Muitos empreendedores goianos viram seus negócios crescerem no mercado depois de terem a qualidade de seus produtos reconhecida e premiada dentro e fora de Goiás. Essas premiações chamam a atenção do consumidor que procura produtos diferenciados em busca de melhores experiências.&nbsp;

Recentemente, o Sebrae Goiás lançou o projeto Goiás Original, que tem como foco a valorização de produtos e experiências que expressam, de forma autêntica, a cultura, os saberes tradicionais e o território goiano.

A Queijaria Tino Weber conquistou premiações no Mundial do Queijo, realizado no ano passado, em São Paulo. Rosana Reis Weber e o marido, o suíço Tino Weber, começaram a produzir queijos artesanais em 2021 e tiveram de lidar com as dificuldades impostas por um país de clima tropical. “Resolvemos fazer um queijo suíço o mais próximo possível do original, mas com terruá do Cerrado”, conta.&nbsp;

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Segundo Rosana Weber, o objetivo era adaptar a tradição suíça às condições brasileiras, em que prevalecem um clima quente e frutos e sabores intensos. Conseguiram produzir queijos com receita suíça e o terruá goiano. “No começo, comprávamos o leite. Mas, para obter os melhores sabores, dentro do padrão necessário, hoje temos nossas próprias vacas jersey, que recebem uma alimentação saudável para produzirem um leite com diferencial em gordura, ouvem música e ficam em um local de bem-estar, como em um spa.”&nbsp;

A queijaria é aberta para visitações do público, que pode passar o dia com a família, conhecer a história da empresa e degustar os produtos, numa verdadeira experiência gastronômica. Na propriedade, de menos de um alqueire, são fabricados 10 tipos diferentes de queijos especiais. “Nossa produção artesanal é pequena: de 20 quilos a 25 quilos por dia. O foco é a qualidade”, garante Rosana.&nbsp;

Para ela, um dos grandes segredos é a alimentação e o manejo adequados, que produzem um leite de qualidade ideal, que pode até ser consumido por intolerantes. A ração é produzida com óleos essenciais, que melhora digestibilidade. O resultado são produtos de excelente qualidade, vendidos em empórios, na própria propriedade e pela internet para o Brasil todo.

A micro cervejaria Colombina já conquistou 48 prêmios de qualidade. Para a CEO e fundadora da empresa, Patrícia Mercês, o mais interessante deles, comercialmente falando, foi o de melhor cerveja artesanal do Brasil, em 2023, uma pilsen com infusão de café especial, que venceu mais de 30 mil amostras nacionais julgadas pela Associação Brasileira de Cerveja Artesanal (Abracerva). No mercado desde 2014, hoje ela fabrica 14 estilos de cerveja e tem capacidade para produzir 90 mil litros. No início eram 30 mil.

Para a empresárias, as premiações sempre ajudam a fazer ajustes e melhorias na qualidade do produto, pois passam por um júri técnico altamente qualificado. “Essa premiação nos impulsionou comercialmente, com visibilidade nacional, o que se refletiu nas vendas, que cresceram 23% de 2024 para 2025”, destaca. A média anual tem sido de 14%.&nbsp;

Apesar de estar em pontos de venda em São Paulo, o foco da Colombina ainda é Goiás. “Enquanto não estivermos muito bem estabelecidos aqui, ainda não faz sentido expandir para outros mercados”, acredita. Essas premiações ajudaram a empresa a impulsionar o negócio de experiência. “Quem consome quer saber sobre a origem do produto e a medalha é como um selo de qualidade”, destaca.

<h2>Selo</h2>

O artesão Valmir Neves está entre os 100 artesãos de destaque no País, pelo prêmio Top 100 do Sebrae Nacional, realizado a cada três anos. Como o Sebrae promove eventos fora do estado, o prêmio possibilita a participação praticamente sem custo, com a divulgação dos premiados e o selo que agrega muito valor. “Isso acaba sendo uma vitrine para divulgação do meu trabalho de esculturas barroca e arte sacra barroca, com elementos da nossa cultura”, explica.

