O Rio Araguaia pode ter a vazão reduzida de 30% a 40% até 2040. A previsão é do geólogo e doutor em Ciências Ambientais pela UFG, Maximiliano Bayer, pesquisador dos recursos hídricos há vários anos. A expectativa do especialista está alinhada a uma estimativa da Agência Nacional de Águas (ANA), divulgada no fim de janeiro. No relatório batizado Impacto da Mudança Climática nos Recursos Hídricos do Brasil, é apontada a possibilidade de redução de até 40% na disponibilidade hídrica até 2040 em bacias hidrográficas do Centro-Oeste, Norte, Nordeste e parte do Sudeste.

O Rio Araguaia está localizado em cinco estados brasileiros. Além de Goiás, são eles: Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins e Pará. Ele é o 13º em maior extensão no País, com 2.114 km. Conforme o Censo 2010, a população de todos os municípios da bacia somava 1,96 milhão de pessoas. A área total é de 385 mil quilômetros quadrados (km²). Destes, 77% estão no Cerrado e os outros 23% no bioma Amazônia.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/em-parte-dos-municipios-de-goias-ja-choveu-40-do-previsto-para-fevereiro-1.3108318#state=b9b0adec-06aa-40a6-8e66-007a0718e2e3&amp;session_state=bcb831e7-7e1d-4fb2-b319-c8992f6af9f3&amp;code=9aca61b7-3dc8-46da-a22d-ca55bf7a7cf9.bcb831e7-7e1d-4fb2-b319-c8992f6af9f3.b9b3328a-640e-4deb-9f63-4c9096be6cf7" target="_blank">Em parte dos municípios de Goiás já choveu 40% do previsto para fevereiro</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/policia-indicia-comurg-por-descarte-irregular-de-lixo-em-central-de-transbordo-1.3107997" target="_blank">Polícia indicia Comurg por descarte irregular de lixo em central de transbordo</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/prefeitura-n-o-divulga-lista-dos-pontos-criticos-de-alagamento-em-goiania-1.3107994" target="_blank">Prefeitura não divulga lista dos pontos críticos de alagamento em Goiânia</a> 
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A previsão de Bayer é baseada na tendência observada há aproximadamente dez anos. “Basicamente, a vazão do Rio Araguaia, assim como todo o sistema fluvial brasileiro, para o ano de 2040, possivelmente, estamos imaginando uma perda de vazão da ordem de 30% a 40%.”

Os estudos realizados e acompanhados por Bayer demonstram que nos últimos anos as vazões máximas estão “perdendo força” e as vazões mínimas se prolongado por maior tempo no ciclo hidrológico, com registros cada vez menores.

As previsões da ANA destacam as mudanças climáticas como fator importante para a redução na disponibilidade hídrica das bacias hidrográficas brasileiras. Para Bayer, no caso da Bacia Hidrográfica do Araguaia, mais estudos são necessários para entender as transformações no Rio Araguaia.

“Ainda não temos informação de muitos anos para associar o aumento de vazões mínimas a algum tipo de mudança climática, possivelmente há alguma particularidade no ciclo hidrológico que está acontecendo, mas a interação entre El Niño e La Niña, obviamente, está trazendo algumas mudanças e algum desequilíbrio.”

Vivo

A bióloga Mariana Pires de Campos Telles integra o Programa Araguaia Vivo, iniciativa que visa a acompanhar o manancial e subsidiar políticas públicas para a preservação e uso sustentável do rio. No entendimento dela, as mudanças na disponibilidade hídrica da bacia têm relação com El Niño e a crise climática. “A tendência é de baixa (na vazão), é o que os dados indicam. Isto é um botão de alerta, principalmente, para a sustentabilidade”, frisa. A pesquisadora lembra que o rio cumpre uma função importante para a produção agropecuária, subsistência das comunidades e também para o turismo.

