Goiânia está ganhando cada vez mais bairros planejados, que aceleram a ocupação e levam infraestrutura e desenvolvimento para regiões periféricas. De acordo com as incorporadoras, esses empreendimentos se tornaram uma boa alternativa para quem quer comprar um imóvel com preço mais acessível, num bairro que ainda está se desenvolvendo, mas com infraestrutura garantida e uma boa perspectiva de valorização futura.O bairro planejado é um espaço urbano projetado, com áreas definidas para moradia, lazer, comércio, educação e até preservação ambiental. Com esses empreendimentos, áreas pouco procuradas se tornam mais atrativas.EldoradoFoi o que aconteceu com a região do Celina Park, depois da chegada do Bairro Eldorado, o primeiro com essa concepção na capital. Foram vendidos 3,4 mil apartamentos no local, que conta com um comércio forte, que se instalou na Avenida Milão, e até um shopping center. Quando o bairro estiver completo, serão 4,5 mil apartamentos.De acordo com o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário em Goiás (Ademi-GO), Ilézio Inácio Ferreira, um bairro planejado desperta o interesse por regiões aparentemente pouco atrativas, mas com um grande potencial. Ele lembra que, há dez anos, apenas 16 bairros tinham condomínios verticais. Hoje, já são mais de 60 e a tendência é de expansão da oferta.RegiõesHoje, Goiânia tem bairros planejados sendo construídos nas regiões Norte (Goiânia 2), Sudoeste (Moinho dos Ventos, Setor Faiçalville e Bairro Flórida) e Noroeste (saída para Trindade). Outro já está em fase de projeto na Região Sul, próximo à Vila Brasília.A concepção principal desses empreendimentos é oferecer um imóvel numa região em desenvolvimento, mas com boa infraestrutura a um custo mais reduzido em relação a bairros mais antigos. Nos setores novos, geralmente o empreendimento chega bem antes das melhorias.A região do Setor Faiçalville, que conta com boa estrutura, abrigará o Novo Atlântico, um projeto que prevê a construção de vários condomínios, que somarão 2 mil apartamentos e serão lançados em quatro etapas, a partir de abril. O bairro contará com uma praça de lazer, centro de serviços e conveniência, estrutura própria de segurança e pista de cooper, num investimento de US$ 94 milhões.O diretor comercial da EBM, Rodrigo Meirelles, conta que este será o primeiro empreendimento da empresa, uma expansão da EBM Incorporações com foco no segmento de imóveis de até R$ 250 mil para primeira moradia. Segundo ele, o bairro será construído numa área de 60 mil metros quadrados, um pouco menor que a do Eldorado.Para Rodrigo, o bairro planejado oferece bom retorno para clientes e incorporadores, que investem na organização do empreendimento e também colhem os frutos de seu desenvolvimento e valorização ao longo dos anos em que são construídos. "Você não investe num empreendimento isolado e vai embora. O bairro planejado agrega valor aos produtos", destaca.Goiânia 2A Tropical Empreendimentos, responsável pela concepção do Eldorado, agora investe no novo bairro planejado Goiânia 2, que havia sido projetado pela Encol há cerca de 20 anos e que foi requalificado para abrigar emprendimentos verticais de três empresas. O diretor da Tropical, Paulo Roberto da Costa, explica que o bairro foi dimensionado como o Eldorado, com superquadras, e terá cerca de 2,8 mil apartamentos, área comercial com supermercado e até espaço para um parque tecnológico, aproveitando a proximidade com a Universidade Federal de Goiás.Referência"Dentro de quatro ou cinco anos, será um bairro de referência na capital", prevê. Segundo Paulo Roberto, uma área de 400 lotes, que não era propícia para loteamento, se transformou num parque que já é utilizado pela comunidade local e valorizou o metro quadrado na região.Há um ano e meio, o empresário Jonas Godoi comprou um apartamento de três quartos que está em construção no bairro. Ele conta que escolheu o imóvel justamente por estar num bairro planejado, que oferece mais organização e facilidades, como uma área comercial separada da residencial e um parque, o que