Foi criado com inteligência artificial (IA) um&nbsp;áudio&nbsp;em que uma voz parecida com a do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes critica o “vocabulário golpista dos evangélicos” e promete proibir falas como “senhor dos senhores, senhor dos exércitos, único Deus e único que é digno”.

Não há registro público de que o ministro tenha feito esse tipo de afirmação. O Comprova procurou notícias sobre o assunto, mas não chegou a nenhum resultado.

O consultor em inteligência artificial Pedro Burgos destacou alguns elementos que indicam a adulteração no áudio. Por exemplo, o fim das frases no áudio nem sempre é pontuado, o que é “um problema comum de modelos geradores de áudio”, segundo Burgos.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/comprova/escritorio-da-mulher-de-moraes-foi-contratado-pelo-banco-master-mas-n-o-ha-indicios-de-envolvimento-em-fraude-1.3343328" target="_self">Escritório da mulher de Moraes foi contratado pelo Banco Master, mas não há indícios de envolvimento em fraude</a> 
<a href="https://opopular.com.br/comprova/video-de-estudante-atacando-lula-e-alexandre-de-moraes-usa-imagens-geradas-por-ia-1.3339336" target="_self">Vídeo de estudante atacando Lula e Alexandre de Moraes usa imagens geradas por IA</a> 
<a href="https://opopular.com.br/comprova/videos-tiram-de-contexto-fala-de-haddad-sobre-tributac-o-das-apostas-online-1.3324478" target="_self">Vídeos tiram de contexto fala de Haddad sobre tributação das apostas online</a></div>

O ritmo da fala e a ausência de pausas para respirar também são indícios de uso de IA. “Tem o problema que a acústica da voz&nbsp;fake&nbsp;é meio constante, como se estivesse no vácuo, não tem algo como um eco de uma sala”, acrescentou Burgos.

O conteúdo foi submetido a uma plataforma de detecção de conteúdos gerados por IA chamada Hive Moderation, que indicou uma pontuação agregada de 33,8% de chances de o conteúdo ter sido criado com inteligência artificial. Outra ferramenta, a Hiya/Invid,&nbsp;apontou&nbsp;93% de chances de o conteúdo ter sido gerado com IA.

Outro forte indício de que o conteúdo não é verdadeiro é que foi publicado inicialmente por um perfil no Instagram que costuma criar áudios falsos de personalidades e políticos.

<h3>Quem criou o conteúdo investigado pelo Comprova</h3>

O conteúdo foi publicado inicialmente por uma conta que frequentemente divulga áudios falsos. O autor foi verificado pelo Comprova em outras ocasiões (aqui). Ele já havia manipulado a voz de Moraes em outra postagem, como mostrou uma checagem do Estadão Verifica (aqui).

Outras pessoas, como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o jornalista William Bonner também foram alvo de falsificações (aqui&nbsp;e&nbsp;aqui). O modo de atuação é sempre o mesmo: o autor das postagens se filma enquanto reproduz os áudios supostamente “vazados” no próprio celular. Ele costuma fazer críticas à personalidade usada.

Depois da publicação feita por esse perfil no dia 4 de dezembro, outras contas destinadas a compartilhar conteúdos de direita divulgaram o conteúdo. A com maior alcance atingiu 380 mil curtidas no Instagram até a publicação dessa checagem. Nos comentários, tanto do vídeo original quanto do vídeo republicado, muitos usuários da rede acreditaram no áudio falso.

O Comprova tentou contato com o primeiro perfil a divulgar o áudio falso, mas a conta não permite novas solicitações de contato. Outro responsável pela disseminação do conteúdo foi procurado, mas não respondeu.

<h3>Por que as pessoas podem ter acreditado</h3>

O áudio checado foi submetido a técnicas para mascarar possíveis erros que podem indicar o uso de IA. Isso pode ter contribuído para que as pessoas acreditassem na fala. Burgos destacou que, primeiramente, o áudio parece uma gravação. Ele foi criado com IA, mas no vídeo que o divulgou, ele parece ter sido gravado com um microfone.

“Não parece ser o áudio original. Tem algo que parece um corte simulado, como se o microfone se afastasse. Isso dá um tom mais genuíno”, explicou.

Outro ponto destacado por Burgos é o uso de uma música constante, que esconde pontos que poderiam entregar que o áudio é sintético.

