O monitoramento diário dos pontos de controle da vazão do Rio Meia Ponte mostrou, no final de semana, que após 97 dias sem chuvas, o nível do manancial saiu do nível de alerta e atingiu o nível crítico 1. No sábado (20), a vazão média de escoamento chegou a 5.455 L/s.&nbsp;&nbsp;A Bacia Hidrográfica do Rio Meia Ponte é a principal fornecedora de água para a Região Metropolitana de Goiânia. Pela deliberação do seu comitê, que estabeleceu os níveis de criticidade e as ações a serem tomadas pela Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), quando a vazão chega ao nível crítico 1 é preciso reduzir gradativamente a vazão remanescente até o mínimo de 2.000 L/0.Presidente do CBH do Rio Meia Ponte, Fábio Camargo disse ao POPULAR na semana passada que todos, população em geral e setor produtivo, precisam economizar água para evitar um possível racionamento e rodízios de fornecimento.&nbsp;A baixa umidade e a previsão de chuvas em todo o estado somente para outubro devem piorar ainda mais a situação hídrica.Leia também:<a href="https://opopular.com.br/noticias/cidades/temperaturas-voltam-a-subir-em-goi%C3%A1s-nesta-semana-1.2514274">-&nbsp;Temperaturas voltam a subir em Goiás nesta semana</a><a href="https://opopular.com.br/noticias/cidades/elevado-do-viaduto-da-av-t-63-%C3%A9-liberado-ap%C3%B3s-inc%C3%AAndio-que-deixou-tr%C3%A2nsito-interditado-em-goi%C3%A2nia-1.2514296">-&nbsp;Elevado do viaduto da Av. T-63 é liberado após incêndio que deixou trânsito interditado, em Goiânia</a><a href="https://opopular.com.br/noticias/cidades/inc%C3%AAndio-atinge-bar-do-setor-marista-em-goi%C3%A2nia-1.2514261">-&nbsp;Incêndio atinge bar do Setor Marista, em Goiânia</a>

Vazão do Rio Meia Ponte chega ao nível crítico 1

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Matéria - Cidades

Buscas por motorista desaparecido

Buscas por motorista de caminhão guincho

<img attr-cid="policy:1.3273007" attr-version="policy:1.3273007:1749045192" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3273007/OPOPULAR - Montagem de fotos e vídeo para o site (2).jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Corpo de Bombeiros fazem buscas por motorista de caminhão guincho no Rio Meia Ponte, em Professor Jamil (Divulgação/Polícia Civil)

Um corpo que pode ser do <a href="http://opopular.com.br/cidades/forca-tarefa-encontra-em-rio-caminh-o-que-estava-desaparecido-e-faz-buscas-por-motorista-video-1.3272985" target="_self">motorista de caminhão guincho&nbsp;</a><a href="http://opopular.com.br/cidades/forca-tarefa-encontra-em-rio-caminh-o-que-estava-desaparecido-e-faz-buscas-por-motorista-video-1.3272985" target="_self">Vicente Fernando Barros dos Santos</a>, de 43 anos,&nbsp;desaparecido&nbsp;há pouco mais de uma semana, foi encontrado no Rio Meia Ponte, na zona rural de Professor Jamil, no Centro-Sul de Goiás,&nbsp;na tarde desta quarta-feira (4), informou a Polícia Civil.&nbsp;

Conforme a polícia, o corpo, que estava preso na cabine do caminhão submerso na água, será submetido a exames periciais.&nbsp;

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Os destroços e a placa de identificação do caminhão foram encontrados pela polícia na tarde desta terça-feira (3), a cerca de sete metros de profundidade. Segundo a PC, a cabine do veículo estava completamente destruída.&nbsp;

<div attr-cid="policy:1.3273014" attr-version="policy:1.3273014:1749045954" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3273014" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3273014', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3273014">Buscas por motorista desaparecido (1.3273014)</a></div>