proporcionará mais conforto para sua família. "Os bairros antigos não oferecem mais qualidade de vida", justifica. Ele já comemora a valorização: o apartamento comprado por R$ 148 mil já estaria valendo quase R$ 200 mil.Setores enfrentam problemas com trânsitoOs bairros planejados também podem causar problemas por conta da construção de um grande número de moradias e estabelecimentos comerciais num curto espaço de tempo. A explosão demográfica na região Sudoeste de Goiânia, principalmente após a construção de condomínios horizontais e verticais, como o bairro plenajado Eldorado, é motivo de transtornos para os moradores da região.Um dos principais problemas são os constantes congestionamentos na Avenida Milão, que dá acesso ao Setor Celina Park, onde está o Eldorado, o que indica falta de planejamento prévio dos empreendimentos em conjunto com os órgãos de trânsito.Para o diretor da Tropical Empreendimentos, Paulo Roberto da Costa, os problemas de trânsito no acesso ao Eldorado serão resolvidos quando a Prefeitura de Goiânia executar os projetos de ligação que existem no planejamento viário: uma pelo lado direito e outra pelo lado esquerdo da Avenida Milão. Segundo ele, ao lado do Granville também existe uma avenida de suas pistas que dá acesso ao Setor Novo Horizonte.Paulo Roberto lembra que o bairro planejado Goiânia 2 conta com vias estruturais largas em seu planejamento inicial, mas também já existe o projeto de uma pista dupla ligando a entrada do bairro, no Setor Criméia Leste, à Avenida Goiás. (LM)Projetos têm concepção diferenciadaComo o próprio nome já diz, uma das grandes vantagens de um bairro planejado é a possibilidade de planejar. O diretor da Tropical Empreendimentos, Paulo Roberto da Costa, lembra que o Eldorado foi um bairro vertical planejado há cerca de 17 anos, com uma concepção diferenciada de superquadras, com áreas de 10 a 20 mil metros quadrados, sem divisão em lotes convencionais. Segundo ele, o sistema viário é privilegiado e há um aumento das áreas verdes. "Todas as quadras têm uma praça ao lado."Outra vantagem de um bairro planejado, ressalta o diretor da Tropical, é a possibilidade de dimensionar previamente a infraestrutura de oferta de água e esgoto. Além disso, os prédios têm uma distância média de 20 metros um do outro, o que não existe em áreas de grande adensamento. "Pensamos o projeto a partir de uma grande praça central, como numa cidade do interior", diz Paulo Roberto.TrânsitoA CMO Construtora participa desde o início do projeto do Eldorado e tem seis empreendimentos entregues e outros três ainda em construção. O diretor da empresa, Marcelo Moreira, explica que a idéia é fugir dos tradicionais problemas da cidade grande, como trânsito pesado. Se a pessoa tem tudo que precisa em seu bairro, perto de sua casa, não necessita se deslocar para outras regiões e poderá ficar mais perto da família.O bairro conta com praças, espaço destinado para escola e até centro de lazer comunitários. "Sempre tivemos um volume de vendas muito grande no Eldorado", conta Marcelo. Ele acredita que essa experiência bem-sucedida tenha motivado o lançamento dos demais empreendimentos do gênero na capital. "Já ficou provado que dá certo. As pessoas têm a possibilidade de evitar mais transtornos com o trânsito", garante o empresário. (LM)Áreas ocupadas com planejamento urbanoUma das grandes vantagens dos bairros planejados é que a ocupação é feita com planejamento urbano. "A área é desenvolvida pensando em sua ocupação no futuro. Obedecendo todos os padrões urbanísticos, ele agrega uma ocupação mais ordenada", explica o diretor de Desenvolvimento Imobiliário da Toctao Engenharia, Paulo Henrique Ribeiro. A empresa está construindo o bairro planejado Moinho dos Ventos, na Região Sudoeste.De acordo com ele, o lançamento surgiu com 1.500 lotes, dos quais metade destinada a empreendimentos verticais com até dez pavimentos. Além da parte residencial, o bairro também tem áreas para praças, comércio e serviços públicos, como creches e escolas. Um dos empreendimentos, com 224 apartamentos, está