O número de comércios em Goiás atinge recorde, segundo a Pesquisa Anual do Comércio (PAC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento aponta que o estado atingiu a marca de 68,5 mil estabelecimentos, o maior em 16 anos.&nbsp;

Ainda conforme a pesquisa, no setor varejista concentra 73,7% do total do comércio local, com 50,5 mil estabelecimentos. O ramo apresentou crescimento de 11,4%, na comparação com 2020. Em contrapartida, o comércio de veículos, peças e motocicletas apresentou um recuo, de 0,3%, porém, segue responsável por 10,4% do total de unidades comerciais no estado.O setor de atacado também apresentou retração de 0,7% e detém 15,9% do total.

Os dados também mostram um aumento de 7,7% no setor de agronegócio, de 7,5% na indústria e de 6,2% nos serviços.&nbsp;

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<h2>Geração de emprego</h2>

O aumento de estabelecimento comerciais refletiu ainda na geração de empregos em Goiás. De acordo com IBGE, dos quase 350 mil trabalhadores, 68% atuam no comércio varejista, 19,1% no por atacado e 12,9% no comércio de veículos, peças e motocicletas.&nbsp;

Na comparação com o ano anterior, o comércio de veículos, peças e motocicletas subiu em 11,2% o número de pessoal ocupado, saindo de 40,5 mil para 45 mil pessoas.

<h3>Receita bruta do comércio por atacado concentra mais da metade da receita total no estado&nbsp;</h3>

A pesquisa também apontou que a Receita bruta de revenda de mercadorias das empresas comerciais, em 2021, foi de R$ 220,4 bilhões, o que correspondia a 3,7% da receita nacional (R$ 6,0 trilhões). 52,0% do valor é das vendas por atacado e 38,3% do varejista.

Com isso, Goiás tem a oitava maior receita bruta do país, se avaliado os dois setores. Conforme o IBGE, o estado responde por 32,0% da receita bruta de revendas de mercadorias da região Centro-Oeste.

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Comércio goiano atinge número recorde de quase 70 mil lojas, diz IBGE

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Matéria - Economia

CRESCIMENTO

Muitas peixarias de Goiânia estão enfrentando a escassez de alguns peixes de rio justamente durante este período da Quaresma, quando as vendas aumentam até 30% em relação aos demais meses do ano. A movimentação em busca de pescados já aumentou em praticamente todos os estabelecimentos da capital, mas a falta de algumas espécies tem preocupado as empresas e feito os preços de alguns peixes subirem acima do esperado no mercado.

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Entre os motivos, estão a forte seca nos rios da Amazônia em 2024, que desabasteceu muitos distribuidores, e até o período da piracema ou de defeso, que, neste ano, se estendeu até o último dia 28 de fevereiro, quando a pesca foi liberada. Isso acabou atrasando o início do período de pesca para o mês de março, quando a Quaresma já havia começado.

A assistente administrativa da Nova Peixaria, no setor Leste Vila Nova, Adriana Rocha da Silva, informa que, geralmente quando começa o período da Quaresma, o movimento cresce de 30% a 50% em relação aos dias normais. “Neste ano, o movimento já aumentou desde a Quarta-feira de Cinzas, quando já notamos um aumento na procura pelos peixes”, conta. Espécies como pintado e caranha, além dos filés de tilápia e de salmão estão entre os mais procurados pelos clientes que seguem a tradição religiosa.

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Porém, neste ano, estão faltando muitos peixes, principalmente as espécies com escamas, como tucunaré, traíra e piau. Por conta disso, segundo Adriana, os preços subiram de 20% a 30% em relação ao ano passado.

“Esse é o período de pesca fechada e trazemos muitos peixes da região amazônica, onde a forte seca prejudicou muito a oferta no ano passado. Hoje, cada remessa que chega, vem com um novo aumento”, explica.

Rodrigo de Souza Katu, proprietário Peixaria do Japão, na Cidade Jardim, também confirma que muitos peixes estão em falta neste ano, principalmente os nativos de rios, como o pintado, pirarara, jaú, piau e tucunaré, que estão mais difíceis de encontrar devido ao fato do final do período da piracema ter coincidido com o início da Quaresma. “A pesca foi liberada há pouco tempo, em 28 de fevereiro, e ainda não deu tempo dos peixes chegarem. Por isso, estamos correndo atrás agora, mas está faltando e estamos perdendo venda”, lamenta o empresário.

