Em visita a Goiânia nesta sexta-feira (19), o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, afirmou que a cúpula do PDT reforçou ao presidente Lula (PT) a posição de independência da sigla em relação ao governo no Congresso Nacional. “Não tem como chegar no plenário e votar diferente do que a gente prega, do que a gente tem de visão do Brasil, do mundo, das políticas públicas. Nós somos muito parecidos. Agora, nós não somos iguais”, disse Queiroz.Segundo o ministro, as sinalizações foram feitas pela liderança do PDT em almoço com o presidente no Palácio da Alvorada na quarta (17). “A bancada achou por bem ter uma posição de independência, até para chamar a atenção do governo, mostrar que existe - e eu acho que isso tudo faz parte desse trato da política -, sempre uma busca de mais espaço, protagonismo”, afirmou, logo após reunião com integrantes da Associação Crianças de Microcefalia por Zika Vírus e Outras Deficiências de Goiás (Amizika). “E nós apanhamos: uma parte do PDT, porque somos pedetistas a vida toda, e outra parte pelo governo, porque somos parte do governo hoje, e queremos que estejam entrosados”, completou Queiroz.Presente no encontro desta sexta, a deputada federal Flávia Morais (PDT), coordenadora da bancada goiana na Câmara, foi questionada pelo POPULAR sobre a possibilidade de deixar o PDT em 2026. Ela disse que as conversas nesse sentido tratam-se de “especulação”. “Nós estamos trabalhando para fazer chapa, do PDT, e qualquer afirmação de que eu estou deixando partido é especulação. A gente deve resolver isso ano que vem”, disse, reforçando o ministro ao falar sobre as afinidades da legenda com o governo federal, mas ponderando a postura de “independência”.Tanto o almoço com Lula quanto as declarações do ministro ocorrem na esteira do desembarque da sigla da base de apoio no Congresso, anunciada em maio. A debandada aconteceu em meio ao escândalo dos desvios bilionários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e a demissão do ministro Carlos Lupi do Ministério da Previdência Social. Queiroz será ouvido como convidado na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os descontos irregulares em aposentadorias e pensões do INSS no próximo dia 9 de outubro. Perguntado sobre o que pretende detalhar aos parlamentares durante a oitiva, o ministro afirmou que há disposição da pasta em colaborar com as investigações. “Acho que isso tudo são símbolos, de que o ministério quer colaborar, de que o ministério tem disposição de ajudar a CPI. Um símbolo também de que o ministro não tem nada a temer e que quer ajudar, e que quer ajudar os trabalhos da CPMI.”DevoluçõesNa semana passada, o ministro declarou que o governo federal já devolveu R$ 1 bilhão para cerca de 2,3 milhões de aposentados e pensionistas afetados pelos descontos indevidos feitos por associações. Segundo o Ministério da Previdência Social, até agosto, 45.863 aposentados e pensionistas de Goiás, vítimas dos desvios, já receberam o ressarcimento. Os pagamentos aos goianos correspondem a R$ 30,2 milhões. Os valores são pagos de forma integral, com correção pela inflação (IPCA).Sobre o Programa de Gerenciamento de Benefícios (PGB), que tem como principal objetivo a redução da fila do INSS por meio de mutirões realizados por servidores fora do expediente normal, inclusive aos fins de semana, e análise de pensões e auxílios em até 45 dias, o ministro disse que o programa vem sendo bem-sucedido e que há expectativa do governo pelo encerramento da fila. “Estamos aí entrando com 500 novos peritos. Há quase 15 anos que não havia concurso para perito médico federal. Realizamos o concurso, estamos destinando agora os peritos para o Brasil todo. Goiás vai receber 21 peritos aqui, é um incremento importante, e com essas iniciativas todas, a gente tem certeza que logo, logo, a gente vai ter índices muito bons para mostrar”, disse o ministro.