Atualizada às 10h48 de 03/07/2019O alto custo dos planos de saúde tem levado muita gente a recorrer a instrumentos alternativos de assistência médica, com preços menores. Em Goiás, empresas e entidades estão firmando convênios com clínicas populares para que seus funcionários tenham acesso a serviços médicos, com descontos em consultas e exames. Assim, eles não dependem apenas do atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS).A empresa de seguros e avaliação de riscos Aon prevê que os planos de saúde, que já representam um alto custo para as empresas, devem subir cerca de 17% no Brasil este ano. Em algumas empresas, este gasto só fica atrás dos salários. Os vários cancelamentos de planos de saúde por empresas filiadas levaram o Sindicato do Comércio Varejista de Goiás (Sindilojas) a firmar convênio com uma rede de clínicas populares e lançar o Sindilojas Saúde. Por ele, os associados terão descontos em consultas e exames. Outra novidade para os funcionários e familiares será a autorização para o desconto em folha sem custo ao lojista. O presidente da entidade, Eduardo Gomes, informa que os serviços estão disponíveis desde segunda-feira (1º). “O grande objetivo é ajudar os lojistas e seus funcionários a acessarem serviços de saúde com menor custo”, destaca.O diretor geral da rede de clínicas Dr&Cia, Jaime Ferreira, explica que a parceria é uma forma de atender estes usuários, que acabam migrando para o SUS com a desistência das empresas de oferecerem planos de saúde. Segundo ele, o convênio com o Sindilojas foi o primeiro, mas outros sindicatos já estão em fase final de negociação com a rede. Pelo convênio, uma consulta custa a partir de R$ 72 e um hemograma, R$ 12. “E o melhor: sem mensalidade e carências”, ressalta.Os preços variam entre as redes que oferecem tais convênios. Na Saúde Express, que tem parceria com várias entidades e casas de apoio de Goiânia, os descontos nas consultas e exames chegam a R$ 20. A gerente administrativa, Caroline Terra, informa que a clínica está até desenvolvendo o projeto de um cartão de descontos para os funcionários de seus parceiros.A rede de clínicas Mais Saúde já fechou parceria com seis sindicatos e empresas. Uma consulta com um cardiologista ou ginecologista, que normalmente custa R$ 90, pelo convênio sai por R$ 70. O administrador da rede, Johnatan França, explica que o objetivo é oferecer uma alternativa aos planos de saúde e incrementar o movimento da clínica popular, que tem seu retorno no maior volume de procedimentos. “Algumas empresas até subsidiam parte dos valores para seus funcionários.”A Doctor Med também acaba de inaugurar seus primeiros convênios com duas empresas: uma do comércio e outra da construção civil. A responsável técnica, Daniela Mohn, explica que os procedimentos são agendados na própria empresa, que recebe os valores dos funcionários e os repassa para a clínica. “É uma alternativa mais barata e rápida aos planos de saúde, que estão cada vez mais burocráticos, até com limitação de consultas”, lembra.Uma das empresas é a Dolp Engenharia, que optou pelo convênio enquanto não oferece plano de saúde a seus 115 funcionários. A analista de Recursos Humanos da empresa, Rosana Alves, informa que alguns procedimentos mais básicos ou urgentes são até custeados pela empresa. “O melhor é que o empregado só paga pelo que usar”, diz.A Clínica Vittá já fechou parceria com cerca de 45 empresas, associações e casas de apoio para oferecer os descontos. O gerente de Operações, Timóteo de Paula Limiro, informa que os descontos variam de acordo com a forma de pagamento, chegando a 10%. “As empresas procuram algo menos burocrático e mais em conta que os planos.”Outro instrumento já usado por 13 mil goianos é o Cartão de Todos, onde a pessoa paga uma mensalidade de R$ 21,90 para a família ter descontos em serviços de saúde, educação e lazer. Um dos parceiros é a Clínica AmorSaúde, em Aparecida de Goiânia. Com o cartão de descontos, o usuário paga apenas R$ 20 ou R$ 28 por uma consulta, além de ter descontos em exames.