O governo prevê um reajuste de 4,66% para aposentadorias e pensões do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) com valor acima do salário mínimo, segundo estimativa usada no PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual). O percentual corresponde à inflação estimada pelo governo federal para o ano de 2025, medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).

O índice final de correção, que será efetivamente aplicado a esses benefícios, será oficializado em 9 de janeiro, quando o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) vai divulgar o resultado do INPC acumulado no ano.

Já os benefícios iguais ao piso previdenciário terão o mesmo reajuste que será dado ao salário mínimo de 2026, que pode subir dos atuais R$ 1.518 para R$ 1.631, conforme estimativas do mesmo projeto orçamentário. O valor final do salário mínimo é oficializado por meio de decreto presidencial.

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Para o cálculo dos benefícios acima do piso, o PLOA considerou a projeção do INPC da grade de parâmetros macroeconômicos da SPE (Secretaria de Política Econômica) de 4 de julho, afirma o MPO (Ministério do Planejamento e Orçamento). Uma grade atualizada já foi publicada em setembro e manteve a projeção de 4,66% para o índice.

O INPC também é usado como base para reajustar o teto do INSS, que é o valor máximo de benefícios da Previdência e também é o maior valor sobre o qual são pagas as contribuições previdenciárias de quem tem salários maiores. A previsão é que o teto do INSS suba dos atuais R$ 8.157,41 para R$ 8.537,55 em 2026, considerando o reajuste estimado de 4,66%.

Hoje, de acordo com o o INSS, 12,1 milhões de beneficiários recebem acima do piso nacional. Enquanto outros 28,3 milhões dos aposentados e pensionistas recebem até um salário mínimo.

O calendário de pagamentos do INSS para 2026 ainda não foi divulgado. Tradicionalmente, porém, os segurados que recebem até um salário mínimo passam a ganhar o valor reajustado nos últimos dias úteis de janeiro, enquanto os pagamentos para quem ganha acima do piso costumam começar no primeiro dia útil de fevereiro.

<h2>E O SALÁRIO MÍNIMO?</h2>

O salário mínimo nacional, que passa por reajustes anuais, está atualmente em R$ 1.518. O governo estima que em 2026 ele pode subir para R$ 1.631, segundo dados usados no PLOA, encaminhado ao Congresso Nacional no dia 29 de agosto. O valor representa um aumento de 7,45%. Para essa projeção, foi considerada a estimativa de inflação de 4,78%.

O reajuste do piso leva em conta a inflação do INPC no período de 12 meses até novembro do ano anterior, somada à variação do PIB de dois anos antes, limitada a 2,5%, devido à regra de ajuste fiscal do governo.

Para os anos seguintes, o governo prevê, nas projeções enviadas no PLOA, um salário mínimo de R$ 1.725 em 2027, R$ 1.823 em 2028 e R$ 1.908 em 2029.

Apesar das projeções, os valores exatos vão depender da inflação que for efetivamente registrada pelo IBGE e do crescimento do país.

O salário mínimo é o menor valor que o INSS pode pagar em aposentadorias, pensões, auxílios-doença e BPC (Benefício de Prestação Continuada). Seu reajuste pressiona os gastos do governo por ser a referência para benefícios previdenciários e sociais, funcionando como baliza para uma série de despesas obrigatórias do Poder Executivo.

Sempre que há reajuste, quem recebe aposentadoria, auxílio-doença, pensão por morte e BPC no valor do piso também passa a ganhar o novo salário mínimo.

Aposentadorias do INSS acima do mínimo têm reajuste previsto de 4,66% para 2026; entenda

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Matéria - Economia

Aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que desejam contestar descontos indevidos em seus benefícios têm até o dia 14 de novembro para registrar o pedido nos canais oficiais do instituto.

De acordo com o INSS, desde a abertura do sistema, em maio, 5,9 milhões de contestações já foram registradas por beneficiários que não reconheceram os descontos feitos por entidades associativas.

A contestação é o primeiro passo para garantir a devolução dos valores cobrados indevidamente. Após essa etapa, o segurado poderá aderir ou não ao acordo —o prazo para essa segunda fase continua aberto.

