O grupo de transportes puxou a inflação em Goiânia no ano passado e este ano novamente reforça a pressão nos custos, como explica o chefe do IBGE em Goiás, Edson Roberto Vieira. “Na Pesquisa mensal de Comércio, quando olhamos janeiro, percebemos que tivemos uma queda de 14,3% nas vendas de combustíveis comparado com janeiro do ano passado.” O resultado, como afirma, pode justificar o fato de que houve recuo dos preços em fevereiro, que se refletiu no Índice Nacional dos Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado nesta sexta-feira (11). A pesquisa não captou o que aconteceu nesta semana com o repasse do aumento do petróleo no mercado internacional. Porém, foi percebido o movimento do setor impulsionado pela queda da demanda originada exatamente pelo patamar elevado dos preços. Promoções realizadas semanas antes do aumento anunciado pela Petrobras seriam reflexo desse cenário. “No resultado acumulado de 12 meses, a gente tem combustíveis com elevação de 34,09%. O óleo diesel, que como se sabe é o combustível das mercadorias, aumentou 42%. ”Edson explica que ainda há espaço para mais aumentos porque a pesquisa mostra que nem toda elevação na porta da indústria chegou ao consumidor final, apesar de todo o impacto já percebido na inflação. “O cafezinho está 69% mais caro, o transporte por aplicativo 52,7%. As pessoas até querem consumir, mas estão sem condições.” Diretor para aplicativos da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Dudu Garcia pontua que a categoria encontra situação grave, porque muitos não sabem como viabilizar o trabalho.