A taxa de desemprego voltou a recuar e atingiu 6,2% no Brasil no trimestre até outubro, apontam dados divulgados nesta sexta (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

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É o menor patamar da série histórica da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), que teve início em 2012.

Antes da divulgação desta sexta, a mínima havia sido registrada no trimestre até dezembro de 2013. À época, a taxa foi de 6,3%.

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O maior patamar da série, por outro lado, ocorreu nos intervalos finalizados em março de 2021 e setembro de 2020, quando o indicador alcançou 14,9%, sob impacto da pandemia.

<cite>Do ponto de vista dos indicadores, eles são muito consistentes", disse Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE.</cite>

A técnica associou o resultado à geração de empregos em diferentes setores da economia. "É uma melhoria que vem sendo sustentada trimestre após trimestre", afirmou.

O desemprego estava em 6,8% no trimestre até julho deste ano, que serve de base de comparação.

Para o intervalo até outubro, o mercado financeiro já esperava a mínima de 6,2%, segundo a mediana das projeções de analistas consultados pela agência Bloomberg. O intervalo das estimativas ia de 6% a 6,4%.

Conforme o IBGE, o número de desempregados atingiu 6,8 milhões até outubro. O instituto afirmou que esse é o menor contingente desde o trimestre encerrado em dezembro de 2014 (6,6 milhões). O número era de 7,4 milhões até julho deste ano.

A população desocupada reúne pessoas de 14 anos ou mais que estão sem trabalho e que seguem à procura de oportunidades. Quem não está buscando vagas, mesmo sem ter emprego, não faz parte desse grupo nas estatísticas oficiais.

<h4>OCUPAÇÃO RENOVA RECORDE</h4>

O número de pessoas ocupadas com algum tipo de trabalho foi estimado em 103,6 milhões no trimestre até outubro. Isso significa que o indicador voltou a bater recorde. O contingente era de 102 milhões até julho.

O IBGE indicou que o aumento do número de ocupados veio espalhado por diferentes setores, destacando as variações na indústria (2,9%, ou mais 381 mil), na construção (2,4%, ou mais 183 mil) e em outros serviços (3,4%, ou mais 187 mil). O comércio, por sua vez, teve uma expansão de 248 mil ocupados, o que significa um avanço de 1,3%.

O chamado nível da ocupação subiu a 58,7%, outro recorde da pesquisa. O indicador mede o percentual de pessoas que estão trabalhando em relação à população total de 14 anos ou mais.

<h4>RENDA FICA ESTÁVEL</h4>

A renda média dos trabalhadores ocupados foi de R$ 3.255 por mês no trimestre até outubro. O resultado mostra uma variação positiva de 0,8% ante o período até julho (R$ 3.230), mas o IBGE considera o dado dentro da margem de estabilidade.

Ante o trimestre até outubro do ano passado (R$ 3.133), o rendimento cresceu 3,9%. Valores mais altos do que o mais recente (R$ 3.255) só foram encontrados pelo IBGE em 2020, durante a pandemia.

À época, a saída do mercado de trabalhadores informais contribuiu para elevar a média dos ocupados. Ou seja, o rendimento não cresceu na ocasião devido a ganhos salariais, mas, sim, por uma mudança na composição da mão de obra.

<h4>ECONOMIA AQUECIDA PUXA QUEDA DO DESEMPREGO</h4>

Analistas afirmam que a redução do desemprego reflete principalmente o aquecimento da economia. A proximidade do final do ano também pode estimular contratações temporárias.

<cite>É um cenário de resiliência do mercado de trabalho, que já vem há algum tempo, desde a saída da pandemia", diz o economista Bruno Imaizumi, da consultoria LCA.</cite>

Embora seja considerado fator preponderante para entender os dados, o desempenho positivo da atividade econômica não explicaria sozinho o fato de o desemprego estar em um patamar tão baixo para a série do IBGE.

De acordo com Imaizumi, um ponto secundário que contribui para o resultado é a taxa de participação mostrar nível inferior ao do pré-pandemia.

Esse indicador mede a proporção de pessoas de 14 anos ou mais que estão inseridas na força de trabalho como ocupadas (empregadas) ou desempregadas (à procura de oportunidades).

