O governo de Goiás divulgou ontem uma cartilha detalhando quais atividades são permitidas e as que estão proibidas durante a vigência do decreto nº 9.633, publicado no dia 20 de março, que restringiu o funcionamento de parte das indústrias e do comércio no Estado, como medida preventiva ao novo coronavírus. As regras valem, inicialmente, até sábado (4). Empresários aguardam que, após o período, as restrições sejam mais flexíveis para atividades que não estimulam aglomeração (leia na página 4).Os eventos estão suspensos em Goiás não apenas pelo decreto, mas por decisão judicial. Atendendo a pedido da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), a 6ª Vara da Fazenda Pública Estadual em Goiânia proibiu shows e eventos artísticos por 30 dias. O material divulgado pelo governo também destaca que estão suspensas as celebrações religiosas presenciais e demais eventos do tipo, assim como reuniões filosóficas, sociais e associativos.Na semana passada, o governo permitiu o funcionamento de oficinas, borracharias e restaurantes localizados em rodovias, com o objetivo de atender caminhoneiros que trabalham no transporte de insumos para produção de mercadorias essenciais à vida, como alimentos e remédios. Nas cidades, as empresas de manutenção de veículos funcionam em revezamento. Restaurantes só podem abrir para fazer entrega. Em nota, a Casa Civil, responsável por elaborar a cartilha, informou que o objetivo é reforçar e simplificar o entendimento sobre o conteúdo do decreto já publicado. Os prefeitos de Pontalina, Milton Ricardo (sem partido), e de Acreúna, Edmar Neto (PSDB), tentaram flexibilizar as regras para o comércio em suas cidades, mas voltaram atrás após pedido do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM). Os decretos municipais permitiam a abertura de restaurantes, lanchonetes e lojas de roupas e calçados. No Twitter, Caiado disse ontem que conversou com os prefeitos por telefone sobre a importância de manter o comércio fechado e agradeceu a cooperação.Como mostrou o POPULAR, o decreto que havia sido publicado em Pontalina permitia o funcionamento de diversos estabelecimentos comerciais e determinava que cada empresa poderia ter até três colaboradores trabalhando. No entanto, o prefeito disse que, agora, a cidade seguirá apenas as regras que já estão em vigor em todo o Estado.Em Acreúna, o decreto municipal liberava o funcionamento de restaurantes até às 18h, com o controle da entrada de clientes e distância de dois metros entre as mesas. Após o pedido do governador, o prefeito Edmar Neto decidiu não só reavaliar a decisão anterior, como tornar as medidas no município mais duras, com a possibilidade de multa para pessoas do grupo de risco que se locomoverem pela cidade sem necessidade.