O programa do qual Mariana faz parte conta com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg). Conforme ela, o planejamento é para oito anos de atuação, dos quais três já têm a execução autorizada. São ao menos 70 pesquisadores envolvidos. Atualmente, está em curso uma expedição iniciada em janeiro e que vai até 22 de fevereiro. O grupo precisa apresentar relatórios técnicos que possam servir para o desenvolvimento de políticas públicas assertivas que visem a cuidar do Rio Araguaia.

O grupo, mobilizado pela ONG Aliança Tropical de Pesquisa da Água (TWRA, na sigla em inglês), deve viajar de Britânia (GO) a Caseara (TO), percorrendo aproximadamente 3.300 km.

Neste ano especificamente, a chuva se apresentou mais tarde. Dezembro, que é um mês importante, teve pouca precipitação em Aragarças, um dos municípios do Araguaia. Na localidade, o volume de chuva ficou abaixo da média histórica (1991-2020) em todos os meses de setembro último em diante.

Janeiro foi o mês com maior déficit: 68,9 milímetros (mm). No acumulado dos cinco meses, a previsão histórica era para 893 mm, mas faltaram 194 mm, o correspondente a 21% do esperado no período. É como se a estação meteorológica do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) não tivesse registrado um pingo d’água sequer dentre os previstos para novembro de 2023. A esperança é que os próximos meses - fevereiro (213,2 mm), março (207,4 mm) e abril (88,5 mm) - superem a previsão histórica. Por ano são esperados na localidade 1.451 mm.

Transformação

Além da previsão de redução na disponibilidade hídrica, outra mudança em curso chama a atenção dos pesquisadores que se debruçam sobre o manancial e publicam estudos desde ao menos a década de 1990. A profundidade está reduzindo. A situação está associada ao maior incremento dos sedimentos que chegam ao leito.

“A consequência que está nos preocupando mais é a perda de conectividade que nós vemos na planície. Esse acúmulo de sedimentos basicamente está deixando algumas lagoas e canais menores sem possibilidade de conexão com o canal principal”, explica Bayer.

Este fluxo é importante para haver movimentação de matéria orgânica e sedimentos importantes para o ciclo do carbono. Além disto, o Araguaia é conhecido por ter na bacia hidrográfica lagoas que funcionam como berçários. Sem esta conexão entre cursos menores e o principal, há tendência de diminuição da população por causa da dificuldade de reprodução.

Toda a situação da bacia hidrográfica do Rio Araguaia preocupa, pois é no Centro-Oeste, e o manancial é um dos mais importantes no centro do País, onde estão as nascentes de importantes cursos d’água que servem a várias regiões brasileiras.

No momento, Bayer defende a aplicação de técnicas tradicionais de conservação para a bacia, como terraceamento, recuperação de nascentes e recomposição de mata ciliar e expõe que estas alternativas podem levar de 10 a 30 anos para alcançar resultados efetivos. Por este motivo, acrescenta a necessidade da aplicação de outros meios. “Teríamos de estar trabalhando um sistema fluvial levando em consideração as próprias características. Precisamos tratar cada trecho de acordo com as características de cada um”, esclarece ao ressaltar a necessidade de investimento em pesquisa.

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Programa alcança mais dois municípios

Uma das principais bandeiras do governador Ronaldo Caiado na área ambiental, lançada em junho de 2019, é o programa Juntos pelo Araguaia. A iniciativa consiste principalmente na recuperação de áreas de preservação permanente (APP).

Atualmente, o programa possui cinco lotes nos seguintes municípios: 1 - Piranhas, 2 - Santa Rita do Araguaia, 3 - Baliza, 4 - Aragarças e Bom Jardim de Goiás e 5 - Mineiros e Portelândia. 
A ambição é alcançar 10 mil hectares na bacia hidrográfica. Do total, 50% são em Goiás e a outra parte no Mato Grosso.

Os cinco lotes em Goiás abrangem uma área de 731,39 hectares. A execução do programa fica a cargo de instituições credenciadas pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). As medidas são custeadas por parceiros que adotam os lotes propostos pela secretaria.