No pré-pandemia, a taxa de participação estava acima de 63%. Durante a crise sanitária, o indicador caiu, e a recuperação não foi suficiente para a retomada do nível anterior à crise. O percentual foi de 62,6% no trimestre até outubro deste ano.

Conforme Imaizumi, o quadro pode estar associado principalmente ao envelhecimento da população.

Tradicionalmente, os mais velhos estão entre os brasileiros com menor inserção no mercado, o que contribuiria para frear a procura por trabalho e, assim, reduzir a pressão sobre a taxa de desemprego.

<cite>Mas isso não anula o fato de que o mercado de trabalho está absorvendo as pessoas, tanto na formalidade quanto na informalidade", diz o economista.</cite>

Ele também vê estímulos para a geração de empregos com a volta de serviços presenciais após a pandemia e com a redução de custos judiciais para empresas depois da reforma trabalhista de 2017.

A taxa de desemprego já havia marcado 6,4% no trimestre até setembro deste ano. O IBGE, contudo, evita a comparação direta entre períodos com meses repetidos, como é o caso dos intervalos finalizados em setembro e outubro.

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Desemprego recua a 6,2% e atinge mínima da série histórica

Economia

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Matéria - Economia

MERCADO DE TRABALHO

Desemprego

Aos poucos surgem novas ideias para solucionar problemas como desemprego, moradores de rua e, mesmo, beneficiários do bolsa família. Em Goiânia, encontramos um exemplo. Foi anunciado que a partir de agora, todos os contratos firmados pela Prefeitura com empresas que necessitam de mão de obra não especializada terão de destinar 5% de suas vagas de trabalho a pessoas em situação de rua.

Este tipo de oportunidade à população sem teto, deveria ser um exemplo a ser seguido por todas as prefeituras do país. É uma legislação que está sendo implantada como marco, coordenada pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social. Estas estratégias de inclusão devem ser comemoradas, pois representam uma superação para as pessoas em vulnerabilidade social, integrando-se ao nosso mercado de trabalho e à sociedade. São exemplos a serem seguidos!!

Maria de Lourdes Barbalho

Setor Oeste - Goiânia

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&nbsp;Comércio

O comércio varejista em Goiás e no Brasil teve de superar momentos desafiadores em 2024. Foi um ano que começou já com a discussão das propostas de reoneração da folha de pagamento e do fim do trabalho aos feriados, ambos prejudiciais ao varejo e ao setor produtivo em geral, ameaçando a sustentabilidade das empresas e a geração de empregos. Outra agenda sensível para as empresas foi a regulamentação da reforma tributária, que está prestes a acontecer, e ainda preocupa por impactos de mudanças no Simples Nacional na vida, principalmente, das pequenas e médias empresas.

Em 2024, o varejo físico lutou, resistiu e viu as vendas em sites estrangeiros serem finalmente taxadas, diminuindo assim a concorrência desleal com gigantes internacionais do e-commerce. O movimento lojista encarou neste ano também altos índices de inadimplência, que revelaram um Brasil doente, viciado em jogos de azar on-line.

Mais recentemente, um novo desafio, da famigerada proposta de extinguir a jornada de trabalho 6x1. Sem os devidos estímulos, as empresas tiveram de resistir firmemente para se desvencilhar de tantos percalços. Agora, a esperança é de um ano novo mais propício ao setor produtivo, com ambiente de negócios mais favorável à competitividade, à expansão das empresas, à criação de postos de trabalho e ao consequente aumento na arrecadação de impostos, que retornam para a sociedade em serviços prestados pelo poder público. Feliz 2025!

Valdir Ribeiro

Presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Goiás (FCDL-GO)

Cartas dos leitores

Opinião

Opinião - título

Carta dos Leitores

Matéria - Opinião - Carta dos Leitores

Cartas

Pagamentos do seguro-desemprego

A busca pelo equilíbrio fiscal levou o governo federal a avaliar a possibilidade de mudanças no seguro-desemprego e na multa de 40% cobrada dos empregadores na rescisão dos contratos trabalhistas em caso de demissão sem justa causa. Um dos motivos seria o aumento dos gastos com o pagamento do benefício, mesmo num período de queda do desemprego. Só em Goiás, entre setembro de 2023 e agosto deste ano, foram pagos R$ 1,9 bilhão em parcelas do programa, um crescimento de 16% sobre o mesmo período imediatamente anterior.