O registro da contestação pode ser feito por três canais: no Meu INSS (aplicativo ou site), no serviço "Consultar Descontos de Entidades Associativas"; pela Central 135, em ligação gratuita de segunda a sábado, das 7h às 22h; ou presencialmente nos Correios, que oferecem o atendimento em mais de 5 mil agências.

O prazo oficial informado pelo INSS para o envio das contestações é o dia 14 de novembro.

No aplicativo, ao clicar em "Não autorizei o desconto", o beneficiário registra a contestação, e a entidade tem até 15 dias úteis para responder. Caso não apresente uma resposta, o sistema abre automaticamente a opção para os aposentados e pensionistas fazerem a adesão ao acordo de ressarcimento.

De acordo com o INSS, o governo devolveu, até o momento, R$ 2,4 bilhões a 3,6 milhões de aposentados e pensionistas, o que representa 75,3% do total de beneficiários que estão aptos a aderir ao acordo de ressarcimento (4,7 milhões no total). O pagamento é feito diretamente na conta do benefício, com correção pela inflação (IPCA).

A adesão ao acordo é obrigatória para quem deseja receber os valores de forma administrativa, diretamente na conta em que recebe a aposentadoria ou pensão, sem necessidade de recorrer à Justiça.

O pagamento é integral, mas condicionado à desistência de eventual ação judicial contra o INSS com pedido de indenização por danos morais ou devolução em dobro. Ainda será possível, no entanto, acionar judicialmente a entidade que realizou o desconto.

O valor a ser recebido pode ser consultado antes da adesão, tanto pelo aplicativo ou site Meu INSS quanto presencialmente em uma agência dos Correios. A assinatura do acordo é gratuita, não exige envio de documentos e deve ser feita exclusivamente por esses dois canais.

QUEM PODE ADERIR AO ACORDO?

- Beneficiários que contestaram descontos indevidos e não receberam resposta da entidade em até 15 dias úteis;

- Quem recebeu resposta irregular da entidade, como assinaturas falsificadas ou gravações de áudio no lugar de comprovantes válidos;

- Quem sofreu descontos entre março de 2020 e março de 2025;

- Beneficiários com processo na Justiça, desde que ainda não tenham recebido os valores (nesse caso, é preciso desistir da ação para aderir ao acordo).

O INSS pagará 5% de honorários advocatícios em ações individuais propostas antes de 23 de abril de 2025.

COMO ACEITAR O ACORDO PELO MEU INSS?

1 - Acesse o aplicativo Meu INSS com CPF e senha;

2 - Vá até "Consultar Pedidos" e clique em "Cumprir Exigência" em cada pedido (se houver mais de um);

3 - Role a tela até o último comentário, leia com atenção e, no campo "Aceito receber", selecione "Sim";

4 - Clique em "Enviar". É preciso, então, aguardar o pagamento.

COMO PEDIR A DEVOLUÇÃO DE DESCONTOS INDEVIDOS?

Pelo Meu INSS:

- Entre no site ou aplicativo Meu INSS

- Informe seu CPF e a senha cadastrada

- Siga para "Do que você precisa?"

- Digite: "Consultar descontos de entidades"

- Caso tenha descontos, marque se foram ou não autorizados

- Informe email e telefone para contato

- Declare se os dados são verdadeiros

- Confirme no botão "Enviar Declarações"

&nbsp;

Presencialmente:

Aposentados também podem procurar agências dos Correios para buscar ajuda com a consulta e o pedido de devolução de descontos indevidos.

 
CUIDADO COM GOLPES

O INSS alerta para que os segurados tenham cuidado com golpes nesse período. O instituto não envia links, SMS ou mensagens com pedido de dados. Além disso, não cobra taxas nem solicita intermediários.

Toda a comunicação sobre os documentos é feita pelos canais oficiais. Assim, em caso de dúvidas, os segurados devem acessar o aplicativo Meu INSS, a Central 135 ou ir a uma agência dos Correios.

