aviária porque há um risco de o vírus sofrer mutação e transmitir de humano para humano. Temos de nos preparar sempre porque, se acontecer, temos um plano de contingência e para qualquer tipologia ou ocorrência – até mesmo para o césio-137, caso haja um novo acidente radiológico. Isso é um legado da pandemia.”

A Covid-19 obrigou uma mobilização sem precedentes das autoridades de saúde, trabalho que gerou aprendizados e novas estratégias, como teleconferências, teleconsultas e protocolos, como de higiene sanitária, e uma vigilância cuidadosa. No primeiro semestre de 2021, cresceu muito o número de mortes de gestantes, levando Goiás, de forma pioneira, a incluir essas mulheres no grupo prioritário para a vacina até então disponível somente para um círculo restrito, como idosos, servidores da saúde e agentes de segurança. A insistência do COE em retomar as atividades escolares, apesar dos embates com sindicatos de servidores e professores, foi outra decisão acertada, segundo Flúvia Amorim. “Aprendemos que numa situação de emergência a escola tem de ser a última a fechar e a primeira a abrir. Nesse ambiente, os estudantes ficam mais seguros.”

<h2>Memoriais para não esquecer a pandemia</h2>

Em meio ao colapso da saúde, nasceu em 2021, em Porto Alegre (RS), a Associação de Vítimas e Familiares de Vítimas da Covid-19 (Avico), uma iniciativa pautada pela indignação do advogado Gustavo Bernardes e da assistente social Paola Falceta. Ambos foram infectados. Ele ficou entubado e sofreu com as sequelas; ela perdeu para a doença a mãe, que foi internada para uma cirurgia de emergência e se contaminou. A criação do coletivo social teve por objetivo a luta por justiça e memória das vítimas. Hoje, a Avico conta com 1,4 mil cadastrados em 24 Estados e atua para não deixar que a história da pandemia caia no esquecimento.

À frente da Avico, a assistente social paulista Rosângela Silva conta que entrou na entidade após a morte do pai, por ter se contaminado, e pelo drama dos trabalhadores da saúde, seus colegas. “Num primeiro momento, acolhemos os familiares e as vítimas. Demos apoio junto à Previdência, porque em muitas famílias o arrimo não resistiu à Covid. Era preciso garantir os direitos. Também impetramos ações de responsabilização por conta das negligências que aconteceram. Manaus é um desses casos. Aquela situação de falta de oxigênio não foi pontual, teve negligência.”

Hoje a Avico luta pela preservação da memória. Há poucos dias a direção esteve com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, quando cobrou a continuidade do projeto do Memorial da Pandemia da Covid-19, uma proposta da ex-ministra Nísia Trindade para instalação no Centro Cultural do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro. A previsão é que o espaço abrigue uma exposição permanente com todos os episódios marcantes do período, desde o lockdown e o colapso hospitalar até o avanço da ciência e os atos de solidariedade que salvaram milhares de brasileiros.

“Não podemos olhar a pandemia como se víssemos um objeto pelo retrovisor que, à medida que vai se distanciando, fica no horizonte até desaparecer. O Brasil precisa olhar para isso como uma experiência vivida, uma situação atípica das condições que a gente poderia ter suportado e não deixar esquecer”, afirma Rosângela. Na Universidade de Brasília (UnB) foi criado o Jardim Sentinela em memória das vítimas da Covid. A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) também teve iniciativa semelhante. No anexo II do Senado Federal há uma instalação cujas estruturas simbolizam velas numa referência aos mais de 700 mil mortos na pandemia.

Outras cidades brasileiras também criaram seus memoriais, como Ijuí (RS) e Bragança Paulista (SP), mas a Avico quer sensibilizar os gestores para que outras iniciativas aconteçam. “Com o passar do tempo, as falas sobre a Covid vão se amortizando, vão diminuindo os espaços de discussão, mas estamos falando de saúde pública. Os danos ambientais que o planeta sofre podem dar margem para novas pandemias tão intensas quanto a da Covid-19.