Esses componentes foram atrelados a uma figura política que está sempre no centro de teorias da conspiração, o ministro Alexandre de Moraes. Isso pode ter inflado o alcance e o crédito do conteúdo, principalmente entre comunidades que rejeitam a figura do magistrado.

Fontes que consultamos: O Comprova submeteu o vídeo a duas ferramentas de detecção de IA, Hive Moderation e Hiya, da plataforma Invid. Também procuramos o especialista Pedro Burgos e a assessoria de imprensa do STF, que não respondeu à tentativa de contato. Procuramos notícias sobre o conteúdo do áudio, mas nenhuma foi encontrada, o que evidencia que o conteúdo foi inventado.

Por que o Comprova investigou essa publicação: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e em aplicativos de mensagens sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas, eleições e golpes virtuais, e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo&nbsp;WhatsApp +55 11 97045-4984.

Outras checagens sobre o tema: O Comprova já fez checagens sobre vídeos feitos com IA. Um deles mostrava um&nbsp;vídeo falso de um estudante atacando Lula e Alexandre de Moraes. Outro conteúdo mostrava um&nbsp;áudio atribuído a Haddad sobre “compra de apoio”, mas o Comprova mostrou que não há evidências de que seja real.

Notas da comunidade: Não há notas da comunidade para esse conteúdo.

Áudio de Moraes sobre proibir linguajar evangélico foi feito por IA

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Matéria - genérica

Comprova 

A prisão de Jair Bolsonaro (PL) foi considerada justa por 54% dos eleitores brasileiros, aponta levantamento do Datafolha, enquanto 40% pensam o contrário. Para 34%, o ex-presidente deveria cumprir sua pena em casa.

A execução da condenação a 27 meses e três meses de cadeia, determinada pelo Supremo Tribunal Federal pelo papel central na trama golpista que visava mantê-lo no poder após a derrota para Lula (PT) na eleição presidencial de 2022, começou no dia 25 de novembro.

Três dias antes, o ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do processo e juiz de execução da pena, havia mandado prender Bolsonaro após o ex-presidente tentar romper sua tornozeleira eletrônica com um ferro de solda.

Ele cumpria prisão domiciliar desde 4 de agosto, após ter violado medidas cautelares determinadas por Moraes na reta final de seu julgamento. Em 11 de setembro, acabou condenado ao lado de outros sete réus do chamado núcleo central da trama.

O Datafolha ouviu 2.002 pessoas com 16 anos ou mais de terça-feira (2) a quinta (4) em 113 cidades do país. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou menos.

Não souberam avaliar se a prisão foi justa ou não 6% dos ouvidos.

Disseram ter tido conhecimento da condenação definitiva de Bolsonaro e estarem bem informados 36%. Porcentagem similar, 37%, disse ter conhecimento e estar mais ou menos informado; 11% se disseram mal informados, e 16% afirmaram não ter tomado conhecimento.

Acerca da questão do local do cumprimento da pena, que gera pressão dos aliados do ex-presidente e de sua defesa, os entrevistados que não apontaram a prisão domicilar como a melhor se dividiram entre presídio comum (26%), unidade militar (20%) ou uma sede da Polícia Federal (13%). Não souberam responder 7%.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-ve-cenario-bastante-positivo-em-rodada-do-datafolha-1.3346847" target="_self">Caiado vê 'cenário bastante positivo' em rodada do Datafolha</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/flavio-bolsonaro-admite-n-o-levar-candidatura-ate-o-fim-mas-diz-que-cobrara-um-preco-1.3346698" target="_self">Flávio Bolsonaro admite não levar candidatura até o fim, mas diz que cobrará 'um preço'</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-diz-que-mantem-pre-candidatura-a-presidencia-mesmo-apos-flavio-bolsonaro-anunciar-que-entrara-na-disputa-1.3346293" target="_self">Caiado diz que mantém pré-candidatura à Presidência mesmo após Flávio Bolsonaro anunciar que entrará na disputa</a></div>

Bolsonaro está preso na superintendência da PF em Brasília, em uma sala com móveis básicos e banheiro. Moraes decidiu mantê-lo lá logo após o chamado trânsito em julgado, o encerramento do processo, no dia 25 passado.