Prazo para contestar descontos indevidos do INSS termina no dia 14 de novembro

FIQUE LIGADO

Trabalhadores, aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e de regimes próprios e servidores públicos com salários de até R$ 5.000 ficarão isentos do pagamento do Imposto de Renda a partir de 2026, conforme projeto aprovado pelo Senado nesta quarta-feira (5).

A medida, que ainda será sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cria um desconto escalonado do IR para salários entre R$ 5.000,01e R$ 7.350. Não haverá mudança para quem ganha mais.

Cálculos feitos pela Contabilizei, empresa de contabilidade e consultoria, mostram que um trabalhador com salário de R$ 5.000 e sem dependentes vai deixar de pagar R$ 312,89 de imposto por mês. A diferença vai diminuindo até chegar a R$ 19,98 para quem ganha R$ 7.200. Os dados consideram valores a partir do salário mínimo de R$ 1.518 até salários de R$ 50 mil. Veja abaixo.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/economia/camara-aprova-ampliac-o-gradual-da-licenca-paternidade-para-20-dias-1.3332624" target="_self">Câmara aprova ampliação gradual da licença-paternidade para 20 dias</a> 
<a href="https://opopular.com.br/economia/primeira-parcela-do-13-deve-ser-paga-ate-28-de-novembro-veja-quem-recebe-e-como-e-o-calculo-1.3332127" target="_self">Primeira parcela do 13º deve ser paga até 28 de novembro; veja quem recebe e como é o cálculo</a> 
<a href="https://opopular.com.br/economia/primeira-parcela-do-13-deve-ser-paga-ate-28-de-novembro-veja-quem-recebe-e-como-e-o-calculo-1.3332127" target="_self">INSS notifica 4 milhões de segurados para fazer prova de vida</a></div>

&nbsp;

Atualmente, não há desconto do IR para quem ganha até dois salários mínimos, o que dá R$ 3.036 por mês. A faixa de isenção oficial da tabela, no entanto, é de R$ 2.428,80 mensais, mas a Receita aplica um desconto-padrão de R$ 607,20 que zera o IR nestes casos.

Além do Imposto de Renda para quem fica acima do limite de isenção, os trabalhadores também são obrigados a pagar as contribuições ao INSS. Elas são descontadas diretamente do salário mensal para quem tem carteira assinada pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

Para fazer o cálculo do desconto do IR, no entanto, as empresas consideram qual é o tipo de desconto mais vantajoso sobre o salário bruto do profissional, se pela tabela completa, que considera do INSS e o número de dependentes, ou se pelo modelo simplificado, com desconto de R$ 607,20 da base de cálculo.

&nbsp;

Como é o desconto do imposto de renda hoje&nbsp;