No Salão do Artesanato de São Paulo, os premiados ficam num local de destaque e com mais espaço, o que ajuda na comercialização das obras. O Sebrae Nacional também tem um centro de referência, onde divulga os premiados para os grandes lojistas do País. “Com isso, eu aumentei a produção e a participação em eventos mais direcionados, trabalhando com outro tipo de público, como arquitetos da Casa Cor pelo País”, conta o artesão. O resultado foi um upgrade em seu trabalho.

Há 13 anos no mercado, Leonardo Gabriel Vitali, do Samura Comida Japonesa, já conquistou vários prêmios neste ano, como o Brasil Sabor e o Sushi Fast, campeão nas categorias delivery e salão, com maior número de vendas. Aliás, as vendas têm crescido cerca de 18% de um ano para outro. “Venho participando de vários campeonatos do Sindibares e, de 2022 para cá, venho ganhando quase todos.”

Ele conta que engajou a equipe nestes festivais. Eles compram a ideia e participam ativamente, investindo nas peças que o cliente mais gosta. Vitali também faz muita divulgação pelas redes sociais e investiu muito em sua capacitação pessoal. “No Brasil Sabor deste ano, foram 35 restaurantes e participei com dois pratos acessíveis pra quem almoça e quer comer comida rápida”, lembra&lt;/CW&gt;.&nbsp;

As premiações ajudam a divulgar o restaurante. “Você vai plantando aos poucos e vai colhendo os frutos. Já ficamos em segundo lugar em um festival nacional de restaurantes por quilo da Abrasel”, lembra o empresário. O resultado disso, segundo ele, são mais clientes cadastrados. “No meu segmento, a pessoa não come todo dia. Por isso, é preciso ter um número elevado para ter uma rotatividade frequente”, destaca.

Outra receita é sempre aprimorar pratos diferentes e lançar novidades. O Samura tem um rodízio premium com mais de 100 opções de produtos sem bebida ou com bebida ou, se preferir, pode pagar por quilo.

Gustavo Toledo, analista técnico do Sebrae Goiás e gestor estadual do Projeto Goiás Original, explica que o projeto busca identificar, fortalecer e promover empresas genuinamente goianas. Já são 49 incluídas no projeto, número que deve aumentar com a inserção de novas empresas que podem se inscrever. Voltado a pequenos negócios, o projeto reconhece empreendimentos que atuam com originalidade e autenticidade, conectando tradição e inovação.

Ele contempla sete segmentos prioritários para que os negócios goianos sejam reconhecidos no Brasil e no mundo: artesanato, alimentos e bebidas, experiências turísticas, música sertaneja, produtos com indicação geográfica, como o açafrão de Mara Rosa e os cristais de Cristalina, moda e produtos do campo, como queijos, mel e cachaça. Toledo explica que existe um processo de reciprocidade e as empresas só entram no projeto se tiverem qualidade e identidade, por isso devem ter estrutura e reconhecimento.&nbsp;

A maioria delas têm algum tipo de certificação e premiação. “Elas levam Goiás para os eventos em que participam. Na semana passada, estávamos em um evento no Rio de Janeiro, com o chef Alex Atala, para elevar a promoção dos pequenos negócios goianos no Brasil e no mundo”, conta.

Essas empresas passam por critérios de avaliação de 12 requisitos, como autenticidade, qualidade do produto, potencial de experiência, certificações e selos, impacto social, sustentabilidade e relação cultural com Goiás.&nbsp; 
Segundo o analista do Sebrae, o projeto ajuda a ampliar conhecimentos e a conquistar premiações. “Se eles passaram por um filtro do Sebrae, têm competência para passar por outros”, prevê.

Após um diagnóstico, as empresas recebem consultorias e capacitações, com 70% de subsídio, e participam de ações de promoção, como feiras, missões e rodadas de negócios com grandes empresas. O Goiás Original também identifica o potencial de uma região, mapeia seus produtos e agrega mais valor ao empreendedor.

Empreendedores goianos têm negócios alavancados por premiações

Economia

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Matéria - Economia

Negócios

O empresário Joesley Batista, dono da JBS ao lado do irmão, Wesley Batista, afirmou que as ações do governo brasileiro no Sudeste Asiático farão com que aumente a exportação de carne no Brasil.