Como a defesa queria que o ex-presidente fosse para casa alegando os problemas de saúde do político, o ministro argumentou que na PF ele terá acompanhamento diuturno de médicos.

A decisão foi fortemente influenciada pelo episódio da tentativa de rompimento da tornozeleira e do histórico de fuga de bolsonaristas condenados pela Justiça ou que estão sendo objeto de processos.

Foram para os Estados Unidos o ex-chefe da Abin Alexandre Ramagem, condenado com Bolsonaro e hoje foragido, e o filho do ex-presidente Eduardo, deputado pelo PL-SP que é alvo de investigação acusado de coagir o STF com sua campanha contra o Brasil junto ao governo americano.

O temor maior dos defensores de Bolsonaro, contudo, era que ele fosse enviado para o complexo prisional da Papuda, perto de Brasília. Foram presos lá, no anexo chamado Papudinha, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.

Já os oficiais-generais condenados, os ex-ministros Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), além do ex-comandante da Marinha Almir Garnier, foram para unidades militares. O delator Mauro Cid, tenente-coronel que foi ajudante de ordens de Bolsonaro, cumpre pena em regime aberto.

A prisão deles é um marco num país com histórico de golpes militares executados ou fracassados, e tem tensionado as Forças Armadas, principalmente o Exército, a mais importante delas.

Questionados sobre a opinião de ver os generais da Força condenados, 57% dos eleitores consideraram a medida justa, e 30%, injusta. Já 13% não souberam responder.

A imagem do Exército, que no imaginário popular se confunde com o estamento militar como um todo, sofreu arranhão: 26% disseram ter uma visão pior da Força com o episódio, ante 57% que não mudaram sua opinião. Já 12% tiveram uma impressão melhor. Dada a turbulência dos anos Bolsonaro no setor, o resultado deverá trazer alívio à caserna.

Pela estimativa de especialistas, o ex-presidente terá direito a progressão de pena para o regime semiaberto em 2033. Ele já estava sem direitos políticos até 2030 desde 2023, quando foi condenado pela Justiça Eleitoral por sua campanha contra o sistema de votação eletrônico do país. Com as novas penas a ele aplicadas, está fora da urna que combateu até 2060.

Como seria previsível neste momento, o início do cumprimento da pena é visto de maneira díspar a depender do gosto político do entrevistado.

Grupos associados ao bolsonarismo tendem a considerar mais a prisão injusta. Isso ocorre entre evangélicos (55%), moradores do Norte/Centro-Oeste (48%), apoiadores do PL (95%) e eleitores do ex-presidente no segundo turno de 2022 (81%).

Na mão contrária, entre os usualmente lulistas, acham mais que a medida do STF foi justa moradores do Nordeste (65%), apoiadores do PT (92%) e quem votou no atual presidente na eleição passada (87%). Entre quem anulou ou deixou o voto em branco, 57% aprovam a prisão, ante 23% que a desaprovam.

Nos grandes estratos socioeconômicos aferidos pelo Datafolha, contudo, há bastante homogeneidade. Apenas os jovens, quem tem só ensino fundamental e os de mais baixa renda acham um pouco mais que a prisão foi justa, 60%, 59% e 58%, respectivamente, mas são grupos com margens de erro superiores à média —logo, o cenário semelhante se impõe.

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54% acham prisão de Bolsonaro justa; 34% defendem pena em casa, diz Datafolha

Política

Política - título

Matéria - Política

Pesquisa

A venda de ações do Nubank por parte de David Vélez, um dos fundadores da empresa, tem gerado desinformação nas redes sociais. A maioria dos&nbsp;<a href="https://projetocomprova.com.br/wp-content/uploads/2025/12/null-1.png" target="_blank">posts</a>&nbsp;alega que o empresário teria economizado R$ 500 milhões em impostos no Brasil ao se mudar para o Uruguai, o que não é inteiramente verdadeiro.

A última venda de ações feita por Vélez ocorreu em agosto de 2025, quando o empresário levantou US$ 432 milhões (R$ 2,3 bilhões pela cotação da época), de acordo com&nbsp;<a href="https://www.infomoney.com.br/mercados/david-velez-fundador-do-nubank-vende-us-432-milhoes-em-acoes-da-fintech/" target="_blank">documentos enviados à Securities Exchange Commission (SEC)</a>, que regula o mercado de ações nos Estados Unidos, onde a fintech é listada.