O resultado disso, segundo ele, tem sido um aumento de R$ 1 a R$ 3 no preço do quilo do pescado. Mas peixes de cativeiro, como filé da tilápia, tambaqui e pintado, também ficaram mais caros. “Mesmo assim, acho que ainda estão mais acessíveis em comparação à carne bovina, por exemplo”, ressalta Rodrigo Katu.

Semana Santa

Ele conta que o movimento de clientes já aumentou de 20% a 30%, por isso está sendo necessário buscar mais peixes no mercado. “Até a Semana Santa a oferta deve normalizar, mas os preços devem continuar mais altos”, prevê. O quilo das postas de pintado, por exemplo, que no ano passado custava entre R$ 42 a R$ 43, neste ano já está sendo vendido por R$ 53 e deve subir ainda mais até a Semana Santa, chegando a cerca de R$ 55 reais.

Na Peixaria do Gordo, no Centro de Goiânia, a procura pelos pescados já aumentou cerca de 15%. O vendedor Túlio Medeiros informa que os peixes mais procurados são o pintado, filé de tilápia e tambaqui. Ele também reforça que os preços não subiram por conta do início da Quaresma, mas por causa da falta do produto no mercado. “Um dos motivos foi o fato da piracema ter coincidido com a Quaresma neste ano. Não está tendo peixe no mercado, como tucunaré e piau”, destaca.

Medeiros conta que a peixaria não está recebendo nem metade dos pedidos que faz para as distribuidoras. “Se pedimos mil quilos de pintado, só chegam 200 ou 300 quilos. A seca na Amazônia ainda não conseguiu recuperar os estoques das distribuidoras. O que chega no frigorífico já sai bem rápido”, garante.

Ele acha difícil a oferta se normalizar até a Semana Santa, o que vai depender muito do desempenho da produção de peixes nos cativeiros. “Os peixes de rio dependem da natureza e só agora os pescadores estão saindo pra pescar, apesar de estarem trabalhando dobrado. Estamos nos esforçando para não faltar”, garante.

Maiara Souza, gerente da peixaria Pescados &amp; Cia, no setor Bela Vista, diz que a empresa tem conseguindo segurar os preços em relação ao ano passado. “As vendas aumentam 30% neste período e os católicos são os que mais consomem, mas temos clientes que compram o ano todo”, destaca. Ela informa que as vendas começaram a crescer ainda na segunda-feira de carnaval, pois muita gente resolve estocar com medo das altas de preços.

Os mais procurados são tilápia, pintado e até bacalhau, caranha e tambaqui. “Esta é uma época em que reforçamos o estoque e trabalhamos com promoções diferentes todas as semanas para incentivar o consumo”, comenta a gerente. Entre as promoções, ela dá o exemplo do bacalhau do Porto, que está sendo vendido por R$ 140, enquanto o quilo do peixe tipo bacalhau Saithe sai por R$ 79,90.

No Armazém do Pescado, no setor Bueno, o proprietário Rogério Naves conta que desde a Quarta-feira de Cinzas já houve um acréscimo natural das vendas, que aumentaram de 15% a 20%, apesar do grande movimento ser esperado mesmo para a Semana Santa. “Estamos com bom estoque neste ano. Os mais procurados por nossos clientes são bacalhau e salmão, além de tilápia, pintado e robalo, que estão com oferta regular”, garante.

Porém, os preços estão maiores que no ano passado e até podem subir um pouco mais nos próximos dias. Naves conta que o bacalhau do Porto já teve uma alta de cerca de 20%. “Nossa clientela é mais de público A e as vendas continuam boas para este período. Esperamos vender mais que na Páscoa do ano passado porque, a cada ano, as pessoas comem mais peixe”, destaca o empresário.

Preço de peixe sobe com falta de espécies

Comércio

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Francielly Damazi, franqueada da Cacau Show: período concentra volume anual de vendas (Fábio Lima)

O clima de Páscoa já está se instalando na maioria das lojas que vendem ovos de chocolate em Goiânia. Neste ano, eles chegaram às gôndolas antes mesmo do carnaval para atender os consumidores mais ansiosos e a estimativa do comércio varejista é vender até 30% mais que na Páscoa de 2024. Mas quem não abre mão desta tradição deve preparar o bolso porque os preços do produto também estarão mais salgados por conta da alta no preço do cacau e, consequentemente, do chocolate.