"A gente vende bastante aqui. A gente vende dos Estados Unidos, vende da Austrália, não vendia do Brasil. Agora está começando a vender", disse ele à reportagem. "Vai aumentar muito o negócio aqui, o comércio aqui. Essa região está crescendo muito."

Joesley participa da viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Sudeste Asiático ao lado de um grupo de mais de 100 empresários que foram à Indonésia e à Malásia para encontros com o governo local e outros empreendedores. Só do setor de carne, foram representantes de cerca de 22 empresas na primeira parada e 10 na segunda.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/mundo/eu-disse-a-trump-que-podemos-resolver-a-guerra-da-ucrania-afirma-lula-1.3328942" target="_self">"Eu disse a Trump que podemos resolver a Guerra da Ucrânia", afirma Lula</a> 
<a href="https://opopular.com.br/economia/trump-sinaliza-reduzir-tarifas-sobre-o-brasil-nas-circunstancias-certas-1.3328423" target="_self">Trump sinaliza reduzir tarifas sobre o Brasil nas "circunstâncias certas"</a></div>

Lula está em Kuala Lumpur, capital malaia, para participar como convidado da cúpula da Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático, em português), onde também se encontrou com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para discutir <a href="https://opopular.com.br/economia/trump-sinaliza-reduzir-tarifas-sobre-o-brasil-nas-circunstancias-certas-1.3328423" target="_self">as tarifas impostas ao Brasil</a>.

Joesley foi um dos articuladores do encontro entre os presidentes quando foi recebido por Trump para uma audiência em que o tema foram as tarifas impostas sobre os produtos vendidos pelo Brasil, conforme revelou a Folha. O empresário teria dito que as diferenças comerciais poderiam ser resolvidas em um diálogo entre os dois governos.

A viagem presidencial também tinha como objetivo a expansão de mercados na região para diminuir a dependência brasileira nos EUA e diversificar as fontes de receita.

O tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi de 50% sobre as carnes, produto no qual a JBS é líder global. O empresário, porém, produz também em outros países, como os próprios EUA, e a carne brasileira foi destinada a outros mercados, como o México.

Joesley destacou que o Brasil, até então, não era "bem conectado" na região da Ásia, algo que, para ele, começa a mudar.

Seu irmão, Wesley, assinou um memorando de entendimento entre o fundo soberano indonésio Persero e a JBS sobre a exploração e negociação de planos de transação. Também foi realizada uma parceria entre a empresa estatal de eletricidade PLN e o grupo empresarial da família J&amp;F.

A visita de Estado à Malásia abriu o comércio de ovo em pó, pescado de cultivo e extrativo, segundo o ministro da Agricultura, Carlos Favaro. O governo também negociou uma auditoria para o mercado de suínos, marcada para o dia 19 de novembro, e a revisão do protocolo sanitário malaio para a venda de frango.

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Antes, após um caso de febre aviária, como o que aconteceu no Brasil em maio, as autoridades malaias determinavam uma pausa de 12 meses para retomar o comércio com o país em que foi detectada a doença. Com o novo acordo, esse prazo cai para três meses.

Agora, avicultores brasileiros já podem retomar a exportação de frango para a Malásia.

"Então, assim, olha, um balanço muito positivo. Além disso, sem sombra de dúvida, a oportunidade do encontro do presidente Lula com o presidente Trump. Evoluindo esse processo com o acordo entre o Brasil e os Estados Unidos, vai ser bom para o agro, vai ser bom para todo mundo", disse Favaro à Folha.

A presença do empresariado foi frequente nos eventos parte da agenda oficial de Lula. Em sua primeira parada da viagem em Jacarta, na Indonésia, o presidente participou de uma reunião com empreendedores brasileiros e indonésios.

Na Malásia, os compromissos foram semelhantes. O petista participou da cúpula empresarial da Asean e de evento da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) que reuniu empreendedores brasileiros e malaios.

Para Julio Ramos, diretor de assuntos estratégicos na Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), o setor acredita na relação com o sudeste asiático e apoia iniciativas que permitem a apresentação dos produtos brasileiros a possíveis importadores.