Desde então, têm surgido posts nas redes sociais alegando que, como o empresário&nbsp;<a href="https://www.estadao.com.br/economia/quem-e-david-velez-fundador-do-nubank-que-demitiu-funcionarios-por-briga-sobre-trabalho-remoto-npr/?srsltid=AfmBOooLKM_QN0rKxCquX260UcoAIyIvbc1UCeciM-PA_R38V7R-I0Kh" target="_blank">mora no Uruguai desde 2022</a>, deixou de pagar o equivalente a 22,5% de imposto sobre o ganho de capital no Brasil, uma vez que, no país onde ele vive atualmente, haveria isenção sobre rendas obtidas no exterior.

A discussão mistura fatos verdadeiros a conclusões incompletas. O ponto central não se limita ao local onde o fundador da fintech mora hoje, mas também abrange a estrutura societária do Nubank e a natureza jurídica da empresa cujas ações foram vendidas.

Ao Comprova, o advogado Marco Túlio Ribeiro Fialho, especialista em Direito Público e Tributário, destacou que, de fato, Vélez não pagou imposto no Brasil somente porque mora no Uruguai, mas isso ocorreu porque&nbsp;<a href="https://valor.globo.com/financas/noticia/2024/11/20/nubank-estuda-mudar-domicilio-da-holding-de-cayman-para-reino-unido-diz-agncia.ghtml" target="_blank">as ações vendidas não eram de uma empresa brasileira</a>.

<cite>O fundador vendeu ações da Nu Holdings Ltd., holding do grupo Nubank registrada nas Ilhas Cayman, e não ações de uma S.A. brasileira. Como se trata de uma empresa estrangeira e o vendedor não é residente, essa operação não é tributada pelo Brasil”, explicou.</cite>

Ainda segundo o advogado, se a holding fosse brasileira, mesmo vivendo no Uruguai, o empresário seria tributado no Brasil. “Não foi a mudança para o Uruguai que gerou a economia, mas sim o fato da empresa controladora não estar sediada no Brasil”.

Ribeiro Fialho afirmou que o valor aplicado à transação realmente é de 22,5%, teto aplicável no Brasil para ganho de alto valor. Nesse caso, se o empresário fosse residente fiscal no Brasil e tivesse vendido ações de uma empresa brasileira, o ganho de capital seria tributado progressivamente, até a alíquota máxima de 22,5%.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/comprova/escritorio-da-mulher-de-moraes-foi-contratado-pelo-banco-master-mas-n-o-ha-indicios-de-envolvimento-em-fraude-1.3343328" target="_self">Escritório da mulher de Moraes foi contratado pelo Banco Master, mas não há indícios de envolvimento em fraude</a> 
<a href="https://opopular.com.br/comprova/novo-mecanismo-do-pix-reforca-combate-a-golpes-e-n-o-afeta-sigilo-ou-rotina-dos-usuarios-1.3342929" target="_self">Novo mecanismo do Pix reforça combate a golpes e não afeta sigilo ou rotina dos usuários</a> 
<a href="https://opopular.com.br/comprova/como-se-proteger-de-golpes-em-sites-fraudulentos-na-black-friday-1.3342921" target="_self">Como se proteger de golpes em sites fraudulentos na Black Friday</a></div>

É dessa conta que surge o número citado nas redes:

<ul>
	<li>Montante vendido: cerca de R$ 2,3 bilhões</li>
	<li>Alíquota máxima de ganho de capital: 22,5%</li>
	<li>Imposto potencial: cerca de R$ 500 milhões</li>
</ul>

Mas, como já dito, como a operação envolveu ações de uma holding estrangeira, a alíquota brasileira não se aplica.

<h2>Mudar para outro país exime&nbsp;do&nbsp;pagamento de imposto no Brasil?</h2>

De acordo com o especialista ouvido pelo Comprova, mudar de país não elimina impostos devidos ao Brasil quando:

<ul>
	<li>O ganho ocorre em ativo localizado no Brasil.</li>
	<li>A renda tem fonte brasileira.</li>
	<li>O contribuinte não entrega a declaração de saída definitiva.</li>
</ul>

O ponto crucial deste caso não é a mudança de país, e sim o fato da empresa cujas ações foram vendidas ser estrangeira (Cayman) e do Uruguai adotar um sistema de tributação territorial, que normalmente não alcança ganhos de capital obtidos fora do país.