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A Associação Brasileira da Indústria de Alimentação (Abia) prevê que a alta de 189% no preço do cacau nos últimos 12 meses impactará o preço dos ovos nesta Páscoa, mesmo com apenas uma parte do reajuste sendo repassada ao consumidor. O chocolate teve um aumento de preços de 11,9% nos últimos 12 meses, encerrados em dezembro de 2024, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).&nbsp;

A alta no preço do cacau é resultado de uma queda na oferta de matéria-prima, causada por problemas climáticos e sanitários na África, principalmente na Costa do Marfim, grande produtor mundial do produto. A estimativa é que isso resulte numa alta de até 15% nos preços, o que não deve prejudicar o desempenho das vendas.

Proprietário de uma franquia da marca Kopenhagen no Shopping Bougainville, o empresário Alexandre Molina informa que, todos os anos, projeta um crescimento nas vendas para a Páscoa. Ele conta que, desta vez, seus pedidos foram entre 12% a 15% maiores que no ano anterior e foram feitos ainda em agosto de 2024.&nbsp;

Molina está contratando dois funcionários temporários para reforçar a equipe de atendimento no período de vendas para a Páscoa. “No ano passado, vendemos todos os itens de Páscoa até o domingo”, lembra.&nbsp;

Neste ano, a marca terá novidades e lançamentos em produtos. Alguns já chegaram, mas a maioria estará na loja no início de março. “Já temos prateleira montada e, em março, a Páscoa ganhará mais vida na loja”, destaca. Mesmo assim, o empresário conta que as vendas já começaram, pois muita gente gosta de fazer uma degustação prévia dos itens, principalmente dos lançamentos. “Todos nós queremos presentear com o que mais gostamos. O que agrada no início deve se tornar presente depois”, prevê.

Como o preço do chocolate continua subindo por causa de problemas nas plantações de cacau pelo mundo, o lojista informa que os produtos devem ter uma alta média de 10% a 12%. “Mas os preços das categorias de chocolates mais populares se aproximaram mais dos nossos porque eles acabaram subindo mais. Acredito que, neste ano, podemos vender tudo até antes da data, zerando o estoque de Páscoa”, prevê.

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Alexandre Molina, da Kopenhagen no Shopping Bougainville: pedidos maiores neste ano (Wesley Costa)

Parcerias

A franqueada da Cacau Show, com oito lojas em Goiânia, Francielly Damazio, conta que os preparativos para a data estão a todo vapor desde o início deste mês. Segundo ela, a expectativa é de um crescimento de mais de 20% nas vendas, mesmo com uma alta média de 15% nos preços, bem menos que o reajuste do chocolate. Uma aposta é nas novidades em produtos. “Teremos mais de 30 itens no mix de Páscoa pela parceria feita com várias franquias, como Bob Esponja, Snoop, Liga de Futebol Americano e a Liga de Basquete Americano para licenciamento das marcas”, destaca a empresária.

Para atender ao aumento da demanda, algumas lojas devem ampliar o horário de funcionamento e os funcionários passam a fazer horas extras para aumentar a disponibilidade das equipes. Lojas de rua terão acréscimo de uma hora abrindo mais cedo e fechando uma hora mais tarde. “A expectativa é de uma boa Páscoa. Quase 30% do volume anual de vendas está neste período. No ano passado, as vendas foram excelentes e acabamos com todo estoque”, lembra Francielly Damazio.&nbsp;

Wagner Freire Alvarenga, proprietário de uma loja da marca Brasil Cacau no Araguaia Shopping, conta que já está quase tudo pronto para a próxima Páscoa, pois cerca de 90% dos produtos já chegaram à loja. Segundo ele, muita gente já gosta de ir se preparando e escolhendo o que vai comprar. “Estamos com muita variedade em produtos e lançamentos”, garante o empresário.&nbsp;

Vale lembrar que as marcas Brasil Cacau e Kopenhagen foram adquiridas pela Nestlé. Alvarenga informa que, neste ano, o estoque foi reforçado em 30% sobre o ano passado, que já foi muito bom em vendas e até faltou produto. “Dois dias antes do domingo de Páscoa já não tínhamos mais produtos”, lembra. Com a alta do cacau, ele conta que os preços subiram cerca de 10%, só uma parte da alta registrada pela matéria-prima. Mais dois funcionários devem ser contratados para reforçar a equipe. “Já temos clientes comprando, pois não conseguem resistir ao chocolate”, destaca.&nbsp;