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Atualmente, o trabalhador recebe entre 3 e 5 parcelas de seguro-desemprego, de acordo com o tempo de permanência no último emprego, cada uma delas variando de R$ 1.412 a R$ 2.313,74, dependendo do salário que recebia. Uma das possibilidades levantadas seria usar parte da multa rescisória paga pelo empregador para ajudar a custear o programa, o que reduziria os gastos do governo. Uma proposta seria abater o valor da multa devida ao trabalhador do valor do seguro-desemprego, reduzindo o número de parcelas a serem pagas.

Mas estas mudanças, que afetariam diretamente os trabalhadores, exigirão alterações na legislação trabalhista, o que demanda aprovação do Congresso Nacional e do presidente Lula, que teria de ir contra as bandeiras do Partido dos Trabalhadores (PT). As alterações fariam parte de um pacto de corte de, pelo menos, R$ 30 bilhões em gastos, preparado pelo Ministério da Fazenda e do Planejamento.

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O governo também estudaria reverter a multa para o trabalhador em um imposto para a empresa, já que o objetivo da política seria punir o comportamento do empregador que demite muito. Dessa forma, as empresas ou setores com maiores índices de demissão pagariam uma alíquota maior de imposto.

<div attr-cid="policy:1.3195429" attr-version="policy:1.3195429:1730770218" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3195429" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3195429', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3195429">Pagamentos do seguro-desemprego (1.3195429)</a></div>

A advogada Juliana Mendonça, especialista em Direito e Processo do Trabalho, diretora do Instituto Goiano de Direito do Trabalho (IGT) e da Associação Goiana dos Advogados Trabalhistas (Agatra), ressalta a necessidade de mudanças na legislação trabalhista, que tem previsão ampla do seguro-desemprego e da multa do FGTS, exigindo aprovação do Congresso.

Para ela, mudanças desta magnitude teriam um impacto gigantesco sobre o trabalhador. A multa é uma penalização para o empregador que demite e o custo não é barato. No entanto, com as mudanças, os recursos deixariam de ir para o trabalhador e seriam direcionados ao governo. “O maior questionamento do governo é que a taxa de desemprego está em queda, enquanto o montante de pedidos do seguro está elevado”, destaca.

O entendimento do governo seria de que muitos trabalhadores estariam “cavando” suas próprias demissões para receberem os benefícios. “Mas não se pode presumir isso, mesmo porque já existem formas de negociar esta saída. Este é um argumento perigoso e uma falácia que pode gerar distorções. Não se pode generalizar esta prática entre todos os trabalhadores”, alerta a advogada.

<h2>Especulações</h2>

Para o auditor e consultor contábil Cássius Pimenta, estas mudanças ainda não passam de especulações geradas em conversas paralelas. Ele lembra que o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, até já negou a possibilidade das alterações, por não ter sido consultado sobre o tema. Ele acredita que, se as mudanças realmente forem consideradas, deverão incluir uma redução do número de parcelas ou aumento do período de trabalho para ter direito ao benefício.

“O foco é reduzir gastos ou custeá-los com a mudança no direcionamento de parte desta multa rescisória sobre o FGTS, que é custeada pelo empregador”, ressalta Pimenta.

Outra possibilidade seria a elevação da multa de 40% para 50% para ajudar a custear o programa, um aumento que já ocorreu por um período no passado. Mas ele também acredita que estas alterações são difíceis de se efetivar porque exigiriam uma mudança drástica na legislação, o que causaria uma grande movimentação nas centrais sindicais pelo País.

“Seria algo, realmente, surpreendente e difícil de compreender porque o governo atual sempre levantou a bandeira da defesa dos trabalhadores e isso é contrário aos princípios do Partido dos Trabalhadores (PT)”, adverte o consultor.