pronto e habitado e um segundo será entregue no segundo semestre.Para Paulo Henrique, a pessoa que compra um imóvel no início de um bairro planejado consegue preços mais atrativos e agrega uma boa valorização ao longo do tempo, além de saber exatamente quem serão seus vizinhos, sem o risco de ter, por exemplo, um bar barulhento na frente de sua casa. "O imóvel se valoriza junto como bairro. Já estamos no quarto lançamento", destaca.O vendedor Cássio de Souza conta que optou por um bairro planejado para morar em busca de um imóvel de valor mais acessível e que ofereça toda a infraestrutura necessária para moradia com qualidade de vida. "No bairro planejado, essa infraestrutura chega antes. Teremos uma grande praça em frente ao condomínio e um comércio forte", justifica. Ele conta que comprou seu apartamento de três quartos por R$ 107 mil e ele já está valendo R$ 140 mil.Para Ricardo Teixeira, sócio e um dos diretores da Urbs-RT Lançamentos Imobiliários, que comercializa empreendimentos em bairros planejados, esse modelo hoje se mostra muito eficiente em todas as capitais do mundo porque é uma forma de agregar o conceito de empreendimento imobiliário para vários produtos que vão ser lançados.Por isso, o bairro planejado agrega valorização ao empreendimento porque, além de estar inserido em um bairro, também está dentro de um condomínio e em um local planejado. De acordo com Ricardo, além da infraestrutura da própria região, o bairro planejado acaba criando mais, por ter uma massa crítica e por serem vários condomínios. "Acaba tendo comércio, padaria e supermercado. Ele agrega em segurança e também em paisagismo", ressalta.Goiânia ganha o 4º condomínio Portal do SolA Leonardo Rizzo Incorporação, a Tropical Imóveis e a Masb Desenvolvimento iniciam sábado as vendas da primeira etapa do Portal do Sol Green, o quarto empreendimento com a marca Portal do Sol, em Goiânia. Instalado numa área de 2 milhões de metros quadrados, em frente ao Goiânia Golf Clube, na saída para Bela Vista, o novo condomínio fechado receberá R$ 100 milhões em investimentos, com projeto urbanístico do arquiteto Luiz Fernando Teixeira, o Xibiu, que privilegia a integração com a natureza.Mais voltado para as classes A e B, o condomínio terá 834 lotes de 400 a 4 mil metros quadrados e completa infraestrutura, como fiação subterrânea, segurança 24 horas, duas portarias de acesso, quadras poliesportivas, quadras de tênis de saibro, piscina coberta e aquecida e playgrounds. O condomínio terá 700 mil metros quadrados de área de preservação permanente, numa média de 800 metros quadrados por habitante. Na primeira etapa, serão 330 lotes, com preço médio de R$ 290 por metro quadrado.O diretor presidente da Leonardo Rizzo Incorporação, Leonardo Rizzo, garante que o Portal do Sol Green não deixará nada a desejar para nenhum outro condomínio fechado de Goiânia, com o diferencial de ser o único com uma vista privilegiada da cidade, por estar num área mais alta. Além disso, o condomínio circundará o Goiânia Golf Clube e os 80 terrenos de frente para o campo, chamados de "lotes da coroa", serão diferenciados e de maior tamanho. "Nossa expectativa é vender toda a primeira etapa logo no primeiro dia, pois já temos quase 1.500 clientes cadastrados", prevê Leonardo.O diretor de Negócios da Masb, João Batista Borges, lembra que o Portal do Sol nasceu em Goiânia e já conta com um empreendimento em Belo Horizonte (MG). Segundo ele, os três primeiros condomínios com a marca em Goiânia tiveram uma velocidade de vendas muito alta. "É um empreendimento com diferenciais que atendem as atuais demandas do mercado da capital", destaca.O diretor da Tropical Empreendimentos, Antônio Carlos Costa, informa que o condomínio fica na área abrangida por um futuro bairro planejado, que abrigará um centro comercial e empreendimentos verticais. Segundo ele, os clientes cadastrados até o dia do lançamento terão 5% de desconto. Os lotes serão vendidos em planos de 18 meses, com 0,7% ao mês, ou em 150 meses, com 7% de entrada e taxa de 0,7% mais IGP-M. (Lúcia Monteiro)