<cite>Foi muito positivo, a Indonésia tem se tornado também um grande mercado. Recentemente habilitaram alguns frigoríficos, foi aberto o mercado de miúdos para o Brasil. Então, o Brasil acredita muito nessa relação, nessas parcerias comerciais porque, querendo ou não, isso reflete no próprio Brasil com a geração de emprego", disse ele, que também participou das viagens ao lado do governo brasileiro.</cite>

Comércio de carne vai aumentar, diz Joesley Batista, que participou de viagem de Lula à Ásia

A força econômica e cultural das periferias está sendo mostrada na Expo Favela Innovation Goiás, que termina neste sábado (27), no Shopping Passeio das Águas. Considerada a maior feira de empreendedores de periferias e favelas da América Latina, a mostra tem o objetivo de destacar a criatividade de quem, no dia a dia, precisa conquistar seu sustento e de sua família. O evento visa potencializar e incentivar empreendedores das periferias, favelas e comunidades, a partir das experiências de reconhecidos cases de sucesso.

O evento, das 12 horas às 19h30, tem entrada gratuita aos visitantes e é realizado pela Central Única das Favelas (Cufa Goiás), que está presente nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal, além de outros 40 países.&nbsp;Além de ser realizada em todo o Brasil, em 2025, a Expo Favela teve até uma edição internacional, em Paris, na França.

Apesar de o estado de Goiás ter a tradição de realizar grandes feiras, a Expo Favela Innovation tem características únicas, por ter como maiores atrações empreendedores moradores da periferia, que mostram seu trabalho e suas realizações.&nbsp;A feira também atrai outros moradores dessas regiões, que participam do evento com o objetivo de conhecer, apoiar e aproveitar as atrações artísticas e culturais.

O presidente da Cufa Goiás, Breno Cardoso, lembra que, assim como no esporte, é também no mundo dos negócios: os grandes talentos surgem desses territórios porque a própria necessidade faz com que essas pessoas se reinventem no dia a dia.

“Como falta visibilidade e oportunidades para elas mostrarem o seu talento, a Expo Favela vem pra ser esse ponto de encontro, mostrando esses empreendedores para grandes empresários e investidores, que possam ver esses negócios no mesmo ponto de encontro e até se tornarem investidores e apoiadores deles”, explica.

A Expo Favela também conta com painéis que visam contribuir para o desenvolvimento destes empreendedores periféricos que desejam impulsionar suas trajetórias profissionais. Neste segundo dia do evento, o diretor de Programação da TV Anhanguera, Carlyle Ávila, participará do painel ‘Desafios para o crescimento no mundo corporativo II’, às 14h40.

Durante esta edição da Expo Favela Innovation Goiás, os melhores negócios serão selecionados por avaliadores da Escola de Negócios da Favela e ganharão o direito de representar Goiás na Expo Favela Brasil, que será realizada em São Paulo. Nesta edição nacional, os melhores empreendimentos serão selecionados para participarem de um reality show no programa É de Casa, da TV Globo.

Assim como todos os eventos realizados pela Cufa, a Expo Favela Innovation também é uma oportunidade para a periferia mostrar a sua identidade cultural e toda a sua potência. Por isso, o evento conta com várias atrações artísticas regionais e até nacionais. Na edição deste ano, a grande atração foi o show do sambista Dudu Nobre, que aconteceu nesta sexta.

O evento conta com a apoio de vários parceiros, como o Governo de Goiás, por meio das secretarias de Ciência e Inovação (Secti) e da Cultura ( Secult), Sistema OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) em Goiás, indústria Piracanjuba e outros. Este projeto é realizado com recursos do Programa Goyazes, por meio da Secult.