O Nubank foi procurado por e-mail, mas não respondeu aos questionamentos do Comprova.

<h2>Quem criou o conteúdo investigado pelo Comprova</h2>

O criador da publicação se apresenta como um empreendedor e investidor e publica posts sobre o mercado financeiro. Em sua conta no X, tem 6,2 mil seguidores. O post sobre a negociação feita por Vélez teve 799,2 mil visualizações, 9 mil curtidas, 506 compartilhamentos e 258 comentários até 3 de dezembro de 2025.

<h2>Por que as pessoas podem ter acreditado</h2>

A publicação usa fatos reais, como a negociação feita pelo empresário e a mudança de endereço dele, mas descontextualiza o motivo real que levou ao não pagamento de R$ 500 milhões em impostos. É uma tática frequentemente usada por desinformadores, que costumam apresentar uma informação, imagem ou vídeo verídico, mas sem o contexto original.

Os números citados também são impactantes, o que pode levar a conclusões precipitadas no momento em que as pessoas podem acabar ficando indignadas pelo fato do montante tão vultoso não ser arrecadado pelos cofres públicos.

Fontes que consultamos: Reportagens e vídeos sobre o tema e o advogado Marco Túlio Ribeiro Fialho.

Por que o Comprova investigou essa publicação: O Comprova monitora conteúdos suspeitos publicados em redes sociais e em aplicativos de mensagens sobre políticas públicas, saúde, mudanças climáticas, eleições e golpes virtuais, e abre investigações para aquelas publicações que obtiveram maior alcance e engajamento. Você também pode sugerir verificações pelo&nbsp;<a href="https://api.whatsapp.com/send?l=pt_pt&amp;phone=5511970454984&amp;text=Quero%20enviar%20um%20conte%C3%BAdo" target="_blank">WhatsApp +55 11 97045-4984</a>.

Outras checagens sobre o tema: O sistema tributário no Brasil é alvo frequente de desinformação nas redes sociais. O Comprova já&nbsp;<a href="https://projetocomprova.com.br/publica%C3%A7%C3%B5es/norma-que-obriga-fintechs-a-informar-receita-sobre-operacoes-acima-de-r-2-mil-ja-existe-para-bancos-e-nao-tributa-pix/" target="_blank">mostrou que a norma que obriga fintechs a informar Receita sobre operações acima de R$ 2 mil já existe para bancos e não tributa Pix</a>&nbsp;e&nbsp;<a href="https://projetocomprova.com.br/publica%C3%A7%C3%B5es/entenda-a-proposta-de-tributacao-de-dividendos-feita-pelo-governo-federal/" target="_blank">explicou a proposta de tributar dividendos feita pelo governo federal</a>.

Notas da comunidade: Não foram adicionadas notas da comunidade à publicação feita no X.

&nbsp;

Não foi a mudança de dono do Nubank para o Uruguai que evitou imposto na venda de ações

COMPROVA 

WEBSTORIES: Prisão ex-prefeito

Prfeito Iporá invade casa

O ex-prefeito Naçoitan Leite, de Iporá, no oeste de Goiás, foi <a href="https://opopular.com.br/politica/stf-condena-nacoitan-por-audio-sobre-eliminar-lula-e-moraes-1.3344339" target="_self">condenado por defender "eliminar"</a> o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e o presidente Luiz Inácio Lula (PT), em um áudio. Além de cumprir pena, que foi revertida por prestações de serviços e estudos, ele terá que pagar uma indenização de R$ 5 milhões, com outros condenados pelos mesmos crimes relacionados aos atos de 8 de janeiro.&nbsp;&nbsp;

Ao POPULAR, a defesa de Leite, por meio de nota, informou que irá recorrer da decisão. Segundo o advogado Cassius Moraes, os recursos irão esclarecer os equívocos e restabelecer a correta interpretação dos fatos (veja íntegra do comunicado ao final desta reportagem).&nbsp;

<cite>"O fato atribuído ao Sr. Naçoitan Leite não possui qualquer relação com os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, embora essa premissa tenha sido usada como fundamento central da decisão, além de existirem potenciais impedimentos envolvendo ministros da Primeira Turma que precisam ser melhor analisados", cita o advogado.&nbsp;</cite>