O último lote, o número 5, foi lançado em dezembro de 2023. Conforme a Semad, as ações estão em curso. O andamento pode ser acompanhado no site &lt;FI10&gt;www.juntospeloaraguaia.org.br.

Até o momento foram plantadas 118.694 mudas em 73 propriedades selecionadas. O programa só atua com a anuência dos proprietários, os quais passam por ações de sensibilização para abraçarem as medidas.

A secretaria considera que 20.943 pessoas já foram beneficiadas diretamente e que o número indireto alcança uma população de 60 mil pessoas.

No próximo dia 5, um evento será realizado na Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), em Goiânia, para apresentar novidades sobre o programa da Semad.“Instauramos o Programa Juntos pelo Araguaia como uma estratégia de restauração ambiental. Sofremos as consequências da degradação que aconteceu ao longo dos anos num território cujos solos são frágeis”, afirma a titular da Semad, Andréa Vulcanis.&nbsp;

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Vazão do Rio Araguaia pode diminuir 40% até 2040

Cidades

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Matéria - Cidades

Meio ambiente

lixo araguaia

<div attr-cid="policy:1.3199195" attr-version="policy:1.3199195:1731582814" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3199195" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3199195', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3199195">lixo araguaia (1.3199195)</a></div>

Cerca de 50 voluntários, especialmente moradores da região de Bandeirantes, distrito de Nova Crixás, se reuniram para realizar um mutirão de limpeza no Rio Araguaia e nas áreas de praia da região. A ação aconteceu no último final de semana e resultou em um caminhão caçamba cheio de lixo.&nbsp;

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Imagens feitas durante o mutirão mostram canoas cheias de lixo, com itens como mesas, cadeiras, caixas de isopor, baldes, garrafas pet e sacos de lixo cheios. Também é possível ver quando uma voluntária retira de uma região próxima ao rio itens como caixas de papelão, sacolas plásticas e garrafas.&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/tartarugas-aparecem-mortas-ou-agonizando-em-lago-na-regi-o-do-araguaia-video-1.3195562" target="_blank">Tartarugas aparecem mortas ou agonizando em lago na região do Araguaia; vídeo</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/policia-faz-operac-o-junto-a-fazendeiros-para-evitar-que-rio-araguaia-seque-nas-proximas-decadas-1.3182610" target="_blank">Polícia faz operação junto a fazendeiros para evitar que Rio Araguaia seque nas próximas décadas</a></div>

Segundo Divino Rosa, que participou da ação, o mutirão percorreu 80km no Rio Araguaia, entre a região da Viúva e Bandeirantes.

“Estávamos em mais ou menos 15 canoas. Saímos da região da Viúva e fomos descendo [o rio], e coletando todo tipo de lixo. Esse já é o quarto ano que o pessoal se reúne para realizar esse mutirão, mas nesse ano não tivemos patrocínio, tudo partiu dos voluntários”, afirmou.

Divino contou que encontrou itens inusitados durante a ação. “Encontrei duas portas de geladeira, um vaso sanitário quebrado, que estava enterrado na areia e até um carpete com 25m²”, detalhou. Para ele, o mutirão é importante pois ajuda na conscientização. “É importante conscientizar as pessoas que frequentam a região”, completou.

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Lixo recolhido do Rio Araguaia (Arquivo Pessoal/Divino Rosa)

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Moradores se unem para retirar lixo do Rio Araguaia e das praias; vídeo

Mutirão 

tartarugas

<div attr-cid="policy:1.3195571" attr-version="policy:1.3195571:1730824927" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3195571" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3195571', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3195571">tartarugas (1.3195571)</a></div>

Tartarugas apareceram mortas ou agonizando no Lago Rico, no Rio Araguaia, segundo o&nbsp;Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).&nbsp;De acordo com o órgão, onze animais foram encontrados, dos quais sete estavam vivos, porém com a saúde extremamente debilitada e quatro já estavam mortos (assista acima).&nbsp;