Salário bruto - Desconto do INSS - Imposto de Renda atual - Salário líquido hoje

R$ 1.518 - R$ 113,85 - isento - R$ 1.404,15

R$ 3.036 - R$ 257,73 - isento - R$ 2.778,27

R$ 3.200 - R$ 277,41 - R$ 12,30 - R$ 2.910,29

R$ 3.400 - R$ 301,41 - R$ 27,30 - R$ 3.071,29

R$ 3.600 - R$ 325,41 - R$ 54,76 - R$ 3.219,83

R$ 3.800 - R$ 349,41 - R$ 84,76 - R$ 3.365,83

R$ 4.000 - R$ 373,41 - R$ 114,76 - R$ 3.511,83

R$ 4.200 - R$ 397,60 - R$ 144,76 - R$ 3.657,64

R$ 4.400 - R$ 425,60 - R$ 177,89 - R$ 3.796,51

R$ 4.600 - R$ 453,60 - R$ 222,89 - R$ 3.923,51

R$ 4.800 - R$ 481,60 - R$ 267,89 - R$ 4.050,51

R$ 5.000 - R$ 509,60 - R$ 312,89 - R$ 4.177,51

R$ 5.200 - R$ 537,60 - R$ 357,89 - R$ 4.304,51

R$ 5.400 - R$ 565,60 - R$ 409,29 - R$ 4.425,11

R$ 5.600 - R$ 593,60 - R$ 464,29 - R$ 4.542,11

R$ 5.800 - R$ 621,60 - R$ 515,33 - R$ 4.663,07

R$ 6.000 - R$ 649,60 - R$ 562,63 - R$ 4.787,77

R$ 6.200 - R$ 677,60 - R$ 609,93 - R$ 4.912,47

R$ 6.400 - R$ 705,60 - R$ 657,23 - R$ 5.037,17

R$ 6.600 - R$ 733,60 - R$ 704,53 - R$ 5.161,87

R$ 6.800 - R$ 761,60 - R$ 751,83 - R$ 5.286,57

R$ 7.000 - R$ 789,60 - R$ 799,13 - R$ 5.411,27

R$ 7.200 - R$ 817,60 - R$ 846,43 - R$ 5.535,97

R$ 7.350 - R$ 838,60 - R$ 881,91 - R$ 5.629,50

R$ 8.000 - R$ 929,60 - R$ 1.035,63 - R$ 6.034,77

R$ 10 mil - R$ 951,73 - R$ 1.579,54 - R$ 7.468,73

R$ 15 mil - R$ 951,73 - R$ 2.954,54 - R$ 11.093,73

R$ 20 mil - R$ 951,73 - R$ 4.329,54 - R$ 14.718,73

R$ 30 mil - R$ 951,73 - R$ 7.079,54 - R$ 21.968,73

R$ 50 mil - R$ 951,73 - R$ 12.579,54 - R$ 36.468,73

&nbsp;

Como fica o desconto do imposto de renda em 2026?&nbsp;

Salário bruto - Desconto do INSS - IR (projeto de lei 1.087/2025) - Salário após a reforma do IR - Quanto o trabalhador deixará de pagar