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/stf-condena-nacoitan-por-audio-sobre-eliminar-lula-e-moraes-1.3344339" target="_self">STF condena Naçoitan por áudio sobre 'eliminar' Lula e Moraes</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/nacoitan-que-defendeu-eliminar-lula-e-moraes-vira-reu-no-stf-1.3238858" target="_self">Naçoitan, que defendeu 'eliminar Lula e Moraes', vira réu no STF</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/prefeito-de-ipora-e-alvo-de-operac-o-que-investiga-fraudes-em-licitac-es-com-prejuizo-de-mais-de-r-5-milh-es-diz-pc-1.3204027" target="_self">Prefeito de Iporá é alvo de operação que investiga fraudes em licitações com prejuízo de mais de R$ 5 milhões, diz PC</a></div>

A sentença é da segunda turma do STF, que é composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. O relator na Corte foi o próprio Moraes.&nbsp;

"O réu, portanto, difundiu mensagem de áudio com o nítido objetivo de incitar publicamente a prática de crimes contra Ministro do Supremo Tribunal Federal e contra o Presidente da República Luís Inácio Lula da Silva", cita decisão.

No relatório do julgamento, Moraes ressaltou que Naçoitan, entre outubro de 2022 e novembro de 2022, veiculou a várias pessoas discurso para “eliminar” o presidente, à época candidato eleito, e o ministro do Supremo, em possível situação de “guerra civil”.

<h2>Entenda: Obrigações e deveres de Naçoitan Leite, segundo a decisão do STF:</h2>

Prestação de serviços à comunidade

<ul>
	<li>Total: 60 horas</li>
	<li>Cumprimento: mínimo de 20 horas por mês</li>
	<li>Local: definido pelo juízo da execução</li>
</ul>

Curso presencial sobre democracia

<ul>
	<li>Tema: “Democracia, Estado de Direito e Golpe de Estado”</li>
	<li>Carga horária: 12 horas</li>
	<li>Estrutura: 4 módulos de 3 horas cada</li>
</ul>

Restrições pessoais

<ul>
	<li>Proibido sair da comarca até o fim da pena</li>
	<li>Proibido de usar redes sociais até a extinção da pena</li>
	<li>Suspensão dos passaportes brasileiros</li>
	<li>Revogação de registro ou porte de arma de fogo, caso tenha&nbsp;</li>
</ul>

Multa e indenização

<ul>
	<li>20 dias-multa, cada um equivalente a 1 salário mínimo à época dos fatos</li>
	<li>Indenização por danos morais coletivos, no valor de R$ 5 milhões (pagamento solidário com outros condenados da trama golpista&nbsp;</li>
	<li>Destino: Fundo federal&nbsp;</li>
</ul>

<h2>Veja outras polêmicas e crimes investigados contra ex-prefeito&nbsp;</h2>

<div attr-cid="policy:1.3344677" attr-version="policy:1.3344677:1764709984" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3344677" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3344677', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3344677">WEBSTORIES: Prisão ex-prefeito (1.3344677)</a></div>

Naçoitan Leite foi eleito prefeito de Iporá em 2016 e reeleito em 2020, período marcado por episódios polêmicos. Inicialmente filiado ao PSDB, migrou para o União Brasil após se aproximar da gestão do governador Ronaldo Caiado. Em 2022, porém, após a divulgação do áudio em que defendia “eliminar” o ministro Alexandre de Moraes e o presidente Lula, sua filiação foi suspensa pela direção nacional do partido.

Durante a pandemia de Covid-19, em 2020, Naçoitan se posicionou contra um decreto estadual que determinava isolamento social e restringia a abertura do comércio, mas recuou dias depois. Em 2018, foi flagrado tentando impedir agentes do Detran-GO de realizar uma blitz do programa Balada Responsável durante uma festa na cidade.

No fim de 2023, o <a href="https://opopular.com.br/politica/apos-denuncia-do-mp-go-nacoitan-nomeia-gestor-da-prefeitura-1.3088931" target="_self">ex-prefeito foi preso e afastado do cargo após invadir a casa da ex-mulher</a> e efetuar disparos contra a porta do quarto onde ela estava com o namorado (veja vídeo abaixo). Em fevereiro de 2024, conseguiu liberdade provisória e reassumiu a Prefeitura de Iporá. O processo sobre o caso ainda está em andamento.