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O órgão informou que soube da situação na última quinta-feira (31) e que equipes estiveram no local para realizar uma investigação mais abrangente. Amostras foram coletadas para a realização de exames laboratoriais, que permitirão determinar a causa das mortes.&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/policia-faz-operac-o-junto-a-fazendeiros-para-evitar-que-rio-araguaia-seque-nas-proximas-decadas-1.3182610" target="_blank">Polícia faz operação junto a fazendeiros para evitar que Rio Araguaia seque nas próximas décadas</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/canal-do-rio-araguaia-seca-em-nova-crixas-video-1.3179522" target="_blank">Canal do Rio Araguaia seca em Nova Crixás; vídeo</a></div>

Segundo o Ibama, nenhuma hipótese está descartada. O órgão considera diversas possíveis causas para as mortes, como doenças, intoxicação ambiental ou pesca inadequada.&nbsp;

O Ibama afirmou ainda que a equipe continuará com as análises necessárias e que posteriormente informará sobre os desdobramentos da investigação.&nbsp;

Também participaram da ação equipes da Universidade Federal de Goiás (UFG), da Universidade Estadual de Goiás (UEG), do Projeto Araguaia Vivo (TWRA/FAPEG) e PPBio Araguaia (PUC Goiás/CNPq) e do Batalhão de Polícia Militar Ambiental.&nbsp;

A Polícia Civil informou que será aberta uma investigação preliminar para verificar o caso.&nbsp;

<img attr-cid="policy:1.3195565" attr-version="policy:1.3195565:1730824694" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3195565/OPOPULAR - Montagem de fotos e vídeo para o site (70).jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Tartarugas encontradas no Rio Araguaia (Reprodução PQA Ibama e Reprodução Batalhão Ambiental da Polícia Militar)

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Tartarugas aparecem mortas ou agonizando em lago na região do Araguaia; vídeo

Lago Rico 

OPERAÇÃO GRITO DO RIO

POP_SecaAraguaia_031024

A Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema) instaurou investigação da prática de crimes ambientais na bacia do Rio Araguaia, nos municípios de Aruanã, Nova Crixás e São Miguel do Araguaia.&nbsp;As ações de fiscalização e investigação visam responsabilizar os infratores e diminuir os danos ambientais causados ao Rio Araguaia.&nbsp;

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De acordo com o delegado Luziano Carvalho, a Operação Grito do Rio além de apurar a prática de crimes ambientais, pretende ser uma ação de conscientização junto aos produtores rurais.&nbsp;

<cite>Ninguém aqui é contra o progresso e a produção, mas temos de ser contra a destruição. O rio (Araguaia) está gritando, é preciso ouvir e conversar com a natureza. Se não nos mobilizarmos e conscientizarmos, o que vai acontecer em Goiás será seca e fogo. É muito triste o que está acontecendo. Temos de deixar o Cerrado em pé. Chega de destruição e desmatamento em áreas de preservação permanente”, declarou ao O POPULAR.</cite>&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/canal-do-rio-araguaia-seca-em-nova-crixas-video-1.3179522" target="_blank">Canal do Rio Araguaia seca em Nova Crixás; vídeo</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/rio-araguaia-atinge-menor-nivel-em-agosto-desde-o-inicio-da-medic-o-diz-cimehgo-1.3169084" target="_blank">Rio Araguaia atinge menor nível em agosto desde o início da medição, diz Cimehgo</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/fronteira-agricola-aliada-ao-desmatamento-pode-provocar-a-seca-do-rio-araguaia-diz-delegado-1.3110871" target="_blank">Fronteira agrícola aliada ao desmatamento pode provocar a seca do Rio Araguaia, diz delegado</a></div>

O delegado disse estar trabalhando em conjunto com equipes da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e da Polícia Federal, mas entende que o produtor rural precisa abraçar a causa.&nbsp;

“A sociedade como um todo precisa se envolver, principalmente o produtor rural para evitar que o Rio Araguaia seque nas próximas décadas. É inadmissível, ver nascentes tomadas por rebanho de gado e o seu entorno desmatado. É triste ver dezenas de pontos que são possíveis atravessar o Araguaia a pé”, disse Luziano.&nbsp;