Feira reúne talentos e negócios de sucesso de regiões periféricas

Empreendedorismo

Pequenas empresas brasileiras podem estar perdendo grandes oportunidades de negócios com seus produtos fabricados no Brasil e que são extremamente valorizados em outros países. Muitos destes artigos acabam adquiridos no Brasil e revendidos no mercado externo por valores bem mais altos por intermediadores que conseguiram enxergar este potencial. O alerta foi feito nesta sexta-feira (5) durante o painel “Novos mercados, novas oportunidades: o futuro global do comércio online”, realizado durante a Feira Internacional do Comércio Exterior do Brasil Central (Ficomex 2025), que termina neste sábado (6), no Centro de Convenções de Goiânia.O Brasil tem muitos produtos com apelo internacional, que os consumidores no mundo todo buscam. “São produtos saudáveis, de sabores diferenciados e, percebendo isso, o comprador internacional acaba colocando no mercado como se fosse dele, mas são do Brasil”, alerta a especialista da Apex Brasil, Camila Paschoal. Então, a sugestão é que as empresas brasileiras que produzem esse tipo de produto, mesmo pequenas ou médias, olhem para o mercado internacional como um potencial para os seus negócios. Segundo ela, é possível substituir esse mercado, que hoje é ocupado por terceiros, e fazer essa venda direta, seja por e-commerce ou participando de feiras e outros eventos internacionais. A Apex Brasil pode ajudar, preparando a empresa para que ela tenha uma estratégia internacional e possa entrar em plataformas de e-commerce e participar de missões e rodadas de negócios. “A gente pode ver, por exemplo, uma castanha do Pará sendo vendida lá fora por uma empresa canadense ou um produto de açaí sendo vendido por uma empresa belga”, alerta.Mas o objetivo é ver o empresário brasileiro vendendo seu produto com criatividade e qualidade, levando a marca brasileira de fato e trazendo a rentabilidade para o Brasil. “Eles viram essa oportunidade que o pessoal não está vendo aqui e colocam nossos produtos no mercado internacional. Há um desejo pelo produto brasileiro e o produtor daqui ainda não despertou para isso”, adverte a especialista da Apex. Ela reconhece que o caminho não é fácil e exige preparação, mas lembra que há parceiros para ajudar nessa estratégia, como a própria Apex, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Confederação Nacional da Indústria (CNI), as federações de indústrias pelo País ou Sebrae. “Estamos todos aqui para ajudar as empresas nesse processo de internacionalização. É ir atrás porque oportunidade tem”, garante Camila Paschoal. Ela lembra que a Apex Brasil já conta com um escritório de representação em Goiás e um programa de preparação das empresas para exportação.Goiás teve, em 2024, 163 empresas exportadoras, sendo 71 de pequeno porte. A especialista a Apex adverte que a exportação pode gerar maior rentabilidade, proporcionando um retorno financeiro mais expressivo ao negócio. “Ao vender para mercados externos, a empresa tem a possibilidade de aumentar o valor de seus produtos, impulsionada pela demanda do mercado internacional por bens diferenciados e de qualidade”, alerta.Além de aumentar os lucros, a exportação oferece proteção à empresa contra a desvalorização da moeda. Empresas que exportam também fortalecem sua competitividade no cenário internacional. “Ao se preparar para vender no mercado externo, ela é impulsionada a desenvolver produtos que atendam aos exigentes padrões de qualidade internacionais, o que, consequentemente, atrai o interesse dos consumidores brasileiros”, explica. Essa estratégia faz a empresa se destacar no mercado nacional, angariando uma vantagem competitiva e aumentando suas vendas no País. Ou seja, a exportação não apenas viabiliza negócios potencialmente mais lucrativos para a empresa, mas também eleva seu reconhecimento e prestígio no mercado brasileiro. “Embora ainda observemos oportunidades sendo desperdiçadas, há um aumento no número de pequenas empresas que buscam a exportação”, diz. Para Camila Paschoal, as oportunidades para as pequenas e médias empresas são cada vez maiores, seja por meio de vendas em plataformas de comércio eletrônico ou parcerias com distribuidores locais. Ela observa que a exportação não implica, necessariamente, em um aumento expressivo de custos ou investimentos iniciais. Em geral, os investimentos são para aprimorar processos e produtos e para adaptá-los às exigências do mercado. Pode ser necessário, por exemplo, promover melhorias, modificar a embalagem ou obter certificações, mas existem projetos que oferecem apoio financeiro para isso e a empresa não precisa arcar com todos os custos sozinha.foco no agroO programa AgroBR, uma parceria da CNA e Apex Brasil, foi criado para ampliar a participação do agro brasileiro em mercados internacionais e diversificar a pauta exportadora, atendendo empresas de todos os tamanhos. O consultor do Programa, Paulo Henrique Barbosa, informou que o projeto oferece ferramentas como capacitações, rodadas de negócios e realização de missões internacionais. O produtor é acompanhado numa jornada de 30 meses.Entre os setores prioritários, estão cafés especiais e diferenciados, frutas e derivados, nozes e castanhas, cacau, mel e própolis e produtos da biodiversidade. Segundo Barbosa, o programa conta com ferramentas como uma plataforma permanente de rodadas de negócios e até uma comunidade no WhatsApp para divulgação de conteúdos e networking. “Temos até uma parceria com a plataforma Alibaba, com vários cases de sucesso em vendas. Ajudamos quem está começando a se conectar com compradores.” Para Rubens Fileti, presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços do Estado de Goiás (Acieg), entidade que realiza a Ficomex, as expectativas do evento estão sendo superadas. Ele avalia que Goiás e o Brasil estavam muito carentes dessas conexões e todo mundo quer gerar valor agregado aos seus negócios. “Todo mundo quer beneficiar mais suas matérias-primas em seus estados e está em busca de oportunidades. Então, esses estados e municípios vêm para a feira mostrar o que têm”, destaca. Fileti acredita que a Ficomex se consolidou como um grande elo entre os negócios, política pública e educação, por conta do amplo conteúdo. “As palestras praticamente estão lotadas, com muita intenção de aprendizado. Nesse ano, a grande novidade foi a Apex, que veio com força, fazendo com que mais de 60 empresas do Brasil inteiro viessem para cá e compradores de fora do Brasil estivessem em nossas rodadas de negócios, fazendo negócios de verdade”, avalia.