Na visão do presidente da Central Única dos Trabalhadores em Goiás (CUT Goiás), professor Flávio Silva, a possibilidade das mudanças realmente não passa de especulação, pois não chegariam a ser aprovadas pelo presidente Lula. “Não teria como um governo do PT aprovar uma coisa desta, apesar de termos um Congresso de onde se pode esperar tudo”, diz o sindicalista. Mas ele acredita que, mesmo que as alterações sejam aprovadas pelo Congresso Nacional, seriam vetadas pelo presidente.

Para Flávio Silva, não há necessidade de criar este tipo de mecanismo no cenário atual de queda do desemprego. Ele prevê que a reforma tributária ajude a criar ainda mais empregos no País. “O desemprego deve continuar caindo e estas mudanças não devem ocorrer, apesar deste estar se mostrando um governo de centro-direita na economia e até em alguns outros aspectos”, afirma o líder sindical.

Seguro-desemprego tem 16% a mais de pagamentos em Goiás

Mercado de trabalho

Em Goiânia, o salário médio das mulheres aumentou em 17,6% nos últimos 10 anos, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar do saldo positivo, quando se compara a média salarial feminina em 2023 com o rendimento masculino no mesmo ano, as mulheres ganham R$ 1.220 a menos.&nbsp;

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De acordo com a economista e chefe de gabinete da Secretaria de Estado da Retomada, Suellen Mara Couto, mesmo que emblemático, quando analisado em contexto histórico, o resultado é positivo, afinal, a diferença era maior poucos anos atrás. Em 2013, por exemplo, enquanto a média salarial de homens era de R$ 4.470, a de mulheres era de R$ 2.968, uma diferença de 33,7%. Os dados são do IBGE, em relação a cidade de Goiânia.

“Tem um significado emblemático de conquista. A gente tem visto um crescimento salarial e também uma inserção maior das mulheres no mercado de trabalho formal, principalmente em cargos de liderança, mulheres alcançando cargos de gerência, de gestão, executivos. Mas nós ainda estamos caminhando a passos lentos, mesmo conseguindo alcançar essas mudanças no mercado”, pontuou ela. Em 2023, de acordo com o IBGE, homens receberam R$ 4.813 de média salarial, enquanto as mulheres recebem R$ 3.593 na capital goiana.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/economia/mulheres-recebem-31-9-menos-que-os-homens-em-goias-aponta-ibge-1.3028515">Mulheres recebem 31,9% menos que os homens em Goiás, aponta IBGE</a> 
<a href="https://opopular.com.br/economia/mudancas-na-lei-pressionam-contra-desigualdade-de-genero-1.3007302">Mudanças na lei pressionam contra desigualdade de gênero</a></div>

<h2>Papel social</h2>

É necessário analisar como a média é feita, usando números que refletem a renda total dos homens e das mulheres. Para Suellen, a diferença fica ainda maior por conta dos cargos de liderança, predominantemente ocupados por figuras masculinas. Ela apresenta dois conceitos econômicos para explicar o fenômeno: teto de vidro, para mulheres, e escada rolante de vidro, para homens.

Segundo ela, teto de vidro é usado para representar um bloqueio social para que mulheres ocupem cargos de alta gestão. “As mulheres vão subindo de cargo em empresas, mas quando o próximo nível é na alta gestão, com cargos de maiores salários, elas têm dificuldades de ocupar essa cadeira. Não que não seja impossível, mas não é o geral, são as exceções”, disse.

Já sobre a escada rolante de vidro, ela explica que homens são conduzidos de forma mais natural a cargos de alta gestão. Ela exemplifica esse cenário usando uma escola, onde é comum que mulheres sejam professoras e homens gestores na educação infantil, mas no ensino médio e superior, os homens têm mais presença nas salas de aula.

"Em áreas que são consideradas mais feminizadas, onde há mais mulheres do que homens trabalhando, eles são levados a cargos de gestão de uma forma mais natural. Enquanto isso, mulheres que apresentam características vistas e reconhecidas como masculinizadas, ou ‘natas de um líder’, tendem a ser mais respeitadas do que mulheres que vão ter um comportamento mais tipicamente considerado como feminino”, disse.