<div attr-cid="policy:1.3182639" attr-version="policy:1.3182639:1727974149" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3182639" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3182639', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3182639">OPERAÇÃO GRITO DO RIO (1.3182639)</a></div>

Segundo a Polícia Civil, as investigações envolvem uma série de violações ambientais graves, incluindo desmatamento, instalação ilegal de drenos, destruição de nascentes e captação irregular de água do Rio Araguaia. Esses crimes impactam diretamente o ecossistema local e a disponibilidade hídrica.&nbsp;

“Constatamos que braços importantes do Rio Araguaia já estão secos. O Rio Crixás Mirim parou de correr, o Rio Crixás Sul está com um volume muito baixo de água. Está tendo captação no rio, mas não temos vazão suficiente que aguente tamanha retirada de água. Em um dos pontos identificamos captação de 6 mil litros de água por segundo”, contou o delegado.&nbsp;&nbsp;

Imagens registradas por drones da Dema mostram uma grande área desmatada na região, resultado das atividades investigadas pela Polícia Civil&nbsp;(assista ao vídeo).&nbsp;

<div attr-cid="policy:1.3182647" attr-version="policy:1.3182647:1727975039" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3182647" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3182647', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3182647">POP_SecaAraguaia_031024 (1.3182647)</a></div>

Polícia faz operação junto a fazendeiros para evitar que Rio Araguaia seque nas próximas décadas

MEIO AMBIENTE

nova crixás

<div attr-cid="policy:1.3179558" attr-version="policy:1.3179558:1727286265" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3179558" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3179558', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3179558">nova crixás (1.3179558)</a></div>

Um canal do Rio Araguaia secou totalmente na região da Viúva, em Nova Crixás, no noroeste do estado. Um vídeo gravado no último sábado (21), por um morador mostra como ficou o local sem as águas do rio (assista acima).&nbsp;

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Ao O POPULAR, o morador afirmou que todo ano, na estação da seca, a situação acontece, e que anteriormente, os condomínios próximos se reuniam para pagar uma draga - utilizada para deixar o canal navegável, o que acabou se tornando inviável recentemente. Segundo ele, o rio começa secar na região por volta do mês de junho.&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/oito-municipios-goianos-tem-abastecimento-sob-atenc-o-1.3177421" target="_blank">Oito municípios goianos têm abastecimento sob atenção</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/jo-o-leite-funciona-com-capacidade-maxima-de-vaz-o-1.3178874" target="_blank">João Leite funciona com capacidade máxima de vazão</a></div>

Para o delegado Luziano de Carvalho, titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente (Dema), o Rio Araguaia pode se tornar intermitente, isto é, quando corre em apenas uma época do ano e seca nas épocas de estiagem.&nbsp;

“O rio está caminhando para isso [se tornar intermitente]. Se seca um afluente, não vai secar o principal? Se seca uma nascente, qual a consequência? Isso está desenhado, está escrito. Temos que ver a causa do problema”, afirmou.&nbsp;

O Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), informou, nesta quarta-feira (25), que, em Nova Crixás, o Rio Araguaia atingiu níveis mínimos históricos, o que é motivo de atenção, segundo o órgão.&nbsp;&nbsp;

Procurada pelo O POPULAR, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD), afirmou que o Rio Araguaia passa por um cenário de estiagem em razão do déficit acumulado de chuvas (leia íntegra ao final da reportagem).&nbsp;

<img attr-cid="policy:1.3179527" attr-version="policy:1.3179527:1727278883" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3179527/araguaia nova crixas.PNG?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Seca do Rio Araguaia em Nova Crixás (Arquivo pessoal/Rodrigo Alves)

