Goiás teve um recuo do desemprego no terceiro trimestre de 2021, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar Contínua (Pnad Contínua), divulgada na terça-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda, no entanto, foi acompanhada por um aumento da quantidade de pessoas trabalhando na informalidade no estado. A taxa de desemprego no estado ficou em 10% no terceiro trimestre de 2021. No trimestre anterior, o índice havia sido de 12,4%, ou seja, 2,4 pontos porcentuais maior. Em relação ao mesmo período de 2020, a queda foi de 3,5 pontos. Em números absolutos, há 375 mil pessoas desempregadas em Goiás hoje. O número é 21,7% menor que o mesmo período do ano de 2020, quando o número de desocupados chegava a 479 mil.O chefe do IBGE em Goiás, Edson Roberto Vieira, explica que essa queda da taxa de desemprego no terceiro trimestre é comum em anos normais e só apresentou comportamento diferente em tempos de crise, como foi em 2020, primeiro ano da pandemia da Covid-19, e em outros anos de quebra financeira. Segundo ele, a queda do desemprego nesse período se dá porque é a época em que empresas intensificam as contratações, empregam temporários, por conta da temporada de fim de ano. Ao mesmo tempo houve um aumento da informalidade. Ela passou de 37,5% no terceiro trimestre de 2020 para 41,3% no mesmo período deste ano. Edson explica que isso está ligado à melhora do quadro pandêmico, especialmente pelo avanço da vacinação contra a Covid-19.“Algumas atividades mais afetas à informalidade, como o serviço doméstico e outras relacionadas ao setor de serviços, estão mais dinamizadas por conta do quadro de melhora da pandemia”, pontua. Nos dados do Pnad, por exemplo, é possível perceber que o setor que mais empregou, em Goiás, neste terceiro trimestre, foi o de alojamento e alimentação, que compreende hotéis e restaurantes. Com 179 mil empregados no setor, o avanço foi de 20 mil postos de trabalho em relação ao mesmo período de 2020, e de 46 mil em relação ao trimestre passado. Edson destaca a retomada dos shows e eventos, que acaba impulsionando, também, o crescimento da informalidade. Apesar disso, também houve aumento de empregos formais, mas com um crescimento estável, segundo Edson. Do trimestre passado para o terceiro, foram novos 90 mil postos de trabalho no setor privado, segundo a pesquisa. Os trabalhadores domésticos com carteira assinada aumentaram 4 mil empregados. Houve, ainda, ganho de 10 mil empregadores com CNPJ e de 50 mil do setor público com carteira assinada. A categoria dos trabalhadores por conta própria com CNPJ teve alta de 19 mil trabalhadores. No total, cerca de 3,4 milhões de pessoas estavam ocupadas no período analisado pela pesquisa. ComparaçãoO representante do IBGE também chama atenção para o número positivo de Goiás na taxa de desemprego em relação aos dados nacionais. O índice de desocupação no estado é 2,6 pontos porcentuais menor que a taxa nacional, de 12,6%. “Isso significa que o estado está tendo uma recuperação mais alta do que em nível nacional. Historicamente, a taxa de desocupação em Goiás é menor que a nacional, mas às vezes essa diferença diminui.”Outro ponto do levantamento é a renda média do trabalhador goiano, que caiu para R$ 2.363. Esse valor representa uma queda de 2,5% em relação ao segundo trimestre (R$ 2.423) e de 4,9% em relação ao terceiro trimestre de 2020 (R$ 2.485). O comportamento coincide com os dados nacionais.No país, o rendimento médio foi de R$ 2.459. Em relação ao terceiro trimestre do ano passado (R$ 2.766), a queda foi de 11,1%, a maior da série. Antes da divulgação desta terça, o menor valor para o período de julho a setembro havia sido registrado em 2012. À época, a renda foi de R$ 2.462. O recuo coincide com o retorno dos trabalhadores informais ao mercado, aponta o IBGE. Edson explica que a queda se deve à própria inflação, já que o que o IBGE mede é o rendimento real, ou seja, sem a taxa. “Mas a outra explicação está na informalidade, porque o trabalho informal paga menos que o formal”, diz. Ele também pontua que as pessoas voltaram ao mercado de trabalho com remuneração menor do que antes. -Imagem (1.2363829)