R$ 1.518 - R$ 113,85 - isento - R$ 1.404,15 - já era isento

R$ 3.036 - R$ 257,73 - isento - R$ 2.778,27 - já era isento

R$ 3.200 - R$ 277,41 - isento - R$ 2.922,59 - R$ 12,30

R$ 3.400 - R$ 301,41 - isento - R$ 3.098,59 - R$ 27,30

R$ 3.600 - R$ 325,41 - isento - R$ 3.274,59 - R$ 54,76

R$ 3.800 - R$ 349,41 - isento - R$ 3.450,59 - R$ 84,76

R$ 4.000 - R$ 373,41 - isento - R$ 3.626,59 - R$ 114,76

R$ 4.200 - R$ 397,60 - isento - R$ 3.802,40 - R$ 144,76

R$ 4.400 - R$ 425,60 - isento - R$ 3.974,40 - R$ 177,89

R$ 4.600 - R$ 453,60 - isento - R$ 4.146,40 - R$ 222,89

R$ 4.800 - R$ 481,60 - isento - R$ 4.318,40 - R$ 267,89

R$ 5.000 - R$ 509,60 - isento - R$ 4.490,40 - R$ 312,89

R$ 5.200 - R$ 537,60 - R$ 71,62 - R$ 4.590,78 - R$ 286,27

R$ 5.400 - R$ 565,60 - R$ 149,65 - R$ 4.684,75 - R$ 259,64

R$ 5.600 - R$ 593,60 - R$ 231,28 - R$ 4.775,12 - R$ 233,01

R$ 5.800 - R$ 621,60 - R$ 308,95 - R$ 4.869,45 - R$ 206,38

R$ 6.000 - R$ 649,60 - R$ 382,88 - R$ 4.967,52 - R$ 179,75

R$ 6.200 - R$ 677,60 - R$ 456,81 - R$ 5.065,59 - R$ 153,12

R$ 6.400 - R$ 705,60 - R$ 530,74 - R$ 5.163,66 - R$ 126,49

R$ 6.600 - R$ 733,60 - R$ 604,67 - R$ 5.261,74 - R$ 99,86

R$ 6.800 - R$ 761,60 - R$ 678,60 - R$ 5.359,81 - R$ 73,23

R$ 7.000 - R$ 789,60 - R$ 752,53 - R$ 5.457,88 - R$ 46,60

R$ 7.200 - R$ 817,60 - R$ 826,45 - R$ 5.555,95 - R$ 19,98

R$ 7.350 - R$ 838,60 - R$ 881,90 - R$ 5.629,50 - R$ 0,00

R$ 8.000 - R$ 929,60 - R$ 1.035,63 - R$ 6.034,77 - não há diferença

R$ 10 mil - R$ 951,73 - R$ 1.579,54 - R$ 7.468,73 - não há diferença

R$ 15 mil - R$ 951,73 - R$ 2.954,54 - R$ 11.093,73 - não há diferença

R$ 20 mil - R$ 951,73 - R$ 4.329,54 - R$ 14.718,73 - não há diferença

R$ 30 mil - R$ 951,73 - R$ 7.079,54 - R$ 21.968,73 - não há diferença

R$ 50 mil - R$ 951,73 - R$ 12.579,54 - R$ 36.468,73 - não há diferença

&nbsp;

Como é feita a cobrança do IR?&nbsp;

O Imposto de Renda é um imposto pago sobre a renda dos trabalhadores. O desconto é feito todo mês, conforme tabela determinada por lei, atualizada e divulgada pela Receita Federal todos os anos. Para fazer o desconto do tributo, há direito de deduzir da base de cálculo a contribuição ao INSS e a dedução por dependentes, se houver. Há ainda a opção do desconto simplificado mensal.

A cada ano, os contribuintes precisam fazer a declaração de IR à Receita. O documento, chamado de declaração de ajuste anual, é um ajuste final entre as partes para saber quanto foi recebido, quanto há de gasto dedutível e quanto deve ou não ser devolvido pelo fisco, se for o caso.

Quem pagou mais imposto tem o direito de restituir. A restituição ocorre por meio de um calendário, conforme a data da entrega da declaração e uma fila de prioridades definidas por lei. Quem pagou menos imposto terá de acertar as contas e quitar a diferença com o fisco.

No cálculo anual, há direito a outros abatimentos, como gasto com saúde e educação, além de dependentes e Previdência. Quem paga plano de previdência privada também consegue deduzir parte do valor e pagar menos imposto no ano.

&nbsp;

*

Colaborou Luciana Lazarini

Veja como fica o salário do trabalhador com os novos descontos do IR e do INSS

WEBSTORIES: Fábrica para processar terras raras no Brasil começa testes em Aparecida de Goiânia

A fábrica que processa terras raras no Brasil apresentou os primeiros&nbsp;testes&nbsp;em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da Capital. Na semana passada, representantes&nbsp;da Agência Nacional de Mineração (ANM) visitaram as instalações da indústria, que é piloto na cidade. Embora em funcionamento, desde abril deste ano, a empresa será transferida para Nova Roma, no nordeste de Goiás, onde é extraído o mineral.&nbsp;&nbsp;

A engenheira de processos Ana Carolina Sales explicou como é feito o processo no local. Lá, as terras raras são recebidas na forma de argila iônica. A matéria-prima, inclusive, é transportada de Nova Roma,&nbsp;que fica&nbsp;próximo à divisa com&nbsp;o estado do&nbsp;Tocantins.&nbsp;&nbsp;

Segundo a especialista, em&nbsp;seu estado natural, a argila possui uma concentração de cerca de 0,1%.&nbsp;Mas, depois que é feito o&nbsp;processamento&nbsp;industrial, é&nbsp;obtido&nbsp;um carbonato com mais de 95% de terras raras.&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/mundo/eua-e-jap-o-assinam-acordo-para-garantir-fornecimento-de-terras-raras-diz-casa-branca-1.3329293" target="_self">EUA e Japão assinam acordo para garantir fornecimento de terras raras, diz Casa Branca</a> 
<a href="https://opopular.com.br/economia/goias-e-o-terceiro-estado-que-mais-recebeu-royalties-da-minerac-o-1.3323366" target="_self">Goiás é o terceiro estado que mais recebeu royalties da mineração</a> 
<a href="https://opopular.com.br/economia/para-que-servem-as-terras-raras-quem-domina-o-mercado-e-qual-a-posic-o-do-brasil-1.3320071" target="_self">Para que servem as terras raras, quem domina o mercado e qual a posição do Brasil</a></div>

