Goiás pode se tornar referência em transporte multimodal de cargas na América Latina ao abrigar um hub completo para recebimento e despacho de mercadorias. Isso será possível a partir da inauguração do futuro Aeroporto de Cargas de Anápolis, uma obra que, junto com sua vizinha Plataforma Multimodal, deve otimizar a movimentação de cargas no Estado, garantindo menor custo e mais rapidez para o transporte. Isso significará maior competitividade para as empresas goianas. O aeroporto terá uma pista com 3,3 mil metros de extensão e 45 metros de largura para receber aviões cargueiros com capacidade para 400 toneladas de cargas, que custará cerca de R$ 140 milhões. A obra é considerada estratégica, porque nascerá tendo um Porto Seco como âncora e vizinho a uma futura Plataforma Multimodal que, assim como ele, também tem pressa para ser concluída. Para o superintendente do Porto Seco de Anápolis, Edson Tavares, após um longo atraso, essa é uma obra que nasce com viabiabilidade econômica. Com o aeroporto, cargas internacionais de alto valor agregado, como componentes eletrônicos, que passam sobre Goiás para desembarcarem somente em aeroportos do Sudeste, para só depois voltarem para cá por transporte rodoviário a um alto custo, desembarcarão diretamente em Anápolis (veja quadro). Desembaraço Um bom exemplo são as cargas de produtos fármacos. Segundo Edson, o aeroporto vai acelerar o desembaraço alfandegário, pois as cargas serão enviadas diretamente para o Porto Seco. “O importante é que ele nasça sem vícios, ou seja, não pode ser um local para armazenagem de cargas, o que onera muito os custos”, alerta o superintendente. No Aeroporto de Cargas, os aviões estacionarão na própria doca de descarga. No local, haverá uma extensão do Porto Seco com armazém de transição alfandegária e a carga sairá de lá com uma declaração de trânsito aduaneiro. “Será um dos aeroportos mais modernos do País e com baixo custo operacional. Isso será um grande diferencial na Copa do Mundo de 2014”, destaca Edson. Com o Aeroporto de Cargas, a Plataforma Multimodal e a conclusão da Ferrovia Norte-Sul, as cargas de alto valor agregado poderão chegar de avião, enquanto as de menor valor virão em contêineres pela ferrovia para serem distribuídas do Centro-Oeste para todo País. no futuo, para o superintendente do Porto Seco, faltará espaço para tantos aviões no aeroporto. Ele acredita que a própria proximidade com a Base Aérea de Anápolis, que possui todos os instrumentos de navegação necessários, será um diferencial, além de Goiás contar com uma farta mão de obra qualificada para manutenção de aeronaves. Essa qualificação será ainda maior com a instalação do futuro Parque Tecnológico da Aeronáutica na cidade. “Toda manutenção de aeronaves poderá ser feita no Aeroporto de Cargas, que será bem maior”, completa o superintendente. A expectativa é que o Aeroporto de Cargas de Anápolis também ajude a desafogar os aeroportos de Brasília e Goiânia na movimentação de cargas. Para o coordenador da Plataforma Multimodal de Goiás em Anápolis, João Bosco Adorno, se o aeroporto conseguir captar apenas 25% dessa carga que passa por cima do Estado para ser desembarcada em São Paulo, já será muito bom. “E essa é uma previsão muito modesta”, garante João Bosco. Ele lembra que o fato de Goiás abrigar os três modais de transporte (aéreo, ferroviária e terrestre) será extremamente importante para reduzir o custo das empresas.-Imagem (Image_1.224549)-Imagem (1.224686)-Imagem (1.224685)-Imagem (1.224684)-Imagem (1.224683)-Imagem (1.224682)-Imagem (1.224681)-Imagem (1.224680)