Venda direta é estratégica ao exportar, diz especialista da Apex Brasil

Comércio exterior

As entidades representativas do setor produtivo em Goiás receberam com críticas as medidas anunciadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o objetivo de mitigar os impactos do <a href="https://opopular.com.br/economia/tarifaco-dos-eua-ja-impacta-precos-do-mel-tilapia-e-carne-1.3298190" target="_self">tarifaço de 50%</a> imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Apesar de divergirem sobre a postura do governo federal na crise, os líderes classistas alinham avaliação de que as ações são apenas pontuais e não têm alcance para apoiar os produtores mais impactados direta ou indiretamente pela taxação.

<a href="https://www.whatsapp.com/channel/0029Va9rbSgCHDyl4gQj7A1C" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔 Siga o canal do O POPULAR no WhatsApp</a>

Os setores mais afetados em Goiás, depois da isenção a 694 produtos, são as exportações de carnes, açúcar orgânico e do minério vermiculita. Para o gerente técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Edson Novaes, o plano anunciado ajuda a mitigar os impactos, mas “ainda não contempla plenamente todos os impactos da cadeia produtiva”. Segundo ele, é necessário haver mais esforço diplomático para retirar definitivamente a taxa.

O posicionamento é seguido pelo presidente do Sindicato da Indústria da Mineração de Goiás e Distrito Federal (Minde), Luiz Vessani. “As medidas anunciadas são pontuais e de curto prazo, mas ignoram a complexidade de uma economia de base mineral como a nossa”, aponta o dirigente. Vessani avalia que as ações do governo federal para enfrentar as tarifas têm alcance limitado e não contemplam a realidade do setor.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/economia/tarifaco-dos-eua-ja-impacta-precos-do-mel-tilapia-e-carne-1.3298190" target="_self">Tarifaço dos EUA já impacta preços do mel, tilápia e carne</a> 
<a href="https://opopular.com.br/economia/economistas-reduzem-previs-o-da-inflac-o-neste-ano-e-do-pib-para-2026-e-2027-apos-tarifaco-1.3295966" target="_self">Economistas reduzem previsão da inflação neste ano e do PIB para 2026 e 2027 após tarifaço</a> 
<a href="https://opopular.com.br/economia/governo-lula-anuncia-plano-contra-tarifaco-dos-eua-e-preve-r-30-bi-em-credito-a-empresas-1.3299729" target="_self">Governo Lula anuncia plano contra tarifaço dos EUA e prevê R$ 30 bi em crédito a empresas</a></div>

Batizado de “Plano Brasil Soberano”, o pacote anunciado pela União é composto por ações separadas em três eixos: fortalecimento do setor produtivo, proteção aos trabalhadores e diplomacia comercial e multilateralismo. São previstos R$ 30 bilhões em linhas de crédito, com taxas mais acessíveis, pelo Fundo Garantidor de Exportações.