De acordo com a Polícia Civil, o <a href="https://opopular.com.br/cidades/motorista-de-caminh-o-desaparece-apos-sair-para-trabalhar-1.3269597" target="_self">motorista desapareceu na madrugada do dia 26 de maio</a>, quando saiu de casa no Setor Recanto das Minas Gerais, em Goiânia, em direção a Joviânia, no Sul goiano, onde realizaria um serviço de remoção veicular.&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/forca-tarefa-encontra-em-rio-caminh-o-que-estava-desaparecido-e-faz-buscas-por-motorista-video-1.3272985" target="_self">Força-tarefa encontra em rio caminhão que estava desaparecido e faz buscas por motorista; vídeo</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/motorista-de-caminh-o-desaparece-apos-sair-para-trabalhar-1.3269597" target="_self">Motorista de caminhão desaparece após sair para trabalhar​</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/mulher-desaparece-apos-sair-de-casa-para-encontro-marcado-em-app-de-relacionamento-1.3262024" target="_self">Mulher desaparece após sair de casa para encontro marcado em app de relacionamento</a></div>

Durante as investigações, foram identificados indícios de uma colisão nas proximidades da BR-153, às margens do Rio Meia Ponte, em uma área de difícil acesso na zona rural de Professor Jamil.&nbsp;

A força-tarefa contou com o Corpo de Bombeiros, acionado para realizar as buscas no rio, e a Polícia Científica para esclarecer a dinâmica e as circunstâncias do acidente.&nbsp;O caso segue em investigação pela Polícia Civil.

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Colaborou Kariny Bianca

Corpo que pode ser de motorista de caminhão desaparecido é encontrado no Rio Meia Ponte, diz polícia

INVESTIGAÇÃO

Mesmo após a chuva que caiu no fim de setembro, o Rio Meia Ponte segue em nível crítico. No fim de semana, a vazão diária do manancial utilizado para o abastecimento da capital goiana ficou abaixo do índice registrado nos mesmos dias em 2019, ano em que houve a última estiagem mais intensa vivida em Goiás. De sábado (5) para domingo (6), houve um leve recuo na vazão, passando de 2,2 mil litros por segundo (L/s) para 2 mil L/s.

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Após a chuva do último fim de semana de setembro, a vazão do rio começou a aumentar gradativamente, mas logo voltou a cair. Para se ter ideia, no último dia 27, quando se registrava 156 dias sem chuva na Bacia do Meia Ponte, a vazão diária estava em 2,2 mil L/s. No dia 29, logo após as chuvas, estava em 2,7 mil L/s. A vazão mais alta desde então foi registrada em 30 de setembro e em 1º de outubro: 3,2 mil L/s.

A redução do nível de água do manancial é observada diariamente, especialmente no ponto de captação da Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago), no Bairro São Domingos. A companhia aponta que o abastecimento de Goiânia segue “dentro da normalidade”. Entretanto, a situação só é possível por causa da produção de água do Reservatório João Leite, cujo lago forma um dos três sistemas produtores utilizados para o abastecimento público.

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Na capital, são usados recursos hídricos de dois mananciais: Meia Ponte, com captação superficial, e Mauro Borges/João Leite, com água represada. Conforme a Saneago, o Sistema Meia Ponte é responsável por 36% da produção de água. Já os outros dois sistemas abastecem o restante da cidade (64%). Outros municípios da Região Metropolitana, como Goianira e Trindade, também são abastecidos com recurso deste sistema.

Entretanto, como o Rio Meia Ponte atingiu o nível crítico 3 — o penúltimo mais grave — a captação fica limitada para todas as outorgas (cessão de uso da água) no manancial, tais como o abastecimento público. A restrição na captação teve início no dia 5 de setembro, quando foi atingido o nível de criticidade caracterizado por vazão de escoamento menor de 3 mil L/s. O indicador é calculado considerando a média móvel da vazão dos últimos sete dias. Caso esse valor fique abaixo de 2 mil L/s, o nível crítico 4 é atingido e, portanto, novas limitações são impostas, ainda com risco de racionamento de água.