<div attr-cid="policy:1.3084630" attr-version="policy:1.3084630:1700354660" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3084630" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3084630', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3084630">Prfeito Iporá invade casa (1.3084630)</a></div>

Enquanto esteve preso, sob pressão do Ministério Público de Goiás (MP-GO) e de políticos locais, a Câmara Municipal chegou a discutir seu impeachment. No entanto, o processo foi arquivado após 90 dias sem avanço nas coletas de depoimentos dele e de testemunhas previstas.

<h2>Naçoitan Leite: Investigado por fraude em licitações&nbsp;</h2>

Em novembro do ano passado, <a href="http://opopular.com.br/cidades/prefeito-de-ipora-e-alvo-de-operac-o-que-investiga-fraudes-em-licitac-es-com-prejuizo-de-mais-de-r-5-milh-es-diz-pc-1.3204027" target="_self">Naçoitan Leite foi alvo de uma operação da Polícia Civil</a> de Goiás (PCG) por suspeita de fraudes em licitações de diversos contratos na área de saúde. As irregularidades, segundo as investigações, ocorreram em 2021. O prejuízo estimado aos cofres públicos foi de mais de R$ 5 milhões.&nbsp;

A investigação foi conduzida pelo delegado Bruno Barros Ferreira, que ao POPULAR, na época, informou que quatro empresas se organizavam para concorrer no processo fraudulento e quando eram contratadas cobravam um preço acima da média de mercado.

"Elas praticaram sobrepreço no âmbito da execução desses contratos. Em alguns casos, nós observamos que a variação de preço em relação a que eles praticassem no mercado foi da ordem de 21.700%. E pelo menos dos itens que foram avaliados, mais de 80% apresentavam na média um preço maior do que o do mercado", afirmou o investigador.

Durante a ação policial, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão contra seis pessoas e oito empresas. Agentes estiveram em endereços de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Trindade, Santo Antônio de Goiás, Cezarina, Iporá e Palmas, no Tocantins.

Íntegra da nota da defensa de Naçoitan Leite&nbsp;

A defesa recebe a decisão da Primeira Turma do STF com respeito, mas destaca que há pontos que demandam esclarecimento. 
 
O fato atribuído ao Sr. Naçoitan Leite não possui qualquer relação com os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, embora essa premissa tenha sido usada como fundamento central da decisão, além de existirem potenciais impedimentos envolvendo ministros da Primeira Turma que precisam ser melhor analisados. 
 
O mesmo fato já havia sido investigado pela Polícia Federal, ocasião em que a Justiça Federal de Goiás, acompanhando parecer do Ministério Público Federal, concluiu pela inexistência de crime. 
A aplicação de cinco medidas restritivas para substituir uma pena de três meses de detenção, acrescida de condenação solidária por dano moral coletivo, revela evidente desproporção e extrapola o escopo da denúncia.

Colaborou Aline Goulart, do g1 Goiás

Ex-prefeito de Iporá, Naçoitan Leite é condenado por defender 'eliminar' Moraes e Lula

Prestação de serviços 

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) <a href="https://opopular.com.br/cidades/mp-pede-a-pris-o-do-ex-prefeito-de-ipora-acusado-de-tentar-matar-a-ex-e-o-namorado-dela-1.3227639" target="_self">condenou o ex-prefeito de Iporá Naçoitan Leite</a> por “incitação ao crime equiparada pela animosidade das Forças Armadas contra os Poderes Constitucionais”. O processo é referente a um áudio compartilhado por Naçoitan pelo WhatsApp em novembro de 2022, em que ele fala sobre “eliminar” o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o ministro do STF Alexandre de Moraes. A defesa do ex-prefeito disse que irá recorrer.

Naçoitan foi condenado a três meses de detenção, mas a pena foi convertida a restrição de direitos, com a prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas por 60 horas. O ex-prefeito ainda terá de participar de curso presencial, elaborado pelo Ministério Público Federal, com temática Democracia, Estado de Direito e Golpe de Estado, com carga horária de 12 horas. O ex-prefeito também está proibido de se ausentar da comarca em que mora e de usar as redes sociais, até a extinção da pena.