<h2>Calor em Goiânia&nbsp;</h2>

A cidade de Goiânia <a href="https://opopular.com.br/cidades/goiania-registra-40-c-e-bate-maior-temperatura-do-ano-por-dois-dias-seguidos-diz-inmet-1.3179476" target="_blank">registrou a maior temperatura do ano com 40,5°C</a> nesta terça-feira (24), segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O órgão ainda apontou que na segunda-feira (23), a capital chegou aos 40,3°C, repetindo o percentual por dois dias seguidos. Os números ultrapassaram os 38,9°C do dia 3 de setembro, que até então, era considerado o&nbsp;dia mais quente&nbsp;de 2024.&nbsp;

De acordo com a meteorologista do Inmet em Goiás, Elizabete Alves Ferreira,&nbsp;as altas temperaturas acima dos 40°C devem permanecer em Goiânia até o próximo sábado (28), quando há possibilidade de chegar a tão esperada chuva. Dessa forma, essa massa de ar quente e seco começa a dar uma trégua diminuindo as temperaturas entre dois a cinco graus e trazendo uma chuva com característica de início de primavera.&nbsp;

O que significa rajada de vento, trovão, também granizo, porque está muito seco, muito quente. O contraste térmico favorece esses granizos isolados e também as rajadas de vento intensas. Aquele levantamento de poeira pode acontecer de novo na região sudoeste, região de Jataí e Rio Verde. Pode ter esse levantamento de poeira, encobrindo a cidade com aquela poeira avermelhada", explica&nbsp;Elizabete Alves Ferreira.

<h2 style="font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; color: rgb(0, 0, 0); text-rendering: optimizelegibility;">Orientações para período de seca</h2>

Para manter a&nbsp;<a href="https://opopular.com.br/magazine/periodo-de-seca-nessa-epoca-do-ano-eleva-a-incidencia-de-doencas-respiratorias-1.3169328" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none;" target="_blank">hidratação e a proteção do corpo durante o período seco</a>, o Ministério da Saúde (MS) recomenda uma série de cuidados. Confira alguns a seguir:

<ul style="padding-right: 0px; padding-left: 0px; margin: 0px 0px 5.5px 25px; color: rgb(0, 0, 0); font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 11px;">
	<li>Aumentar a ingestão de água ou de sucos de frutas naturais, sem adição de açúcar, mesmo sem ter sede;</li>
	<li>Evitar bebidas alcoólicas e com elevado teor de açúcar;</li>
	<li>Fazer refeições leves, pouco condimentadas e mais frequentes;</li>
	<li>Crianças, idosos e pessoas com alguma comorbidade podem não sentir sede. Ofereça-lhes água.</li>
	<li>Evitar a exposição direta ao sol, em especial, de 10h às 16h;</li>
	<li>Diminuir os esforços físicos e repousar frequentemente em locais com sombra, frescos e arejados;</li>
	<li>Em veículos sem ar-condicionado, deixar as janelas abertas;</li>
	<li>Não deixar crianças ou animais em veículos estacionados.</li>
</ul>

&nbsp;

<h2>Nota da Semad na íntegra&nbsp;&nbsp;</h2>

"A propósito da solicitação feita pelo jornal O Popular, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável esclarece o que se segue:

- O Araguaia é um rio federal e as políticas de gestão relacionadas a ele, bem como informações sobre vazão histórica e nível, são de responsabilidade da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).&nbsp;

- O Araguaia passa por um cenário de estiagem em razão do déficit acumulado de chuvas, assim como outros rios federais: rio Madeira, rio Tapajós, rio Purus, dentre outros.

- Frente a esse desafio, o Governo de Goiás, tem mecanismos de gestão estabelecidos há anos para os corpos hídricos sob sua responsabilidade, assim como a ANA tem mecanismos estabelecidos para os corpos hídricos sob cuidado da União.

- Para enfrentar esse quadro de escassez hídrica, a Semad pede à população que o consumo de água se restrinja apenas ao que for estritamente necessário, principalmente nesse período de estiagem.

Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - Governo de Goiás"

&nbsp;

Canal do Rio Araguaia seca em Nova Crixás; vídeo

Seca

O Popular