Desse carbonato, ela salienta que são extraídos quatro elementos principais: o neodímio, a praseodímio, o disprósio e o térbio. São esses que&nbsp;na sequência são utilizados na&nbsp;composição de imãs, que por sua vez são&nbsp;usados em motores de carros elétricos e em engrenagens de turbinas eólicas.&nbsp;

O especialista jurídico da fábrica, Matheus Lima, apontou que&nbsp;a adição de terras raras&nbsp;aos imãs&nbsp;permite que&nbsp;eles&nbsp;suportem&nbsp;temperaturas bastantes elevadas. O que&nbsp;reflete em maior durabilidade e, além disso, gera eficiência energética.&nbsp;

<div attr-cid="policy:1.3332843" attr-version="policy:1.3332843:1762363825" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3332843" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3332843', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3332843">WEBSTORIES: Fábrica para processar terras raras no Brasil começa testes em Aparecida de Goiânia (1.3332843)</a></div>

<h2>Toneladas de argila para produzir um quilo de carbonato&nbsp;&nbsp;</h2>

Ana Paula ressalta que é necessária&nbsp;uma tonelada de argila iônica para a produção de cada quilo de carbonato de terras raras. De acordo com ela, o processo de concentração começa com a entrada do material bruto em um cilindro lavador.&nbsp;Essa primeira fase&nbsp;é&nbsp;feita&nbsp;da argila&nbsp;com uma solução usada para&nbsp;a remoção de&nbsp;substâncias indesejadas.&nbsp; 
&nbsp; 
Logo depois, o material passa por uma peneira, onde é filtrada as partículas de 1 milímetro&nbsp;em um espessador que vai separar elementos sólidos e líquidos. O resultado é uma polpa que novamente é filtrada para retirar as últimas impurezas até o sobrar apenas o carbonato de terras raras.&nbsp;&nbsp;

<h2>Fábrica em Nova Roma&nbsp;&nbsp;</h2>

O secretário estadual de Indústria e Comércio, Joel Santana Braga, reforçou que a fábrica em Aparecida de Goiânia é uma planta piloto, que funciona como&nbsp;um laboratório&nbsp;para o&nbsp;processamento&nbsp;das terras raras, mas deve ter a sua sede no&nbsp;nordeste&nbsp;goiano.&nbsp;&nbsp;

“A Aclara&nbsp;(fábrica instalada em Aparecida)&nbsp;está com o processo de licenciamento ambiental prévio aberto na&nbsp;Semad&nbsp;(Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável). Eles devem fazer a audiência pública em dezembro. Se tudo correr dentro do previsto. O licenciamento tem todo um processo que precisa ser vencido. Como foi em Serra Verde, em Minaçu”, comparou Joel Santana.&nbsp;&nbsp;

O POPULAR entrou em contato com a empresa que processo as terras raras em Aparecida para obter informações sobre os testes com o mineral e como está o cronograma para a implantação da indústria em Nova Roma, mas não houve retorno até a última atualização desta reportagem.&nbsp;&nbsp;

A reportagem também entrou em contato com a CNM e questionou sobre a avaliação dos testes na fábrica no município, mas não teve retorno.&nbsp;&nbsp;

<h2>Confira 5 perguntas para Murilo Nagato, diretor geral da Aclara do Brasil:</h2>

1) Aparecida de Goiânia seguirá com alguma estrutura?

A planta piloto foi concebida para ser uma estrutura temporária de testes e ajustes na rota de processo e beneficiamento de terras raras. Como estamos na fase de detalhamento do projeto de engenharia do empreendimento em Nova Roma, o período de funcionamento da planta ainda está em definição, pois tudo depende de estudos e análises que estamos fazendo, observando demandas e necessidades do processo.