Diante do cenário, a Saneago tem feito a captação mínima no Meia Ponte e recorrido à água represada do João Leite. O POPULAR mostrou no último dia 23 que a produção de água que era de 2 mil L/s caiu para cerca de 1,3 mil L/s. Desta forma, garante a companhia, é mantida a “vazão ecológica do rio em mil litros por segundo, pelo menos”. O abastecimento nas áreas atendidas pelo Meia Ponte é complementado por meio da adutora de transição João Leite-Meia Ponte. Hoje, a adutora tem operado no limite máximo de 800 L/s.

Presidente da Associação para Recuperação e Conservação do Ambiente (Arca), Gerson Neto explica que a vazão ecológica do Rio Meia Ponte, citada pela Saneago, significa o mínimo de água que deve correr pelo curso hídrico para garantir que os processos biológicos do local sejam preservados. “O rio é movimento. Se isso se interrompe, cria-se um prejuízo biológico para a parte que tirou (a água). Morrem todos os peixes, morrem os invertebrados, morre toda a biodiversidade daquele local”, pontua.

Neto pondera ainda que a estiagem cada vez mais “prolongada e extrema” representa “um futuro difícil para a vazão dos rios”. “Estamos ameaçados de um processo de desertificação para o Cerrado. Por isso, precisamos recuperar as nascentes, as matas ciliares e manter vazão ecológica dos rios para termos resistência e demorarmos mais a sentirmos os piores efeitos. Podemos começar a ver rios (perenes) só correrem no período de chuva. E muitos mananciais aqui em Goiás estão no limite: o Rio Claro, em Jataí, o Rio Bacalhau, em Goiás, o Rio das Pedras, em Quirinópolis”, exemplifica.

A recuperação da Bacia do Rio Meia Ponte é enfatizada pelo ambientalista, com o reflorestamento de nascentes e de matas ciliares. Isso porque, para Neto, a capacidade do rio de fornecer água para o abastecimento público “já está no limite”. Ele pontua ainda que tal medida é necessária, visto que “não é fácil buscar água em outro lugar”. “Além de ser caro, os outros (rios) também estão sem água. E, mesmo recuperando, não há garantia de que teremos segurança (hídrica). É preciso que haja um alerta geral sobre o problema hídrico”, complementa.

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Meia Ponte tem vazão pior que pico de 2019

Abastecimento

As sequelas da estiagem começaram mais cedo, em Goiás. As doenças respiratórias, típicas do período, lotam hospitais; a vazão dos rios aponta para um período de baixa oferta de água. O Meia Ponte entrou em nível de atenção 50 dias antes que em 2023. Nesta terça-feira (4), estava em 9.099 litros por segundo, no limiar para o nível de alerta. As queimadas se intensificam. De janeiro a maio de 2024, a alta é de 46% nos incêndios florestais e de 31% nos urbanos em relação ao mesmo período de 2023, conforme o Corpo de Bombeiros. Em Goiânia, de cinco ocorrências por dia, até abril, houve um salto para 9, em maio. A maior parte em terrenos vazios. Oferta de combustível não falta: a capital tem mais de 140 mil lotes sem construções. A Comurg roçou 70 mil metros quadrados em áreas particulares desde janeiro, mas o mato alto é visível em toda a cidade. A secretária de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás, Andréa Vulcanis, alerta que podemos ter a pior crise hídrica dos últimos anos. É uma previsão assustadora. O consumidor deve fazer a sua parte, mas cabe ao poder público o trabalho mais árduo de fazer cumprir o arcabouço legal para uso racional dos recursos hídricos do estado.

Crise hídrica

Editorial

Matéria - Opinião - Editorial

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Rio Meia Ponte, em Goiânia (Wesley Costa/O Popular)

O Rio Meia Ponte entrou em nível de atenção neste mês de maio, registrando uma vazão de 10,2 mil litros de água por segundo (l/s). Segundo dados da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), o rio atingiu esse nível mais cedo, se comparado aos últimos cinco anos&nbsp;(veja a tabela abaixo).

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O Rio Meia Ponte entrou em nível de atenção no dia 7 de maio deste ano, quando registrou a vazão de 12 mil l/s. Desde então, a vazão do manancial já caiu quase 2 mil l/s. Isso preocupa, pois, de acordo com a Semad, no ano passado o nível de atenção só começou no dia 27 de junho.

