O aumento generalizado de preços de diversos produtos afeta o orçamento das famílias goianas com mais força desde o ano passado. Agora, com a guerra na Ucrânia, novas pressões devem ocorrer. Líder de operação da área internacional da Blue 3, Fernando Bueno explica que o efeito imediato do conflito virá no petróleo, o que deve ser sentido pelos consumidores mais rapidamente, porque a Rússia é uma grande produtora. Já os efeitos do dólar o especialista acredita que não deve ser tão imediato, porque vinha de queda desde o início do ano. Mas, se a crise se estender, é esperado que a alta da moeda possa pressionar a inflação desde os alimentos até os equipamentos eletrônicos, carros, que têm o custo relacionado com a moeda estrangeira. “Neste momento, pressiona principalmente combustíveis, fertilizantes, que é matriz do agronegócio, forte no Brasil. Os agricultores já sentiam o aumento dos fertilizantes pelo dólar, pela pandemia de Covid-19 e, agora, nova pressão.” Já do ponto de vista das empresas, Fernando avalia que é percebido retração econômica que leva a maior cautela para os investimentos e reserva de caixa mais forte. “Isso pode enxugar dinheiro do mercado e tem, por outro lado, a pressão inflacionária que persiste desde o início da pandemia de Covid-19.” Os fatores têm indicado, como ressalta, para um processo inflacionário em todo o mundo com aumento das taxas de juros. Diferente do cenário em que o Brasil conseguiu segurar a alta da Selic, agora há ambiente que deixa de ser propício aos grandes movimentos de empresas do agronegócio goiano, por exemplo, que realizaram IPOs em 2021.