2) A unidade piloto em Aparecida de Goiânia já está em pleno funcionamento?

Sim. A planta piloto da Aclara está em operação para validar o processo patenteado da Colheita Mineral Circular de terras raras e já produziu carbonato misto de terras raras (MREC) com pureza superior a 90%. O material vem sendo utilizado para calibração de processo e envio de amostras a parceiros tecnológicos.

3) Quais elementos de terras raras já foram extraídos ou processados?

O escopo atual é a produção de carbonato misto de terras raras (MREC), que reúne diferentes elementos. O projeto é voltado às terras raras pesadas, com destaque para o Disprósio (Dy) e o Térbio (Tb), ambos essenciais para a fabricação de ímãs permanentes de alto desempenho. Esses elementos serão separados e refinados nas etapas seguintes da cadeia produtiva.

4) Quais são os principais entraves ou exigências ambientais para a planta definitiva em Nova Roma e como a empresa está se preparando?

O Projeto Carina segue o processo regular de licenciamento ambiental em Goiás, atualmente em fase de licença prévia. A Aclara adotou um fluxo coordenado com o governo estadual, apoiado por um Memorando de Entendimentos, e também com a Prefeitura Municipal de Nova Roma por meio de um Acordo de Cooperação Técnica, que envolve suporte à infraestrutura e formação de mão de obra local.&nbsp;

O processo de Colheita Mineral Circular foi desenvolvido para minimizar impactos ambientais: não utiliza explosivos, não realiza trituração ou moagem, não gera efluentes líquidos, dispensa barragens de rejeitos, reutiliza cerca de 95% da água e recupera 99% do principal reagente, que é um fertilizante natural. Essas características estão sendo documentadas nos estudos ambientais e nas condicionantes exigidas pelos órgãos competentes.

5) Existe um cronograma definido para a implantação da fábrica em Nova Roma?

O cronograma do Projeto Carina está estruturado em marcos: licenciamento ambiental, engenharia detalhada, contratações, implantação e comissionamento. A Aclara divulgará os prazos públicos conforme cada etapa regulatória for concluída e as frentes de engenharia e suprimentos forem mobilizadas, em linha com o avanço do projeto. A empresa está trabalhando para iniciar as obras preparatórias em 2026.

Fábrica para processar terras raras no Brasil começa testes em Aparecida de Goiânia

Processamento 

Gastos ampliados

O governo estadual voltou a registrar saldo negativo entre despesas e <a href="https://opopular.com.br/politica/com-alta-de-13-8-estado-preve-receita-de-r-53-4-bilh-es-em-2026-1.3318849" target="_self">receitas no fechamento do 2º quadrimestre de 2025</a>, o que fez apresentar déficit primário de R$ 2,46 bilhões de janeiro a agosto. Além disso, Goiás lidera a lista nacional de estados com maior crescimento nos gastos, com índice de 25% ao longo dos oito primeiros meses do ano.

Os dados foram apresentados nesta terça-feira (04) pelo secretário estadual da Economia, Francisco Sérvulo Nogueira, em prestação de contas na Comissão de Tributação, Finanças e Orçamento da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). O auxiliar do governador Ronaldo Caiado (UB) apontou “preocupação” e necessidade de “vigilância” e “cautela”.

O resultado amplia a situação já registrada ao fim do primeiro semestre, quando o estado teve saldo negativo de R$ 960 milhões, em valor que considera apenas o caixa do governo. Já o déficit nominal, que inclui recebíveis e pagamentos da dívida, passou de R$ 640 milhões até o fim de junho para R$ 2,24 bilhões em agosto.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/senado-libera-novo-limite-e-viabiliza-goias-no-propag-1.3327937" target="_self">Senado libera novo limite e viabiliza Goiás no Propag</a> 
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<a href="https://opopular.com.br/politica/com-alta-de-13-8-estado-preve-receita-de-r-53-4-bilh-es-em-2026-1.3318849" target="_self">Com alta de 13,8%, estado prevê receita de R$ 53,4 bilhões em 2026</a></div>

O total de receitas no período foi de R$ 31,75 bilhões, enquanto as despesas saltaram para R$ 33,29 bilhões, o que gera o déficit orçamentário de R$ 1,54 bilhão. A última vez que Goiás teve déficit no período ocorreu nos anos de 2018, com resultado negativo de R$ 1,18 bilhão, e 2019, com R$ 670 milhões.

