As obras do primeiro ramal da Ferrovia Norte-Sul, numa extensão de 670 quilômetros, ligando Petrolina de Goiás a Estrela d´Óeste, no Estado de São Paulo, foram iniciadas ontem, embora o trecho principal no Estado, que liga Anápolis a Porangatu, ainda não esteja concluído, após 22 anos de projetos. O novo trecho foi anunciado pelo ex-presidente Lula, em sua vistoria às obras da ferrovia no último dia 24 de dezembro, poucos dias antes de deixar o cargo.O projeto do primeiro ramal da Ferrovia Norte-Sul está orçado em R$ 2,45 bilhões, dinheiro já assegurado pelo Tesouro Nacional, conforme garante a Valec, e deverá ser concluído até dezembro do próximo ano.Ontem, de manhã, o presidente da Valec Engenharia, Construções e Ferrovia (ligada ao Ministério dos Transportes), José Francisco das Neves, o Juquinha, acompanhado de representantes do governo estadual, de políticos e de prefeitos dos municípios que serão cortados pelos trilhos, visitou alguns pontos por onde vai passar o ramal da ferrovia. "Agora as obras andarão mais rápidas, graças a experiência adquirida na construção do trecho principal da ferrovia em Goiás, que liga Anápolis à Porangatu, no Norte do Estado."O ramal ligando Petrolina de Goiás a Estrela d´Oeste vai cruzar os municípios de Brazabrantes, Goianira, Jandaia, Indiara, Santa Helena, Quirinópolis e São Simão, chegando a Santa Vitória, em Minas Gerais e depois a Estrela d´ Oeste, em São Paulo. Apenas em território goiano serão 450 quilômetros.Previsão é de que sejam criados 12 mil empregosPara construir e supervisionar o primeiro ramal da Ferrovia Norte-Sul, a Valec contratou, através de licitação pública, cinco consórcios e outras cinco empresas de engenharia. Ontem, essas empresas já deslocaram máquinas para alguns pontos, como Petrolina de Goiás e Brazabrantes.Juquinha admite que as chuvas poderão afetar, nesse início, o andamento das obras da ferrovia, mas para evitar atrasos maiores, já serão feitas as demarcações e desmatamentos por onde vão passar os trilhos da ferrovia.PlataformasO ramal da Ferrovia Norte-Sul ligando Petrolina de Goiás a Estrela d´Oeste, em São Paulo, vai contar, no Estado de Goiás, com plataformas de embarque e desembarque de cargas, armazéns e outras estruturas logísticas nos municípios de Goianira e Santa Helena e um pátio de carregamento em Quirinópolis. "Goianira servirá a Grande Goiânia e Santa Helena e Quirinópolis, o Sudoeste Goiano", anuncia o presidente da Valec.Durante a construção das obras, nos próximos 24 meses, a previsão é de que sejam gerados 12 mil empregos diretos. "Os canteiros de obras deste trecho vão gerar renda e emprego para milhares de pessoas, além de movimentar a economia de toda a região", garante Juquinha das Neves.Ferrovia quase pronta em Goiás, diz ValecEmbora ainda não esteja totalmente concluída, o presidente da Valec, José Francisco das Neves, garante que a Ferrovia Norte-Sul agora já é uma realidade em Goiás.As obras da ferrovia foram anunciadas há 22 anos e apenas em setembro do ano passado foram inaugurados os primeiros 50 quilômetros da ferrovia, entre Anápolis e Petrolina de Goiás, de um trecho total de 516 quilômetros no território goiano.A ferrovia tem em construção outros 843 quilômetros no Estado do Tocantins, totalizando 1.359 quilômetros até a ligação com o trecho principal da ferrovia, no Estado do Maranhão, que já está em operação há anos.Segundo o presidente da Valec, dos 516 quilômetros da ferrovia em Goiás, mais de 400 já estão concluídos. O restante estará pronto até abril, quando as locomotivas começarão a rodar sobre os trilhos em seu trecho total.O custo total da Ferrovia Norte-Sul, no trecho de 1.359 quilômetros, entre Anápolis e Aguiarnópolis (TO), está estimado em R$ 5 bilhões. Desse total, R$ 2 bilhões foram para a construção dos 516 quilômetros no território goiano.CargasEm alguns trechos da ferrovia no Estado do Tocantins, e em toda a sua extensão no Maranhão, a Norte-Sul já transporta grãos e minérios de ferro até o Porto de Itaqui, no Maranhão.Quando estiver totalmente concluída, e em operação, ela vai transportar 12,4 milhões de toneladas / ano, absorvendo cerca de 30% do volume de carga transportada pelas principais rodovias, com custo quase 40% inferior ao do rodoviário. (Sônia Ferreira)