Professora titular da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Goiás (UFG) e há 30 anos pesquisando nanotecnologia voltada para ciências farmacêuticas, a doutora Eliana Martins Lima comemora a chegada de um novo equipamento para o laboratório que idealizou e coordena, o Centro de Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação em Fármacos, Medicamentos e Cosméticos (FarmaTec). O NanoAssemblr® Ignite™, fabricado no Canadá, e por enquanto o único no Brasil, já está em uso em pesquisas prioritariamente voltadas para o tratamento de doenças crônicas pulmonares, a terceira maior causa de mortes em todo o mundo. O Ignite, como já vem sendo chamado entre os pesquisadores, foi a tecnologia fundamental para o desenvolvimento de duas das principais vacinas contra Covid-19, a da Pfizer e da Moderna, que utilizam RNA mensageiro, a “receita genética” que leva o organismo a produzir anticorpos de defesa ao coronavírus. Eliana Martins lembra que, ao contrário do que foi amplamente discutido, as pesquisas com RNA não são recentes. Elas iniciaram há cerca de 60 anos e o que aconteceu na pandemia foi o uso da nanotecnologia, acelerando o processo de criação, em escala industrial, dos imunizantes.