Com uma unidade em Pirenópolis desde 2023, a marca gaúcha de chocolates artesanais Florybal terá sua primeira Páscoa com uma loja na capital, no Araguaia Shopping. Os empresários Marino Tolentino e Luana Machado, proprietários das autorizadas, contam que a marca está lançando vários produtos para esta Páscoa, como ovos red velvet, trufados, com bonecos dos personagens Smarf’s e um lançamento do chocolate de macadâmia e cumaru (baunilha brasileira).&nbsp;

Tolentino ressalta os diferenciais do chocolate artesanal, que não tem comparação com o mercado tradicional. Ele ressalta que o produto vem direto de Gramado (RS), todo feito de forma artesanal e tem uma maior concentração de chocolate que os produtos industriais. “Nosso chocolate ao leite, por exemplo, tem 35% de chocolate e o branco 27% de pasta de chocolate, e não apenas gordura de cacau”, destaca.&nbsp;

A marca também tem linhas diet e de soja, que é um chocolate praticamente vegano, sem lactose e com menos açúcar, além das linhas de 50% e 70% de cacau, sem lactose. “A fábrica abriu pedidos na semana passada e a procura já começou. No ano passado, os resultados foram muito bons na loja de Pirenópolis e devem se repetir nesta Páscoa”, lembra.&nbsp;

Na fábrica goiana de ovos de chocolate Dianju, a produção está a todo vapor. O proprietário, Divino Ismael Leite, conta que começou a fazer ovos de Páscoa antes mesmo da produção de panetones para conseguir atender os pedidos. “Interrompemos a produção para o Natal e voltamos a fazer ovos em janeiro”, destaca. Ele acredita que deve produzir, pelo menos, 30% mais que na última Páscoa, baseado no aumento de pedidos dos maiores compradores, um montante estimado em mais de 40 toneladas de chocolate.&nbsp;

Mesmo assim, Ismael prevê que não conseguirá atender todos os pedidos. “Não vou dar conta de produzir toda a demanda, apesar de ter adquirido novas máquinas, mesmo com a Páscoa deste ano sendo mais tarde, não teremos como”, avisa.

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Ovos de Páscoa da Brasil Cacau: nas gôndolas antes mesmo do carnaval (Diomício Gomes)

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Lojistas esperam vender até 30% mais ovos de chocolate

Páscoa

O Aparecida Shopping e o Shopping Bougainville anunciaram a chegada de novas operações e mudanças estruturais. O primeiro anunciou a ocupação de mais 3 mil metros quadrados de sua área bruta locável (ABL), com a chegada de novas operações nas áreas de comércio e serviços. Já estão confirmadas marcas como Wepink, Cia do Terno e da loja de departamentos CAEDU, que está expandindo sua atuação pelo Brasil. Mas o centro de compras também oferecerá novos serviços de educação, passando a abrigar unidades da faculdade Facmais/Unimais e do Colégio Vitória, que oferece cursos técnicos. O Bougainville vai investir R$ 2 milhões em mudanças estruturais.

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Também está prevista a chega de um novo restaurante. “Será uma ocupação de áreas não locadas anteriormente”, destaca a superintendente do Aparecida Shopping, Tatyanne Faneco. Ela lembra que a Big Lar dobrou o tamanho de sua operação no shopping, que também recebeu, recentemente, uma operação da loja de calçados Estilo A. “Já crescemos na casa dos dois dígitos em vendas e, com as novas operações, o faturamento deve ter um bom incremento, pois mais 3 mil metros quadrados estão sendo ocupados”, prevê.

Segundo ela, as novas operações chegam para atender demandas da região, pois o shopping recebe entre 350 e 400 mil visitantes mensalmente. Hoje, são 120 operações já instaladas no shopping, que tem uma ABL de 23 mil metros quadrados que funcionam plenamente. “Mas o Aparecida Shopping está preparado para receber mais 7 mil metros de novas operações no futuro.”

Uma das metas é consolidar o centro de compras como ponto de entretenimento em Aparecida de Goiânia. A superintendente informa que o shopping está desenvolvendo um projeto de gastronomia inovador, que acolherá dois imponentes restaurantes em sua fachada e terão visibilidade para a Praça da Família. “Esse projeto visa proporcionar mais experiência ao cliente e colocar o Shopping na rota da gastronomia”, diz.