<cite>São várias questões permeadas em relação ao social, do que é o papel masculino e o que é o papel feminino. A gente carrega isso para dentro das empresas em que nós trabalhamos e isso vai reverberando nessas ocupações, vai ter consequência nos salários das pessoas, consequência em como elas desempenham as atividades”, pontuou Suellen.</cite>

<h2>Políticas públicas</h2>

Quando a comparação é feita entre homens e mulheres que ocupam o mesmo cargo ou função, a legislação acerca da Igualdade Salarial de gênero reitera o que já foi estabelecido na Constituição e na CLT: que mulheres recebam salários justos e iguais aos dos homens no mesmo trabalho. Mesmo assim, o IBGE aponta que, no Brasil, as mulheres ganham 20% menos que os homens para os mesmos cargos.&nbsp;

Para Suellen, políticas públicas, como as cotas, que incentivem a contratação de mulheres, principalmente em cargos de liderança, são importantes incentivos. “Se nós formos esperar que a conquista ocorra de forma orgânica, além disso demorar muito, a gente pode inclusive ter retrocessos. Então são ações importantíssimas que precisam ser eficientes e serem fiscalizadas”, disse ela.

<cite>Se nós não tivermos algum tipo de política pública que incentive que essas mulheres estejam nessas funções, cargos e ocupações, a gente vai demorar um pouco mais para conseguir fazer essa caminhada”, afirmou.</cite>

Salário médio das mulheres aumenta 17% em dez anos, mas segue mais de R$ 1 mil abaixo dos homens

GOIÂNIA

Existe um intenso debate sobre se o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2024 será sustentável. A complexidade econômica é um conceito central nesse debate, pois mede o grau de sofisticação e diversificação da economia de um país, com base nos produtos que ele é capaz de produzir para atender tanto ao mercado interno quanto ao externo.

Dados do PIB do segundo trimestre deste ano indicam que o Brasil pode crescer até 3,3% em 2024, pelo terceiro ano consecutivo, acumulando um crescimento de mais de 10% desde o início da pandemia. Um aspecto que chama atenção é a taxa de investimento no Brasil, que está em aceleração, alcançando 16,8% do PIB, a maior em uma década.

Embora esse valor ainda esteja abaixo do ideal de 25%, o crescimento dos investimentos em máquinas, equipamentos e construção é um sinal positivo, demonstrando que a produção reagiu bem à redução da taxa Selic, que passou de uma média de 13,2% para 10,5%. Esse é um dos motivos para que o Banco Central (BC) mantenha essa taxa estável na próxima reunião do Copom, além de o IPCA, que em agosto apresentou uma taxa de 4,24% nos últimos 12 meses, estar abaixo do teto da meta de 4,5%.

A redução da taxa Selic tem favorecido a expansão do mercado de capitais, com o crédito crescendo 10% ao ano, sendo 11% para famílias e 8% para empresas. O setor produtivo tem emitido diversos produtos financeiros, como debêntures, CRI, CRA, FDIC e ações no mercado secundário, o que permite captar recursos no mercado financeiro para financiar a produção e a expansão das atividades econômicas.

Como resultado desse cenário de expansão do PIB, o Brasil registrou a menor taxa de desemprego dos últimos 10 anos, atingindo 6,8% no trimestre encerrado em julho de 2024. O país deve criar cerca de 2 milhões de empregos formais apenas este ano, o que reflete um mercado de trabalho em sua melhor fase da última década.

Mas o tipo de empregos que estamos gerando é importante. São empregos complexos e sofisticados, mais produtivos, com maior qualificação, especialização e uso intensivo de tecnologia, ou são empregos simples e de baixa produtividade, como aqueles em setores de serviços básicos, que geram menos valor agregado, limitando a capacidade das empresas de oferecer remunerações competitivas e de permitir aos trabalhadores agregarem mais valor ao que produzem.

Apesar do Brasil ter alcançado resultados expressivos em termos de crescimento econômico e geração de empregos, sua sustentabilidade dependerá da capacidade de elevar a sua complexidade econômica. Somente através do aumento da produtividade, da qualificação da mão de obra e da diversificação dos setores produtivos será possível garantir um desenvolvimento consistente, inclusivo e de longo prazo.

Jeferson de Castro Vieira é economista, doutor pela UnB, professor de economia e do mestrado em desenvolvimento e planejamento territorial da&nbsp;PUC- GO&nbsp;