Além disso, o STF determinou que o passaporte de Naçoitan continue suspenso e que seja revogado o registro ou porte de arma de fogo, se existir. O tribunal ainda condenou o ex-prefeito a 20 dias-multa, cada um no valor de um salário mínimo referente à época do crime. Por fim, foi determinada a multa de R$ 5 milhões, como pagamento do valor mínimo indenizatório a título de danos morais coletivos, a ser pago de forma solidária pelos demais condenados.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/nacoitan-que-defendeu-eliminar-lula-e-moraes-vira-reu-no-stf-1.3238858" target="_self">Naçoitan, que defendeu 'eliminar Lula e Moraes', vira réu no STF</a> 
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O documento prevê que, em caso de descumprimento injustificado, a pena restritiva de direitos será convertida em privativa de liberdade. A decisão foi tomada em sessão virtual, realizada entre 14 e 25 de novembro. A decisão foi publicada na quarta-feira (26).

<a href="https://opopular.com.br/politica/nacoitan-que-defendeu-eliminar-lula-e-moraes-vira-reu-no-stf-1.3238858" target="_self">Quando Naçoitan compartilhou o áudio</a>, Lula havia derrotado Jair Bolsonaro (PL) nas urnas, mas o petista ainda não tinha tomado posse. Na época, apoiadores de Bolsonaro que não aceitavam o resultado da eleição estavam realizando movimentos por diferentes regiões do País, com a interdição de estradas. Naçoitan era apoiador de Bolsonaro e, no áudio, comentava esses movimentos.

“Até a nossa liberdade está em jogo também. Nós temos que eliminar o Alexandre de Moraes e o Lula. Dois homens estão acabando com o Brasil. Vai virar uma guerra civil por causa de dois homens. Então vamos arregaçar as mangas. Ou é agora, ou vamos virar a Venezuela, ou pior que a Venezuela, porque o presidente da Argentina já tá morando no Brasil”, disse Naçoitan, conforme registro feito em uma peça do processo.

Em nota, o advogado do ex-prefeito, Cassius Ferreira Moraes, afirmou que a defesa recebeu a decisão “com serenidade e respeito, mas recorrerá para sanar contradições e omissões do acórdão”. O advogado argumentou que “o fato narrado na denúncia não possui qualquer vínculo com os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, embora essa premissa tenha sido usada como fundamento decisório”.

De acordo com o advogado, não houve pedido de aplicação de pena pecuniária, “que foi fixada de ofício e, indevidamente, em solidariedade com autores de atos antidemocráticos”. “A defesa confia que os recursos esclarecerão tais equívocos e restabelecerão a correta interpretação do caso”, afirmou. Cassius afirmou que o início do cumprimento da pena deve ser suspenso por causa da apresentação do recurso.

<h2>Histórico</h2>

Naçoitan foi eleito prefeito de Iporá em 2016 e reeleito em 2020, em período em que acumulou episódios polêmicos. Em 2020, ele foi eleito pelo PSDB, mas se aproximou da gestão do governador Ronaldo Caiado e migrou para seu partido, o União Brasil. No entanto, em 2022, após o episódio com o áudio contra Moraes e Lula, a filiação foi suspensa pela direção nacional da sigla.

Em 2020, em um dos momentos mais críticos da pandemia, Naçoitan se posicionou contra decreto do governo de Goiás que determinou o isolamento social e impediu a abertura de parte do comércio. Em seguida, Naçoitan recuou. Em 2018, o ex-prefeito foi flagrado tentando impedir que agentes do Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) realizassem blitz do programa Balada Responsável durante uma festa na cidade.

No final de 2023, Naçoitan foi preso e afastado do cargo após invadir a casa da ex-mulher e efetuar disparos com arma de fogo contra a porta do quarto em que ela estava com o namorado. Em fevereiro de 2024, o ex-prefeito conseguiu liberdade provisória e voltou ao comando da Prefeitura de Iporá. O processo sobre o caso ainda está em andamento.

No período em que Naçoitan esteve preso, em meio a pressão do Ministério Público de Goiás (MP-GO) e de políticos locais, a Câmara Municipal chegou a discutir o impeachment do então prefeito, mas o processo foi arquivado após os 90 dias de trabalho da comissão transcorreram sem avanço nos depoimentos necessários.