De acordo com a Economia, o resultado foi causado pela ocorrência de “despesas extraordinárias”, como recomposições dos depósitos judiciais, antecipação de pagamento de precatórios e pagamentos de RPV (Requisições de Pequeno Valor), mas o secretário não detalhou os valores de cada conta na apresentação aos deputados. Além dos pagamentos, Sérvulo apontou “preocupação” com a elevação de despesas correntes, como a folha de pessoal e os gastos vinculados com o custeio da saúde.

A soma dos valores resultou no maior índice de crescimento da despesa entre os estados brasileiros, com elevação de 25% nos oito primeiros meses do ano. Apenas outros três estados tiveram resultado próximo ao goiano: Alagoas (21,75%), Ceará (21,51%) e Sergipe (21,26%), sendo que a média nacional é de 9,08%. Estados endividados tiveram porcentual bem inferior ao de Goiás, como Rio de Janeiro (2,61%), Rio Grande do Sul (3,51%) e Minas Gerais (14,95%).

Já a receita teve subida total de 8,04%, mas ficou em apenas 2,2% no cálculo da Economia em valores reais atualizados. O presidente da Comissão de Finanças da Alego, Wagner Camargo Neto (SD), questionou o secretário sobre o crescimento dos gastos. “Isso não é algo preocupante para nós?”, perguntou.

“É uma preocupação nossa. Especialmente porque nós não temos previsão de receitas extraordinárias para suprir esse crescimento. Então, é necessário que tenhamos uma cautela muito grande quanto ao crescimento das despesas, especialmente porque algumas delas foram extraordinárias, mas isso também reflete o crescimento da folha de pessoal, que neste ano foi de R$ 2,3 bilhões. É uma preocupação que está colocada como fundamental e precisamos ter cautela para que isso não se torne um problema”, respondeu Sérvulo.

<h2>Orçamento</h2>

O encontro também serviu para apresentação do projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2026, que começou a tramitar na última semana, com prazo de emendas parlamentares até 3 de dezembro e votação final prevista para até o dia 15 de dezembro. O relator, Lineu Olímpio (MDB), ponderou sobre a possibilidade de recomposição de despesas que têm sido alvo de cortes pelo Executivo.

Segundo Sérvulo, o governo confirma a necessidade de revisão de gastos, principalmente em despesas correntes. “Aquelas que, por acaso, vierem a apresentar alguma necessidade de reforço, nós faremos. Mas, antes de fazer esse reforço, é necessário que façamos essa revisão geral orçamentária, até para enquadrar o total da despesa com a receita”, afirmou.

Como informou O POPULAR em setembro, Caiado liderou reuniões de preparação para a elaboração do PLOA logo após a divulgação de déficit no primeiro semestre e determinou controle de gastos e cortes. Todas as rodadas de conversas contaram com Sérvulo e o vice-governador Daniel Vilela (MDB).

“O que verificamos neste ano é que houve um incremento substantivo, especialmente na despesa de pessoal e as vinculações com saúde. Então, isso é um fator a nos preocupar. Fazemos esse esforço para que essa despesa conflua para um ritmo de crescimento ordenado e isso seja a nossa maior preocupação”, apontou o secretário.

O auxiliar explica que as contas extraordinárias e aumentos das despesas correntes foram pagos com recursos oriundos do superávit financeiro acumulado pelo Tesouro Estadual e que a quitação “nos possibilitou sanear problemas financeiros, com resolução definitiva”.

Sérvulo afirmou que o efeito vivenciado neste ano “não vai perdurar em 2026 e 2027”. Segundo ele, a estimativa é de que “as despesas correntes, especialmente da folha, vão estar em um ritmo de crescimento menor”.

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