Tecnologias como a internet ganharam um papel relevante nas novas formas de trabalho, educação e lazer introduzidas pelas medidas de isolamento social para evitar a proliferação do coronavírus. Este novo contexto de mundo virtual, cada vez mais introduzido na rotina das famílias pelo mundo inteiro, será uma das tônicas da primeira versão digital da Campus Party, que começa hoje em Goiás, com realização simultânea em mais 31 países.O evento, realizado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Inovação (Sedi), com apoio dos veículos de comunicação do Grupo Jaime Câmara, teve inscrições gratuitas e também acontecerá em Brasília e no Estado do Amazonas. Com o tema Reboot the World (reiniciar o mundo), a Campus Party Digital Edition será 100% digital, contará com 150 transmissões ao vivo e mais de 3 mil palestrantes de 120 nacionalidades, sendo 400 de Goiás, pelo YouTube. Para os participantes, o evento digital tem prós e contras. Entre os aspectos negativos, está a impossibilidade da troca pessoal de experiências entre os apaixonados por inovação e tecnologia e da confraternização entre estes grupos, sem os tradicionais acampamentos, que se tornaram uma marca do evento. Por outro lado, a realização de forma remota viabilizou a presença de precursores no desenvolvimento da internet e do processo de digitalização.“Vamos descobrir o que estas pessoas pensam sobre a importância e o papel de instrumentos como a internet neste momento de pandemia e no futuro”, destaca o secretário de Desenvolvimento e Inovação, Márcio César Pereira. Ele lembra que a edição anterior já abrigou um fórum que discutiu o trabalho do futuro, que será mais remoto, exatamente como acontece hoje em muitas empresas para evitar a proliferação do vírus. Neste cenário, dados são cada vez mais importantes.Pela primeira vez, esta nova versão da Campus Party reúne pessoas dos cinco continentes para compartilhar seus conhecimentos, ideias e visões de diferentes realidades, em um único ambiente, aproveitando todas as possibilidades da era digital. Márcio lembra que essas pessoas também discutirão os impactos deste mundo mais virtual na economia. “Vamos discutir esta retomada, como fazer, repensar certas coisas para uma melhor adaptação para o cidadão”, completa. SoluçõesUm dos eventos realizados dentro da Campus Party será o Hackathon Goiás, uma maratona de programação que reunirá programadores, designers, analistas de dados, além de profissionais e estudantes para encontrar soluções para questões em áreas como educação, saúde e agronegócio ou indústria, usando dados abertos disponibilizados pelo Estado e parceiros.Emmanuel Felipe de Araújo, que trabalha com artes visuais, participa da Hackathon pela primeira vez, com um grupo de amigos da área de informática. Ele diz que está ansioso para ajudar a equipe a propor as soluções, pois esta será uma grande oportunidade para aprimorar seus conhecimentos na área. “A tecnologia é um campo que desponta neste contexto de isolamento social, em que a internet está muito latente na vida das pessoas”, destaca.Pedro Renan, CEO da PRTE Tecnologia e Soluções, que coordena a Hackathon, explica que as equipes selecionadas construirão propostas e projetos para os desafios apresentados. Eles terão 24 horas para desenvolver as soluções e serão apoiados por mentores. Os melhores projetos serão premiados.A comunidade MulheresGO, que reúne mulheres envolvidas com o movimento de inovação e tecnologia, estará na Campus Party. Para Lara Guerreiro, uma das fundadoras do grupo, todos hoje estão com foco neste ‘novo normal’. “A comunidade tem discutido isso e como podemos auxiliar umas as outras a propor novas soluções no momento. Nossas palestras terão como foco como inovar”, informa.O evento terá cinco palcos virtuais, com desafios e oportunidades de cada um: Work Life (Emprego e economia), Green Deal (Energia Limpa e Meio Ambiente), Living Better (Saúde e Ciência), Joy of Live (Entretenimento digital) e New Horizons (Educação, Cidades inteligentes e GovTech). O engenheiro de softwares Eduardo Henrique Mendes, de Porangatu (GO), participa da Campus Party desde 2016 para agregar mais aprendizado e network, através do contato com pessoas com maior conhecimento na área. “É uma troca de experiências, um aprendendo com o outro. Não será tão bom quanto presencial, mas a forma online vai atender nossas necessidades”.