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Bougainville

Localizado no setor Marista, em Goiânia, o Shopping Bougainville investirá R$ 2 milhões em mudanças estruturais e, recentemente, também informou a chegada de novas operações, como Olorchee Cosméticos, da L’Occitane, Milano Calçados, Milon, Márcia Suzuki Pâtisserie, do salão de beleza infantil Pirralhos e da Hemp Vegan, loja de produtos naturais veganos terapêuticos. O shopping ainda conta com 15 espaços vagos que podem ser ocupados.

Já as mudanças estruturais devem acontecer nos próximos meses. “Diversas mudanças serão percebidas na infraestrutura, decoração e em novos contratos. No entanto, posso adiantar que, de imediato, teremos a substituição e modernização das escadas rolantes, investimentos em novos maquinários para o ar-condicionado e o lançamento de marca comemorativa pelos 35 anos do shopping”, conta Maurício Morelato, superintendente do Bougainville.

Segundo ele, um estudo grande vem sendo feito para que cada mudança aconteça de forma assertiva. Esse novo momento do Bougainville é resultado da chegada da NIAD, grupo especializado na administração de shopping centers presente em seis estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Espírito Santo, Paraná e Goiás.

Shoppings Aparecida e Bougainville anunciam novidades

O setor varejista segue se perguntando: onde estão os trabalhadores? A cada ano, o número de autodemissões cresce, e as vagas abertas no comércio seguem sem candidatos. No ano passado, quase 8,5 milhões de trabalhadores pediram demissão voluntariamente, estabelecendo um recorde histórico no país. O motivo apontado foram insatisfações profundas com as condições laborais oferecidas atualmente.

O comércio varejista enfrenta um problema estrutural que não será resolvido apenas com cursos ou benefícios governamentais reduzidos. O trabalhador precisa de um motivo real para se comprometer com uma vaga, e isso começa por salários dignos, benefícios sociais justos e condições adequadas de trabalho.

Sem isso, o resultado é previsível: ninguém quer se submeter a um emprego onde é vigiado até para ir ao banheiro, passa o dia inteiro em pé sem direito a descanso e enfrenta metas impossíveis de serem alcançadas. Outro fator que não pode ser ignorado é a precariedade do transporte público. O trabalhador que precisa estar às 8 horas no emprego é o mesmo que enfrenta frotas insuficientes, longas esperas e veículos lotados.

Uma solução viável seria escalonar os horários comerciais, reduzindo o fluxo concentrado nos mesmos períodos e permitindo que mais pessoas utilizassem o transporte com dignidade. Mas enquanto nada é feito, o resultado é um só: menos gente disposta a enfrentar esse desgaste diário.

Os empresários têm feito seu possível investindo em cursos para melhorar a qualificação da mão de obra. Mas de que adianta ensinar sobre autoeficiência sem oferecer reconhecimento pessoal e financeiro? O próprio Seceg enfrenta dificuldades para fechar Convenções Coletivas que garantam, além de melhores salários, benefícios que realmente incentivem o comerciário a acordar cedo e se dedicar à sua função.

Nas mesas de negociações de pisos salariais sempre colocamos que é necessário algo além, o que conseguimos diante de muitos confrontos, desgastes e pedidos de socorro a órgãos como Ministério Público do Trabalho e a própria Superintendência Regional do Trabalho em Goiás. Levamos propostas viáveis de benefícios sociais que possam socorrer o empregado em momentos específicos da vida como o nascimento de um filho, o desemprego ou até a morte inesperada.

Enfrentamos forte resistência do setor patronal, mas seguimos firmes em nossa missão sindical, sempre tentando o melhor para quem representamos – os comerciários. Há especialistas que também apontam a busca do empregado por um equilíbrio melhor entre vida pessoal e profissional. Mudanças comportamentais, principalmente, entre os profissionais mais jovens que têm o desejo de iniciar o próprio negócio.

Culpar o governo ou os benefícios sociais para tantas vagas abertas é ignorar que o problema começa dentro do estabelecimento. A solução está em valorizar o trabalhador de forma justa, garantindo condições que tornem a rotina viável e atrativa. Sem isso, as vagas seguirão abertas e os trabalhadores seguirão buscando alternativas de ganhos maiores.

Eduardo Amorim,&nbsp;residente da Federação dos Trabalhadores no Comércio nos Estados de Goiás e Tocantins (Fetracom GO/TO) e vice-presidente da CNTC e da Seceg