No primeiro fim de semana da 75ª Exposição Agropecuária do Estado de Goiás, no parque agropecuário de Goiânia, cerca de 500 pessoas passaram pelo estande Se Liga na Inclusão, projeto conduzido pelo Centro Universal de Referência em Assistência Animal (Curaa) e pela empresa Ben Projetos. No espaço, o público pode conferir uma série de atividades inclusivas, como cães terapêuticos, e sustentáveis, ações vinculadas à Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas.Coordenadora do Curaa, Elaine Bezerra conta que esta é a primeira vez que o coletivo - ainda não formalizado - participa da Exposição Agropecuária em Goiânia e na etapa inicial já deu para perceber o impacto. “Temos parcerias com entidades que atendem pessoas com necessidades especiais e a ideia do estande nasceu para mostrar como os cães podem transformar a vida dessas pessoas”, explica.Servidora pública que atua como agente comunitária de saúde, Elaine é também terapeuta holística. A história do Curaa começou informalmente há 11 anos quando ela passou a usar em seus atendimentos um cão que ajudava a socializar. “Inicialmente atendemos algumas pessoas portadoras de deficiência, depois passamos para os hospitais. Hoje temos várias parcerias, entidades e associações, que estão conosco no estande.”No parque agropecuário Meg, Alfredo e Lupin, cães golden retriever, têm feito a alegria de adultos e crianças. Dois dos animais foram levados pelo Núcleo de Apoio e Inclusão do Autista (Naia). É o caso de Lupin, que pertence a uma pessoa com autismo de nível moderado, mas não verbal. “Ele melhorou muito depois do cão”, relata Elaine que, por meio do Curaa tem trabalhado para mostrar como os animais são moldados atendendo a necessidade de cada núcleo familiar.Elaine, que faz questão de explicar que não é uma treinadora de cães, esclarece que usa a terapia holística para entender de que forma os animais podem contribuir na assistência. “Eles fazem isso com muita competência. Nossa intenção é disseminar o que eu sei, que é fácil de ensinar”, enfatiza. Segundo ela, conseguir apoios é fundamental para atender as muitas propostas que têm recebido, inviabilizadas por falta de recursos. “Choro por não conseguir atender”.No estande Se Liga na Inclusão também há informações sobre projetos de impacto ambiental, desenvolvidos pela Ben Projetos, signatária do Pacto Global da ONU, e por entidades parceiras do Curaa, como o Cestampas, que arrecada tampas plásticas que são revertidas em cestas básicas. Até o fim da exposição, o espaço será palco de uma série de demonstrações de interatividade com os cães e apresentações artísticas desenvolvidas pelas entidades parceiras.Os arquitetos Ricardo Santiago e Liana Domingues elaboraram de forma voluntária o projeto do estande. Ele assina a exposição que pode ser conferida no local, com obras elaboradas com fractal de Lichtenberg, uma técnica que consiste no uso de eletricidade de alta tensão para criar desenhos, em madeira e em telas. Nas pinturas, o plástico é utilizado como elemento de aplicação.SábadoNo sábado (13), a partir das 16h30, estará no estande a turma do Na Bike com DV, associação que atua na inclusão de deficientes visuais por meio do ciclismo; a Papo de Meninas DV, fazendo demonstrações de dança do ventre; e o Mestrando Taquinha, reconhecido pelos seus projetos que atendem, por meio da capoeira, crianças e jovens com necessidades especiais.Leia também:- PM de Itapuranga adota cadela de rua como mascote: “Entendeu que é a casa dela”- Cachorro segue dono em ambulância até hospital, em Aparecida de Goiânia; vídeo- Crise financeira faz crescer abandono de animais domésticos em Goiânia