A reforma da Previdência, que está em tramitação no Senado, reforçou a necessidade dos goianos de poupar por conta própria para aposentar no futuro. Segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), o volume de contribuições em produtos de acumulação que possuem esse propósito cresceu 20,27% no primeiro semestre de 2019 em comparação com o mesmo período do ano passado em Goiás. Uma evolução acima da média brasileira, cujo crescimento real foi de 1,7%. Os dados da Susep mostram que os goianos investiram R$ 257,7 milhões a mais na previdência complementar aberta nos primeiros seis meses deste ano. Reflexo de que os trabalhadores começam a se atentar mais à necessidade de se programar, como avalia o vice-presidente de Marketing e Relações com o Mercado do Sindicato dos Corretores e das Empresas Corretoras de Seguros no Estado de Goiás (Sincor-GO), Roney Almeida Macedo. Seja em planos corporativos ou individuais, o mercado começa a sentir a mudança de hábito das pessoas – já que a participação do segmento ainda é pequena no País – e há tendência de crescimento na adesão por conta da mudança de regras para aposentadoria. De outro lado, o setor também tem criado mais alternativas para atrair novo público, tem investido em tecnologia e está mais competitivo. Queda de juros básicos da economia e crescente competição entre os gestores de fundos, por exemplo, possibilitam atualmente oportunidades mais agressivas para os investidores. Macedo explica que o ideal é começar um plano juntamente com o início da vida profissional e aumentar as contribuições gradativamente. Mas, para quem não se programou tão cedo é possível planejar o futuro e sem comprometer a renda atual.“Um ponto importante é procurar um corretor que vai sugerir o plano de melhor garantia e definir se será para complementar a aposentadoria. O mais indicado é investir a longo prazo, saber o quanto se pode investir e com aplicações mensais”, diz ao citar que a opção é mais acessível do que muitos pensam. A partir de R$ 100 de valor de entrada já é possível ter retorno com previdência complementar e de forma flexível. O médico João Baptista de Alencastro, de 56 anos, faz parte do grupo que está de olho na aposentadoria e no horizonte para os filhos e a esposa. “É como um exercício de educação financeira. Vejo o que posso ganhar mais em mais tempo. E não tem nada assim com imposto de 10%.” Enumera entre as vantagens também a possibilidade de deduzir da base de cálculo do Imposto de Renda (IR) até 12% da renda bruta, o que o levou a escolher o Plano Garantidor de Benefício Livre (PGBL) com tabela regressiva. A portabilidade e possibilidade de acompanhar o que ocorre no mercado, para ele, são outros pontos favoráveis para ter segurança para a família. Além do PGBL, que foi a escolha do médico, existe a opção Vida Garantidor de Benefício Livre (VGBL), que não permite dedução fiscal e é mais indicado para quem faz declaração simplificada do IR. “É importante saber qual o fundo”, alerta Roney Almeida Macedo, do Sincor-GO, ao citar as seguradoras e bancos como opções com mais solidez.