Assistente de acusação e filho de Valério Luiz, o advogado Valério Luiz Filho disse ao POPULAR que não ficou surpreso com a aceitação do pedido de habeas corpus e a soltura de Maurício Sampaio. "Agora a gente entra em uma contagem regressiva até os recursos deles se esgotarem”, afirmou. Maurício Sampaio deixou a Casa de Prisão Provisória (CPP), em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, na noite de sexta-feira (11). A decisão de soltura foi determinada dois dias após o empresário ser condenado a 16 anos de prisão pela morte do radialista Valério Luiz, em 2012.O Ministério Público de Goiás (MPGO) recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender a decisão em habeas corpus do desembargador Ivo Favaro, do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), que determinou liminarmente a soltura de Sampaio. Valério Filho comentou sobre a decisão do MPGO. “Eu achei muito bom o MPGO ter recorrido ao STF, isso me lembrou do caso que aconteceu na época do julgamento da Boate Kiss, eles recorreram a anulação de júri também ao STF. Tenho fé que tudo dará certo e que até as penas serão aumentadas”, explicou. Ao ser questionado sobre o pedido de habeas corpus do empresário Urbano Malta e do sargento reformado da Polícia Militar (PM), Ademá Figueiredo, o filho da vítima afirmou que também acha que será concedido. “Tudo isso que está acontecendo mostra um comportamento de manipulação da Justiça. Mas é importante lembrar que a decisão do jurado é soberana e os desembargadores não podem mudar, não podem inocentar nenhum deles novamente”, disse Valério Luiz Filho. MPGO recorre ao STF O pedido de suspensão da soltura de Maurício Sampaio foi protocolado ainda na noite desta sexta-feira (11), pela Procuradoria Especializada em Recursos Constitucionais do MPGO. No pedido, a promotora de Justiça Renata Siqueira, que integra a equipe da Procuradoria Especializada, aponta graves lesões à ordem e à segurança, bem como ao interesse público com a soltura do réu. O MPGO aguarda agora a decisão do STF. Leia também:- Maurício Sampaio deixa a prisão dois dias após condenação no caso Valério Luiz- Justiça determina soltura de Maurício Sampaio dois dias após condenação no caso Valério Luiz- Júri condena Maurício Sampaio a 16 anos de prisão por morte de Valério Luiz- Maurício Sampaio deve ficar preso por no máximo 6 anos- Valério Luiz Filho: Dez anos com uma espada sobre a cabeçaHabeas Corpus dos réus Os advogados de defesa, Thales Jayme e do Ricardo Naves, explicaram em nota que o pedido de Habeas Corpus se estende também para os outros dois condenados, o empresário Urbano Malta e o sargento reformado da Polícia Militar (PM), Ademá Figueiredo. Ambos continuam presos na CPP, aguardando o desembargador analisar o processo deles.Relembre o caso Valério Luiz de Oliveira, na época com 49 anos, foi morto quando saía da emissora de rádio em que trabalhava, no dia 5 de julho de 2012, no Setor Serrinha, em Goiânia. A motivação do crime seriam as críticas feitas pelo radialista contra a direção do Atlético Futebol Clube, da qual Sampaio fazia parte. De acordo com as investigações, no dia 17 de junho de 2012, ao falar a respeito de possível desligamento de Maurício Sampaio da diretoria do time, Valério teria dito que “nos filmes, quando o barco está afundando, os ratos são os primeiros a pular fora”.O caso foi investigado pela Polícia Civil e quatro pessoas, além de Sampaio, foram indiciadas por homicídio e denunciadas pelo Ministério Público de Goiás: o sargento reformado da PM Ademá Figueredo, apontado como o autor dos disparos; o empresário Urbano Malta, acusado de contratar o policial militar; o sargento da PM Djalma Gomes da Silva, que teria ajudado a planejar o crime e Marcus Vinícius Pereira Xavier, que também teria ajudado a planejar o homicídio. Este último reside atualmente em Portugal.Veja como foi a condenação e absolvição:- Maurício Sampaio (Ex-vice-presidente do Atlético-GO), apontado como mandante: condenado a 16 anos de prisão;- Urbano de Carvalho Malta (funcionário de Sampaio), acusado de contratar o policial militar Ademá Figueredo para cometer o homicídio: condenado a 14 anos de prisão;- Ademá Figueredo Aguiar Filho (policial militar), apontado como autor dos disparos: condenado a 16 anos de prisão;- Marcus Vinícius Pereira Xavier (açougueiro), que teria ajudado os demais a planejar o homicídio: condenado a 14 anos de reclusão.- Djalma Gomes da Silva (policial militar), acusado de ajudar o planejamento do assassinato e atrapalhar as investigações, foi absolvido.