O governo ainda prorrogou por um ano o prazo para que as empresas consigam exportar suas mercadorias que tiveram insumos beneficiados pelo regime de drawback. O regime aduaneiro permite a suspensão ou isenção de tributos incidentes na aquisição de insumos empregados ou consumidos na industrialização de produtos exportados. Além disso, o plano de contingência autoriza a Receita Federal a fazer diferimento de impostos para as empresas mais afetadas.

A Medida Provisória também prevê que União, estados e municípios poderão fazer compras para seus programas de alimentação (para merenda escolar, hospitais e restaurantes populares, por exemplo) de produtos que inicialmente seriam exportados aos EUA para absorver internamente a mercadoria.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), André Rocha, elogia a postura do governo federal na negociação com os Estados Unidos, mas também considera que as medidas têm efeito limitado. “No caso específico de Goiás, essas medidas não terão um alcance amplo, porque as empresas afetadas são sobretudo de açúcar orgânico e de vermiculita. Então, vamos precisar de outras medidas, seja do governo federal ou do estadual, para atendê-los”, considera.

André Rocha, no entanto, defende que é preciso “aplaudir” as medidas anunciadas, principalmente o fato de o governo não ter adotado “medida de retaliação” e ter mantido a “disposição de dialogar”.

“É lógico que são medidas paliativas e não resolvem o problema, que só será resolvido com muito diálogo, paciência e serenidade. Esperamos que a diplomacia brasileira continue agindo sem verborragia e sem provocar o governo americano. É preciso agir com soberania para buscar um acordo melhor”, defendeu o presidente da Fieg.

André Rocha ainda valorizou o anúncio sobre a busca por novos acordos comerciais. “Isso é importante não só para esse momento do tarifaço. É preciso abrir cada vez mais fronteiras e mercados para os produtos brasileiros”, defendeu.

<h2>Mercado</h2>

O presidente do sindicato da mineração avalia que boa parte da produção mineral de Goiás e DF está inserida em cadeias industriais maiores e, quando o produto final é taxado, o impacto recai indiretamente sobre a mineração. Cita exemplos como a bauxita calcinada usada em refratários e o açúcar orgânico produzido com fertilizantes minerais naturais. Para Vessani, as medidas do governo federal olham apenas para o imediato e desconsideram que, uma vez perdido, o mercado americano é difícil de recuperar.

Já Edson Novaes adiciona que o pacote não detalha quais setores serão priorizados ou quais taxas serão aplicadas nas linhas de crédito, além de não conter informações específicas sobre as compras públicas de produtos afetados pela tarifa.

“Essas medidas vêm para mitigar os efeitos, mas não resolvem. Precisamos de medidas que possam chegar efetivamente na base da produção. Principalmente os produtores de frutas e peixes correm o risco de ficar desamparados nesse plano de contingenciamento, porque ele atinge diretamente o exportador, mas não tem reflexo na questão do emprego e da renda do pequeno produtor que fornece para as exportadoras”, diz o gerente da Faeg.

Para o presidente da Organização das Cooperativas de Goiás (OCB), Luis Alberto Pereira, o plano é importante, porém paliativo. “Ameniza o problema de caixa de algumas empresas e a consequente redução das exportações. Aumentar as compras governamentais também tem valor, mas o efeito é limitado e pode ocasionar dificuldades na destinação. O grande problema, porém, é a perda de faturamento com o menor volume de vendas”, analisa. “Os impactos para a economia brasileira, e também para a de Goiás, serão sentidos principalmente a médio e longo prazos, a partir do próximo ano, se o diálogo entre os dois governos não for reestabelecido”, projeta.