A Equatorial Goiás, empresa responsável pela distribuição de energia elétrica no estado, foi multada em R$ 15 milhões pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) por compartilhamento indevido de informações do cadastro de consumidores com uma comercializadora que faz parte do mesmo grupo empresarial. A informação foi divulgada pela Aneel nesta quinta-feira (9).De acordo com a Aneel, a fiscalização foi motivada por uma denúncia sobre práticas contra a livre concorrência. A agência informou que o caso confere vantagem competitiva indevida no ambiente de contratação livre. Como previsto em resolução normativa de 2019, a conduta foi enquadrada como de natureza grave. No entanto, a Equatorial ainda pode apresentar defesa. A Aneel explicou que o processo pode subir para análise da Diretoria Colegiada, que será responsável por tomar decisão final sobre o tema.Em nota, a Equatorial Goiás afirmou que o processo junto à Aneel ainda está em andamento e destacou que ainda não se trata de decisão definitiva, cabendo recurso nas instâncias administrativas competentes. A distribuidora informou que acompanha continuamente o caso, “assegurando que todos os questionamentos e informações pertinentes sejam devidamente tratados junto à agência”.A companhia também ressaltou compromisso com o cumprimento da legislação brasileira, normas regulatórias do setor elétrico, incluindo a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). A empresa também citou comprometimento em “operar com ética, responsabilidade e respeito à sociedade”. IndicadoresA Equatorial faz parte de um grupo brasileiro e atua em Goiás desde o final de 2022, após comprar a antiga Celg-D da italiana Enel. O POPULAR mostrou em abril que a Equatorial ficou em penúltimo lugar no ranking de desempenho de distribuidoras de grande porte do País, publicado pela Aneel. A lista tem 31 empresas e é referente ao serviço prestado em 2024.A posição é resultado de indicadores que demonstram que, no ano passado, o consumidor goiano ficou, em média, 15,91 horas sem energia, número maior do que o limite de 11,43 que havia sido estipulado pela Aneel. A frequência das quedas no estado foi de 7,61, resultado que ficou abaixo do limite de 7,73. Na época, a Equatorial apontou que o resultado ficou dentro do esperado e destacou que encontrou a empresa com rede defasada e com necessidade de investimentos.Em setembro, a empresa informou que, desde a sua chegada no estado, já investiu mais de R$ 5,3 bilhões na modernização e ampliação da rede. No início do mês passado, a companhia voltou a ser alvo de pressão do setor produtivo para acelerar investimentos. O argumento de representantes do Fórum das Entidades Empresariais de Goiás é que o cronograma de investimentos não está conseguindo acompanhar o desenvolvimento do estado, colocando barreiras para o crescimento do setor.Em reação ao movimento, a Equatorial argumentou que “as obras são planejadas e realizadas para atender todos os clientes da área de concessão, com investimentos reconhecidos na tarifa de energia conforme as normas da Aneel, evitando que a conta de luz sofra reajuste em razão de projetos voltados a um grupo específico”.