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(Divulgação Semad)

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/rio-meia-ponte-entra-em-nivel-de-atenc-o-1.3136940" target="_blank">Rio Meia Ponte entra em nível de atenção</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/mesmo-com-chuva-previs-o-de-seca-severa-acende-alerta-no-rio-meia-ponte-1.3107444" target="_blank">Mesmo com chuva, previsão de seca severa acende alerta no Rio Meia Ponte</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/dono-de-rancho-relata-tristeza-com-seca-no-rio-araguaia-nunca-vi-isso-em-30-anos-de-vivencia-aqui-1.3103937" target="_blank">Dono de rancho relata tristeza com seca no Rio Araguaia: 'Nunca vi isso em 30 anos de vivência aqui'</a></div>

Em entrevista ao POPULAR, a presidente do Comitê da Bacia Rio Meia-Ponte, Elaine Farinelli, disse que diferente de 2019 quando o Comitê não estava preparado para fazer as ações necessárias para contornar a situação, neste ano ações já estão sendo tomadas para evitar transtornos.

<cite>A primeira medida a ser tomada, além das indústrias diminuírem a captação de água (do Meia Ponte), é dar o conhecimento à população dessa situação (do rio), porque nem todos entendem, obviamente, o que está acontecendo. Então, vamos conscientizar a população. O último recurso que temos, caso a situação da vazão do Meia Ponte piore, é adotar a liberação de água dos barramentos”, declarou.</cite>

A última vez que barragens precisaram ser abertas para reequilibrar vazão do Meia Ponte foi justamente no ano de 2019. Naquela ocasião,&nbsp;barramentos localizados em&nbsp;Santo Antônio de Goiás, Inhumas e Goiânia tiveram parte do montante liberada para o rio.

A Bacia Hidrográfica do Rio Meia Ponte é a principal fornecedora de água para a Região Metropolitana de Goiânia, seja para a captação para abastecimento público dos centros urbanos, atividades industriais e agroindustriais.

<cite>É preciso entender que além dos setores empresariais e de abastecimento público adotarem medidas de redução do uso da água (do Meia Ponte), a população tem de contribuir também. Claro que a população faz pequenos usos em comparação ao setor empresarial, mas se cada um fizer a sua parte e evitar o desperdício isso ajudaria muito. Afinal, não podemos lutar contra as mudanças climáticas que acaba acarretando na escassez de chuvas”, afirma&nbsp;Elaine Farinelli.</cite>

Segundo dados da Semad, há 27 dias não são registradas chuvas na&nbsp;Bacia Hidrográfica do Rio Meia Ponte. É importante destacar que&nbsp;o cálculo da vazão para verificação do nível de criticidade é a média móvel obtida da vazão média diária (leituras das vazões nos horários das 07h e 17h), nos últimos sete dias.&nbsp;Além disso,&nbsp;as informações acerca da vazão do Rio Meia Ponte são atualizadas todos os dias as 18h (veja gráfico abaixo).

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(Divulgação Semad)

Em quatro dos cinco primeiros meses de 2024, a vazão média do Rio Meia Ponte registrou valores abaixo dos monitorados no ano passado. A exceção foi o mês de fevereiro, quando foi registrada a vazão de 37,5 mil l/s superando os 33,5 mil l/s de 2023 (veja gráfico abaixo).

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(Divulgação Semad)

A previsão do tempo para os próximos meses, de acordo com o&nbsp;gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo),&nbsp;André Amorim, é de que&nbsp;o tempo quente e seco irá predominar.

“Nós teremos uma frente fria que vai se deslocar por São Paulo e Minas Gerais e que pode, estou colocando como uma possibilidade, causar pancadas de chuva na região sudoeste do estado. A princípio para Goiânia a expectativa (de chuva) está muito baixa. Há maior probabilidade de tempo estável (seco) do que de um período de chuvas, mesmo que seja esporádico”, disse Amorim.